Acabar com o tabu do aquecimento global
"Sinto-me ludibriado quanto à mudança climática"
por Fritz Vahrenholt
[*]
entrevistado por Olaf Stampf e Gerald Traufetter
Será que nas próximas décadas o aquecimento global
será compensado por uma actividade solar reduzida? É isso que
afirma num livro recente Fritz Vahrenholt, um executivo alemão dos
serviços públicos de electricidade. Numa entrevista a Spiegel,
argumenta que as previsões oficiais das Nações Unidas
sobre a gravidade da mudança climática são exageradas e
apoiadas numa ciência débil.
O executivo bem-falante mostra-se nervoso no início da conversa. Parece
estar à procura de palavras o que não é muito
vulgar para um provocador experimentado. Afinal, Fritz Vahrenholt, de 62 anos,
que é doutorado em química, tem sido um rebelde toda a vida.
"Provavelmente é típico da minha
geração", diz.
É típico da parte duma pessoa que amadureceu durante o movimento
estudantil contestatário do final da década de 60, e que lutou
contra as instalações de fabrico tóxicas da
indústria química nos anos 70. O seu partido, o Partido Social
Democrata (PSD) alemão, de centro esquerda, escolheu-o como senador do
ambiente na cidade estado de Hamburgo, onde enfrentou a fúria do lobby
ambientalista construindo uma grande instalação incineradora que
lhe granjeou a alcunha de "Feuerfritze" (Fire Fritz = Fritz
Incendiário). Depois disso, trabalhou na indústria, primeiro para
a multinacional petrolífera Shell e depois para o fabricante de turbinas
eólicas RePower, que ajudou a desenvolver. Agora, como director
executivo do grupo de energias renováveis RWE Innogy, está em
vias de se envolver na sua próxima importante batalha. "Vou
arranjar inimigos em todas as áreas", afirma.
"Não está a ocorrer nenhuma catástrofe
climática"
Pretende quebrar um tabu. "Não está a ocorrer nenhuma
catástrofe climática", escreve no seu livro
"Die Kalte Sonne" (O Sol Frio),
publicado por Hoffmann and Campe, que estará
nas livrarias na próxima semana.
Antes da sua publicação deu o livro a ler apenas a um
climatologista, Jochem Marotzke, director do Instituto de Meteorologia Max
Planck de Hamburgo. A opinião de Marotzke é clara: Vahrenholt
representa as opiniões dos cépticos climáticos:
"Há muito tempo que foram refutadas uma série das
hipóteses deste livro", afirma Marotzke, mas acrescenta, numa nota
auto-critica, que a sua profissão deixou por explicar que as
temperaturas globais não vão aumentar uniformemente. Pelo
contrário, diz Marotzke, pode haver também fases de
estagnação e até quedas menores nas temperaturas.
"Isso expõe-nos a possíveis críticas", disse.
Embora os livros de heréticos climáticos despertem normalmente
pouca atenção, pode acontecer o contrário no caso de
Vahrenholt. "A sua fama", diz Marotzke, "garante que vai haver
discussão sobre este assunto".
O livro é uma fonte de desconforto para o partido de Vahrenholt.
Ninguém da direcção do PSD está disposto a comentar
as teorias do seu ilustre membro, desde o antigo ministro do Ambiente e actual
presidente do PSD, Sigmar Gabriel, até ao líder da bancada
parlamentar, Frank-Walter Steinmeier, a quem foi dado um exemplar antecipado do
livro.
Uma conferência de Vahrenholt programada para a Universidade de
Osnabrück na Alemanha noroeste acaba de ser cancelada.
SPIEGEL Mr. Vahrenholt, na penúltima semana, fez um
anúncio surpreendente de
que se demitiu da direcção da RWE Innogy. E agora aparece o seu
livro "Die Kalte Sonne," em que desmente a catástrofe
climática. Foi forçado a demitir-se porque as suas ideias podiam
denegrir a recente imagem verde da RWE?
Vahrenholt Não. De resto, o meu contrato expirava no final do
ano. Além disso, vou continuar como membro do conselho de
supervisão da empresa durante mais três anos.
SPIEGEL Como é que os seus colegas executivos reagiram à
sua previsão provocatória de que vai haver mais frio em vez de
mais calor nas próximas décadas?
Vahrenholt- Isto não é um livro da RWE. Para além do
director executivo, Jürgen Grossmann, não dei um exemplar
antecipado a mais ninguém da empresa. Grossman, de resto, achou-o
tão interessante que leu o livro todo numa só noite.
