Mísseis de cruzeiro com urânio empobrecido sobre a Líbia
-Uma primeira avaliação sobre o impacto ambiental e a saúde
por Massimo Zucchetti
[*]
1. Introdução
As questões respeitantes ao urânio empobrecido
(depleted uranium, DU)
e à sua toxicidade transcenderam, nestes últimos anos, o
âmbito da ciência. O autor
[1]
trata da protecção radiológica desde há vinte anos
e do urânio empobrecido desde 1999. Após uma experiência de
publicação de documentos científicos em revistas
académicas, actas de colóquios internacionais e
conferências na Itália sobre DU, este artigo tenta estimar os
possíveis impactos ambientais e sobre a saúde da
utilização do urânio empobrecido na guerra da Líbia
(2011).
Informações sobre a sua utilização tem aparecido
nos media desde o princípio do conflito
[2]
. Em particular, foram utilizados mísseis Cruise desde os primeiros dias
e mostraremos aqui que há a forte suspeita de que estes mísseis
contenham Urânio Empobrecido tanto nos seus estabilizadores de voo como
nas asas, ou como peso potenciador de energia cinética. Na última
semana do conflito, aviões A-10 foram destacados e estes também
são conhecido por utilizarem balas DU.
O ICBUW (International Council for the Ban of Uranium Weapons) tem tratado a
fundo da questão
[3]
. Declarações da US Air Force de que os aviões A-10
não estão a utilizar balas DU serão adoptadas como
hipótese de partida, sendo entretanto muito suspeitas uma vez que em
todos os conflitos passados (Balcãs, Iraque, Afeganistão)
aviões A-10 utilizaram amplamente munição DU. Outras armas
suspeitas de também conterem DU, tais como os aviões AV-8B,
são apontadas aqui, mas não consideradas nos cálculos e
avaliações seguintes, os quais se centram amplamente nos
mísseis Cruise.
Devido às suas características físicas únicas,
particularmente a densidade que o torna um potenciador de massa extremamente
conveniente (cerca de 19 kg/l), mas também o custo baixo (o custo de
produção do DU é cerca de US$2 por kg) e a incomodidade de
tratá-lo como resíduo radioactivo, o DU encontrou o seu caminho
de utilização no campo militar.
Se for tratado adequadamente, a liga U-Ti (urânio-titânio) é
um material muito eficaz para a construção de penetradores de
energia cinética, balas de metal pesado que podem furar blindagens
quando disparadas contra as mesmas em alta velocidade.
O processo de penetração pulveriza a maior parte do urânio
que explode em fragmentos incandescentes (combustão violenta a quase
5000º C), quando atinge o ar do outro lado da blindagem perfurada,
aumentando o efeito destrutivo. Esta propriedade, chamada
"piroforicidade", é a característica, por exemplo, do
enxofre em fósforos. Assim, além da alta densidade do DU, a
piroforicidade também faz dele um material de grande interesse para
estas aplicações, em particular como arma incendiária
(API: Armour Piercing Incendiary).
Finalmente, na fase de impacto sobre o objectivo, a dureza relativa do DU (em
liga com o titânio) proporciona ao projéctil a capacidade de
auto-afiação: por outras palavras, o projecto não se
"achata" contra a blindagem a ser rompida, formando uma
"cabeça chata" como por exemplo um projéctil de
chumbo mas mantém o seu perfil afilado até a
fragmentação completa, sem portanto perder as propriedades de
penetração.
No campo de batalha, o DU certamente foi utilizado na Guerra do Golfo de 1991,
durante os bombardeamentos da NATO/ONU sobre a República Sérvia
da Bósnia em Setembro de 1995, contra a Jugoslávia na Primavera
de 1999; neste século, durante o ataque ao Afeganistão e a
seguir, mais uma vez, no Iraque em 2003.
A utilização de dispositivos com DU em guerras na Somália,
Bósnia central e Europa central e do Leste (especialmente grandes
áreas em torno de Sarajevo) na década de 1990, na Palestina e
campos de tiro da responsabilidade de forças militares da NATO, ainda
está incompletamente documentada.
