Há muito que o público e membros do Congresso dos EUA
começaram a por em dúvida quanto resta de ouro nas
reservas oficiais estado-unidenses e, mesmo se houver, se tem algo a ver
com ouro. Em 2012 houve um fluxo de publicações nos media de todo
o mundo que apresentavam evidência irrefutável de que o mercado
mundial estava inundado com ligas metálicas a imitarem ouro
(goldbricks)
e que o tungsténio, que tem a mesma densidade
(specific gravity),
é utilizado ao invés do metal amarelo. Há um bocado de
sinais indirectos de que banksters meteram a mão nas reservas de ouro do
Tesouro já há muito tempo...
A última vez que "representantes eleitos" dos EUA viram ouro
no Fort Knox (o maior armazém da reserva oficial) com os seus
próprios olhos foi no princípio da década de 1950, ou
seja, há seis dúzias de anos atrás. Em 2012 a
pressão do congressista Ron Paul, um crítico
irreconciliável do Federal Reserve Systems, pôs em vigor uma
decisão de auditoria por amostragem.
A auditoria acaba de ser feita. Pouco se sabe dela. Houve algumas fugas de
informação quanto
ao cofre-forte subterrâneo do Reserve Bank of New York, em Manhattan. O
processo envolveu cerca de meia dúzia de empregados da Cunhagem, o
gabinete do inspector-geral do Tesouro e o Fed de Nova York. Ela foi monitorada
por empregados do Government Accountability Office, o braço de
investigação do Congresso. Lá dentro, uma báscula
é circundada por 122 gaiolas azuis que mantêm cerca de 530 mil
barras de ouro 34.021 das quais pertencem ao Tio Sam (o resto a outros
países). A equipe de auditoria contou o stock estado-unidense,
seleccionando mais de 350 barras a fim de extrair amostras para análise.
A auditoria verificou-se ser demasiado "selectiva" só
uma amostra entre cada 100 [barras] foi testada. E o grosso da reserva é
mantido em outros lugares tais como Fort Knox, West Point e o U.S. Mint em
Denver. Estas três localizações mantêm 95% das barras
de ouro do país. Pessoalmente, não encontrei qualquer
informação a confirmar que auditoria e testes tenham sido feitas
nestes lugares. Assim, o rácio real pode não ser de 1:100 e sim
de 1:1000.
É bastante estranho que toda a auditoria reduza-se a
falsificações com tungsténio. Para este objectivo basta o
ultra-som, não há necessidade de furar. Toda a reserva do Tesouro
podia ter sido rapidamente testada com ultra-som para reduzir a despesa. Na
minha opinião, os poderes estado-unidenses simularam
(put on)
um show que por perdurar durante dúzias de anos e custar um bocado
(cada vez que um furo é feito há ouro perdido e as consequente
despesas). Realmente, a furação e o ultra-som constituem uma
parte importante da auditoria, mas não a decisiva. A questão
principal é o estudo de documentos para compreender que
transacções financeiras e comerciais com ouro do estado tiveram
lugar. É isto que ninguém sequer sugere, nem mesmo Ron Paul.
Então, que relação tem a auditoria "limitada"
com o "fim do mundo"? Eles dizem que a furação do
lingotes já estava acabada no Verão, mas nenhum resultado veio
ainda à luz. Naqueles dias houve uma frase que relampejou nos media dos
EUA a dizer: "o Departamento do Tesouro recusou-se a divulgar o que a
auditoria tem mostrado até o momento, dizendo que os resultados
serão anunciados no fim do ano"... Deixem-nos observar: não
se trata de Janeiro de 2013, mas o fim do ano, isto é, Dezembro de 2012.
Será que isso significa alguma coisa?
Muito já foi dito neste Outono acerca da decisão da Alemanha de
transferir o seu ouro no exterior para o seu território. A Alemanha
é o segundo maior possuidor de reservas ouro do mundo com cerca de 3.400
toneladas (3.396 para sermos precisos), com um valor estimativo de US$190 mil
milhões às taxas actuais. O grosso do "metal amarelo"
é mantido no exterior. 31% é armazenado internamente, enquanto
45% é mantido nos EUA, 13% na Grã-Bretanha e 11% em
França. O Bundestag sugeriu o retorno das reservas já em Janeiro,
mas inesperadamente os planos bateram num muro de resistência ardente.
Há alguém importante a quem desagrada fortemente a ideia de
tê-lo de volta.
O Bundesbank, o possuidor das reservas oficiais de ouro, estava na primeira
linha de defesa. O parlamento não tinha suficiente autoridade para
lançar os procedimentos de repatriação. Ele relutantemente
começou a fazê-los só depois de o Tribunal Federal
Alemão tomar a decisão e fazê-lo efectuar uma auditoria das
reservas mantidas no exterior pela transferência de pequenas partes do
metal de volta para casa a fim de serem fundidas e reformadas para barras
padrão para testar a sua autenticidade. Na totalidade os planos pedem a
repatriação de 150 toneladas ao longo dos próximos
três anos para verificar a qualidade e o peso das barras de ouro.