SPIEGEL Apesar disso, a sua saída precipitada da gestão da
RWE faz lembrar o escândalo que rodeou Thilo Sarrazin, que em 2010 foi
forçado a demitir-se do conselho de administração do banco
central da Alemanha na sequência da publicação do seu
polémico livro sobre a imigração e a
integração.
Vahrenholt Não se trata de uma saída precipitada.
Além disso, não preciso de Thilo Sarrazin como modelo.
Também não precisei de modelo quando chamei a
atenção para os riscos da indústria química no meu
livro de 1978 "Seveso ist überall" (N.T. Seveso está em
toda a parte uma referência ao horrível derramamento
químico de Seveso na Itália em 1976). Agora, quero que novas
descobertas científicas sejam incluídas no debate sobre o clima.
Nessa altura tornar-se-á mais claro que é insustentável a
simples equação de que o CO2 e outros gases com efeitos de estufa
produzidos pelo homem são quase exclusivamente responsáveis pela
alteração climática. Não aqueceram este planeta
durante quase 14 anos, apesar de continuadas emissões crescentes de CO2.
A ciência climática institucionalizada tem que aparecer com uma
resposta para isso.
SPIEGEL O senhor, por profissão, é um executivo dos
serviços públicos de electricidade. O que é que o levou a
envolver-se na climatologia?
Vahrenholt Na minha experiência como especialista em energia,
aprendi que o Painel Intergovernamental sobre Alteração
Climática (IPCC) é mais um órgão político do
que científico. Enquanto relator de energias renováveis,
verifiquei que a base factual para as previsões feitas pelo PIAC
é muito ténue. Aconteceu que uma absurda afirmação
de activistas do Greenpeace de que 80 por cento do fornecimento mundial de
energia poderia em breve provir de fontes renováveis foi aceite sem
discussão. Isso obrigou-me a examinar o relatório do IPCC com
mais atenção.
SPIEGEL- E qual foi a sua conclusão?
Vahrenholt A versão longa do relatório do IPCC refere-se a
causas naturais para a mudança climática, como o sol e as
correntes oceânicas oscilantes. Mas isso já não aparece no
resumo destinado aos políticos. Foi simplesmente eliminado. Até
hoje, muitas tomadas de decisão não têm tido em conta
estudos recentes que têm posto em causa seriamente o predomínio do
CO2. O CO2, só por si, nunca provocará um aquecimento de mais de
2 graus centígrados até ao fim do século. Só com a
ajuda de supostos efeitos de amplificação, principalmente do
vapor de água, os computadores chegam a um aumento drástico de
temperatura. Eu digo que o aquecimento global se vai manter abaixo dos dois
graus no final do século. Isto é uma mensagem eminentemente
política, mas também é uma boa notícia.
SPIEGEL O senhor faz afirmações muito concretas sobre como
a actividade humana contribui para os acontecimentos climáticos e sobre
o papel desempenhado pelos factores naturais. Porque é que não
publica os seus prognósticos numa revista profissional?
Vahrenholt Porque eu não estou envolvido numa
investigação climática. Além disso, não
tenho nenhum supercomputador lá na cave. Na sua maior parte, o meu
co-autor, o geólogo Sebastian Lüning, e eu apenas resumimos o que
os cientistas têm publicado em revistas profissionais tal como faz
o IPCC. O livro é também uma plataforma para os cientistas que
utilizam bons argumentos quando divergem das opiniões do IPCC. Os
modelos climáticos institucionais demonstraram ser inoperantes porque
não conseguem explicar de modo convincente a ausência de
aquecimento.
SPIEGEL O senhor afirma que essa ausência tem a ver com o sol.
Porque é que se sente assim tão seguro?
Vahrenholt Em termos de clima, temos uma subida e descida cíclica
nos últimos 7 milénios, muito antes de o homem começar a
emitir CO2 para a atmosfera. Tem havido uma fase de aquecimento de mil em mil
anos, incluindo nos períodos romano, medieval e actual. Todos esses
períodos de aquecimento coincidem consistentemente com uma forte
actividade solar. Para além dessa grande flutuação de
actividade, há também um ciclo do sol natural de 210 anos e de 87
anos. Ignorar isto é um erro muito grave
SPIEGEL -
mas os investigadores solares ainda não chegaram a
acordo se esses ciclos que mencionou existiram realmente. O que é que
acha que isso significa para o futuro?
Vahrenholt Na segunda metade do século XX, o sol esteve mais
activo do que tinha estado há mais de 2000 anos. Este "grande
máximo solar", como lhe chamam os astrónomos, contribuiu
pelo menos tanto para o aquecimento global como os gases de estufa CO2. Mas o
sol tem estado mais fraco desde 2005, e assim vai continuar durante as
próximas décadas. Por consequência, agora só podemos
esperar um arrefecimento do sol.
