Acabar com o tabu do aquecimento global
"Sinto-me ludibriado quanto à mudança climática"

por Fritz Vahrenholt [*]
entrevistado por Olaf Stampf e Gerald Traufetter

Europa em 2012. Será que nas próximas décadas o aquecimento global será compensado por uma actividade solar reduzida? É isso que afirma num livro recente Fritz Vahrenholt, um executivo alemão dos serviços públicos de electricidade. Numa entrevista a Spiegel, argumenta que as previsões oficiais das Nações Unidas sobre a gravidade da mudança climática são exageradas e apoiadas numa ciência débil.

O executivo bem-falante mostra-se nervoso no início da conversa. Parece estar à procura de palavras – o que não é muito vulgar para um provocador experimentado. Afinal, Fritz Vahrenholt, de 62 anos, que é doutorado em química, tem sido um rebelde toda a vida. "Provavelmente é típico da minha geração", diz.

É típico da parte duma pessoa que amadureceu durante o movimento estudantil contestatário do final da década de 60, e que lutou contra as instalações de fabrico tóxicas da indústria química nos anos 70. O seu partido, o Partido Social Democrata (PSD) alemão, de centro esquerda, escolheu-o como senador do ambiente na cidade estado de Hamburgo, onde enfrentou a fúria do lobby ambientalista construindo uma grande instalação incineradora que lhe granjeou a alcunha de "Feuerfritze" (Fire Fritz = Fritz Incendiário). Depois disso, trabalhou na indústria, primeiro para a multinacional petrolífera Shell e depois para o fabricante de turbinas eólicas RePower, que ajudou a desenvolver. Agora, como director executivo do grupo de energias renováveis RWE Innogy, está em vias de se envolver na sua próxima importante batalha. "Vou arranjar inimigos em todas as áreas", afirma.

"Não está a ocorrer nenhuma catástrofe climática"

Capa de 'Die Kalte Sonne'. Pretende quebrar um tabu. "Não está a ocorrer nenhuma catástrofe climática", escreve no seu livro "Die Kalte Sonne" (O Sol Frio), publicado por Hoffmann and Campe, que estará nas livrarias na próxima semana.

Antes da sua publicação deu o livro a ler apenas a um climatologista, Jochem Marotzke, director do Instituto de Meteorologia Max Planck de Hamburgo. A opinião de Marotzke é clara: Vahrenholt representa as opiniões dos cépticos climáticos: "Há muito tempo que foram refutadas uma série das hipóteses deste livro", afirma Marotzke, mas acrescenta, numa nota auto-critica, que a sua profissão deixou por explicar que as temperaturas globais não vão aumentar uniformemente. Pelo contrário, diz Marotzke, pode haver também fases de estagnação e até quedas menores nas temperaturas. "Isso expõe-nos a possíveis críticas", disse.

Embora os livros de heréticos climáticos despertem normalmente pouca atenção, pode acontecer o contrário no caso de Vahrenholt. "A sua fama", diz Marotzke, "garante que vai haver discussão sobre este assunto".

O livro é uma fonte de desconforto para o partido de Vahrenholt. Ninguém da direcção do PSD está disposto a comentar as teorias do seu ilustre membro, desde o antigo ministro do Ambiente e actual presidente do PSD, Sigmar Gabriel, até ao líder da bancada parlamentar, Frank-Walter Steinmeier, a quem foi dado um exemplar antecipado do livro.

Uma conferência de Vahrenholt programada para a Universidade de Osnabrück na Alemanha noroeste acaba de ser cancelada.

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SPIEGEL – Mr. Vahrenholt, na penúltima semana, fez um anúncio surpreendente de que se demitiu da direcção da RWE Innogy. E agora aparece o seu livro "Die Kalte Sonne," em que desmente a catástrofe climática. Foi forçado a demitir-se porque as suas ideias podiam denegrir a recente imagem verde da RWE?

Vahrenholt – Não. De resto, o meu contrato expirava no final do ano. Além disso, vou continuar como membro do conselho de supervisão da empresa durante mais três anos.

SPIEGEL – Como é que os seus colegas executivos reagiram à sua previsão provocatória de que vai haver mais frio em vez de mais calor nas próximas décadas?

Vahrenholt- Isto não é um livro da RWE. Para além do director executivo, Jürgen Grossmann, não dei um exemplar antecipado a mais ninguém da empresa. Grossman, de resto, achou-o tão interessante que leu o livro todo numa só noite.

