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							Sair do euro  e depois?
						
							O euro é uma moeda muito prática, mas ela faz milhões de
							vítimas. Este artigo explica de um modo simples porque o euro não
							pode funcionar e expõe as vantagens de uma passagem para um sistema de
							dinheiro do Estado.
							 
								
									
									Não, a cooperação europeia não cessará sem
									o euro!
									
									Sim, estaríamos bem melhor com dinheiro do Estado!
								 
							
								O euro tem um problema insolúvel. Os países que agora
								estão gravemente endividados, se conseguirem libertar-se à custa
								de reduções de despesas do Estado, previsivelmente
								endividar-se-ão novamente.
								
 É porque estes países são vítimas de uma falha
							fundamental no euro. Já antes do arranque do euro economistas haviam
							advertido que uma moeda única não pode funcionar senão
							quando todos os países participantes são economicamente
							homogéneos. 
							[1] [2] [3]
 
 Neste momento não há nada que impeça consumidores gregos
								de preferirem produtos da Alemanha melhores e mais baratos. E quando a
								Grécia importa mais do que exporta, as suas dívidas aumentam. A
								mesma coisa vale para todos os países menos produtivos na zona euro.
								Eles poderão reduzir suas despesas tanto quanto quiserem e privatizar
								todas as infraestruturas, mas a crise de dívida seguinte nunca
								estará muito longe!
 
 Eis porque. Quando os consumidores nos países menos produtivos preferem
							produtos importados menos caros e melhores, a dívida externa
							aumentará, ao passo que a produtividade do país diminuirá.
							Quando um país dispõe da sua própria moeda, ele pode
							desvalorizá-la. Isso aumentará o preço dos produtos
							importados e diminuirá o preço dos seus próprios produtos
							para a exportação. A dívida diminuirá e a
							produtividade aumentará novamente. As desvalorizações eram
							habituais antes do início do euro.
 
 Com o euro as desvalorizações não são mais
							possíveis e os países acabam embaraçados em
							dívidas. Mas quando os países comprometem-se a fazer parte da
							zona euro, eles obrigam-se a reduzir a sua dívida pública abaixo
							de 60% do seu produto nacional bruto (PNB) e o seu défice fiscal abaixo
							de 3% do PNB. Quando ultrapassam estes limites os outros países
							consideram isso como um perigo para a estabilidade do euro. Estes outros
							países imporão sanções aos governo endividados para
							obrigá-los a tomar medidas adequadas (como se existisse uma
							solução duradoura) e, se isso não funciona, estes outros
							países concederão empréstimos (que, seja dito de passagem,
							aumentam a dívida externa!), acompanhados por condições
							severas, como reduções de despesas públicas 
							licenciamentos de funcionários, cortes nos orçamentos de
							educação, cultura, assuntos sociais, exército, etc 
							e obrigações de vender propriedades do Estado, infraestruturas e
							serviços públicos! (Desconfiem quando ouvirem políticos
							dos países mais ricos dizer que vão ajudar os mais fracos!)
 
 Não é um acaso o facto de que sejam a Grécia, a Espanha e
							a Irlanda os países hoje mais severamente afectados. Economicamente
							estes países não podem ser comparados a um país como a
							Alemanha. A partir do momento em que uma crise atinge a zona euro, torna-se
							claro que a zona não é homogénea; há países
							fortes e países fracos. A Europa é composta por países
							fortes e países fracos. A Europa é composta por países
							muito diferentes com economias muito diferentes com potenciais de produtividade
							muito diferentes.
 
 De facto, 
							
								é impossível utilizar uma moeda única numa zona tão
								heterogénea 
							
							como os 23 países da zona euro. Apesar das advertências de
							economistas, os políticos decidiram introduzi-lo mesmo assim. Para os
							seus partidários não era uma questão de inventar regras de
							jogo e convencer os países a assinarem acordos, para o efeito eles
							teriam de se ater a estas regras. Pois bem, pode-se por assinaturas sobre
							bocados de papéis, mas isso não torna possível aquilo que
							não o é. Hoje, 20 dos 27 países da União Europeia
							não podem satisfazer as exigências orçamentais. 
							[4]
 
