CO
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: O novo tráfico de indulgências
O elemento essencial das indulgências é a cessão a favor de
uma pessoa dos méritos realizados por outros. A doutrina básica
era que a oração e as boas obras têm um valor
acumulável que constitui o "Tesouro da Igreja", uma conta
corrente no outro mundo. O depósito inicial seriam os méritos de
Jesus, a seguir contribuíram os santos e milhares de conventos e
milhões de devotos que elevam suas rezas
[1]
. Essas santas emissões somaram à igreja uns "milhões
de milhões" em misericórdia celestial. A igreja girava sobre
essa conta divina a favor dos pecadores que faziam a boa obra de dar à
igreja dinheiro soante e deste mundo.
A História conta-nos como esse truque ávido criou um mercado
conhecido como "Tráfico de Indulgências". Um
tráfico que foi uma das mais graves acusações esgrimidas
pela rebelião protestante e que obrigou a própria Igreja
Católica a reformar a utilização das suas
indulgências.
Agora fala-se outra vez do céu e outra vez de indulgências. Os
ricos compram uns "Títulos de Carbono", que lhes perdoam as
suas emissões e que obrigam os países em desenvolvimento a
não aumentar as suas. O efeito é congelar a má
repartição da riqueza mundial. Como na Organização
Mundial de Comércio (OMC), com subsídios à agricultura dos
ricos que arruínam a agricultura dos pobres. Mais uma vez os pobres
devem salvar o planeta e redimir os pecadores ricos. O pior é que a
histeria criada em torno do CO2, um gás benéfico, desvia para um
fantasma futuro a atenção que exige a presente e muito real
contaminação ambiental.
A verdadeira contaminação ambiental
O planeta está contaminado e continua a contaminar-se. A culpa é
em parte da ignorância, mas a causa maior é a cobiça, o
sermão do lucro como fim supremo. O estimular do consumo para ganhar
mais e poupar gastos deixando o ar, a terra ou o mar impregnados de
resíduos tóxicos. Mineração a céu aberto.
Lagos, ricos e praias negras de petróleo. Pesca excessiva. Florestas
abatidas para plantações de soja e óleo de palma.
Plásticos e resíduos tóxicos lançados ao mar. Lixo
indiscriminado. Resíduos tóxicos despejados em aquíferos.
Munição radioactiva da NATO provocando bebés deformados.
Bombas de fragmentação israelenses que matam crianças
libanesas. A lista é muito longo e não se convoca nenhuma cimeira
mundial para saná-la.
Quase tudo o que foi sujado pode ser limpo e recuperado, com esforço. A
Europa já recuperou muitos lagos, rios e florestas. O alto nível
de educação e uma consciência pública ambiental
obrigou seus políticos a actuarem, sem deixar de ser uma grande
potência industrial. O país mais contaminador com restos
tóxicos são os Estados Unidos (que além disso produzem 30%
do CO2 mundial), mas isso quase não se diz. O Pentágono contamina
o mundo inteiro com a sua guerra sem fim e a partir de umas 800 bases, mas
essas emissões não contam. Os Estados Unidos pedem em todas as
negociações Quioto ou Copenhaga que a
contaminação do Pentágono fique excluída
[2]
, que não seja medida; por razões de segurança,
naturalmente.
A diabolização do CO2
Mais uma vez a pureza do céu é assediada por um demónio.
Mais uma vez o diabo é um anjo caído: o CO2, o gás com que
a fotossíntese produz oxigénio. As plantas definham se o CO2
baixa a 220 ppm (3) e morrem com 160 ppm. O nível óptimo é
cerca de 1000 ppm.
O ar é uma mistura de gases, 78% de nitrogénio, 21% de
oxigénio e 1% de outros gases, dentre eles o CO2
[4]
. Essa ínfima parte de CO2 oscila com os oceanos: a água fria
absorve CO2 e a água quente liberta-o. Os oceanos armazenam uns 25% do
CO2 para plantas e seres marinhos. O CO2 é parte da
respiração humana. Cuidado, que em breve nos cobram por respirar.
