A fábula do aquecimento global
por Marcel Leroux
[*]
entrevistado por Bernard Lugan
[**]
O aquecimento global é uma singularidade? O aquecimento é global
como dizem os alarmistas? O nosso futuro está ameaçado?
Estas são algumas das questões, além de outras, que foram
levantadas pela
La Nouvelle Revue d'Histoire,
em 17 de Julho de 2007, numa entrevista. As respostas pertenceram a um
cientista de alto nível (classificação da própria
revista).
O
MC
publicará a extensa entrevista em vários posts. Antes da
primeira pergunta,
La Nouvelle Revue d'Histoire
escreve o seguinte intróito:
L'exploitation excessive de la Nature ou encore les nuisances provoquées
par la société industrielle et l'économie de gaspillage
sont des réalités évidentes. Certains de leurs effets sont
visibles, d'autres moins.
En marge de ces réalités préoccupantes naissent cependant
des modes ou des phobies qui s'apparentent à des mystifications. L'une
d'entre elles est la question du "réchauffement global" de la
planète, tarte à la crème d'habiles charlatans qui
rapportent gros, misant sur la crédulité et la peur du public.
Pour en savoir plus, nous avons interrogé Marcel Leroux, professeur
émérite de climatologie, ancien directeur du LCRE (Laboratoire de
climatologie, risques, environnement) du CNRS (Centre National de la Recherche
Scientifique), membre de l'American Meteorological Society et de la
Société Météorologique de France.
Apresenta-se seguidamente a entrevista.
La Nouvelle Revue d'Histoire
Um atributo do clima é a sua variação. Ora, surgiu um
discurso em que se pretende apontar as variações actuais com um
sentido inelutável de aquecimento do planeta. O estudo do passado
permite corroborar esta interpretação?
Marcel Leroux
Não, visto que, à escala paleoclimática, as
variações foram bastante mais importantes do que as que se
anunciam.
Assim, em África, durante o
DMG
(Dernier Maximum Glaciaire), isto é entre 18 mil e 15 mil anos em
relação aos nossos dias, as temperaturas médias eram
inferiores às que conhecemos actualmente em 5 ºC e o deserto
estendia-se consideravelmente para o Sul, enquanto que a floresta havia quase
desaparecido.
Pelo contrário, durante o
OCH
(Óptimo Climático do
Holoceno), entre 9000 e 6000 anos relativamente aos nossos dias, as
temperaturas eram superiores às actuais em 2 ºC e a floresta
ultrapassava largamente a extensão actual.
Quanto ao Sara, no OCH recolhia chuvas relativamente abundantes de origens, ao
mesmo tempo, mediterrânicas e tropicais. Coberto de lagos e de
pântanos, o Sara era percorrido por criadores de gado, como atestam
numerosas gravuras rupestres.
La Nouvelle Revue d'Histoire
Depois de termos perdido a memória paleoclimática, será
que também perdemos a memória de curto prazo em matéria
climática?
Marcel Leroux
Nos tempos actuais, a memória climática tende a ser muito
selectiva.
Não se ouve falar das temperaturas outonais do surpreendente mês
de Agosto de 2006. Esquecemo-nos depressa do Inverno de 2006-2007 em que se
bateram recordes de frio e de queda de neve. [Já pouco se fala do
festival de neve deste Inverno de 2008-2009.]
Esquecemo-nos, ainda, do Inverno do ano 2000 quando a Sibéria registou
as suas temperaturas mais baixas e quando a Mongólia teve de recorrer
à ajuda internacional para enfrentar um Inverno rigorosíssimo.
Sem falar da omissão relativamente a África que beneficiou de uma
pluviometria superior à normal no decurso dos anos 1960. Uma tal
quantidade de chuva fez expandir a região do Sahel para Norte, com o
recuo do deserto sariano.
Na mesma época, a floresta boreal e a exploração
agrícola na Eurásia do Norte e no Canadá ganharam terreno
em direcção ao Norte.