 
 
								
									| Pode-se comparar o euro a um veículo com 23 secções
													articuladas, nas quais todas as rodas são de dimensões
													diferentes. Não irá muito longe |  
							As diferenças de produtividade não são temporárias.
							Diferenças intrínsecas são relacionadas com o clima local,
							a situação geográfica, a fertilidade do solo, a
							presença de água e de energia, as distâncias a cobrir,
							às dificuldades de transportes e a outras coisas invariáveis.
							Elas determinam em grande medida o fracasso ou o êxito de actividades
							económicas. Cada país desenvolveu sua própria economia
							típica, uma a apoiar-se um pouco mais sobre a agricultura, outro sobre a
							indústria pesada, outro ainda sobre o transporte naval e o
							comércio, etc. Por estas razões uma "política
							financeira de conjunto" jamais poderá convir a todos os
							países.
							
 O exemplo do dólar?
 
 Muitas vezes menciona-se os Estados Unidos como exemplo com
							"êxito" de uma zona de moeda única. Contudo, uma
							diferença crucial é que ali toda a gente fala a mesma
							língua e assim as pessoas podem deslocar-se muito mais facilmente para
							os lugares onde há actividades económicas. Na Europa a
							mobilidade internacional do trabalho é relativamente restrita,
							não só por causa das barreiras linguísticas como
							também porque temos países antigos com pessoas que estão
							enraizadas nas suas tradições e culturas.
 
 Dito isto, pode-se perguntar se se pode chamar ao dólar um caso de
							êxito
							de uma moeda única. 
							[5]
							 Desde 1973 os Estados Unidos importaram muito mais do que exportaram e com uma
							dívida em crescimento vertiginoso e não dominável o
							país vive como um parasita que se alimenta de quase todos dos
							países do mundo. O exemplo do dólar seria antes uma prova de que
							um moeda única numa zona heterogénea não é
							possível sem uma exploração maciça de outros
							países.
 
 Sair do euro?
 
 Compreender que o euro não pode funcionar é uma coisa. A seguinte
							é ainda mais importante. Demonstrarei que retornar simplesmente para as
							nossas moedas anteriores é 
							
								uma solução muito má.
							
							 Certamente, teremos de novo a necessidade de moedas nacionais mas, se
							quisermos evitar os erros do passado, 
							
								teremos necessidade de dinheiro emitido pelo Estado.
							
							 (O que é o que a maior parte das pessoas pensa que acontece hoje.)
 
 Para compreender porque o dinheiro do Estado é tão importante,
							devemos compreender o que é o dinheiro e como funciona. O dinheiro
							actual não é posto em circulação e nem gerido pelo
							governo. Ao invés disso  e para muitas pessoas isso pode parecer
							incrível  quase todo o dinheiro que existe hoje foi posto em
							circulação por bancos comerciais de modo secreto (e enganoso). De
							facto, vocês não têm dinheiro nas vossas contas
							bancárias  apenas números. Estes números são
							uma "ilusão de dinheiro". No vosso extracto bancário
							é mencionado quanto o banqueiro vos deve, mas este dinheiro não
							existe, à parte uma fracção minúscula.
							Naturalmente, desde que você possa pagar com este dinheiro falso, isso
							vos é indiferente. 
							[6]
							 Entretanto, como demonstrarei abaixo, é este logro no sistema
							bancário que permite aos banqueiros fazerem inchar a massa de dinheiro
							de modo permanente, o que constitui um perigo para a nossa sociedade. Os
							banqueiros corromperam todas as moedas do mundo com os seus truques
							contabilísticos secretos. O euro não é uma
							excepção.
 
 
 
								
									| "Ainda bem que as pessoas do país não entendem nosso sistema
													bancário e monetário, pois se o entendessem creio que haveria uma
													revolução na manhã seguinte".
												