O Federal Reserve System, que guarda o ouro nacional em cofres-fortes,
tornou-se a segunda linha de resistência à Alemanha. A
princípio a oposição foi verbal. A CNBC, por exemplo, um
media influenciável, foi utilizada. John Carney, Editor Sénior da
CNBC.com, publicou um editorial que continha uma declaração
integrante. Dizia: "Não importa nem um pouco se o Federal Reserve
Bank of New York realmente tem ouro do banco central alemão ou se o ouro
é puro. Desde que o Fed diga que está ali, ele é
tão bom como se estivesse ali para todos as finalidades práticas
para as quais possa ser colocado. Ele pode ser vendido, alugado
(lease out),
utilizado como colateral, empregado para eliminar passivos e contado como
capital bancário da mesma fora quer exista ou não". E
acrescentou: "Como mencionei acima, para quase todas as finalidades
operacionais imagináveis, a existência real do ouro em Fort Knox
ou no cofre-forte por baixo da sede do FRBNY na Liberty Street é
irrelevante. Aqui a contabilidade é o que realmente importa. Desde que o
Fed diga que o Bundesbank possui X toneladas de ouro, o Bundesbank pode actuar
como se possuísse o ouro mesmo se o ouro tiver sido engolido no
buraco de um verme galáctico comedor de ouro". Segundo ele,
"estou certo de que os responsáveis do Bundesbank entendem isto
bastante bem, muito embora o Tribunal de Contas Alemão não
entenda. Não há nada a ser ganho com a inspecção do
ouro. Se ele está todo ali e puro, não há diferença
em relação a uma ausência não descoberta. Mas se o
ouro não estiver ali, bem, poderia seguir-se a calamidade quando a
confiança nos depósitos de ouro do banco central se evaporasse
instantaneamente".
A "recusa" torna impossível para os alemães
descontinuarem seus insistentes pedidos sobre o retorno do ouro. A seguir,
seguiram-se argumentos mais significativos, como por exemplo a força da
natureza. Em Outubro deste ano a Costa Leste continental dos EUA foi assolada
pelo furacão Sandy. Nova York também foi atingida. Os
conspirologistas começaram a fazer sugestões de que o
furacão foi "feito pelo homem", de que alguém precisava
disso e de para este alguém importante
o cofre-forte subterrâneo do Federal Reserve Bank of New York, em
Manhattan, era o principal alvo a ser demolido, destruído ou inundado.
A reportagens dos media estado-unidenses referentes ao assuntos são um
tanto confusas. Exemplo:
o
Daily Bail,
que faz parte do império CNBC, publicou em 30/Outubro/2012:
"Numa conferência de imprensa convocada às pressas, o
presidente do Fed, Ben Bernanke, anunciou segunda-feira à noite que a
explosão da Con Edison em NYC havia destruído completamente o
cofre-forte subterrâneo que mantinha todas as reservas ouro da Alemanha,
anulando dessa forma todas as recentes tentativas alemãs de
repatriação do ouro... Jon Hilsenrath, do WSF, informa que as
reservas de ouro não estavam seguradas".
Além disso, alguns peritos dizem que não houve
furação das barras. Os media sob o controle do Federal Reserve
criaram uma "imagem de informação"
("information image")
do desastre natural. Na realidade, segunda-feira houve apenas rajadas de vento
misturadas com vento e chuva fina em Nova York enquanto o furacão
continuava a comportar-se violentamente alhures. A Internet apresenta
múltiplas fotografias cómicas feitas por amadores americanos a
mostrarem a "natureza tornada selvagem". Segundo
informação oficial as baixas mortais foram 13 nos EUA e
Canadá. Tente verificar isso, especialmente se outro país estiver
envolvido! Exemplo: na pequena cidade russa de Krymsk as baixas mortais do
desastre natural foram 150-170. Por falar na explosão da Con Edison e
das milhões de pessoas deixadas sem electricidade, há base
sólida para acreditar que foi "fabricada pelo homem". Uma
espécie de 11/Set em "miniatura".
É uma pena que nenhuns novos pormenores relativos ao cofre-forte de
Manhattan tenham sido divulgados. Mesmo o Federal Reserve System nunca anunciou
pormenores reconfortantes a dizer que estava tudo certo, que os cofres-fortes
foram reparados, que o ouro seria devolvido. Silêncio agourento. A
Alemanha tão pouco disse uma palavra. Há alguma coisa no ar.
Aparentemente Bernanke não tem intenção de devolver o ouro
aos alemães. Ou, talvez, não haja nada para devolver?
Que outros "desastres naturais" podem estar na forja? Alguém
nos EUA parece ser experiente em encenar "desastres" desta
espécie. Por exemplo: o 11/Set de 2001. Este evento pode indirectamente
influenciar a questão do ouro alemão, bem como a
manutenção nos cofres-fortes do Federal Reserve New York.
Primeiro, depois de as torres gémeas do World Trade Cententer terem sido
deitadas abaixo, umas poucas toneladas de ouro armazenadas no subterrâneo
desvaneceram-se (eram privadas, não pertenciam a qualquer estado).
Segundo, mesmo sob as ruínas alguns documentos, relativos à
investigação de transacções ilegais de ouro do
Federal Reserve e da CIA, desapareceram misteriosamente. A
investigação foi travada em consequência.
Finalmente, um ano após o 11/Set/2001, o
Neue Züricher Zeitung
alemão citou a previsão do famoso bilionário Warren
Edward Buffett
de que o primeiro ataque nuclear terrorista sobre solo dos EUA verificar-se-ia
nos dez anos seguintes. Isso cai em 2012, pois faltam poucos dias! Se um
dispositivo nuclear atingir Nova York então o ouro tornar-se-á
radioactivo e a Alemanha perderá o desejo de repatriá-lo. Neste
caso isso dá algum significado à previsão de Warren
Buffett. O fim do mundo pode tornar-se uma realidade se não para
toda a humanidade, então pelo menos para os nova-iorquinos. Estar na
vizinhança do Federal Reserve começa a ficar perigoso.