[4]
Dentre as armas que utilizam DU, incluímos também o míssil
Tomahawk Cruise, cuja utilização durante a guerra balcânica
da Primavera de 1999, embora não reconhecida pela NATO foi confirmada
por descobertas no sítio e fontes da União Europeia.
[5]
Por outro lado, no Decálogo entregue a todos os soldados enviados para o
Kosovo em 1999, havia recomendações a serem seguidas ao pé
da letra declarando a presença de urânio empobrecido no
território e particularmente em mísseis Tomahawk Cruise. A
introdução diz o seguinte:
"Os veículos e materiais do exército sérvio no Kosovo
podem ser uma ameaça à saúde de soldados e civis que lhes
forem expostos. Os veículos e equipamento encontrados destruídos,
danificados ou abandonados devem ser inspeccionados e manuseados só por
pessoal qualificado. Os perigos decorrem do urânio empobrecidos
resultantes de danos provocados pela campanha de bombardeamento da NATO
relativos a veículos atingidos directa ou indirectamente. Além
disso, os colimadores contendo trítio e os instrumentos e indicadores
podem ser tratado com pintura radioactiva, perigosa para aqueles que tiveram
acesso aos meios de inspeccioná-los. "Aqui estão dicas sobre
como evitar a exposição ao urânio empobrecido.
Textualmente: "Evitar qualquer meio ou material suspeito de ter sido
atingido por munições contendo urânio empobrecido ou
mísseis Tomahawk Cruise. Não apanhar ou colectar
munições com DU encontradas no chão. Informe o seu
comandante imediatamente acerca da área que sente estar contaminada.
Demarque sempre a área como contaminada se encontrar material no
sítio. Se estiver numa área contaminada, pelo menos use uma
máscara e luvas. Garanta boa higiene pessoal. Lave frequentemente o
corpo e as roupas".
As avaliações da quantidade de DU utilizado em mísseis de
cruzeiro variam muito. Em particular, elas variam conforme as diferentes
fontes, incluindo valores em torno dos 3 kg mas podendo chegar a cerca de 400
kg. Na nota
[6]
há uma compilação de diferentes fontes disponíveis
a este respeito, muito importantes para a estimação do impacto
ambiental.
As previsíveis declarações oficiais de
negação da presença de urânio nestes mísseis
chocam-se com as publicações acima, bem como com fontes de origem
militar
[7]
.
Esta ampla variabilidade nos dados pode ser explicada facilmente. Alguns
mísseis Cruise têm a sua cabeça lastreada com urânio
empobrecido, outras não. Mesmo estas outras, contudo, ainda que
não tenham uma ogiva com urânio empobrecido, trazem-no nas asas
como estabilizador de voo.
Assim, podemos definir dois casos
CASO PIOR: Cruise com urânio na ogiva. Assuma 440 kg de DU.
CASO MELHOR: Cruise sem urânio na ogiva. Assuma 3 kg de DU nas asas.
2. Cálculo do impacto ambiental e seus efeitos na saúde
Na vasta literatura sobre urânio empobrecido vista pelo autor
[8]
, o problema já examinado foi o cálculo da
contaminação do urânio devido a mísseis de cruzeiro,
particularmente aqueles lançados na Bósnia em 1995. O estudo
também pode ser encontrado na Internet, bem como a revista
científica "Tribuna Biologica e Medica"
(Biological and Medical Forum).
[9]
,
[10]
.
Retornando aos modelos utilizados no artigo acima mencionado, pode-se deduzir
qual é o mecanismo de contaminação, no ponto de
exposição e de inalação, com um cálculo
destinado apenas a determinar se pelo menos num caso realista a
relevância das doses permite ou não esquecer o problema.
Consideremos o impacto de um míssil Tomahawk Cruise que contém 3
kg (melhor caso), ou 400 kg (pior caso) de DU.
O impacto produz uma nuvem de fragmentos de várias dimensões,
após violenta combustão a cerca de 5000º C. A poeira
é, como mencionado, composta de partículas dimensionadas na
amplitude [0,5 5] micron
[NT 1]
. A uma distância entre 500 e 1000 metros do impactos alguém pode
respirar nuvens com uma densidade suficiente de doses significativas,
consistentes de partículas tendo uma massa com cerca de 0,6 a cerca de 5
nanogramas
[NT 2]
. Foi feita uma estimativa utilizando o código GENII
[11]
para cálculos de dose e dispersão. Optámos por ignorar os
efeitos do fogo, considerando apenas a exposição à
inalação devida à simples libertação do
material, sem considerar alguns factores que poderiam provocar acréscimo
de exposição.
