Crise sistémica global
Do "golpe de Estado da Eurozona" ao isolamento trágico do
Reino Unido
- O deslocamento geopolítico mundial acelera o seu ritmo
por GEAB
Tal como antecipado pelo LEAP/2020 no GEAB
Nº 40
(Dezembro/2009) e
Nº 42
(Fevereiro/2010), a Primavera de 2010 marca evidentemente um ponto de
inflexão na crise sistémica global, caracterizada pelo seu
agravamento brutal devido à amplitude insustentável dos
défices públicos (ver GEAB
Nº 39
, Novembro/2009) e à
inexistência da tão anunciada retomada (ver GEAB
Nº 37
, Setembro/2009). As dramáticas consequências sociais e
políticas destas evoluções reflectem igualmente bem o
princípio do processo de deslocamento geopolítico mundial, como
antecipado no GEAB
Nº 32
(Fevereiro/2009). Entretanto, as recentes
decisões tomadas pelos dirigentes da zona Euro confirmam as
antecipações do LEAP/E2020, inversas do discurso dominante destes
últimos meses, acerca do facto de que não só o Euro
não "explodiria" por causa do problema grego como, ao
contrário, a zona Euro sairia reforçada desta etapa da crise
[1]
. Pode-se mesmo estimar que desde a decisão da zona Euro, espécie
de "golpe de Estado da Eurozona" apoiado pela Suécia e pela
Polónia, de criar este vasto dispositivo de protecção dos
interesses de 26 Estados membros da UE
[2]
, os dados geopolíticos na Europa mudaram radicalmente. Como ela vai ao
encontro dos preconceitos que moldam a sua visão do mundo, serão
precisos certamente alguns meses para a maior parte dos media e dos operadores
perceberem que, por trás da aparência de uma decisão
orçamental-financeira puramente financeira, se trata de uma ruptura
geopolítica com impacto mundial.
Golpe de Estado da Eurozona em Bruxelas: Os Estados fundadores da UE retomam o
controle
Analisamos portanto em pormenor neste GEAB Nº 45 as numerosas
consequências para os europeus e para o mundo disto que pode ser chamado
o "golpe de Estado" da Eurozona no seio da UE: face ao agravamento da
crise, os 16 tomaram o controle das alavancas da UE, construindo novas
ferramentas que já não deixam outra opção aos
demais membros senão seguirem ou isolarem-se perigosamente. Dez dos onze
outros Estados membros decidiram seguir, à imagem dos dois mais
importantes dentre eles, a Suécia e a Polónia que optaram por
participar activamente no dispositivo montado pela Eurozona (os outros oito
estão actualmente quer em vias de negociar a sua entrada na zona Euro,
como a Estónia desde 2011
[3]
quer assistidos directamente pela zona Euro como a Letónia, Hungria, a
Roménia, ...). Trata-se de uma (r)evolução que a nossa
equipe havia antecipado correctamente desde há mais de três anos.
Recentemente havíamos mesmo precisado que era preciso esperar uma
evolução rápida da posição da zona Euro uma
vez ultrapassadas as eleições regionais alemãs e a
eleição legislativa britânica. Entretanto, não
havíamos imaginado que ela seria feita em algumas horas, nem com uma tal
audácia quantitativa (seu montante é de 750 mil
milhões, ou seja, US$1000 mil milhões) e qualitativa (tomada de
controle da UE pela Eurozona
[4]
e salto em frente em termos de integração económica e
financeira).