												 (Henry Ford) |  
							
								O segredo do dinheiro
							
							
 Hoje, menos de 5% de todo o dinheiro sob forma de bilhetes e moedas é
							verdadeiro dinheiro. O resto foi criado artificialmente pelos bancos e
							não existe senão sob forma de números em contas
							bancárias. Quando você toma dinheiro emprestado no banco, o banco
							não vos empresta do dinheiro existente. Ao invés disso ele cria
							um novo montante, simplesmente teclando números na vossa conta. Em
							seguida você paga juros sobre este dinheiro novo. Muitas vezes trata-se
							de montantes importantes. Habitualmente, alguém que paga a sua casa em
							20 ou 30 anos paga quase tanto de juros como de reembolsos. De facto ele paga
							duas casas. Uma para si mesmo e uma para o seu banqueiro! 
							[7]
 
 No momento em que alguém compra uma casa, o dinheiro do seu
							empréstimo é lançado na conta do vendedor. Este
							gastará este dinheiro em outras coisas. Assim o dinheiro do
							empréstimo começa a circular na sociedade. 
							
								Todo
							
							 o dinheiro na sociedade começou como um empréstimo. Cada
							banqueiro colecta juros sobre o dinheiro que criou e todos os bancos reunidos
							colectam juros sobre todo o dinheiro que existe. Se tiver dinheiro no bolso ou
							na vossa conta, há alguém em algum lado que paga juros sobre este
							dinheiro a um banqueiro. Quando alguém reembolsa o seu
							empréstimo, o dinheiro, que foi criado a teclar na conta, é
							destruído deduzindo-o desta conta. Neste momento, este dinheiro
							já não existe.
 
 Portanto, todo o dinheiro é temporário. O montante total
							existente representa a parte dos empréstimos emitido ainda por
							reembolsar. Isso quer dizer que o montante do dinheiro total na sociedade
							é um montante arriscado. Ele nada tem a ver com as necessidades da
							sociedade para o intercâmbio normal de bens e serviços.
 
 Inflação eterna
 
 Pior ainda: os banqueiros concedem cada vez mais empréstimos e assim
							criam cada vez mais dinheiro. Quando se utiliza mais dinheiro para comprar um
							mesmo número de bens e serviços, o valor de cada unidade de
							dinheiro diminui e os preços aumentam. É a bem conhecida
							inflação. 
							[8]
							 O chefe de orquestra desta inflação é o banqueiro
							central. Quando ele baixa a sua taxa de juro, indica aos bancos que devem
							acelerar a distribuição de créditos (a taxas mais baixas
							as pessoas tomarão mais emprestado e mais facilmente) e, inversamente,
							quando aumenta a sua taxa o crescimento da massa de dinheiro
							enfraquecerá.
 
 Os banqueiros têm necessidade de inflação
 
 Os banqueiros têm necessidade de inflação. 
							[9]
							 Quando a criação de dinheiro é acelerada, torna-se mais
							fácil para o tomador do empréstimo ganhar as somas de que tem
							necessidade para pagar a sua dívida. Isto é uma vantagem para o
							tomador, mas igualmente para os banqueiros. Isso garante menos incumprimentos
							de pagamento.
 
 O facto de que o principal de um empréstimo terá diminuído
							de valor no momento em que é reembolsado não preocupa o
							banqueiro. Com efeito, os montantes reembolsados pelo principal não
							continuam a existir. Lembrem que o banqueiro criou este montante ao teclar numa
							conta e destruiu-o no momento do reembolso deduzindo-o desta conta.
 
 Quanto aos juros, é uma outra história. Estes juros não
							fazem parte do dinheiro que o banqueiro criou para o empréstimo e estes
							montantes não desaparecerão no momento em que são pagos.
							Eles são os lucros do banqueiro! É verdade que o seu valor
							terá diminuído por causa da inflação. Mas
							não tenha pena do banqueiro. Vocês podem estar certos de que ele
							viu este problema antecipadamente e que elevou a sua taxa desde o início
							para compensar esta desvalorização.
 
 
 
								
									| Quanto mais se reembolsa, mais dívida se tem! |  
							
								Não há possibilidade de uma sociedade sustentável
							
							
 A inflação tem outro aspecto importante. Se não quisermos
								nos empobrecer, devemos trabalhar sempre mais para compensar a perda de valor
								do nosso dinheiro. Esta é razão porque a inflação
								causa cada vez mais actividade económica. Dito de outra forma, com um
								sistema bancário inflacionista jamais será possível
								alcançar uma sociedade durável e equilibrada.
 