O grupo crítico, neste caso, é precisamente o das pessoas
recobertas pela nuvem de pó após a explosão.
Depois de o míssil atingir o alvo, o pó pode incendiar-se,
dispersar-se e ser oxidado no ambiente, conforme as estimativas que
serão apresentadas neste trabalho.
Cerca de 70% do DU contido no míssil, o qual se supõe atingir
sempre o alvo uma vez que é uma "arma inteligente", arde.
Destes 70%, cerca de 50% são óxidos solúveis.
Todas as constituintes da poeira de óxido de DU cabem na categoria da
pequena dimensão, ou seja, respiráveis, e do pó
ultra-fino. Em particular, o diâmetro das partículas neste caso
é mais fino do que o pó de urânio habitualmente encontrado
na preparação de combustível nuclear nessa industria.
Trata-se praticamente de pó incluído na amplitude [1-10] micron,
com uma proporção significativa de partículas com um
diâmetro inferior a um micron.
Quanto ao comportamento do pó de DU no corpo humano, a principal rota de
contaminação é a inalação. Tal como
mencionado, parte dos pós são solúveis e alguns são
insolúveis nos fluidos corporais.
Dadas as características dos óxidos de DU de origem militar,
deveria ser observado que elas têm diferentes comportamentos em
relação ao pó de urânio industrial. Pode-se,
contudo, assumir, de acordo com ICRP
[12]
, que cerca de 60% do pó inalado é depositado no sistema
respiratório, o restante sendo re-exalado.
Pode-se assumir que cerca de 25% das partículas com diâmetro em
torno de 1 micron são retidas nos pulmões por um longo
período, ao passo que o resto é depositado no aparelho de
respiração superior, passando então para o sistema
digestivo e sendo portanto eliminado, enquanto pequenas partes vão
acumular-se nos ossos.
Cerca de 25% das micro-partículas é mantida nos pulmões,
cerca da metade do material comporta-se como classe M conforme o ICRP, a qual
é vagarosamente solúvel em fluidos corporais, enquanto o resto
é insolúvel.
Este tipo de comportamento e exposição não foi estudado em
qualquer situação anterior de exposição a emissores
alfa nos pulmões, descoberta em aplicações civis. O
caminho da exposição é muito diferente daquelas sob as
quais doses equivalentes de radiação lesiva foram derivadas.
Portanto não é inteiramente correcto embora seja um ponto
de referência de partida utilizar aqui as avaliações
de risco do ICRP, as quais foram derivadas dos dados de pó radioactivo e
da exposição de mineiros em minas de urânio, nem tão
pouco é correcto utilizar as correlações derivadas dos
estudos epidemiológicos sobre a população altamente
irradiada de Hiroshima e Nagasaki. Os padrões de protecção
à radiação do ICRP são baseados nestas
experiências e portanto podem subestimar o risco neste caso.
Prosseguindo para um outro tipo da toxicidade que se pode encontrar na
radiação ionizante, também é plausível que:
- Dada a componente de pó fino e ultra-fino do DU de origem militar,
- Dada a bem conhecida toxicidade química do urânio,
a contaminação ambiental de pós oxidados de DU de origem
militar têm tanto toxicidade química como radiológica: ela
deve ser avaliada pelo efeito sinérgico destes dois componentes.
Por outras palavras, a radioactividade e a toxicidade química do DU
poderiam actuar em conjunto para criar um efeito "cocktail" o qual,
mais uma vez, aumenta o risco.
Devemos também enfatizar o facto de que o clima árido da
Líbia favorece a dispersão no ar das partículas de
urânio empobrecido, as quais podem ser inaladas por civis durante anos
após a explosão. Não se trata de caso, por exemplo, nos
Balcãs. O principal mecanismo de exposição a longo prazo
refere-se à re-suspensão de pó e consequente
inalação.
