Camuflagem e encobrimento:
O relatório da comissão holandesa sobre o crash do MH17 malaio
"não vale o papel em que está escrito"
"Fraseado
weasel
" consiste em utilizar "palavras e frases
destinada a criar impressão de que foi feita uma
declaração específica e/ou significativa, quando de facto
apenas uma afirmação vaga ou ambígua foi comunicada,
permitindo que o significado específico seja negado se a
declaração for contestada". ... "Algumas frases
weasel
podem também ter o efeito de suavizar a força de uma
declaração potencialmente forte ou controversa em outro contexto
através de alguma forma de atenuação da verdade".
(Gary Jason, 1988).
Há uma coisa que deve ser declarada sem rodeios: Este relatório
não
mente.
Ele simplesmente não pode mentir uma vez que nele não há
nada de novo. Eu próprio nunca tinha visto um relatório de
desastre aéreo tão destituído de significado. O que surge
como uma surpresa, contudo, é a escolha diplomática e refinada
das palavras, as quais perdem-se em terminologias ambíguas.
Ele provavelmente foi planeado deste modo, de modo a que cada parte possa
continuar a defender a sua versão do que aconteceu com todo o zelo.
Vamos examinar mais de perto este relatório.
No início encontramos, como é habitual, declarações
pormenorizadas acerca do avião, a quem pertencia, que estava em
perfeitas condições e pormenores acerca da
tripulação.
Questões técnicas ou condições
meteorológicas são excluídas como causas para o crash.
A seguir, ele confirma que os registos de voo estavam virtualmente não
danificados e que não foram manipulados.
O relatório continua com a descrição dos destroços
espalhados sobre uma área vasta e desta observação
é retirada a admirável conclusão de que este avião
havia explodido no ar.
Peço desculpas pelo ligeiro sarcasmo, mas não terei escolha
senão continua a fazer algumas observações
sarcásticas acerca deste "relatório".
14 minutos de silêncio no cockpit é absolutamente impossível
É relatado que a secção do cockpit provavelmente fora
completamente desligada do avião porque ela caiu quase verticalmente do
ponto de bombardeio para o chão e fora encontrada a alguma
distância do resto dos destroços.
O relatório indica que os danos feitos por forças externas foram
registados quase exclusivamente na frente do avião, nomeadamente no
cockpit, e isto levou à desintegração
(breakup)
do avião.
Até aqui tudo bem, nada de novo. A seguir há uma
transcrição da comunicação rádio entre o
MH017 e o controle de tráfego aéreo retirada do gravador de voz.
Neste ponto o perito começa a colocar-se algumas questões.
A transcrição da comunicação rádio
começa às 13:08:00 e acaba às 13:22:02, um período
de tempo de 14 minutos.
De acordo com a minha experiência como comandante de avião
não posso imaginar que durante 14 nenhuns outros diálogos ou sons
fossem apanhados no cockpit pelo gravador de voz.
Quando o cockpit recebe transmissões de rádio de outro
avião, estas também são registadas pelo dispositivo. Como
eu disse, não há mentiras mas, com toda a probabilidade, nem tudo
está a ser dito. A conclusão publicada destaca que:
"A comunicação da tripulação não deu
indicação de que houvesse qualquer coisa anormal com o voo".
Tudo estava normal, mas a possível (e muito provável)
conversação no cockpit é ocultada, bem como
transmissões de rádio de outros aviões.
Objectos de alta energia e outras formulações nebulosas
A conclusão deste relatório é um exemplo cabal de uma
situação na qual sabe-se alguma coisa com certeza, mas os factos
são apresentados de um modo tal que nada é revelado.
O dano observado na secção frontal do avião surge para
indicar que o avião foi penetrado por um grande número de
objectos com alta energia a partir do lado de fora do avião. É
provável que este dano resultasse numa perda de integridade estrutural
do avião, levando a uma ruptura em voo".
Ah! diz o leitor espantado. Nós já sabíamos isso. Devemos
examinar mais atentamente esta conclusão. De facto, ela não
é uma conclusão.
O relatório fala de possibilidade e probabilidade: "parece
indicar", "é provável". Mas isto é a parte
menos enigmática.
Os fraseados "penetrou" e especialmente "objectos de alta
energia" são interessantes. Permanece obscuro quão longe
estes "objectos" entraram, ou mesmo se eles cruzaram todo o cockpit e
saíram do outro lado do mesmo, portanto "penetrando"
completamente o cockpit. A fotografia da secção do cockpit
mostrada neste relatório é de qualidade mais baixa e em escala
mais pequena do que aquela que eu próprio apresentei e publiquei na
minha análise.
"Fraseados weasel"
[1]
Mais uma vez deve-se notar:
O relatório não mente, mas a Comissão mostra menos
informação do que a que tem à sua disposição.
A expressão "objectos de alta energia" é totalmente
"original". O que é isto?
Eu próprio conheço esta expressão da astrofísica ou
da física quântica. Em outros âmbitos, habitualmente
não a tenho visto no contexto da aviação ou de acidentes de
avião. Assim, como deveria isto ser entendido? Perguntei a falantes do
inglês acerca disto. Eles espontaneamente responderam balas,
projécteis de um canhão ou comboios de carga em movimento
rápido. Eles também observaram que esta expressão é
inabitual em termos coloquiais "normais", excepto em
astrofísica ou física quântica. Este estranho fraseado
deixa tudo em aberto.
Licença para interpretações A
explicação mostra-se diferente
Aqueles que pretendem seguir a descrição ocidental podem concluir
que um míssil terra-ar descarrega "objectos de alta energia".
É precisamente esta a interpretação que observei hoje nos
media alemães.
Nossos jornais estão a recitar como um credo a versão americana da
causa do desastre, emitida imediatamente após o crash do MH017,
afirmando que o presente relatório confirma que o Boeing 777 foi
derrubado por um míssil terra-ar.
Isso não é exactamente o que o relatório declara, mas
permite esta interpretação e este é provavelmente o
interesse desta muito flexível escolha de palavras. Todos podem
interpretar o que quiserem acreditar de acordo com o seu próprio gosto.
Especialmente se não forem falantes nativos do inglês que
espontaneamente pensam em balas.
Este relatório não vale o papel em que está escrito.
Isto não é surpreendente, porque o governo de Kiev Maidan tinha
de dar o seu OK para o que podia ser publicado.
O relatório deixa aberto tudo o que pudesse realmente contribuir para
uma explicação. O MH017 podia ter sido atingido por um
míssil, seja terra-ar ou ar-ar. Podia ter sido derrubado por um
caça a jacto ou, sarcasticamente, de acordo as expressões da
astrofísica ou física quântica, por um grande número
de "objectos de alta energia" que chovessem sobre o cockpit a partir
dos confins remotos do universo.
[1] Weasel wording:
en.wikipedia.org/wiki/Weasel_word
Pode descarregar aqui o relatório no PDF original para formar o seu próprio juízo.
Do mesmo autor em resistir.info:
O MH17 malaio foi abatido por caças do regime de Kiev
(com imagem em alta resolução da secção do cockpit)
[*]
Comandante da aviação com 30 anos de experiência. Trabalhou com o B727, DC8,
B747, B737, DC10 e A340. Desde 2004 trabalha como escritor e jornalista.
Resumo biográfico
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O original em alemão encontra-se em
www.anderweltonline.com/...
e a tradução para inglês em
www.globalresearch.ca/...
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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