 Poder financeiro
 
 A massa de dinheiro sempre crescente cria uma situação na qual
							tudo se torna comprável, mesmo o Estado. Em muitos países, grupos
							financeiros já compraram serviços públicos para
							transformá-los num rio de lucros contínuos: os serviços de
							distribuição de gás, de electricidade e de água, os
							transportes públicos, os correios, o telefone, tarefas de
							polícia, as prisões, a saúde pública, os
							serviços de colecta de lixo, etc. Isto é um processo
							contínuo. Os banqueiros e a elite financeira tomam cada vez mais
							decisões de investimento que moldam a nossa sociedade e o Estado toma
							cada vez menos.
 
 Isto tem consequências. O dinheiro e o lucro determinam hoje o que
							é "bom" para a nossa sociedade. Mas isso não é
							tudo. Uma vez que o governo fornece cada vez menos serviços aos seus
							cidadãos, ele perde o reconhecimento de autoridade natural. Ao
							invés de ser uma instituição que cuida da sua
							população, o governo está em vias de se tornar um
							esqueleto, o qual tem necessidade de cada vez mais opressão para impor
							decisões de visão curta e para o curto prazo. Ao invés de
							ser o garantidor das liberdades individuais, o governo autoriza e mesmo
							favorece que todos os cidadãos sejam postos sob vigilância
							electrónica, efectuada tanto por organizações do Estado
							como privadas, com milhares de câmaras, ligadas a bases de dados
							interconectadas. O KGB era uma escola maternal em comparação com
							a vigilância electrónica de hoje, em crescimento rápido.
 
 O euro
 
 O euro é uma moeda pertencente ao Banco Central Europeu (BCE) com sede
							em Frankfurt. 
							[10]
							 O BCE pertence aos bancos centrais dos países participantes. 
							[11]
							 Apesar dos seus nomes, que se assemelham aos de instituições do
							Estado (Deutsche Bundesbank, Banque de France, etc), todos eles são
							independentes do governo e a maior parte é dirigida por conselhos
							privados. 
							[12]
 
 Apesar do seu carácter privado, o BCE é um órgão
							oficial da União Europeia. Graças ao artigo 7 do Sistema Europeu
							dos Bancos Centrais (SEBC) e ao artigo 107 do Tratado de Maastricht, o BCE
							desfruta de uma independência total. 
							[13]
 
 Note-se que esta independência não decorre de alguma necessidade
							lógica ou organizacional, mas deriva da crença de que somente
							banqueiros centrais independentes são capazes de gerir o sistema do
							dinheiro convenientemente. Pois bem, se hoje não pusermos em causa esta
							crença quando o faremos? 
							[14]
 
 O governo europeu
 
 Em 1957 arrancou a Comunidade Económica
							Europeia (CEE). Desde o princípio faltou-lhe governação
							democrática: o parlamento não tinha senão um papel
							consultivo. Os fins da CEE eram a cooperação económica e
							política entre a
							França, a Alemanha, a Itália, a Bélgica, os Países
							Baixo e o Luxemburgo.
 
 Em 1967 houve uma concentração de poder, quando a CEE, o
							Euratom e a Comunidade Económica do Carvão e do Aço
							tornaram-se as Comunidades Europeias. 
							Os direitos de veto dos países individuais foram igualmente abolidos em
							muitos domínios. Uma vez feito isto, os banqueiros intrometeram-se. Em
							1970 Pierre Werner, um banqueiro influente do Luxemburgo 
							[15]
							, traçou os planos para a moeda colectiva.
 
 Bretton Woods
 
 Pierre Werner foi um dos participantes na Conferência de Bretton Woods,
							em 1944, que foi fortemente dominada pelo espírito agressivo da Segunda
							Guerra Mundial. Nesta conferência foram decididos os princípios
							para o comércio e a finança mundiais. Os países agora
							teriam de ligar a sua divisa ao dólar e manter as suas taxas de
							câmbio estáveis. Isso foi benéfico para o comércio e
							a finança internacional. De facto, o que este princípio exprimia
							é que a facilidade para o comércio e a finança
							internacional era mais importante que a faculdade dos países de poderem
							adaptar-se a mudanças do ambiente internacional. Além disso,
							através deste acordo os EUA foram virtualmente proclamados o
							"mestre do mundo", uma vez que todos os países teriam de
							adaptar as suas divisas ao dólar, ao passo que os Estados Unidos podiam
							fazer o quisesse.
 
