por Rob Kirby
Já informei acerca de liquidações físicas de ouro
irregulares que ocorreram em Londres na primeira semana de Outubro de 2009.
Especificamente, estas liquidações envolveram a
intermediação de pelo menos um banco central (o Banco da
Inglaterra) para resolver liquidações determinadas por conta do
J. P. Morgan e do Deutsche Bank os quais NÃO TINHAM as barras de
ouro que haviam vendido "short" e estavam obrigados a entregar. Ao
mesmo tempo, informei acerca de duas outras ocorrências inabituais:
1) Irregularidades na publicação da lista de barras do gold ETF
(exchange-traded fund)-GLD de 25/Setembro-14/Outubro em que a extensão
da lista de barras passou de 1381 páginas para menos de 200
páginas e então voltou para 800 ou mais páginas.
2) Relatórios de tijolos de ouro de 400 onças [12, 44 kg]
"bons para entrega" encontrados vazios
(gutted)
e preenchidos com tungsténio dentro das instalações e nos
cofres aprovados pelo LBMA (London Bullion Market Association) em Hong Kong.
Por que o tungsténio?
Se alguém quisesse criar barras de ouro "falsas", o
tungsténio (que custa aproximadamente US$10 por libra) [1 libra = 453,59
gramas] seria o metal ideal uma vez que tem exactamente a mesma densidade do
ouro tornando uma barra de ouro falsificada com tungsténio
indistinguível só através do peso de uma barra de ouro
sólida .
Infelizmente, agora há mais pormenores sórdidos a informar.
Quando as novas barras de ouro "temperadas" com tungsténio
foram reveladas em Hong Kong, muitas pessoas que conheço assumiram
automaticamente que as barras haviam sido manufacturadas na China porque
a China geralmente é encarada como "a capital mundial da
contrafacção"
(knock-off).
Eis o que agora entendo que realmente aconteceu:
A quantidade em causa de barras de ouro "temperadas com
tungsténio" era presumivelmente de 5.600 a 5.700 com 400
onças cada uma [aproximadamente 60 toneladas].
Aparentemente isto foi tudo altamente orquestrado por uma
operação criminosa extremamente bem financiada.
Apenas poucas horas depois desta fraude ser identificada, autoridades
chinesas já haviam preso muitos dos seus perpetradores.
E aqui está o que os chineses presumivelmente descobriram:
Cerca de 15 anos atrás durante a administração
Clinton [pensar em Robert Rubin, Sir Alan Greenspan e Lawrence Summers]
entre 1,3 e 1,5 milhão de barras de tungsténio de 400
onças foram presumivelmente manufacturadas por um refinador muito
qualificado nos EUA [mais de 16 toneladas métricas]. A seguir, 640 mil
destas barras de tungsténio receberam sua cobertura e FORAM DESPACHADAS
para Fort Knox, ali permanecendo até hoje. Sei de pessoas que têm
cópias dos documentos originais de despacho com datas e pesos exactos
das barras de "tungsténio" despachadas para Ft. Knox.
O restante destas 1,3 a 1,5 milhão de barras de tungsténio com
400 onças também foi coberto e então presumivelmente
"vendido" no mercado internacional.
Aparentemente, o mercado global está literalmente "recheado de
barras temperadas de 400 onças".
Será de admirar que os indianos tenham sido bastante espertos para
inspeccionar as suas 200 toneladas agora retiradas do FMI?
Um comboio decrépito em movimento lento, anos de preparação
Uma notícia obscura publicada originalmente no
N.Y. Post
[escrita por Jennifer Anderson] no fim de 2004 tem estado sempre "cravada
em mim":
Promotor público a investigar o executivo do NYMEX Manhattan,
Nova York, gabinete do promotor público, Stuart Smith 02/Fev/2004:
Um executivo de topo do New York Mercantile Exchange está a ser
investigado pelo promotor do distrito de Manhattan. Fontes próximas
à bolsa de mercadorias disseram que Stuart Smith, vice-presidente
sénior de operações na bolsa, recebeu uma
notificação de investigação do gabinete do
procurador distrital na semana passada. Pormenores da
investigação não foram revelados, mas uma porta-voz do
NYMEX disse que esta não se relacionava com quaisquer mercados da bolsa.
Além de dizer que não haviam sido feitas acusações
ela não quis comentar nada mais. Uma porta-voz do gabinete do promotor
do distrito de Manhattan também não quis comentar.