SPIEGEL É indiscutível que as flutuações da
actividade solar podem influenciar o clima. A maioria dos especialistas aceita
que um longo mínimo solar invulgar, demonstrado pelo pequeno
número de manchas solares simultâneas, levou à
"Pequena Idade de Gelo" que começou em 1645. Houve muitos
invernos rigorosos nessa época, com os rios a congelarem. No entanto, os
astrofísicos ainda não sabem até que ponto as
flutuações solares afectam as temperaturas.
Vahrenholt Muitos cientistas aceitam que a temperatura muda mais de um
grau centígrado durante o ciclo de 1000 anos e até 0,7 graus
centígrados nos ciclos mais curtos. Os climatólogos deviam
dedicar maior esforço para encontrar formas de determinar mais
rigorosamente os efeitos do sol sobre o clima. Para o IPCC e para os
políticos por ele influenciados, o CO2 é praticamente o
único factor. A importância do sol para o clima é
sistematicamente desprezada e a importância do CO2 é
sistematicamente sobrevalorizada. Em consequência disso, todas as
previsões climáticas se baseiam em factos subjacentes errados.
SPIEGEL Mas o senhor faz exactamente o mesmo que critica aos
climatologistas: Usando um conjunto ténue de dados, faz previsões
exactas. No seu livro, o senhor avalia a influência do sol sobre o clima
até à casa decimal. Ninguém pode fazer isso.
Vahrenholt Eu não afirmo saber exactamente se o sol é
responsável por uma percentagem de aquecimento global de 40, 50, ou 60
por cento. Mas é um absurdo que o IPCC afirme que o sol não tem
nada a ver com isso.
SPIEGEL Concretamente, o senhor prevê um arrefecimento global de
0,2 a 0,3 graus centígrados até 2035. Porquê uma
previsão tão arriscada?
Vahrenholt Se queremos revitalizar um debate morno, temos que ter a
coragem de referir um número. E deduzimos esse número a partir de
estudos científicos sobre a história do clima até ao
presente.
'Dezenas de investigadores solares concordam comigo'
SPIEGEL Então a sua apreciação de que estamos
enganados quanto ao aquecimento global é pura e simplesmente uma
provocação?
Vahrenholt Não. Acredito nisso muito a sério e sei que
dezenas de investigadores solares concordam comigo. Tenho perfeita
consciência da difamação que vou ter que aguentar no futuro
próximo. O debate climático também tem alguns
traços duma inquisição. Tenho curiosidade em ver qual vai
ser o agente da verdade que vai iniciar um processo contra mim. Talvez seja o
Instituto Potsdam para a Investigação do Impacto
Climático, que é dirigido por Hans Joachim Schellnhuber,
conselheiro da chanceler.
SPIEGEL O senhor afirma que a paralisação do aquecimento
global desde 2000 foi provocada em grande parte por um declínio
simultâneo da actividade solar. Mas, na realidade, o sol comportou-se de
modo relativamente normal até meados do século, ficando
visivelmente mais sossegado apenas depois disso. Como é que isso se
encaixa?
Vahrenholt Há dois efeitos: a diminuição da
actividade solar, assim como as flutuações nas correntes
oceânicas, tal como a oscilação do Pacífico todos os
60 anos, que esteve numa fase de aquecimento positivo de 1977 a 2000, e
após 2000 levou ao arrefecimento em consequência do seu
declínio. A sua contribuição para a mudança na
temperatura também foi incorrectamente atribuída ao CO2. Mas,
acima de tudo, o último ciclo de manchas solares foi mais fraco do que o
anterior. É por isso que o campo magnético do sol continuou a
enfraquecer desde 2000. Em consequência disso, esse campo
magnético não nos protege tão bem contra a
radiação cósmica, o que por sua vez leva a uma
formação mais intensa de nuvens e, portanto, de arrefecimento.
Que mais é que é preciso que aconteça para que o IPCC pelo
menos se refira a estas relações nos seus relatórios?
SPIEGEL O que o senhor não menciona é que ainda não
se provou que a radiação cósmica, que é impedida
pelo sol com vários graus de eficácia, leve de facto a mais
nuvens de arrefecimento na Terra. Até agora, é apenas uma
hipótese.
Vahrenholt É mais do que isso. Desde 2006 que se vem realizando a
Experiência Nuvem, chefiada pelo físico Jasper Kirkby, no centro
de investigação de partículas CERN perto de Genebra. Os
resultados iniciais de testes efectuados numa câmara em que foi simulada
a atmosfera da terra, demonstrou que as partículas cósmicas
conduzem de facto à formação de partículas aerossol
para as nuvens.
