A segunda morte de Osama bin Laden
por Paul Craig Roberts
Se hoje fosse 1º de Abril e não 2 de Maio, podíamos ignorar
como uma brincadeira a manchete desta manhã de que Osama bin Laden foi
morto num combate armado no Paquistão e rapidamente lançado ao
mar. No actual estado de coisas, devemos considerar isto como prova adicional
de que o governo estado-unidense tem uma fé ilimitada na credulidade dos
americanos.
Pense nisso. Quais são as probabilidades de uma pessoa que alegadamente
sofre dos rins e precisa de diálise, e que além disso é
afligido por diabete e baixa tensão arterial, sobreviva em esconderijos
na montanha durante uma década? Se bin Laden fosse capaz de adquirir o
equipamento de diálise e os cuidados médicos que as suas
condições requeriam, será que o despacho do equipamento de
diálise não apontaria a sua localização? Por que
foram precisos dez anos para encontrá-lo?
Considere também as afirmações, repetidas pelos media
triunfalistas dos EUA a celebrarem a morte de bin Laden, que "bin Laden
utilizou seus milhões para financiar campos terroristas no Sudão,
nas Filipinas e no Afeganistão, enviando 'guerreiros sagrados' para
fomentar a revolução e combater com forças
fundamentalistas muçulmanas no Norte da África, Chechénia,
Tajiquistão e Bósnia". Isso é um bocado de actividade
para ser financiado por uns meros milhões (talvez os EUA devessem
tê-los colocado na conta do Pentágono), mas a questão
principal é: como é que bin Laden foi capaz de movimentar o seu
dinheiro de um lado para o outro? Que sistema bancário o ajudou? O
governo estado-unidense tem êxito em apresar os activos de povos de
países inteiros, sendo a Líbia o mais recente. Por que não
os de bin Laden? Estaria ele a carregar consigo US$100 milhões em moedas
de ouro e a enviar emissários para distribuir os pagamentos das suas
operações dispersas por lugares remotos?
A manchete desta manhã tem o odor de um evento encenado. O fedor emana
dos noticiários triunfalistas carregados de exageros, dos celebrantes
que ondeiam bandeiras e cantam "USA, USA". Poderia algo diferente
estar em curso?
Não há dúvida de que o presidente Obama precisa
desesperadamente de uma vitória. Ele cometeu o erro do idiota ou o
recomeço da guerra no Afeganistão e agora, após uma
década, os EUA enfrentam o impasse, se não a derrota. As guerras
dos regimes Bush/Obama levaram os EUA à bancarrota, deixando no seu
rastro enormes défices e um dólar em declínio. E o momento
da re-eleição está a aproximar-se.
As várias mentiras e enganos, tais como "armas de
destruição maciça", das últimas
administrações têm consequências terríveis
para os EUA e o mundo. Mas nem todos os enganos são o mesmo. Recordem,
toda a razão para invadir o Afeganistão era em primeiro lugar
para apanhar bin Laden. Agora que o presidente Obama declarou que bin Laden
levou um tiro na cabeça, dado pelas forças especiais dos EUA a
operarem num país independente e que estas o lançaram ao mar,
não há razão para continuar a guerra.
Talvez o declínio precipitado do US dólar nos mercados de
câmbio estrangeiros tenha forçado algumas reduções
reais no orçamento, as quais só podem vir da travagem de guerra
ilimitadas. Até o declínio do dólar ter atingido o ponto
de ruptura, Osama bin Laden, o qual muitos peritos acreditam ter sido morto
há anos, era um bicho-papão útil para alimentar os lucros
do complexo militar e de segurança dos EUA.
02/Maio/2011
Ver também:
Onde estava Osama bin Laden no dia 11 de Setembro de 2001
As ligações dos Bush com os Bin Laden
A história dos clãs Saud e Bush
A corrida louca pela hegemonia americana põe em perigo a vida na Terra
Oposição líbia inclui terroristas islâmicos
Os diabos do diabo
Nasce um pária internacional
Who Is Osama Bin Laden?
O original encontra-se em
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=24587
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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