Depois, a partir de 1972, reverteu-se a tendência benéfica das
precipitações em África. A pluviometria decresceu
dramaticamente e o Sahel deslizou progressivamente para Sul.
La Nouvelle Revue d'Histoire
O Homem deve ter medo do aquecimento anunciado por certos "experts"?
Marcel Leroux
Historicamente, pode-se averiguar que os períodos quentes foram sempre
tempos fastos. Por exemplo, foi o que aconteceu no início da nossa era
durante os anos triunfantes da República e do Império romano.
Na época da epopeia dos vikings, que se estabeleceram na
Gronelândia e no Norte da América, entre 1150 e 1300, vigorou um
óptimo climático na Europa Central e Ocidental.
As culturas, em particular a vitivinicultura, deslocaram-se de 4 a 5 graus de
latitude em direcção ao Norte durante esse óptimo
climático. [Na Inglaterra produzia-se vinho até quase à
fronteira com a Escócia.]
O "doce século doze"
(gentle twelfth century)
representou para a tradição escocesa uma "idade de
ouro" com Invernos doces e Verões secos. Posteriormente,
após uma queda nas temperaturas, produziu-se um retorno para um
período "quente".
Este período quente, também conhecido pelos especialistas sob o
nome de Óptimo Climático Medieval (OCM), favoreceu as grandes
viagens que originaram as descobertas.
Por oposição, os episódios frios foram considerados como
"períodos sombrios"
(dark ages),
como aquele que, depois de 1410, cortou as ligações com a
Gronelândia. Ou como aquele da Pequena Idade do Gelo, entre 1600 e 1850.
A Pequena Idade do Gelo atingiu um maior rigor cerca de 1708-1709. Este curto
período foi denominado por
Réaumur
(1683-1757) como "o ano
do grande Inverno".
Os glaciares alpinos expandiram-se na Pequena Idade do Gelo. Os camponeses de
Chamonix testemunharam essa expansão ao registarem, em 1789, as suas
reclamações pelos estragos causados nos prados invadidos pelo
gelo.
É, portanto, ridículo da parte dos media pretender que o calor
seja sinónimo de calamidade. Em particular, durante o Inverno, a
generalidade das pessoas pensa no Verão. Sonha com férias em
Espanha ou em Marrocos. Isto é, sonha com o Sol!
Desta maneira, é incompreensível como "a inverosímil
doçura" do mês de Dezembro de 2006, com uma factura
energética atenuada pela menor necessidade de aquecimento, foi
apresentada pelos media como uma catástrofe!
La Nouvelle Revue d'Histoire
Argumenta que o "avanço" do deserto do Sara para Sul
não se deve às razões habitualmente invocadas. Mas se vier
a verificar-se um aquecimento global sustentável não seria de
recear os acontecimentos em África como são as previstas
catástrofes aterradoras devidas à elevação das
temperaturas?
Marcel Leroux
A história do clima mostra-nos que, em África, os
períodos "quentes" foram, simultaneamente, chuvosos.
Particularmente, isso aconteceu na Idade Média permitindo a prosperidade
(entre 1200 e 1500) de grandes impérios saheliano-sudaneses.
O actual declínio das chuvas a sul do Sara é oposto a um
cenário de "aquecimento". Trata-se de uma flagrante
objecção ao diagnóstico feito pelo IPCC (Painel
Intergovernamental para as Alterações Climática).
Convém salientar que nos Trópicos as precipitações
acontecem maioritariamente nas estações quentes. Se viesse a
verificar-se um aquecimento, este traduzir-se-ia por uma melhoria da
pluviometria. Mas não é esse o caso actual.
O deslizamento actual para Sul da zona saheliana, donde da do Sara, é da
ordem de 200 km a 300 km. Este fenómeno que começou nos anos
1970, inscreve-se nos mesmos fenómenos do
DMG
(Dernier Maximum Glaciaire),
entre 18 mil e 15 mil anos antes dos nossos dias.
