O urânio empobrecido retorna aos EUA

Desde o princípio deste blog tenho estado a escrever acerca dos males do urânio empobrecido (depleted uranium, DU). Iraquianos e americanos (e outros nos demais lugares do mundo onde o DU tem sido utilizado) sofreram os resultados.

A notícia de hoje conduz a estória um passo mais adiante, tanto qualitativa como quantitativamente.

"Segunda-feira passada o boletim Preventive Psychiatry denunciou que a razão porque os secretário dos Assuntos de Veteranos, Anthony Principi, demitiu-se no princípio deste mês foi o escândalo crescente que cerca a utilização de munições de urânio na Guerra do Iraque.

Escrevendo no número 169 da Preventive Psychiatry E-Newsletter, Arthur N. Bernklau, director executivo da Veterans for Constitutional Law in New York, declarou: "A razão real para o afastamento do sr. Principi nunca foi realmente apresentada. Contudo, um relatório especial publicado pela eminente cientista Leuren Moret designando o urânio empobrecido como a causa definitiva da "Síndrome da Guerra do Golfo" tem alimentado um escândalo crescente acerca da utilização continuada de munições de urânio pelo militares americanos".

Bernklau continua: "Esta doença (provocada pelas munições de urânio), de que milhares dos nossos militares tem sofrido e morrido, foi finalmente identificada como a causa da doença, eliminando as suposições. A terrível verdade está agora a ser revelada".

E acrescenta: "Dos 580.400 soldados que serviram na Primeira Guerra do Golfo (GW1), 11.000 agora estão mortos! No ano 2000 havia 325.000 com Incapacidade Médica Permanente. Este número espantoso de "Veteranos Incapacitados" significa que, uma década depois, 56% daqueles soldados que prestaram serviço militar têm alguma forma de problemas médicos permanente! A taxa de incapacidade para as guerras do último século era de 5 por cento; foi mais elevada, 10 por cento, no Vietnam.

"O secretário dos Assuntos de Veteranos, Principi, estava consciente deste facto já em 2000", escreveu Bernklau. "Ele, e a administração Bush, têm estado a esconder estes factos, mas agora, graças ao relatório Moret, isto tornou-se demasiado grande para esconder ou para encobrir!"

E, como discuti anteriormente, isto é não só um problema de saúde como também parte de um infindável custo da guerra. Repetindo algo da mensagem acabada de postar:

"Se bem que o custo exacto de compensar aqueles feridos em combate no Iraque seja incerto, o Department of Veterans Affairs já expera pagar US$600 mil milhões ao longo das próximas três décadas em pagamentos de incapacidades a veteranos das guerras anteriores".

Vamos repetir — aqueles US$600 mil milhões não incluem aqueles que estão a servir no Iraque. Acrescente àquilo o custo de pagamentos vitalícios por cuidados de saúde a centenas de milhares de soldados que no Iraque foram expostos ao DU (no topo da lista de todos os outros problemas médicos resultantes da guerra) e, como disse correctamente Everett Dirksen, "Dentro em breve você estará a falar acerca de dinheiro real". E estará definitivamente a falar de vidas reais. E mortes reais.