A metodologia e suposições deste modelo já foram
publicadas em outros trabalhos referidos pelo autor
[13]
. Mencionaremos aqui apenas os refinamentos e alterações a
respeito do modelo aplicado e já publicado, e em particular:
- O cálculo da dose ao longo de 70 anos e não mais de 50 anos,
como recomendado pelo ICRP.
- Os dados disponíveis são utilizados para aproximar a
distribuição da população em torno dos pontos de
impacto, os quais também consideram a utilização das
principais armas DU em áreas relativamente populosas da Líbia.
Os resultados do modelo podem ser resumidos como se segue:
- CEDE (collective effective dose equivalent): 370 mSvp e, 70 anos, para 1 kg
de DU oxidado e libertado para o ambiente.
- CEDE máximo anual no primeiro ano (76 mSvp), seguido pelo segundo ano
(47 mSvp) e terceiro (33 mSvp).
- Toda rota de exposição é através da
inalação do pó. O órgão alvo é o
pulmão (97,5% de contribuição para CEDE).
- Dentre os nuclídeos mais responsáveis, 83% do CEDE é
constituído por U238 e 14% por U234.
Quanto à quantidade total de DU oxidado no ambiente, começamos a
partir dos dados para esta avaliação encontrados na imprensa
internacional: no primeiro dia de guerra, cerca de 112 mísseis Cruise
atingiram o solo líbio [14]. Quantos mísseis serão
disparados até o fim da guerra? Isso não se sabe, entretanto
faremos uma avaliação considerando o disparo de 1000
mísseis. Em qualquer caso os valores são linearmente
variáveis com a quantidade real de mísseis disparados, numa
simples proporção.
Dada a extensão das operações militares, a ampla variedade
de armas suspeitas de conterem DU, consideraremos que esta
declaração estará do lado serguro.
Se todos os mísseis fossem "sem" DU, ainda assim haveria uma
quantidade de:
1000 * 3 = 3000 kg = 3 toneladas de DU (melhor caso)
Se todos os mísseis estiverem a utilizar DU temos uma quantidade que
sobe para;
400.000 kg = 400 toneladas de DU.
Comparem-se estes dados com as 10-15 toneladas de DU disparados no Kosovo em
1999 para avaliar a sua gravidade.
Assuma-se que cerca de 70% do DU incendeia-se e é liberdade para o
ambiente, chegando-se então a estimativas da quantidade de óxidos
de DU dispersos de cerca de 2,1 toneladas (melhor caso) e 280 toneladas (pior
caso).
Isto portanto permite estimar uma CEDE (dose colectiva) para toda a
população de:
· Melhor caso: 370 mSvp / kg * 2100 kg = 780 Svp
· Pior caso: 370 mSvp / kg * 280,000 kg = 104,000 Svp
Declaramos mais uma vez que isto não é inteiramente correcto
embora seja um ponto de partida de referência para
extrapolar as avaliações de risco a este tipo de poeira
micro-radioactiva a partir dos padrões de protecção
radioactiva do ICRP, os quais são aqueles adoptados pelo código
GEN II.
Contudo, se aplicarmos aqui o coeficiente de 6% Sv-1 para o risco de cancro,
obtemos:
· Melhor caso: cerca de 50 casos de cancro, a serem verificados em
70 anos.
· Pior caso: cerca de 6200 casos de cancro, a serem verificados em
70 anos.
3. Conclusões
Os riscos da exposição a urânio empobrecido da
população da Líbia devido à
utilização deste material na Guerra de 2011 foram avaliados com
uma abordagem tão ampla quanto possível, tentando levar em conta
alguns resultados recentes de estudos no campo.
Este tipo de exposição não foi estudado em qualquer
situação anterior de exposição a emissores alfa
dentro dos pulmões, encontrada em aplicações civis.
Contudo, a avaliação efectuada das doses e os riscos consequentes
para ambas as situações (Cruise com ou sem urânio)
permitem-nos extrair algumas conclusões:
No primeiro caso (o melhor), o número esperado de cancros é muito
pequeno e absolutamente não relevante do ponto de vista
estatístico. Esta dificuldade estatística como é
óbvio destacar nada tem a ver com a aceitação desta
prática, sua aceitação moral, ou ainda menos com
alegações de um impacto menor ou mesmo da segurança desta
prática.
