O calor extremo domina as manchetes, mas a meteorologia das
oscilações violentas deveria preocupar-nos mais
O que está a acontecer?
por RT
Enquanto partes da Europa entram numa segunda onda de calor neste Verão
e combatem incêndios florestais sob rufar de tambores de
advertências meteorológicas e do alarme das
alterações climáticas, outras partes do mundo observam com
inveja enquanto tremem nas suas roupas de Verão.
A Bélgica, Alemanha e Holanda acabaram de bater um recorde de calor de
todos os tempos. O Reino Unido está destinado a fazer o mesmo. A
França fez isso no mês passado, mas poderia chegar próximo
disso outra vez nesta semana. Portugal acaba de controlar um incêndio
florestal e alerta para um risco "muito alto" de mais, tal como a
Espanha e a Itália.
Uma onda de calor extremo atingiu a Europa nesta semana.
© A imagem contém dados modificados do Copernicus Sentinel (2019),
processados pela ESA, CC BY-SA 3.0 IGO.
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Mas no início de Julho, a Alemanha e a Holanda atingiram uma baixa
recorde da temperatura à noite, inferior a -1° C, e a
Suíça estava alguns graus mais fria do que as suas médias
de Verão.
Enquanto isso, durante todo o tempo, Moscovo está a ficar encharcada de
chuva
num mês de Julho que se deve tornar o mais frio em mais de 40 anos.
Perguntámos a especialistas em clima e meteorologia o que está a
acontecer.
Há "Aquecimento global" ou "alterações
climáticas"?
Não se pode negar que o planeta, em termos gerais, está a
aquecer. Este ano verificou-se a Primavera mais quente observada no
hemisfério norte. Junho foi o mês mais quente já registado
em todo o mundo. Algumas áreas estão a tornar-se mais quentes a
um ritmo mais rápido do que outras incluindo aquelas mais
próximas dos pólos, diz Dmitry Kiktyov, director interino da
Rosgidromet, o serviço meteorológico da Rússia.
A Rússia também está a aquecer mais rapidamente do que a
média global nos últimos 40 anos 2,5 vezes mais
rápido, na verdade. Ela vem ganhando quase meio grau a cada
década desde o final dos anos 1970, de acordo com o
relatório climático de 2018
da Rosgidromet.
Por que, então, os moscovitas resmungam de má vontade nos seus
casacos de Outono durante o mês de Julho o qual supostamente
é o mês mais quente do ano nestas regiões?
Julho de 2019 tem estado constantemente dois graus abaixo da média e
será ainda pior na próxima semana, quando se prevê que uma
explosão Antárctica conduza os termómetros abaixo dos
15ºC.
O número de extremos climáticos observados e de anomalias
aumenta, mas não há necessariamente uma correlação
directa com o aquecimento.
"Há dados acerca das décadas passadas, os quais mostram que
o número e a força dos extremos meteorológicos
estão a aumentar em muitas áreas do globo... o clima, a
meteorologia está a ficar mais agitado embora não por toda
a parte",
diz Kiktyov.
"Observado"
é a palavra-chave aqui, acreditam os peritos.
"Chuvas, chuvas torrenciais, tempestades havia tudo isso há
cem anos atrás também. Por outro lado, as estatísticas
mais recentes mostram que o número e a frequência de
fenómenos perigosos aumentaram. Se isso é por causa de uma
alteração climática, ou porque houve mais monitoramento,
não
está inteiramente claro",
diz Anatoly Tsygankov, vice-chefe do centro de situação da
Rosgidromet. "
Obviamente, há cem anos atrás, as redes de
observação do tempo eram muito diferentes das de agora.
Eram menos densas, não havia satélites. Nos dias de hoje, o
monitoramento é mais detalhado".
Feito pelo homem ou natural?
É discutível em que medida este aquecimento global é da
nossa própria
responsabilidade.
"Ninguém realmente sabe a razão. Há duas teorias. As
duas teorias mais destacadas são a do efeito estufa e a do deslocamento
do eixo da Terra em relação ao Sol. Ambas são
viáveis",
diz Tsygankov.
A Terra passa por ciclos, aquecendo e arrefecendo ao longo dos séculos.
Exemplos incluem o Óptimo Climático Medieval
(Medieval Warm Period)
seguido pela Pequena Idade do Gelo do final da Idade Média. O que
estamos a atravessar agora poderia, essencialmente, ser um outro tipo de
mudança, diz Yevgeny Tishkovets, especialista-chefe do centro
meteorológico Phobos.
"O principal factor por trás das alterações
climáticas na Terra são as mudanças na atividade solar.
Como regra, isto
acontece a cada 200 anos, com algumas excepções",
diz Tishkovets.
Apesar de todos os cenários apocalípticos de pior caso
possível surgirem nas manchetes, é quase impossível prever
com precisão o clima no longo prazo. Tais projecções
são baseadas em modelos climáticos, que existem em
abundância, e em órgãos consultivos que escolhem aquelas
que preferem usar.
O impacto humano, em particular, tem sido exagerado e amplamente politizado,
acredita Tishkovets. Ele mencionou o escândalo do
Climategate 2009
como um caso exemplar.
Houve escândalos. Lembram-se dos emails vazados dos climatologistas
britânicos, quando manipularam dados climáticos? Muitas pessoas
estão simplesmente a cumprir uma ordem. "Precisamos superaquecer
este assunto, aqui é que está o dinheiro, vamos em frente".
A manipulação é facilitada pela grande variedade de
modelos de projecção climática e o resultado final dos
mesmos é praticamente impossível de contestar, acredita ele, pois
"como é que se pode verificar uma previsão do tempo para 50
anos?"
Todo Verão vai ser como este de agora?
Apesar de todas as ferramentas à nossa disposição,
só podemos realmente confiar numa previsão relativa à
próxima semana, ou no máximo de dez dias, concordam os peritos.
Qualquer coisa com mais alcance está sujeita a uma miríade de
factores mutáveis, os quais podem minar o prognóstico mais
preciso ao seu bel-prazer.
"Não é tão directo assim; não há
certeza de que o próximo ano venha a ser mais quente do que este.
Existem picos e vales. Existem os chamados modos de variabilidade
atmosférica a longo prazo, que são como oscilações
que podem durar décadas... eles podem compensar-se parcialmente uns aos
outros, ou podem aumentar então temos um Inverno ou Verão
extremos",
recorda Kiktyov.
Todos nós vemos os gráficos alarmantes com as curvas de
temperatura a rastejarem grau a grau nas décadas recentes mas o
monitoramento confiável do tempo e do clima remonta apenas a 140 anos ou
pouco mais. Uma partícula mínima de tempo em termos da
história planetária e, no fim, podemos acabar por ter
simplesmente de
"amassar esses gráficos e jogá-los no lixo",
diz Tishkovets.
25/Julho/2019
Ver também:
Finnish study finds 'practically no' evidence for man-made climate change
Mitos climáticos
Aquecimento global: uma impostura científica
Acerca da impostura global
O original encontra-se em
www.rt.com/news/465077-extreme-heat-world-why/
Esta notícia encontra-se em
http://resistir.info/
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