Há uma campanha para culpar o CO2 por um aumento da temperatura
terrestre. O trombeteiro mais notório desta acusação
é Al Gore, que não é um cientista e sim um político
norte-americano. O seu documentário "Uma verdade
inconveniente" manipula a partir do próprio título. O seu
erro mais claro é deizer que os mares aquecem devido às
emissões de CO2, quando é o inverso: o mar primeiro aquece-se e a
seguir emite mais CO2. É um facto básico conhecido e explica a
coincidência das curvas ascendentes de temperatura e CO2. Receio que seja
outro caso de etiquetar com o contrário para vender malfeitorias: uma
mentira conveniente.
Sabemos, desde a escola, que a temperatura terrestre flutua com as
radiações solares. A vida existe porque há um "Efeito
estufa" e o gás que mais o provoca é o vapor de água,
as nuvens. A tese do "Aquecimento global gerado pelo homem"
[5]
parece explorar com fins políticos a simpatia daqueles que querem
defender o ambiente da contaminação. Está a fabricar-se um
pretexto para impor uma autoridade mundial que administre a
utilização da energia fóssil, crie novos impostos, crie
outro mercado de valores falso e desenvolva um mercado para bens ambientais com
tecnologias das empresas apátridas. Enquanto isso, desvia-se a
atenção da verdadeira poluição.
Contradições desde a origem
Em 1988 foi criado na ONU um "Painel Intergovernamental de Mudança
Climática (IPCC)
[6]
que contratou um grupo de peritos. Em 1995 os peritos apresentaram um rascunho
que dizia:
"1. Nenhum estudo mostrou evidência de mudança
climática devido a gases de estufa:
2. Nenhum estudo refere-se a alguma mudança climática
atribuível às actividades humanas".
No Sumário para legisladores do relatório final do IPCC
mudaram-se essas duas claras negações por uma
afirmação que diz: "O balanço da evidência
sugere uma influência humana discernível no clima global".
Houve um grande escândalo
[7]
. Os peritos contratados pelo IPCC ficaram indignados, muitos renunciaram e
exigiram do IPCC que apagasse os seus nomes do Relatório Final.
Milhares de cientistas assinam o seu desacordo com o relatório do IPCC.
Algum pode ser que seja pago pelas petrolíferas, como dizem, mas
têm bons argumentos. Todos dizem que tem havido mudanças globais
de temperatura desde sempre. Houve épocas de gelo até os Alpes e
outras quentes (900-1200) em que a gelada Gronelândia era verde e uma
frota chinesas sulcou o Árctico. Outro argumento válido é
que os astrónomos relatam um aumento de temperatura geral em todos os
planetas, por uma maior actividade energética do Sol
[8]
. Não parece culpa humana.
O mercado do carbono
É a ideia favorita de grandes empresas, bancos, políticos e
algumas ONGs. Uma autoridade mundial administraria um mercado de direitos de
emissão de CO2. O volume de emissões legais seria o dos
níveis históricos, ou seja, não se diminui, congela-se.
Aqueles que ultrapassem o nível de emissões legal podem comprar
títulos àqueles que emitem menos do que o permitido. A Europa tem
algo assim com o nome de Sistema de Comércio de Direitos de
Emissão (EU ETS). O presidente Sarkozy já anunciou impostos
indirectos (sobre o consumidor) para o carbono.
Congelar as emissões históricas é a essência da
proposta. O desenvolvimento necessita energia e essa provém hoje
de combustíveis fósseis que geram CO2 e também
gases tóxicos. O mercado de carbono é um meio para travar os
países em desenvolvimento e criar outra bolsa para jogar com as
emissões de dólares sem fundos que contaminem a economia
internacional.
Pandemónio em Copenhaga
O objectivo oculto da cimeira de Copenhaga era por um preço no CO2.
Apresentou-se um papel já "negociado" com os países em
desenvolvimento "cooperativos" de sempre. O acesso às
reuniões hierarquizou-se. Admitiram-se só países
representados por presidentes e excluíram-se os representados por
ministros de Negócios Estrangeiros. Uma clara violação do
direito internacional. Ainda assim, excluíram-se Hugo Chávez e
Evo Morales, presentes em Copenhaga, por não serem
"cooperativos".
A seguir verificou-se algo para constar nos anais da má prática
diplomática. O primeiro-ministro da Dinamarca, Anders Rasmussen, com o
documento na mão, ordenou aos países que o estudassem em uma
hora, aprovassem-no e encerrassem a sessão. Levantou-se para ir embora,
mas a Secretária convidou-o a ouvir as delegações que
pediram a palavra. Deixou falar, mas só os de sempre.