Durante o DMG o Sara deslocou-se 1000 km para Sul. Este deslocamento resultou,
não num contexto de aquecimento dos Pólos, mas, pelo
contrário, de uma situação de acentuado arrefecimento dos
Pólos [tal como sucede actualmente].
Este facto contradiz, mais uma vez, o infundado cenário de aquecimento
global do IPCC, sustentado pelos ambientalistas e pelos media.
La Nouvelle Revue d'Histoire
Qual é a base para o que qualifica como "mito do aquecimento
global" planetário?
Marcel Leroux
Em 1988, os Estados Unidos da América viviam dramaticamente num
período de uma seca acompanhada de ventos e poeiras. Esta
situação recordava os anos 1930 do
Dust-Bowl
. John Steinbeck ilustrou-a em
"As Vinhas da Ira"
.
Em Junho de 1988, James E. Hansen (cientista da NASA)
[*]
apresentou-se no Congresso dos EUA com uma curva das temperaturas
médias anuais de anos anteriores às quais acrescentou as
temperaturas médias determinadas para os cinco últimos meses.
O ardil de misturar temperaturas anuais com mensais fez escalar artificialmente
a curva das temperaturas médias anuais dos EUA. Este procedimento
desonesto disparou o "pânico climático" já
preparado desde longa data pelos movimentos ambientalistas. Foi assim que se
criou o IPCC.
A partir desta data, o número de pretensos climatologistas, a mais das
vezes auto-proclamados ou designados pelos governos, aumentou de uma maneira
vertiginosa. O clima tornou-se o assunto das organizações
ambientalistas, dos jornalistas ditos científicos, dos media e dos
políticos.
Ao mesmo tempo, tudo foi hipersimplificado pelos delegados designados pelos
governos e denominados "experts" (portanto, políticos ou
cientistas politizados). Os "experts" decidiram, como em Paris em
Fevereiro de 2007, a redacção do "Resumo para
Decisores"
(Summary for Policymakers).
[Ver
A politização da ciência
]
Durante as cimeiras do IPCC são orquestrados, com fortes
simplificações e regateios entre os tais "experts", e
até com mentiras descaradas, os "golpes" mediáticos
destinados a impressionar a opinião pública e dos decisores
políticos.
Deste modo, em 1995, foi introduzida, fora do debate científico, a
afirmação nunca demonstrada da "responsabilidade do Homem no
aquecimento global". Com estes procedimentos, fica-se cada vez mais longe
da climatologia!
Mas é desta maneira que os políticos e os media sobem a parada do
catastrofismo do aquecimento global
com a mesma garantia e o mesmo vigor
com que nos anos 1970 anunciavam a entrada numa "nova idade do gelo"!
La Nouvelle Revue d'Histoire
Avancemos, se não se importa, para o efeito de estufa. Devemos
acreditar nos "experts" e nos media quando afirmam que o CO2 é
o "único" factor das alterações
climáticas e de todos os fenómenos meteorológicos?
Marcel Leroux
O vapor de água contribui com 95 % para o efeito de estufa. O
dióxido de carbono, ou CO2, representa apenas 3,62 % desse efeito de
estufa, ou seja 26 vezes menos do que o vapor de água.
O vapor de água é quase 100% de origem natural, como a maior
parte dos outros gases existentes na atmosfera (CO2 ou CH4). O efeito de estufa
é pois essencialmente um fenómeno natural.
Apenas uma pequena proporção (efeito de estufa dito
antropogénico) pode ser atribuída às actividades humanas:
um valor global de 0,28 % do efeito de estufa total, do qual um valor parcial
de 0,12 % do CO2, isto é, uma proporção insignificante,
desprezável.
É insensato pretender que os teores actuais na atmosfera nunca tenham
sido tão elevados desde há
650 mil anos, segundo a
última efabulação. Tanto mais que os estudos
paleoclimáticos revelam não existir relação entre o
CO2 e a temperatura!
Em resumo, nenhuma relação causal, fisicamente fundamentada,
provada e quantificada, foi estabelecida entre a evolução da
temperatura (aumento, mas também diminuição) e a
variação do efeito de estufa pelo CO2.