No segundo caso (o pior), contudo, somos confrontados com um número de
tumores da ordem dos milhares. Tal quantidade poderia ser facilmente detectada
em estudos epidemiológicos e um tal número de baixas é,
não há dúvida, bastante preocupante.
Deveria ser útil, portanto, que os exércitos que estão a
bombardear a Líbia clarifiquem com provas, e não simples
afirmações de conveniência, a presença ou
ausência, e em que quantidades, de urânio nos seus mísseis e
em outras armas.
No passado, houve negações "oficiais" da
presença do urânio em mísseis Cruise, mas elas provinham da
área militar: o autor vê, pelo menos, com alguma cautela a sua
aceitação superficial.
Com base em dados disponíveis, estimativas sobre a tendência de
casos de cancro na Líbia dos próximos anos em resultado desta
prática são absolutamente injustificados e constituem uma
preocupação. A discussão acerca do impacto relativo de
cada uma das substâncias carcinogénicas utilizadas numa guerra
(química, radioactiva, etc) parece num certo nível
de pouca significância. Além disso, o autor coloca isto como uma
reflexão final, tal discussão mostra pouco respeito pelo facto de
que as baixas civis na Líbia que serão provocadas por este ataque
excederão de longe qualquer montante que possa ser definido como
"um preço razoável a pagar".
Finalmente, é importante coleccionar dados e investigações
e há muitas no campo dos efeitos das "novas
guerras" sobre a população e o ambiente. Devemos mostrar
como armas modernas, de modo algum cirúrgicas e inteligentes, produzem
danos inaceitáveis para a população que foi sujeita
às guerras "humanitárias" a partir de 1991.
NOTAS
Este documento foi publicado originalmente em italiano em muitas
publicações on line e sítios web, dentre os quais:
it.peacereporter.net/...
http://www.linkiesta.it/libia-l-uranio-impoverito-fara-piu-danni-dei-raid-aerei
Um vídeo em italiano do autor a denunciar publicamente o facto, em Roma,
a 2 de Abril, está disponível aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=tyWUurkPjk8
e uma entrevista à rádio italiana RAI3 em 31 de Março de
2011:
www.radio3.rai.it/...
Alguns comentários nos principais jornais italianos:
espresso.repubblica.it/dettaglio/libia-si-spara-uranio-impoverito/2147840
www.ilmanifesto.it/...
e na TV italiana Rainews24:
http://www.rainews24.rai.it/it/canale-tv.php?id=22708
A seguir o documento foi traduzido para o francês por Marie-Ange Patrizio
e publicado aqui:
http://www.mondialisation.ca/index.php?context=va&aid=24015
O autor denunciou o facto à Radio Algerie em 30 de Março:
http://www.radioalgerie.dz/ar/
Recentemente, a versão francesa foi traduzida para castelhano e
publicada em cerca de 100 sítios na América Latina e na Europa,
dentre os quais:
www.cubadebate.cu/...
http://www.voltairenet.org/article169174.html
[1] Professor de "Instalações de Energia Nuclear" no
Politecnico di Torino, Itália. Cátedra de "Segurança
e análise de risco" e "Protecção
radiológica".
zucchetti@polito.it
[2]
contropiano.dyndns.org/...
/it.peacereporter.net/...