O facto é que, sem o saber e sem ter sido pedida a sua opinião,
cerca de 440 milhões de europeus acabam de entrar num novo país,
a Eurolândia, em que alguns já partilham a moeda e em que todos
doravante partilham o endividamento e os meios comuns de ultrapassar os
problemas importantes que o mesmo coloca no contexto da crise sistémica
global. As escolhas orçamentais e financeiras efectuadas aquando da
Cimeira do fim de semana de 8 de Maio em termos de resposta à crise do
endividamento público europeu podem ser diferentemente apreciadas como a
análise que se faça da crise e das suas causas. E o LEAP/E2020
desenvolve as suas próprias análises neste GEAB Nº 45. Mas
já não é discutível que uma ruptura radical da
governação da Europa acaba de ter lugar: uma
governação colectiva continental acaba de emergir brutalmente,
ironicamente há exactamente 65 anos após o fim da Segunda Guerra
Mundial, celebrada com grande pompa em Moscovo no mesmo dia
[5]
e no momento da celebração da festa da criação da
Comunidade Europeia do Carvão e do Aço
, a ancestral comum da UE e
da Eurolândia. Esta simultaneidade não é uma
coincidência
[6]
e marca uma etapa importante no deslocamento
geopolítico mundial e na reconstituição de novos
equilíbrios globais. Sob a pressão dos acontecimentos
desencadeados pela crise, a Europa decidiu assim efectuar a sua
independência em relação ao mundo anglo-saxão ainda
expresso em termos de mercados financeiros. Este 750 mil milhões e
esta nova governação europeia (dos 26) constituem o
estabelecimento de uma defesa contra as próximas tempestades geradas
pelo endividamento insuportável do Ocidente e que vão afectar o
Reino Unido e depois os Estados Unidos (cf GEAB
Nº 44
), criando desordens
de que a "crise grega" não terá dado senão um
fraco esboço.
O FME privará a prazo o FMI de 50% da sua contribuição
principal, a dos europeus
Em relação a isso, o LEAP/E1010 deseja recordar uma verdade que a
maior parte dos media ignoram há várias semanas: ao
contrário do discurso dominante, o FMI é em primeiro lugar e
acima de tudo do dinheiro europeu. Com efeito, um dólar em cada
três do FMI é contribuição europeia, contra apenas
um em cada seis para os EUA (a sua parte foi dividida pela metade em 50 anos).
E uma das consequências das decisões europeias destes
últimos dias é que isso não será mais o caso muito
mais tempo. A nossa equipe está convencida de que daqui a três
anos no máximo, quando chegar o momento de perenisar em Fundo
Monetário Europeu os fundos de intervenção criados dias 8
e 9 de Maio de 2010, a UE reduzirá outro tanto a sua
contribuição ao FMI. Pode-se estimar desde já que esta
redução da contribuição europeia (fora do Reino
Unido) será pelo menos de 50%: isto permitirá ao FMI tornar-se
mais global reequilibrando automaticamente as partes dos BRIC e obrigando de
passagem os EUA a abandonarem o seu direito de veto
[7]
; mas isto
contribuirá igualmente para marginalizá-lo fortemente uma vez que
a Ásia já criou o seu próprio fundo de
intervenção de urgência. É um exemplo que ilustra
quanto as decisões europeias do princípio de Maio de 2010
são prenhes de mudanças geopolíticas de envergadura
à escala de todos os próximos anos. É igualmente pouco
provável que a maior parte dos decisores implicados no "golpe de
Estado da Eurozona" tenham compreendido bem as implicações
das suas decisões. Mas nunca ninguém disse que a História
era escrita principalmente por pessoas que compreendiam o que faziam.