SPIEGEL Mas os aerossóis demonstrados na Experiência Nuvem
são demasiado pequenos. Teriam que aumentar até poderem servir
como gérmenes de condensação para nuvens. Se isso acontece
na natureza continua a ser uma questão em aberto. O senhor apresenta-o
como um facto consumado.
Vahrenholt Vai encontrar no livro muitas correlações entre
a cobertura de nuvens e a radiação cósmica. O que eu
gostava de saber era porque é que o IPCC não examina atentamente
este mecanismo. A minha convicção é que uma resposta a
esta questão poria em perigo todos os fundamentos das previsões
do IPCC.
SPIEGEL Apesar disso, o senhor devia ser mais cuidadoso com os
prognósticos sobre a futura actividade solar. Em 2009, cientistas dos
EUA previram que não ia haver manchas solares durante anos. E elas
voltaram em 2010. A verdade é que estamos a presenciar uma actividade
solar bastante normal neste momento.
Vahrenholt O ciclo solar é tudo menos normal. Cientistas da NASA
prevêem que este ciclo será o mais fraco dos últimos 80
anos. Não só começou com dois anos de atraso, como
também é muito fraco. E, além do mais, não basta
contar as manchas solares. As partículas cósmicas continuam a
cair em cima de nós porque o campo magnético do sol pouca
protecção nos está a dar.
SPIEGEL É verdade que vai haver um grande mínimo solar nos
próximos 500 anos. Mas ninguém sabe exactamente quando. A
probabilidade de que venha a ocorrer nos próximos 40 anos é
inferior a 10 por cento. Mas, no seu livro, o senhor prevê:
"É óbvio que o sol vai ser responsável por
períodos mais frios na primeira metade deste século". O
senhor sabe mais do que todos os astrofísicos juntos?
Vahrenholt A probabilidade de um grande mínimo solar, como o que
ocorreu durante a Pequena Idade de Gelo, é de facto inferior a 10 por
cento. Mas estamos no início de um declínio mais leve na
actividade solar do tipo do que assistimos cada 87 anos e cada 210 anos. Tenho
falado com muitos físicos solares que acham que isso vai acontecer.
SPIEGEL Conhecemos muitos outros cientistas solares que põem isso
em dúvida. Estatisticamente, tão provável é outro
máximo como um mínimo. Prever o que o sol fará nas
próximas décadas é quase como ler a sina.
Vahrenholt Só conheço um cientista solar alemão que
exprimiu essa dúvida. Vários grupos de investigação
solar americanos e britânicos acham que se avizinham ciclos solares
fracos. Eu levo isso a sério e espero apenas arrefecimento do sol
até 2050.
SPIEGEL E que fará se, afinal, as temperaturas continuarem a
subir,
Vahrenholt Darei ao SPIEGEL uma entrevista em 2020 e reconhecerei
publicamente que me enganei. Mas estou convencido de que não vai ser
necessário.
SPIEGEL Está mesmo convencido de que todos os 2000 cientistas
envolvidos no IPCC estão enganados ou obedecem a uma linha oficial?
Vahrenholt As coisas não são assim tão simples. No
entanto, critico o papel desempenhado pela meia dúzia de importantes
autores que fizeram a edição final do relatório. Afirmam
que usaram 18 mil publicações avaliadas pelos seus pares. Mas
5000 dessas publicações são aquilo a que se chama
literatura cinzenta, não são fontes avaliadas por pares. Estes
erros acabam por se saber, tal como a absurda afirmação de que
dentro de 30 anos já não haverá glaciares nos Himalaias.
Esses exageros não me surpreendem. Dos 34 membros supostamente
independentes que escrevem o relatório síntese para os
políticos, quase um terço está associado a
organizações ambientalistas como o Greenpeace ou o WWF. É
estranho, não acha?
SPIEGEL Porque é que está a assumir o papel de rebelde
climático com tanta paixão? De onde vem essa raiva toda?
Vahrenholt Durante anos, difundi as hipóteses do IPCC e depois
senti-me ludibriado. A energia renovável está próxima e
é-me muito querida, e há mais de 30 anos que ando a lutar pela
sua expansão. A minha preocupação é que, se os
cidadãos descobrirem que as pessoas que andam a alertar para um desastre
climático estão apenas a dizer metade da verdade, deixem de estar
preparados para pagar custos mais altos de electricidade para a energia
eólica e solar. Nessa altura, a conversão do nosso abastecimento
energético não terá a aceitação
necessária.