O gabinete do vice-presidente sénior de operações do NYMEX
é exactamente onde você iria a fim de descobrir os registos
[número de série e fundidor de origem] para TODA BARRA DE OURO
alguma vez liquidada FISICAMENTE na bolsa. É-lhes exigido que mantenham
estes registos. Estes registos precisos mostrariam a origem
(lineage)
de todo o ouro físico liquidado na bolsa e portanto "prova"
que a quantidade de ouro em causa não podia ter vindo de
operações mineiras estado-unidenses porque as quantidades
em causa vindas de fundidores dos EUA seriam sem dúvida muito maiores do
que a produção mineira interna.
Nunca descobrimos o que aconteceu ao pobre Stuart Smith. Depois de os seus
gabinetes terem sido "vasculhados" ele obteve uma licença
administrativa do NYMEX e nunca mais se ouviu falar do mesmo. Estranhamente [ou
talvez não], nunca houve qualquer sequência nos media acerca da
notícia original bem como ZERO desenvolvimentos vindos alguma vez do
gabinete do promotor distrital Morgenthau que executou o mandato de
investigação.
Será que acreditamos que os gabinetes do NYMEX foram vasculhados e que o
vice-presidente sénior de operações tira férias,
tudo sem razão?
Estas revelações deveriam proporcionar um "novo filtro"
através do qual a saída em 2004 de Rothschild do mercado do ouro
faz um pouco mais de sentido:
"LONDRES, 14/Abril/2004 (Reuters) NM Rothschild & Sons Ltd., a
unidade de investimento com base em Londres do banco Rothschild (ROT.UL),
retirar-se-á da comercialização de commodities, inclusive
ouro, em Londres à medida que revê as suas
operações, afirmou na quarta-feira".
Curiosamente, Bill Murphy do GATA (Gold Anti-Trust Action Committee) especulou
acerca disto já em 2004:
"Por que o Rothschild está a deixar o negócio do ouro neste
momento, conjecturamos hoje eu e meus colegas? Apenas uma
suposição da minha parte, mas suspeito:"
"ALGUMA COISA ESTÁ ERRADA. ELES SABEM QUE UM GRANDE ESCANDALO COM
OURO ESTÁ PARA ACONTECER E NÃO QUEREM ESTAR ENVOLVIDOS
NELE..."
"O ROTHSCHILD QUER SAIR ANTES QUE A PROVERBIAL "M" ATINJA A
VENTOÍNHA". BILL MURPHY, LEMETROPOLE, 18/04/2004.
Por coincidência (ou talvez não), o GLD começou a
comercializar a 11/12/2004.
À luz do que aconteceu em relação ao Gold ETF, GLD
depois de rever a sua perspectiva mais uma vez, torna-se quase
transparente que o GLD foi estabelecido para deliberadamente afastar
investimento em dólares da busca legítima de ouro e criar um
fundo furtivo
(stealth),
um reservatório de detritos/genéricos
(cesspool/catch-all),
de lodo
(slush)
e uma provável destinação para grande parte destas
"barras de tungsténio temperadas" onde nunca veriam a luz do
dia ocultas por trás de uma "couraça" legal
pejada de expressões abstrusas:
Excerto da página 11 do prospecto da GLD:
http://www.spdrgoldshares.com/media/GLD/file/SPDRGoldTrustProspectus.pdf
Barras de ouro alocadas ao Trust em conexão com a criação
de um Cabaz
(Basket)
podem não cumprir os London Good Delivery Standards e, se um Cabaz for
emitido contra tal ouro, o Trust pode sofrer uma perda.
Nem o
Depositário
(Trustee)
nem o Guardião
(Custodian)
confirmam independentemente a pureza
(fineness)
das barras de ouro alocadas ao Trust em conexão com a
criação de um Cabaz. As barras de ouro alocadas ao Trust pelo
Guardião podem ser diferentes da pureza relatada ou do peso exigido
pelos padrões LBMA para barras de ouro entregues na
liquidação de uma transacção de ouro, ou do London
Good Delivery Standards, os padrões exigidos pelo Trust. Se o
Depositário no entanto emitir um Cabaz contra tal ouro, e se os
Guardiões deixarem de satisfazer a sua obrigação de
creditar ao Trust o montante de qualquer deficiência, o Trust pode sofrer
uma perda.
O Fed já foi apanhado a mentir
Patrick Heller
do Liberty Coin escreveu recentemente:
Antes deste ano, o Gold Anti-Trust Action Committee (GATA), arquivou um segundo
pedido ao abrigo do Freedom of Infomation Act (FOIA) junto ao Federal Reserve
System de documentos desde 1990 até à data tendo a ver com gold
swaps, gold swapped, ou gold swaps propostos.