 Nesta mesma conferência foi estabelecido o Fundo Monetário
							Internacional (FMI), assim como os precursores do Banco Mundial e da
							Organização Mundial de Comércio. Os cavalheiros de Bretton
							Woods sabiam muito bem que os países mais fracos sofreriam com os seus
							projectos. O FMI, e mais tarde igualmente o Banco Mundial, recebiam o papel de
							fornecedor dos créditos a estes países. Eles eram acompanhados de
							condições severas, como reduções de despesas
							públicas, o que geralmente implica graves consequências para a
							educação e a saúde pública. Na prática, o
							FMI e o Banco Mundial enterravam em dívidas os países em
							desenvolvimento. As dívidas destes países tornavam-se
							então de tal modo elevadas que eles já não podiam os juros
							e portanto menos ainda os reembolsos. E uma vez que um país se
							encontrasse numa posição sem saída, era obrigado a vender
							tudo o que tinha (particularmente os seus minerais e o seu petróleo),
							mas frequentemente a empresas dos Estados Unidos. 
							[16]
 
 Empréstimos estrangeiros
 
 Apesar de o Banco Mundial ter ensinado o contrário aos seus
							funcionários, os créditos estrangeiros constituem a pior maneira
							de ajudar um país em dificuldade. A única coisa que ele pode
							fazer com o dinheiro estrangeiro é comprar produtos no estrangeiro e
							endividar-se mais. 
							[17]
 
 Só no caso em que um país ter realmente necessidade de uma
							máquina ou de outra coisa que não possa fabricar por si mesmo e
							em que, além disso, o fornecedor recusa a moeda do país, pode ser
							justificado o empréstimo do estrangeiro.
 
 Movimento livre de capital
 
 E o que significaria a Eurolândia para os banqueiros? Os banqueiros
							perderiam uma fonte de receitas importante: as comissões sobre o
							câmbio das numerosas moedas nacionais. Mas ganhariam uma fonte de
							receitas bem mais importante: o movimento livre de capital. Era uma
							pré-condição para uma moeda única. Graças a
							isso os banqueiros podiam facilmente conceder empréstimos por toda a
							parte onde pudessem ser feitos lucros.
 
 O boom da construção na Europa do Sul
 
 Internacionalmente os banqueiros acordaram um certo número de regras
							para si próprios, que fixam limites ao montante total dos
							empréstimos que podem emitir em relação ao seu capital. A
							norma é que devem dispor de pelo menos 8 euros de capital para cada 100
							euros de empréstimos em aberto no comércio e na indústria.
							Contudo, para a construção de casas eles podem emprestar o dobro
							disso e portanto colectar o dobro de juros. 
							[18]
							 Ainda há pouco tempo os banqueiros pensavam que os preços das
							casas não podiam senão aumentar e que os empréstimos para
							a construção de casa eram, por assim dizer, sem risco. Nascia
							assim o boom da construção em Espanha, Portugal, Irlanda e
							alhures. O que os banqueiros esqueciam é que para reembolsar os
							créditos os seus clientes deviam poder ganhar dinheiro. Seria preciso
							igualmente que houvesse actividades económicas. Mas ao financiar
							actividades económicas como a indústria e o comércio os
							banqueiros não podem colectar senão a metade dos juros...
 
 Socorro!
 
 A Grécia já sabe o que é ter "amigos" europeus,
							que chegam com empréstimos e exigem simultaneamente
							reduções enormes nas despesas públicas. Estes amigos
							têm tal confiança na sua solução que fizeram entrar
							o cão raivoso do FMI para tomar parte na tragédia grega. 
							[19]
							 Note-se de passagem que o euro agora é "assistido" pelo FMI.
							Seria divertido se não fosse uma realidade tão trágica.
 