O Reino Unido: doravante isolado face a uma crise histórica
Uma das causas e simultaneamente das consequências desta
evolução é a completa marginalização do
Reino Unido. O seu enfraquecimento acelerado desde o princípio da crise,
juntamente com o do seu padrinho americano, criou a possibilidade de uma
retomada total e sem concessões da evolução do projecto
europeu pelos continentais. E esta perda de influência reforça por
sua vez a marginalização da Grã-Bretanha uma vez que as
elites britânicas estão aprisionadas na negação da
realidade e fizeram com que o seu povo igualmente dela partilhasse. Nenhum dos
partidos britânicos, nem mesmo neste momento dos liberais-democratas,
ainda que mais lúcidos que as outras forças políticas do
reino, pode encarar o recuo em relação a décadas de
discursos a acusar a Europa de todos os males e a denegrir o Euro. Com efeito,
mesmo se os seus dirigentes se dessem conta da loucura de uma estratégia
consistente em isolar cada vez mais a Grã-Bretanha no próprio
momento em que a crise mundial passa à velocidade superior, eles
confrontam-se com este euro-cepticismo público que alimentaram no
decorrer dos anos passados. A ironia da História esteve bem presente
neste fim de semana histórico de 8-9 de Maio de 2010: ao recusar-se a
aderir às medidas defensiva e protectoras comuns da Eurozona, as elites
britânicas recusaram de facto agarrar a última bóia de
salvação que passava ao seu alcance
[8]
. O continente europeu vai agora contentar-se em olhá-los tentar
encontrar os 200 mil milhões de que o seu país tem
necessidade para equilibrar o orçamento deste ano
[9]
. E se os dirigentes londrinos pensam que os especuladores da City terão
estados de alma para romper a Libre esterlina e vender as barras de ouro,
é que não compreenderam a própria essência da
globalização financeira
[10]
, nem examinaram as nacionalidades destes mesmos operadores
[11]
. Entre a Wall Street que está pronta a tudo para atrair os capitais
mundiais (basta perguntar à praça suíça o que ela
pensa da guerra a que se entregam as praças financeiras mundiais),
Washington que se desunha para aspirar toda a poupança mundial
disponível e um continente europeu que doravante está colocado
sob a protecção de uma moeda e de um endividamento em comum, os
jogos já estão feitos. Ainda estamos no início do drama,
pois os principais actores ingleses ainda não compreenderam a armadilha
na qual se encerraram; daqui a algumas semanas, passaremos à
tragédia britânica pois, no Verão, todo o Reino Unido
terá identificado a armadilha histórica na qual o país
caiu por si só.
Assim, no momento em que a Eurolândia emerge em Bruxelas, o Reino Unido
debate-se com um Parlamento indeciso, obrigando-o a passar por um governo de
coligação que não experimentava desde 1945 e que o
conduzirá a novas eleições daqui até o fim de 2010.
Os britânicos e seus líderes perturbados terão de
"pensar o impensável"
Seja o que for que digam os protagonistas da coligação que se
instala à frente do Reino Unido, o LEP/E2020 considera com efeito muito
improvável que esta aliança possa durar mais de alguns meses. A
estrutura muito díspar dos dois partidos em causa (tanto os
conservadores como os liberais estão muito divididos sobre numerosos
assuntos), conjugada com decisões impopulares, conduz este par
directamente para crises internas em cada um e portanto a uma queda de governo.
Os conservadores vão igualmente jogar esta carta pois, ao
contrário dos liberais-democratas, têm os meios financeiros para
"pagarem" uma nova campanha eleitoral daqui até o fim de 2010
[12]
. Mas o escolho subjacente mais perigoso é de ordem intelectual: para
evitar a tragédia que se anuncia, o Reino Unido vai ter de "pensar
o impensável", reconsiderar as suas convicções
profundas sobre a sua identidade insular, a sua "natureza"
transatlântica, a sua relação com um continente doravante
em vida de integração completa, ele que desde há
séculos pensa o continente em termos de divisão. Contudo, a
problemática é simples: se o Reino Unidos sempre considerou que o
seu poderio dependia da divisão do continente europeu, então com
toda a lógica, tendo em vista os acontecimentos em curso, doravante deve
reconhecer que se encaminha para a impotência ... e retirar a
conclusão de que também deve efectuar um "salto
quântico". Se Nick Clegg parece intelectualmente equipado para dar
este salto, por enquanto nem os conservadores de David Cameron nem as elites
britânicas no seu conjunto parecem maduras. Neste caso, a
Grã-Bretanha deverá, tristemente, passar ao capítulo da
"tragédia"
[13]
.