http://www.linkiesta.it/libia-l-uranio-impoverito-fara-piu-danni-dei-raid-aerei
[3] A porta-voz da Força Aérea afirma que os A-10s não
estavam carregados com munição DU, mas não descarta a sua
utilização futura no conflito. 04/Abril/2011. Uma porta-voz da
Força Aérea disse a um jornalista escocês que, em 2 de
Abril, A-10s a combaterem na Líbia não têm estado a
disparar munição DU. Contudo, ela recusou-se a dar quaisquer
garantais acerca da utilização futura de DU, declarando que
não queria "especular sobre o que pode ou não pode ser
utilizado no futuro". A ICBUW apela aos EUA para que dêem uma
garantia categórica, semelhante àquela dada pelo
primeiro-ministro britânico David Cameron, de que armas contendo DU
não têm lugar neste conflito. Uma declaração clara,
abrangendo tanto os aviões A-10 como os AV-8B deveria ser emitida na
primeira oportunidade. Se os EUA tomaram uma decisão estratégica
de não equipar aviões estado-unidenses com munição
DU neste conflito, isso é um passo progressivo. Contudo, na
ausência de uma declaração pública de que tal
decisão foi tomada, permanecem preocupações de que a porta
tenha sido deixada aberta para a utilização futura de DU na
Líbia. A ICBUW apela aos EUA para darem passos de um modo claro e
transparente para garantir ao mundo que nenhum avião estado-unidense
irá para o ar equipado com munição DU, e que os pilotos
não serão autorizados a dispará-lo. Qualquer
munição DU actualmente no teatro de guerra deveria ser separada e
deixada sem utilização. Como a ICBUW mantém há
muito, o DU não tem lugar em munições convencionais. A
posição actual dos EUA afirma: se aviões estado-unidenses
têm sido capazes de utilizar alternativas, não há
razão porque alternativas não devessem ser encontradas para todas
as munições contendo DU. Apelamos a todos os estados que
actualmente as utilizam a removerem estas armas dos seus arsenais. Um passo
urgente para proteger civis em áreas onde armas com DU já foram
utilizadas é, para estados utilizadores, partilhar os dados alvejados
com as autoridades dos estados afectado uma medida apoiada por 148
estados na Assembleia Geral da ONU em Dezembro último, e contrariada por
apenas quatro, incluindo os EUA, França e Reino Unido.
Mais:
http://www.bandepleteduranium.org/en/a/402.html
[4] Zajic V.S., 1999. Review of radioactivity, military use and health effects
of DU: http://members.tripod.com/vzajic; Liolos Th. E.(1999) , Assessing the
risk from the Depleted Uranium Weapons used in Operation Allied Forces, Science
and Global Security, Volume 8:2, pp.162 (1999); Bukowski, G., Lopez, D.A. and
McGehee, F.M., (1993) "Uranium Battlefields Home and Abroad: Depleted
Uranium Use by the U.S. Department of Defense" March 1993, pp.166,
published by Citizen Alert and Rural Alliance for Military Accountability.
[5] Carta de Satu Hassi, ministro do Ambiente da Finlândia, a todos os
ministros do Ambiente na Europa, declarando que a maioria dos 1500
mísseis disparados na Sérvia em 1995 tinha urânio
empobrecido, cerca de 3 kg cada um.
http://www.frontlineonnet.com/fl1803/18030580.htm
[6] Diferentes declarações acerca da presença de DU em
mísseis Cruise Tomahawk:
http://www.eoslifework.co.uk/pdfs/DU2102A3b.pdf
http://www.nadir.org/nadir/initiativ/mrta/ipan22.htm
http://web.peacelink.it/tematiche/disarmo/u238/documenti/uranio_impoverito.html
http://www.bandepleteduranium.org/en/a/60.html
http://www.mail-archive.com/news@antic.org/msg01570.html
www.atlanticfreepress.com/...
http://vzajic.tripod.com/3rdchapter.html
http://www.prorev.com/du.htm
http://www.envirosagainstwar.org/know/read.php?itemid=1712
http://cseserv.engr.scu.edu/StudentWebPages/IPesic/ResearchPaper.htm
worldpol.wordpress.com/...
Zajic, Vladimir S. "Review of Radioactivity, Military Use, and Health
Effects of Depleted Uranium" [1 August, 1999]. 2/27/2002.
http://vzajic.tripod.com
[7] Enquanto a US Navy afirma que substituiu o projéctil MK149-2 Phalanx
com um penetrador DU pelo projectil MK149-4 Phalanx com um penetrador de
tungsténio (com o projéctil DU permanecendo no stock), novos
tipos de munição DU estão a ser desenvolvidos para outros
sistemas de armas, tais como os projécteis M919 para veículos de
combate Bradley. O urânio empobrecido também é colocado nas
extremidades dos mísseis de cruzeiros Tomahawh para ataque em terra
(TLAM) durante testes de voo para proporcionar peso e estabilidade. O
míssil TLAM tem um alcance de 680 milhas marítimas (1260 km) e
é capaz de transportar uma ogiva convencional de 1000 libras (454 kg).