A fortiori,
nunca foi demonstrada qualquer relação entre as actividades
humanas e o clima: o Homem não é de modo algum responsável
pelas alterações climáticas.
La Nouvelle Revue d'Histoire
Perdoe-nos esta questão brutal: a Terra aquece, sim ou não?
Marcel Leroux
A temperatura média dita "global" aumentou 0,74 ºC no
decurso do período 1906-2006 (IPCC, 2007). Mas, sobretudo, os dados de
observação mostram que houve regiões que aqueceram,
enquanto que outras arrefeceram.
Certas regiões arrefeceram como o Árctico ocidental e a
Gronelândia, enquanto que outras aqueceram como o Mar da Noruega e os
seus limites, da ordem ± 1 ºC à escala anual e da ordem de
± 2 ºC no Inverno, no decurso do período de 1954-2003. [Os
valores positivos referem-se às regiões que aqueceram e os
negativos às que arrefeceram.]
O espaço do Pacífico Norte conheceu uma evolução
comparável com um arrefecimento do lado da Sibéria Oriental,
particularmente no Inverno, e um forte aquecimento do Alasca e do Estreito de
Bering.
É pois absolutamente inexacto pretender que o planeta tenha aquecido. As
"alterações climáticas" não são
sinónimo de "aquecimento global" por que não existe
clima global.
Além disso, como acabo de vos dizer, a evolução do clima
não depende de qualquer maneira do CO2. O Homem não é em
qualquer caso responsável pelo clima, salvo no caso limite das cidades.
La Nouvelle Revue d'Histoire
Como responder àqueles que anunciam fortes ameaças para o
Árctico e para o Antárctico?
Marcel Leroux
Mistura-se tudo: clima, poluição, ecologia e ecologismo,
desenvolvimento sustentável, sensacionalismo mediático,
propaganda e factos reais, muitas vezes distorcidos, política e
interesses económicos (confessados e inconfessados).
Deste modo, as incoerências, as afirmações gratuitas, as
impossibilidades físicas e as mentiras descaradas são
múltiplas.
La Nouvelle Revue d'Histoire
Contudo, "a Gronelândia funde" e o Antárctico
desloca-se.
Marcel Leroux
É verdade que o gelo funde nas baixas camadas, à volta da
Gronelândia, que são atingidas pelo ar quente vindo do Sul. Mas,
em 1816 e 1817, por exemplo, podia-se atingir o Pólo andando pela costa
gronelandesa.
Em compensação, os satélites mostram que no pico a
Gronelândia arrefeceu e o manto de gelo tem crescido 6 cm por ano devido
às abundantes quedas de neve.
Quanto ao Antárctico, é particularmente estável e
beneficia mesmo de um ganho de massa glaciar na sua parte oriental. A
Península do Antárctico constitui uma excepção bem
conhecida dos climatologistas.
Devido à sua latitude e à proximidade dos Andes, as
depressões austrais conhecem aqui uma evolução
notável. São canalizadas vigorosamente para o Sul como um fluxo
ciclónico quente e húmido
[1]
.
Tais depressões atmosféricas são cada vez mais cavadas. As
trajectórias são cada vez mais meridionais. A temperatura do ar
que transportam é crescente
[2]
.
Tal como na vizinhança do Mar da Noruega (ou ainda na região do
Alasca Estreito de Bering), o aquecimento da Península do
Antárctico é comandado pela intensificação da
circulação de ar quente e húmido de origem tropical
dirigido para o Sul.
Contrariamente à falsa afirmação do IPCC de que é o
efeito de estufa que aquece a região da Península do
Antárctico, é o ar quente importado pelo Pólo em
troca do ar frio exportado a partir do centro do Antárctico que
é responsável por esta situação.
O ar quente é dirigido para o Pólo através de uma
intensificação da circulação do ar quente e
húmido que vem de longe. É de origem tropical. Quanto mais
intensa é a exportação de ar frio, mais intensa é a
importação de ar quente.