Em qualquer caso, este fim-de-semana de 8-9 de Maio de 2010 na Europa mergulha
muitas das suas raízes directamente na Segunda Guerra Mundial e nas suas
consequências
[14]
. Esta é igualmente uma das características da crise
sistémica global tal como anunciado pelo LEAP/E2020 em Fevereiro de 2006
no GEAB
Nº 2
: ela põe "fim ao Ocidente tal como se conhece desde 1945".
Outra destas características é levantamento de voo da
cotação do ouro (em particular em relação ao US
dólar), face ao temor crescente quanto ao conjunto das moedas
fiduciárias (ver GEAB
Nº 41
, Janeiro/2010)
[15]
; pois, enquanto todo o mundo fala da evolução do Euro em
relação ao US dólar, o dólar permanece nos seus
mais baixos níveis históricos quando medido em
relação aos seus principais parceiros comerciais (ver
gráfico), sinal da fraqueza estrutural da divisa americana. Nos
próximos meses,
como antecipado pelo GEAB, o Euro vai recuperar o seu nível de
equilíbrio a médio prazo, acima de US$1,45/.
Neste número, antes de apresentar as suas recomendações
quanto às divisas, à bolsa e ao ouro, o LEAP/E2020 analisa assim
mais em pormenor a pseudo-retomada americana que é essencialmente uma
vasta operação de comunicações. No plano interno
destina-se a fazer reiniciar o consumo das famílias (tarefa doravante
impossível) e no externo a evitar o pânico dos credores
estrangeiros (na melhor das hipóteses serão ganhos alguns
trimestres). Os Estados Unidos pretendem assim poder escapar a uma brutal cura
de austeridade, como os outros países ocidentais; quando de facto a
retomada é uma "destomada" ou uma "unrecovery" como
diz com humor Michael Panzner num artigo exemplar publicado a 27/Abril/2010 em
Seeking Alpha
.
Notas:
(1) A fraqueza muito relativa do Euro em relação ao US
Dólar constitui uma enorme vantagem competitiva para as
exportações da Eurozona e penaliza ao contrário as
tentativas americanas de reduzir o défice comercial do país (o
défice comercial estado-unidense aumentou igualmente em
Março/2010). Os próximos meses verão esta
deterioração acentuar-se. Fonte: AP/NDTV, 12/05/2010
(2) O Reino Unidos colocou-se de facto fora desta protecção. Par
a nossa equipe, isto é mais uma etapa transposta pelo Reino Unido rumo
à crise histórica na qual irá debater-se, inteiramente
só, a partir do Verão de 2010. Mesmo o
Financial Times
fez-se eco deste risco crescente. Se for preciso fazer uma
comparação com a crise do sistema bancário de 2008, o
Reino Unido parece-se cada vez mais com o Lehman Brothers, pilar de um sistema
que se recusa a confessar que um operador tão central possa estar
tão perigosamente enfraquecido e que acaba por provocar um afundamento
do próprio sistema. Para estender a analogia mais longe, pergunte-se
quem vai desempenhar o papel de AIG nas semanas e meses que se seguirão.
Fonte: CNBC, 11/05/2010
(3) É em Julho de 2010 que será tomada a decisão final.
Fonte: France24, 12/05/2010
(4) A 9 de Maio de 2010, os 27 ministros das Finanças da UE foram
efectivamente intimados a endossar as decisões da cimeira da Eurozona
que havia reunido na véspera os 16 chefes de Estado e de governo da zona
Euro, caso contrário a Eurozona agiria por si só e portanto
deixaria os outros onze países desprovidos de protecção
face à crise financeira. Só o Reino Unido, por reflexo e devido
à sua crise política, recusou o "diktat" mas sem estar
em condições de se lhe opor como teria podido fazer ainda
há um ano, antes de a sua influência começar a ruir.
(5) Fonte: RFI, 09/05/2010
(6) Não que Moscovo tenha algo a ver com as decisões tomadas em
Bruxelas a 8 e 9 de Maio.