As ogivas mais antigas eram envolvidas em aço. A fim de aumentar o
alcance para 1000 milhas marítimas (1850 km), os mísseis de
cruzeiro Tomahawk transportam uma ogiva mais leve de 700 libras (318 kg), a
WDU-36, desenvolvida em 1993, a qual é encapsulada em titânio com
uma extremidade de urânio empobrecido.
[8] M.Zucchetti, 'Measurements of Radioactive Contamination in Kosovo
Battlefields due to the use of Depleted Uranium Weapons By Nato Forces'', Proc.
20th Conf. of the Nuclear Societies in Israel, Dead Sea (Israel), dec. 1999,
p.282.
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http://registri.istge.it/italiano/eventi/poster%20n°26.htm
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[10] Cristaldi M. et al., Conseguenze ambientali ed effetti patogeni dell'uso
di Uranio Impoverito nei dispositivi bellici. Tribuna Biologica e Medica, 9
(1-2), Gennaio-Giugno 2001: 29-41.
[11] É um código de dispersão e doseamento, desenvolvido
nos EUA utilizado à escala mundial: B.A.Napier et al. (1990), GENII -
The Hanford Environmental Radiation Dosimetry Software System, PNL-6584,
Pacific Northwest Laboratories (USA)..
[12] ICRP, 1995. Age-dependent Doses to Members of the Public from Intake of
Radionuclides: Part 3 - Ingestion Dose Coefficients. Publication 69 Annals of
the ICRP. 25 (no 1).
[13] M.Zucchetti, 'Caratterizzazione dell'Uranio impoverito e
pericolosità per inalazione', Giano, n.36 (sett-dic. 2000), pp. 33-44;
R.Chiarelli, M.Zucchetti, 'Applicazione di modelli e codici di dose alla
popolazione alla dispersione ambientale di Uranio impoverito', Convegno 'La
Prevenzione Primaria dei Tumori di Origine Professionale ed Ambientale',
Genova, Nov.2004.
http://registri.istge.it/italiano/eventi/poster%20n°26.htm
[14]
abcnews.go.com/...
[NT1] 1 micron = um milésimo de milímetro
[NT2] 1
nanograma
(ng) = 0,000000001g
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© Copyright Massimo Zucchetti, Global Research, 2011
Ver também:
Urânio empobrecido: Bombas sujas, mísseis sujos e balas sujas
, Leuren Moret
Urânio empobrecido, arma de extermínio da humanidade
, Leuren Moret
Guerra do Iraque: Urânio empobrecido contamina a Europa
, Leuren Moret
As armas utilizadas e os alvos atingidos pelos bombardeamentos israelenses
, Leuren Moret
Uma questão de integridade
, Doug Rokke
Urânio empobrecido: Um crime de guerra dentro de uma guerra criminosa
, William Bowles
Afeganistão: O pesadelo nuclear principia
, Davey Garland
O urânio empobrecido retorna aos EUA
, Eli
Os bárbaros e os civilizados
, Chandra Muzaffar
Forças israelenses utilizam armas mortais novas e desconhecidas – de 'energia directa', agentes químicos e/ou biológicos – num ensaio macabro da guerra futura
, Paola Manduca
Gaza, campo de extermínio lento
, Thabet El Masri
DU, o horror que o imperialismo espalha por todo o planeta
, David Randall
Belicistas do mundo, uni-vos
, John Pilger
Um absurdo na Grã-Bretanha: persuadir as pessoas de que podem escolher uma política
, John Pilger
O terrorismo americano no Iraque
, John Pilger
O urânio e a guerra
, John Williams
Queixa-crime contra o general Franks
, Jan Fermon e Nuri Albala
Mistificações de Bush acerca do Iraque
, Internacional ANSWER Coalition
Faluja: Anatomia de uma atrocidade
, David Rothscum
Intervenção no I Fórum Social Português
, Rui Namorado Rosa
A situação das mulheres e das crianças no Iraque ocupado
, Haifa Zangana
[*]
Professor de "Instalações de Energia Nuclear" no
Politecnico di Torino, Itália. Cátedra de "Segurança
e análise de risco" e "Protecção
radiológica".
zucchetti@polito.it
O original encontra-se em
www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=24212
Tradução feita a partir da versão em inglês.
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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