SPIEGEL Se tirarmos do seu livro a conclusão lógica,
será desnecessário reduzir as emissões de CO2.
Vahrenholt De modo nenhum. Mesmo um aumento de temperatura de apenas um
grau será uma mudança significativa. Mas o que eu digo é
que a mudança climática é possível de gerir porque
os efeitos de arrefecimento do sol e das correntes oceânicas nos
dão o tempo suficiente para nos prepararmos. De qualquer modo, para
nós alemães, será fácil ajustarmo-nos.
SPIEGEL Então, é um erro concentrarmo-nos exclusivamente
na redução do dióxido de carbono?
Vahrenholt É. Para além do dióxido de carbono,
também temos o negro de fumo, por exemplo. Cria 55 por cento do efeito
de aquecimento do CO2, mas podia ser filtrado com pouco esforço dentro
de alguns anos, principalmente em países emergentes e em
desenvolvimento. E, ao fazer isso, conseguiríamos enormes
benefícios para a saúde humana.
SPIEGEL A expansão da energia eólica teria avançado
tão rapidamente sem estas preocupações com o clima?
Vahrenholt Foi uma força motora. Mas foram principalmente as
capacidades de engenharia que elevaram a energia eólica a um
nível rentável. Mais uma vez, quero continuar a realçar a
energia renovável, que temos que tornar competitiva. Apenas acho que
temos que avançar de modo sensato: a energia eólica e a biomassa
são óptimas na Alemanha, mas nada de painéis solares, por
favor! Ficam melhor em África e na Europa do Sul. É uma loucura
instalar 50 por cento dos painéis solares mundiais na "Alemanha
Solar" com medo do suposto desastre climático e gastar 8 mil
milhões de euros por ano com isso!
SPIEGEL Mas não estará a dar um tiro no pé quando
diz que a mudança climática não é assim tão
má? Como é que pretende continuar a justificar o comércio
de emissões se acha que os gases de estufa são irrelevantes?
Vahrenholt Eu só digo que o CO2 é um gás
climático, e que o seu efeito é apenas metade do que o IPCC
afirma. No entanto, ainda temos que reduzir as emissões de CO2
através do comércio internacional de emissões. E
também há outras razões para queimar menos
combustíveis fósseis. Já não temos assim tanto
carvão, petróleo e gás no mundo, por isso temos que
economizar mais. Também temos que nos tornar menos dependentes das
importações de países totalitários.
SPIEGEL Há inquéritos que mostram que o medo da
catástrofe climática diminuiu.
Vahrenholt Os pregadores do medo ainda dominam o debate político.
Segundo o Conselho Alemão para a Mudança Climática, os
países que se preocupam com o ambiente deviam impor pela força o
consumo reduzido com o objectivo de proteger o clima. Isso leva-nos na
direcção de uma ditadura ambientalista. E o medo propagandeado
também está a produzir efeitos. Ainda há pouco tempo, num
restaurante, ouvi uma mulher numa mesa ao lado a dizer aos filhos que era
errado comer um bife argentino
por causa do clima. É por isso que
eu pergunto: Como é que chegámos a este ponto?
SPIEGEL: Mr. Vahrenholt, obrigado por esta sua entrevista.
Ver também:
Mitos climáticos
, Blog de Rui Gonçalo do Carmo Moura (1931-2010)
A falta de senso do consenso
, Rui Moura
A fabricação do pânico climático
, Rui Moura
A paranóia do dióxido de carbono
, Rui Moura
Aquecimento global: uma impostura científica
, Marcel Leroux (1938-2008)
A fábula do aquecimento global
, Marcel Leroux
Aquecimento global: origem e natureza do alegado consenso científico
, Richard S. Lindzen
Acerca da impostura global
, Jorge Figueiredo
Arrefecimento global
A histeria do aquecimento global: Ar quente & dinheiro frio os comerciantes do medo
A agenda oculta de Copenhaga: O comércio multibilionário em derivativos do carbono
Contra as mistificações do Relatório Climático da ONU
A histeria do aquecimentismo global: Ciência por intimidação
Adensa-se o escândalo dos impostores do aquecimento global
A falsificação da história climática a fim de "provar" o aquecimento global
O fim do aquecimento global
A verdade incómoda do profeta Al Gore & a incomodidade da verdade
Aquecimento global: Uma mentira conveniente
Climagate: O pior escândalo científico da nossa era
Se mais CO2 for mau... E daí?
A versão em inglês encontra-se em
http://www.SPIEGEL.de/international/world/0,1518,813814,00.html
Tradução de Margarida Ferreira.
Esta entrevista encontra-se em
http://resistir.info/
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