La Nouvelle Revue d'Histoire
Como é que explica então as alterações que se
observam na Europa?
Marcel Leroux
A fim de responder à vossa questão de modo a ser compreendido
pelos não-especialistas, diga-se que no espaço do Atlântico
Norte o Árctico ocidental arrefece e que os anticiclones que saem do
Pólo são mais potentes.
Nesse espaço, os retornos do ar ciclónico associado às
depressões transportam mais ar quente e húmido de origem
subtropical, mesmo tropical, para o Mar da Noruega e para lá deste.
Consequentemente, a temperatura sobe e as precipitações (de neve
em altitude, sobre a Gronelândia e na Escandinávia) aumentam.
Quando a pressão baixa as tempestades aumentam, com depressões
mais numerosas atingindo latitudes mais setentrionais
[3]
.
Como a Europa Ocidental está situada na trajectória dos retornos
ciclónicos do Sul, ela beneficia também do aquecimento, e mesmo
de um excesso de chuva.
É necessário verificar que no Atlântico a
aglutinação anticiclónica (AA), correntemente chamada
anticiclone dos Açores, é mais potente e mais estendida para o
Sul.
É devido à extensão para Sul da AA que o Sahel
atlântico, nomeadamente o arquipélago de Cabo Verde, sofre uma
seca mais pronunciada que no continente vizinho.
O Mediterrâneo que prolonga este espaço atlântico
está mais frio e, portanto, mais seco na sua bacia oriental (como na
Europa central), enquanto que a pressão atmosférica à
superfície é igualmente crescente.
Em particular, é esta alta pressão atmosférica, e
não o CO2, que é simultaneamente responsável, nas nossas
regiões, pelas longas sequências de falta de chuva (ou de neve nas
montanhas) e de calor, mesmo de canícula como a de Agosto de 2003.
Estas sequências de seca e de calor agravam-se quando a
situação anticiclónica permanece estável durante
muito tempo.
La Nouvelle Revue d'Histoire
Contudo, como se diz frequentemente, "os glaciares desaparecem
"
Marcel Leroux
Porque não se diz que eles estiveram ainda mais reduzidos, como
aconteceu nos Alpes, durante a Idade Média e que o comprimento da
língua glaciária hoje observável depende da sua
alimentação em neve anterior ao período actual?
É tanto mais verdade que, noutro exemplo hipermediatizado, à
altitude das neves do Kilimanjaro, próximo dos 6000 metros, não
foi a temperatura (inferior a 0 ºC) que variou mas sim, como em muitas
outras regiões, as condições de pluviosidade que se
modificaram
[4, 5]
.
La Nouvelle Revue d'Histoire
Diz-se igualmente que os ciclones são cada vez mais numerosos e cada
vez mais violentos.
Marcel Leroux
Os especialistas de meteorologia tropical não têm essa
percepção, mas eles não são escutados
Afirmam
mesmo que não se observa qualquer tendência para o aumento da
frequência e da potência dos ciclones tropicais.
No colóquio sobre ciclones tropicais realizado na Costa Rica, sob a
égide da Organização Meteorológica Mundial, em
Dezembro de 2006, concluiu-se mesmo que "nenhum ciclone pode ser
atribuído às alterações climáticas".
Chris Landsea, especialista incontestado de ciclones, preferiu demitir-se do
IPCC do que "participar num processo motivado por objectivos
preconceituosos e cientificamente não fundamentados".
Mas os estragos provocados pelos ciclones oferecem tão "belas
imagens" às revistas e aos telejornais
O exemplo do Katrina
foi explorado sem vergonha embora a rotura dos diques de Nova Orleães
tenha sido uma catástrofe já anunciada desde há longa
data
[Ver
Ainda a tragédia de Nova Orleães
]
La Nouvelle Revue d'Histoire
Entre várias catástrofes anunciadas, alguns media afirmam
também que o Gulf Stream vai parar
Marcel Leroux
Para que isso acontecesse seria necessário que o vento, motor das
correntes marítimas superficiais, deixasse de soprar, isto é, que
toda a circulação atmosférica, assim como a
oceânica, fosse bloqueada o que é naturalmente inverosímil!