A delegada da Venezuela, Claudia Salerno, bateu inutilmente na mesa, pedindo a
palavra. No fim, com a mão inchada, interpelou Rasmussen:
"Será que devo ter sangue nas mãos para poder falar? Isto
é uma vergonha". No fim deram-lhe a palavra. Seguiram-na Cuba,
Bolívia e outras delegações do ALBA, todas recusando o
documento.
O sr. Rasmussen ouviu, sem tomar notas como faz todo presidente de uma
reunião. A seguir veio a segunda
gaffe,
de repente: perguntou quantos estavam contra, para passar à
votação. Mais uma vez a Venezuela o pôs no seu lugar e
recordou-lhe que na ONU as decisões são tomadas por consenso. O
sr. Rasmussen pediu uma pausa, da qual já não regressou. A
reunião terminou presidida por um vice-presidente, das Bahamas, o qual
fez o que é adequado: tomar notas no papel.
Conclusão
Combater a poluição é urgente. Assinalar o CO2 com o
espantalho da "Mudança climática" parece uma
fabulação destinada a controlar o CO2, que é controlar
energia. Deseja-se criar um direito adquirido ao consumo de energia e o de
negá-lo a outros. A OMC é exemplo do jogo com níveis
históricos: aqueles que davam subsídios agrícolas antes
podem continuar a dá-los e proíbe-se dá-los àqueles
que produziam sem usar subsídios. Não estamos loucos e não
esperamos um resultado diferente. Errare humanum est, perseverarem diavolicum.
10/Janeiro/2010
[1] Tomás de Aquino, Summa Theologica,1947, en sacred-texts.com
[2] Bryan Farrell: "The Green Zone: The Environmental Costs of
Militarism", 2009
Jeffrey Salmon: "National security and military policy issues involved
in the Kyoto treaty," George Marshal Institute, May 18, 1998:
"complete military exemption from greenhouse gas emissions limits."
[3] Ppm : partes por milhão. É o número de
moléculas de dióxido de carbono (CO2) dividido pelo número
de todas as outras moléculas presentes numa quantidade de ar.
[4] A percentagem de CO2 no ar varia entre 0,036% e 0,039%.
[5] Antropogenic Global Warming-AGW
[6] Intergovernmental Panel of Climate Change (IPCC)
[7] Zbignew Jaworosky: CO2 : The greatest scandal of our time,
Science,
March 16, 2007.
Tom Segalstad: The distribution of CO2 between Atmosphere, Hydrosphere, and
Lithosphere; Minimal Influence from Anthropogenic CO2 on the Global
"Greenhouse Effect," 1995, Global Warming Debate, European Science &
Environmental Forum, 1996.
[8] Pier Corbyn et al.:www.weatheraction.com: "The most significant and
persistent cycle of variation in the world's temperature follows the 22-year
magnetic cycle of the sun's activity
IPCC uses the 11 warmer ones."
Ver também:
Mitos climáticos
, Blog de Rui Gonçalo do Carmo Moura (1931-2010)
A falta de senso do consenso
, Rui Moura
A fabricação do pânico climático
, Rui Moura
A paranóia do dióxido de carbono
, Rui Moura
Aquecimento global: uma impostura científica
, Marcel Leroux (1938-2008)
A fábula do aquecimento global
, Marcel Leroux
Aquecimento global: origem e natureza do alegado consenso científico
, Richard S. Lindzen
Acerca da impostura global
, Jorge Figueiredo
Arrefecimento global
A histeria do aquecimento global: Ar quente & dinheiro frio os comerciantes do medo
A agenda oculta de Copenhaga: O comércio multibilionário em derivativos do carbono
Contra as mistificações do Relatório Climático da ONU
A histeria do aquecimentismo global: Ciência por intimidação
Adensa-se o escândalo dos impostores do aquecimento global
A falsificação da história climática a fim de "provar" o aquecimento global
O fim do aquecimento global
A verdade incómoda do profeta Al Gore & a incomodidade da verdade
Aquecimento global: Uma mentira conveniente
Climagate: O pior escândalo científico da nossa era
Se mais CO2 for mau... E daí?
"Sinto-me ludibriado quanto à mudança climática"
[*]
Do Instituto de Relações Económicas Internacionais, de
Genebra.
O original encontra-se em
http://www.ventanaglobal.info/CO2_esp.htm
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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