SPIEGEL – Apesar disso, a sua saída precipitada da gestão da RWE faz lembrar o escândalo que rodeou Thilo Sarrazin, que em 2010 foi forçado a demitir-se do conselho de administração do banco central da Alemanha na sequência da publicação do seu polémico livro sobre a imigração e a integração.

Vahrenholt – Não se trata de uma saída precipitada. Além disso, não preciso de Thilo Sarrazin como modelo. Também não precisei de modelo quando chamei a atenção para os riscos da indústria química no meu livro de 1978 "Seveso ist überall" (N.T. Seveso está em toda a parte – uma referência ao horrível derramamento químico de Seveso na Itália em 1976). Agora, quero que novas descobertas científicas sejam incluídas no debate sobre o clima. Nessa altura tornar-se-á mais claro que é insustentável a simples equação de que o CO2 e outros gases com efeitos de estufa produzidos pelo homem são quase exclusivamente responsáveis pela alteração climática. Não aqueceram este planeta durante quase 14 anos, apesar de continuadas emissões crescentes de CO2. A ciência climática institucionalizada tem que aparecer com uma resposta para isso.

SPIEGEL – O senhor, por profissão, é um executivo dos serviços públicos de electricidade. O que é que o levou a envolver-se na climatologia?

Vahrenholt – Na minha experiência como especialista em energia, aprendi que o Painel Intergovernamental sobre Alteração Climática (IPCC) é mais um órgão político do que científico. Enquanto relator de energias renováveis, verifiquei que a base factual para as previsões feitas pelo PIAC é muito ténue. Aconteceu que uma absurda afirmação de activistas do Greenpeace de que 80 por cento do fornecimento mundial de energia poderia em breve provir de fontes renováveis foi aceite sem discussão. Isso obrigou-me a examinar o relatório do IPCC com mais atenção.

SPIEGEL- E qual foi a sua conclusão?

Vahrenholt – A versão longa do relatório do IPCC refere-se a causas naturais para a mudança climática, como o sol e as correntes oceânicas oscilantes. Mas isso já não aparece no resumo destinado aos políticos. Foi simplesmente eliminado. Até hoje, muitas tomadas de decisão não têm tido em conta estudos recentes que têm posto em causa seriamente o predomínio do CO2. O CO2, só por si, nunca provocará um aquecimento de mais de 2 graus centígrados até ao fim do século. Só com a ajuda de supostos efeitos de amplificação, principalmente do vapor de água, os computadores chegam a um aumento drástico de temperatura. Eu digo que o aquecimento global se vai manter abaixo dos dois graus no final do século. Isto é uma mensagem eminentemente política, mas também é uma boa notícia.

SPIEGEL – O senhor faz afirmações muito concretas sobre como a actividade humana contribui para os acontecimentos climáticos e sobre o papel desempenhado pelos factores naturais. Porque é que não publica os seus prognósticos numa revista profissional?

Vahrenholt – Porque eu não estou envolvido numa investigação climática. Além disso, não tenho nenhum supercomputador lá na cave. Na sua maior parte, o meu co-autor, o geólogo Sebastian Lüning, e eu apenas resumimos o que os cientistas têm publicado em revistas profissionais – tal como faz o IPCC. O livro é também uma plataforma para os cientistas que utilizam bons argumentos quando divergem das opiniões do IPCC. Os modelos climáticos institucionais demonstraram ser inoperantes porque não conseguem explicar de modo convincente a ausência de aquecimento.

SPIEGEL – O senhor afirma que essa ausência tem a ver com o sol. Porque é que se sente assim tão seguro?

Vahrenholt – Em termos de clima, temos uma subida e descida cíclica nos últimos 7 milénios, muito antes de o homem começar a emitir CO2 para a atmosfera. Tem havido uma fase de aquecimento de mil em mil anos, incluindo nos períodos romano, medieval e actual. Todos esses períodos de aquecimento coincidem consistentemente com uma forte actividade solar. Para além dessa grande flutuação de actividade, há também um ciclo do sol natural de 210 anos e de 87 anos. Ignorar isto é um erro muito grave…

SPIEGEL - … mas os investigadores solares ainda não chegaram a acordo se esses ciclos que mencionou existiram realmente. O que é que acha que isso significa para o futuro?

Vahrenholt – Na segunda metade do século XX, o sol esteve mais activo do que tinha estado há mais de 2000 anos. Este "grande máximo solar", como lhe chamam os astrónomos, contribuiu pelo menos tanto para o aquecimento global como os gases de estufa CO2. Mas o sol tem estado mais fraco desde 2005, e assim vai continuar durante as próximas décadas. Por consequência, agora só podemos esperar um arrefecimento do sol.