Em 5 de Agosto, o Federal Reserve respondeu a este pedido do FOIA com o
acréscimo de mais dois documentos àqueles revelados pelo GATA em
Abril de 2008 devido ao pedido anterior do FOIA. Estes documentos totalizam 173
páginas, muitas partes das quais foram censuradas (cobertas para omitir
secções de texto). A resposta do Fed também observava que
havia 137 páginas de documentos não revelados que alegava estarem
isentos de revelação.
O GATA recorreu desta determinação em 20 de Agosto. O recurso
pediu mais informação para comprovar a legitimidade das afirmadas
isenções de revelação e uma
explicação sobre porque alguns documentos, tais como um postado
no sítio web do Federal Reserve que discute gold swaps, não foram
incluídos no documento divulgado em 5 de Agosto.
Num 17 de Setembro de 2009, numa carta em papel timbrado do Federal Reserve
System, o governador do Federal Reserve Kevin M. Warsh negava totalmente o
recurso do GATA. O texto integral desta carta pode ser examinado em
http://www.gata.org/files/GATAFedResponse-09-17-2009.pdf
.
O primeiro parágrafo da terceira página é o mais
revelador. Warsh escreveu: "Em conexão com o seu recurso, confirmei
que a informação retida sob a isenção 4 consiste de
informação comercial ou financeira confidencial relativa
às operações dos Bancos da Reserva Federal que foi obtida
dentro da acepção da isenção 4. Isto inclui
informação relativa a acordos swap com bancos estrangeiros em
nome do Federal Reserve System e não é o tipo de
informação que seja habitual revelar ao público. Esta
informação foi correctamente retida do vosso acesso".
Este parágrafo provavelmente será uma das mais importantes
notícias do ano.
Embora não declarado em inglês claro, este parágrafo
é uma admissão de que o Fed no passado se envolveu e pode agora
estar envolvido na comercialização de gold swaps. A carta de
Warsh contradiz declarações anteriores do Fed ao GATA a negar que
alguma vez estivesse envolvido em gold swaps durante o período de tempo
entre 1 de Janeiro de 1990 e o presente.
[Talvez ainda mais importante], este foi o segundo pedido do GATA ao abrigo do
FOIA feito ao Federal Reserve sobre a questão dos gold swaps.
As 173
páginas de documentos recebidos com pedido FOIA de 2009 datavam todas de
antes de 2007, o que significa que elas teriam sido divulgadas em resposta ao
pedido FOIA anterior. Isto estabelece uma probabilidade de que o Federal
Reserva tenha deixado de investigar adequadamente ou de revelar documentos
relevantes. Além disso, a resposta do Fed admitia que tinha
cópias de registos relevantes que originalmente apareceram no
sítio web do Departamento do Tesouro, mas deixou de incluí-los
na sua resposta.
Agora que o governador Warsh do Federal Reserve admitiu que no passado o Fed
mentiu acerca do envolvimento do Fed com ouro, deveria ser muito claro para
toda a gente porque o Fed está a mentir e a verdadeira natureza do que
estão a esconder / reter.
A fazer o trabalho de deus
Uma importante nota de rodapé a considerar é o
entrelaçamento entre a Reserva Federal dos EUA e o Tesouro dos EUA [pode
alguém realmente considerá-los separadamente?] bem como estes
dois agentes principais do duopólio J.P. Morgan-Chase e Goldman
Sachs. Quando alguém verdadeiramente capta a natureza altamente
conflituosa deste relacionamento obtém um significado mais completo das
palavras recentemente pronunciadas pelo chefe do Goldman, Lloyd Blankfein, o
qual afirmou:
"Estou a fazer o trabalho de deus".
Significará isto que realmente o sr. Blankfein acredita que o Federal
Reserve é deus? Pode julgar por si próprio. Enquanto o Fed
imprime dinheiro como ninguém mais poderia fazê-lo excepto
o próprio deus poderoso [ou
Gideon Gono
, talvez?] realmente duvido que a intenção tenha sido
remontar a 1864, quando os EUA adoptaram
"In God We Trust"
como o seu lema oficial.
E esta é a minha contribuição de dois centavos para hoje.
Ainda haverá ouro físico [real]?
12/Novembro/2009
Ver também:
Investors Buy Gold...
O original encontra-se em
http://www.financialsense.com/fsu/editorials/kirby/2009/1112.html
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.