(7) Fonte: Bretton Woods Project, 19/03/2008
(8) Quanto a isso, o LEAP/E2020 gostaria de torcer o pescoço à
fábula monetária que circula extensamente nos media
económicos e é repetida em coro pela maior parte dos economistas:
o facto de poder desvalorizar a sua moeda à "vontade"
não é de modo algum um factor de independência, nem um
instrumento construtivo de saída da crise; muito pelo contrário.
Por um lado, estas desvalorizações são impostas pelos
"mercados", isto é, por forças exteriores ao
país cuja última preocupação é o interesse
do povo afectado pela desvalorização; por outro lado, estas
desvalorizações conduzem inevitavelmente a um empobrecimento do
país e à sua dependência crescente em relação
aos seus parceiros com divisas mais fortes que, num sistema de livre
circulação dos capitais, podem comprar as "jóias da
família" do país com pouca despesa. O processo em curso na
Eurozona, que impõe com efeito curas difíceis de austeridade,
é empreendido num quadro colectivo tendo por objectivo permitir aos
Estados referidos restabelecerem finanças públicas sãs ao
mesmo tempo que preservando os grandes equilíbrios do modelo
sócio-económico europeu. Face à Eurozona, o FMI não
é senão um actor secundário, que não está
ali senão para contribuir com um pouco de perícia técnica
e algumas dezenas de milhares de milhões de Euros de reforço,
dezenas de milhares de milhões que são uma parte bem modesta da
grossa contribuição dos europeus ao FMI em 2010: mais de 30% do
total, contra apenas mais de 15% para os Estados Unidos.
(9) E não é por ser dito publicamente por um francês, a
saber, Jean-Pierre Jouyet, presidente da Autoridade francesa dos Mercados
Financeiros e antigo ministro dos Assuntos Europeus, que é
necessariamente falso. Fonte: Le Figaro, 11/05/2010
(10) Como sublinha muito justamente Paul Mason no seu artigo publicado na BBC a
11/05/2010, as reacções dos mercados vão afectar o Reino
Unido e, em matéria de obrigações, ao contrário das
acções, o porte dos operadores pode fazer toda a diferença.
[11) Vai ser muito interessante acompanhar o conflito com a City, que a
coligação no poder em Londres declara querer abrir ao anunciar
que vai fragmentar os grandes bancos britânicos daqui a um ano. Fonte:
Telegraph, 12/05/2010
(12) Fonte : DailyMail, 04/05/2010
(13) E não perderemos tempo quanto à emergência crescente
da "questão inglesa" no seio do Reino Unido, cada vez mais
desunido após as "devoluções" sucessivas que
autonomizam cada vez mais a Escócia, o país de Gales e o Ulster.
Há que ler a este respeito o artigo muito interessante de Tim Luckhurst,
publicado a 09/05/2010 em
The Independent.
(14) E mesmo além uma vez que David Cameron (43 anos) é o mais
jovem primeiro-ministro britânico desde há 200 anos e George
Osborne (38 anos) o mais jovem ministro das Finanças desde há 125
anos. Isto bastará? Nada é menos certo pois os leitores do GEAB
sabem que consideramos que a crise põe em causa uma ordem do mundo
estabelecida há quase quatrocentos anos, instituindo a City de Londres
como praça financeira mundial. Será que é preciso ir
procurar dirigentes britânicos com qualidades nunca vistas há mais
de quatrocentos anos? Fonte:
Telegraph,
12/05/2010
(15) Sinal dos tempos: o Emirates Palace, o hotel mais luxuoso do Abu Dhabi,
acaba de instalar o primeiro distribuidor automático (ATM) de
mini-lingotes de ouro, com 10 gramas, no lugar das máquinas tradicionais
distribuidoras de notas. Fonte: CNBC, 13/05/2010
15/Maio/2010
O original encontra-se em
www.leap2020.eu
Este comunicado encontra-se em
http://resistir.info/
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