SPIEGEL – É indiscutível que as flutuações da actividade solar podem influenciar o clima. A maioria dos especialistas aceita que um longo mínimo solar invulgar, demonstrado pelo pequeno número de manchas solares simultâneas, levou à "Pequena Idade de Gelo" que começou em 1645. Houve muitos invernos rigorosos nessa época, com os rios a congelarem. No entanto, os astrofísicos ainda não sabem até que ponto as flutuações solares afectam as temperaturas.

Vahrenholt – Muitos cientistas aceitam que a temperatura muda mais de um grau centígrado durante o ciclo de 1000 anos e até 0,7 graus centígrados nos ciclos mais curtos. Os climatólogos deviam dedicar maior esforço para encontrar formas de determinar mais rigorosamente os efeitos do sol sobre o clima. Para o IPCC e para os políticos por ele influenciados, o CO2 é praticamente o único factor. A importância do sol para o clima é sistematicamente desprezada e a importância do CO2 é sistematicamente sobrevalorizada. Em consequência disso, todas as previsões climáticas se baseiam em factos subjacentes errados.

SPIEGEL – Mas o senhor faz exactamente o mesmo que critica aos climatologistas: Usando um conjunto ténue de dados, faz previsões exactas. No seu livro, o senhor avalia a influência do sol sobre o clima até à casa decimal. Ninguém pode fazer isso.

Vahrenholt – Eu não afirmo saber exactamente se o sol é responsável por uma percentagem de aquecimento global de 40, 50, ou 60 por cento. Mas é um absurdo que o IPCC afirme que o sol não tem nada a ver com isso.

SPIEGEL – Concretamente, o senhor prevê um arrefecimento global de 0,2 a 0,3 graus centígrados até 2035. Porquê uma previsão tão arriscada?

Vahrenholt – Se queremos revitalizar um debate morno, temos que ter a coragem de referir um número. E deduzimos esse número a partir de estudos científicos sobre a história do clima até ao presente.

'Dezenas de investigadores solares concordam comigo'

SPIEGEL – Então a sua apreciação de que estamos enganados quanto ao aquecimento global é pura e simplesmente uma provocação?

Vahrenholt – Não. Acredito nisso muito a sério e sei que dezenas de investigadores solares concordam comigo. Tenho perfeita consciência da difamação que vou ter que aguentar no futuro próximo. O debate climático também tem alguns traços duma inquisição. Tenho curiosidade em ver qual vai ser o agente da verdade que vai iniciar um processo contra mim. Talvez seja o Instituto Potsdam para a Investigação do Impacto Climático, que é dirigido por Hans Joachim Schellnhuber, conselheiro da chanceler.

SPIEGEL – O senhor afirma que a paralisação do aquecimento global desde 2000 foi provocada em grande parte por um declínio simultâneo da actividade solar. Mas, na realidade, o sol comportou-se de modo relativamente normal até meados do século, ficando visivelmente mais sossegado apenas depois disso. Como é que isso se encaixa?

Vahrenholt – Há dois efeitos: a diminuição da actividade solar, assim como as flutuações nas correntes oceânicas, tal como a oscilação do Pacífico todos os 60 anos, que esteve numa fase de aquecimento positivo de 1977 a 2000, e após 2000 levou ao arrefecimento em consequência do seu declínio. A sua contribuição para a mudança na temperatura também foi incorrectamente atribuída ao CO2. Mas, acima de tudo, o último ciclo de manchas solares foi mais fraco do que o anterior. É por isso que o campo magnético do sol continuou a enfraquecer desde 2000. Em consequência disso, esse campo magnético não nos protege tão bem contra a radiação cósmica, o que por sua vez leva a uma formação mais intensa de nuvens e, portanto, de arrefecimento. Que mais é que é preciso que aconteça para que o IPCC pelo menos se refira a estas relações nos seus relatórios?

SPIEGEL – O que o senhor não menciona é que ainda não se provou que a radiação cósmica, que é impedida pelo sol com vários graus de eficácia, leve de facto a mais nuvens de arrefecimento na Terra. Até agora, é apenas uma hipótese.

Vahrenholt – É mais do que isso. Desde 2006 que se vem realizando a Experiência Nuvem, chefiada pelo físico Jasper Kirkby, no centro de investigação de partículas CERN perto de Genebra. Os resultados iniciais de testes efectuados numa câmara em que foi simulada a atmosfera da terra, demonstrou que as partículas cósmicas conduzem de facto à formação de partículas aerossol para as nuvens.