Afirma-se também que "o nível do mar sobe"
mas
nenhuma curva prova essa afirmação, salvo para alguns
hipotéticos centímetros (12 cm em 140 anos) e ainda não
desapareceu submergido qualquer território.
As predições, sobretudo de carácter
"hollywoodesco", são temas que têm saído dos
modelos informáticos do clima cuja fiabilidade científica
é fortemente contestável.
Para cúmulo depreciativo dos modelos, são os próprios
matemáticos que julgam que "os modelos empregues são
sumários, grosseiros, empíricos e falaciosos" e que "as
conclusões que deles se tira são desprovidas de qualquer valor de
predição"
[6]
.
La Nouvelle Revue d'Histoire
Qual é o futuro da climatologia dentro do actual panorama politicamente
correcto do debate sobre o clima?
Marcel Leroux
Em vez de traçar cenários hipotéticos para 2100, a
climatologia, que se encontra num impasse conceptual desde há cinquenta
anos, deveria contribuir eficazmente para a especificação de
medidas de prevenção e adaptação ao clima futuro
próximo.
A alteração climática é o próprio
clima que evolui constantemente é bem real, mas é
antinómica do cenário "quente" que nos é
actualmente imposto, como prova a elevação contínua da
pressão atmosférica em numerosas regiões como acontece em
França.
Esta alteração do clima não é aquela prevista pelo
IPCC. Os teóricos e os modeladores preocupam-se pouco com a
observação dos fenómenos reais. São as
razões e os mecanismos desta alteração permanente que a
climatologia deve definir seriamente.
Ao mesmo tempo, as outras disciplinas que se misturam com a climatologia, mas
que para progredirem não têm necessidade do ilusório
espantalho climático, poderão dedicar-se eficazmente na luta
contra a poluição ou pelo desenvolvimento sustentável.
Notas
(1) Leroux, M. (2005) - Global Warming: Myth or Reality? The Erring Ways of
Climatology, Praxis-Springer, 509 pp.
(2) Pommier, A. (2005) - Analyse Objective de la Dynamique Aérologique
de Basses Couches dans l'Espace Atlantique Nord: Mécanisme et
Évolution de 1950 à 2000, Thèse Universitaire, LCRE, Lyon.
(3) Pommier, A. (2005) - Analyse Objective de la Dynamique Aérologique
de Basses Couches dans l'Espace Atlantique Nord: Mécanisme et
Évolution de 1950 à 2000, Thèse Universitaire, LCRE, Lyon.
(4) Leroux, M. (1996, 2001) La dynamique du temps et du climat,
Masson-Sciences, Dunod, 367 pp.
(5) Leroux, M. (1998) Dynamic analysis of weather and climate,
Wiley-Praxis series in Atmosph. Phys., 365 pp.
(6) Beauzamy, B. (2006)
Le réchauffement climatique: mystifications et falsifications
, Société de Calcul
Mathématique, SA, note adressé au Sécretariat
Général de la Defense Nationale, Fevereiro de 2006, 10 pp.
(*) James E. Hansen foi recentemente
preso
numa manifestação carbo-fóbica de desobediência civil. Hansen afasta-se cada
vez mais da ciência.
Ver também
Aquecimento global: uma impostura científica
, artigo do Prof. Marcel Leroux.
[*]
Marcel Leroux
, falecido em 2008, foi o mais eminente cientista da climatologia contemporanea.
A sua obra revolucionou esta ciência, estabelecendo-a em novas bases
teóricas coerentes com as observações empíricas proporcionadas
pelos satélites. A climatologia pode ser dividida em antes e depois de
Marcel Leroux.
[**] De
La Nouvelle Revue d'Histoire.
O original encontra-se em
NRH
nº 31 de Julho-Agosto de 2007. Tradução de
http://mitos-climaticos.blogspot.com/
.
Esta entrevista encontra-se em
http://resistir.info/
.
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