SPIEGEL – Mas os aerossóis demonstrados na Experiência Nuvem são demasiado pequenos. Teriam que aumentar até poderem servir como gérmenes de condensação para nuvens. Se isso acontece na natureza continua a ser uma questão em aberto. O senhor apresenta-o como um facto consumado.

Vahrenholt – Vai encontrar no livro muitas correlações entre a cobertura de nuvens e a radiação cósmica. O que eu gostava de saber era porque é que o IPCC não examina atentamente este mecanismo. A minha convicção é que uma resposta a esta questão poria em perigo todos os fundamentos das previsões do IPCC.

SPIEGEL – Apesar disso, o senhor devia ser mais cuidadoso com os prognósticos sobre a futura actividade solar. Em 2009, cientistas dos EUA previram que não ia haver manchas solares durante anos. E elas voltaram em 2010. A verdade é que estamos a presenciar uma actividade solar bastante normal neste momento.

Vahrenholt – O ciclo solar é tudo menos normal. Cientistas da NASA prevêem que este ciclo será o mais fraco dos últimos 80 anos. Não só começou com dois anos de atraso, como também é muito fraco. E, além do mais, não basta contar as manchas solares. As partículas cósmicas continuam a cair em cima de nós porque o campo magnético do sol pouca protecção nos está a dar.

SPIEGEL – É verdade que vai haver um grande mínimo solar nos próximos 500 anos. Mas ninguém sabe exactamente quando. A probabilidade de que venha a ocorrer nos próximos 40 anos é inferior a 10 por cento. Mas, no seu livro, o senhor prevê: "É óbvio que o sol vai ser responsável por períodos mais frios na primeira metade deste século". O senhor sabe mais do que todos os astrofísicos juntos?

Vahrenholt – A probabilidade de um grande mínimo solar, como o que ocorreu durante a Pequena Idade de Gelo, é de facto inferior a 10 por cento. Mas estamos no início de um declínio mais leve na actividade solar do tipo do que assistimos cada 87 anos e cada 210 anos. Tenho falado com muitos físicos solares que acham que isso vai acontecer.

SPIEGEL – Conhecemos muitos outros cientistas solares que põem isso em dúvida. Estatisticamente, tão provável é outro máximo como um mínimo. Prever o que o sol fará nas próximas décadas é quase como ler a sina.

Vahrenholt – Só conheço um cientista solar alemão que exprimiu essa dúvida. Vários grupos de investigação solar americanos e britânicos acham que se avizinham ciclos solares fracos. Eu levo isso a sério e espero apenas arrefecimento do sol até 2050.

SPIEGEL – E que fará se, afinal, as temperaturas continuarem a subir,

Vahrenholt – Darei ao SPIEGEL uma entrevista em 2020 e reconhecerei publicamente que me enganei. Mas estou convencido de que não vai ser necessário.

SPIEGEL – Está mesmo convencido de que todos os 2000 cientistas envolvidos no IPCC estão enganados ou obedecem a uma linha oficial?

Vahrenholt – As coisas não são assim tão simples. No entanto, critico o papel desempenhado pela meia dúzia de importantes autores que fizeram a edição final do relatório. Afirmam que usaram 18 mil publicações avaliadas pelos seus pares. Mas 5000 dessas publicações são aquilo a que se chama literatura cinzenta, não são fontes avaliadas por pares. Estes erros acabam por se saber, tal como a absurda afirmação de que dentro de 30 anos já não haverá glaciares nos Himalaias. Esses exageros não me surpreendem. Dos 34 membros supostamente independentes que escrevem o relatório síntese para os políticos, quase um terço está associado a organizações ambientalistas como o Greenpeace ou o WWF. É estranho, não acha?

SPIEGEL – Porque é que está a assumir o papel de rebelde climático com tanta paixão? De onde vem essa raiva toda?

Vahrenholt – Durante anos, difundi as hipóteses do IPCC e depois senti-me ludibriado. A energia renovável está próxima e é-me muito querida, e há mais de 30 anos que ando a lutar pela sua expansão. A minha preocupação é que, se os cidadãos descobrirem que as pessoas que andam a alertar para um desastre climático estão apenas a dizer metade da verdade, deixem de estar preparados para pagar custos mais altos de electricidade para a energia eólica e solar. Nessa altura, a conversão do nosso abastecimento energético não terá a aceitação necessária.

SPIEGEL – Se tirarmos do seu livro a conclusão lógica, será desnecessário reduzir as emissões de CO2.

Vahrenholt – De modo nenhum. Mesmo um aumento de temperatura de apenas um grau será uma mudança significativa. Mas o que eu digo é que a mudança climática é possível de gerir porque os efeitos de arrefecimento do sol e das correntes oceânicas nos dão o tempo suficiente para nos prepararmos. De qualquer modo, para nós alemães, será fácil ajustarmo-nos.

SPIEGEL – Então, é um erro concentrarmo-nos exclusivamente na redução do dióxido de carbono?

Vahrenholt – É. Para além do dióxido de carbono, também temos o negro de fumo, por exemplo. Cria 55 por cento do efeito de aquecimento do CO2, mas podia ser filtrado com pouco esforço dentro de alguns anos, principalmente em países emergentes e em desenvolvimento. E, ao fazer isso, conseguiríamos enormes benefícios para a saúde humana.

SPIEGEL – A expansão da energia eólica teria avançado tão rapidamente sem estas preocupações com o clima?

Vahrenholt – Foi uma força motora. Mas foram principalmente as capacidades de engenharia que elevaram a energia eólica a um nível rentável. Mais uma vez, quero continuar a realçar a energia renovável, que temos que tornar competitiva. Apenas acho que temos que avançar de modo sensato: a energia eólica e a biomassa são óptimas na Alemanha, mas nada de painéis solares, por favor! Ficam melhor em África e na Europa do Sul. É uma loucura instalar 50 por cento dos painéis solares mundiais na "Alemanha Solar" com medo do suposto desastre climático e gastar 8 mil milhões de euros por ano com isso!

SPIEGEL – Mas não estará a dar um tiro no pé quando diz que a mudança climática não é assim tão má? Como é que pretende continuar a justificar o comércio de emissões se acha que os gases de estufa são irrelevantes?

Vahrenholt – Eu só digo que o CO2 é um gás climático, e que o seu efeito é apenas metade do que o IPCC afirma. No entanto, ainda temos que reduzir as emissões de CO2 através do comércio internacional de emissões. E também há outras razões para queimar menos combustíveis fósseis. Já não temos assim tanto carvão, petróleo e gás no mundo, por isso temos que economizar mais. Também temos que nos tornar menos dependentes das importações de países totalitários.

SPIEGEL – Há inquéritos que mostram que o medo da catástrofe climática diminuiu.

Vahrenholt – Os pregadores do medo ainda dominam o debate político. Segundo o Conselho Alemão para a Mudança Climática, os países que se preocupam com o ambiente deviam impor pela força o consumo reduzido com o objectivo de proteger o clima. Isso leva-nos na direcção de uma ditadura ambientalista. E o medo propagandeado também está a produzir efeitos. Ainda há pouco tempo, num restaurante, ouvi uma mulher numa mesa ao lado a dizer aos filhos que era errado comer um bife argentino… por causa do clima. É por isso que eu pergunto: Como é que chegámos a este ponto?

SPIEGEL: Mr. Vahrenholt, obrigado por esta sua entrevista.

Ver também:
  • Mitos climáticos , Blog de Rui Gonçalo do Carmo Moura (1931-2010)
  • A falta de senso do consenso , Rui Moura
  • A fabricação do pânico climático , Rui Moura
  • A paranóia do dióxido de carbono , Rui Moura
  • Aquecimento global: uma impostura científica , Marcel Leroux (1938-2008)
  • A fábula do aquecimento global , Marcel Leroux
  • Aquecimento global: origem e natureza do alegado consenso científico , Richard S. Lindzen
  • Acerca da impostura global , Jorge Figueiredo
  • Arrefecimento global
  • A histeria do aquecimento global: Ar quente & dinheiro frio – os comerciantes do medo
  • A agenda oculta de Copenhaga: O comércio multibilionário em derivativos do carbono
  • Contra as mistificações do Relatório Climático da ONU
  • A histeria do aquecimentismo global: Ciência por intimidação
  • Adensa-se o escândalo dos impostores do aquecimento global
  • A falsificação da história climática a fim de "provar" o aquecimento global
  • O fim do aquecimento global
  • A verdade incómoda do profeta Al Gore & a incomodidade da verdade
  • Aquecimento global: Uma mentira conveniente
  • Climagate: O pior escândalo científico da nossa era
  • Se mais CO2 for mau... E daí?

    A versão em inglês encontra-se em http://www.SPIEGEL.de/international/world/0,1518,813814,00.html
    Tradução de Margarida Ferreira.


    Esta entrevista encontra-se em http://resistir.info/ .
  • 21/Fev/12