 A Irlanda, Portugal e a Espanha também se encontram em dificuldade.
							Enquanto permanecerem no euro, não poderão desvalorizar a sua
							moeda. O euro funciona agora como uma taxa de câmbio invisível e
							imposta aos diferentes países. Os países endividados têm um
							duplo problema. Em primeiro lugar, devem reduzir suas dívidas até
							o nível admitido pela zona euro e em segundo devem evitar endividar-se
							no futuro.
 
 O primeiro problema geralmente é resolvido com medidas extremamente
							duras, como cortes nas despesas sociais e culturais, na educação
							e saúde públicas, depois o despedimento de funcionários e
							a privatização de infraestruturas (como os aeroportos
							espanhóis) e de serviços públicos e, para coroar tudo, um
							forte aumento de impostos. Estas medidas são agressivas e muito injustas
							para as pessoas comuns, as quais não são responsáveis por
							esta tragédia. Muitas pessoas cairão na pobreza. Terão
							elas oportunidade para sair?
 
 Será que as coisas poderão ser melhores?
 
 Para ter uma ideia, é preciso ver o segundo problema. Como se pode
							evitar que países menos produtivos se endividem? Pois bem, 
							
								não se pode.
							
							 Não há nenhuma maneira de impedir que as pessoas nos
							países menos produtivos importem mais do que exportam. É mesmo
							lógico supor que preferirão comprar produtos menos caros e
							melhores importados de países mais produtivos da zona euro. Este
							é o defeito fundamental da moeda única num mercado comum composto
							por economias muito heterogéneas.
 
 Na minha opinião, as medidas duras que estes países tomam neste
							momento são completamente inúteis se estes países
							não abandonarem o euro.
 
 Más soluções
 
 Uma má solução seria retornar à
							situação anterior ao euro e deixar que banqueiros criassem o
							dinheiro e que inchassem a massa monetária com a sua
							inflação eterna.
 
 Algumas pessoas pensam que se os banqueiros não fossem mais autorizados
							a criar dinheiro simplesmente a teclar numa conta bancária a
							inflação pararia. A única coisa que pararia seria o efeito
							multiplicador dos haveres bancários. 
							[20]
							 É verdade que haveria então verdadeiro dinheiro nas nossas
							contas bancárias mas, como indicado acima, os banqueiros têm
							necessidade de inflação. Eles continuariam portanto a conceder
							cada vez mais empréstimos, mas ao invés de criá-lo do nada
							teriam de tomá-lo emprestado junto ao banco central. Este pode criar
							dinheiro indefinidamente. E, bem entendido, os banqueiros fariam com que este
							custo suplementar fosse suportado pelos seus clientes. Os empréstimos
							tornar-se-iam mais caros e a inflação nem por isso cessaria.
 
 Uma outra má solução seria optar por uma moeda com base no
							ouro. Se bem que tais moedas tenham existido no passado (nos Estados Unidos
							até 1971), o dinheiro baseado no ouro tem muitas desvantagens. Os
							países sem minas de ouro seriam obrigados a comprá-lo (ou seja,
							entregar bens e serviços aos países fornecedores de ouro) com o
							simples objectivo de dispor de um meio de troca nacional. E cada vez que
							chegasse mais ouro ao mercado, seriam obrigados a comprar mais para evitar que
							a sua moeda desvalorizasse em relação aos países que
							continuassem a aumentar suas reservas de ouro. A indústria das minas de
							ouro deteria sob muitos aspectos um poder supranacional, mesmo maior do que tem
							hoje a Reserva Federal. O ouro não é um valor estável. Seu
							preço pode ser influenciado por aqueles que detêm grandes stocks
							(como estas indústrias de minas de ouro e os bancos centrais). Mesmo um
							grande número de pequenos vendedores e compradores, quando actuam por
							medo ou por cobiça, pode influenciar o seu preço. Todas estas
							flutuações de preços podem constituir um perigo para
							qualquer economia que tenha a sua moeda ligada ao ouro. Mais ainda do que hoje,
							o ouro desencadearia conflitos, opressão e guerras.
 
 Toda cobertura do dinheiro por commodities, quer seja o ouro, a prata ou outra
							coisa, terá um impacto severo sobre a moeda em causa, assim como sobre o
							preço das commodities escolhidas.
 
 
 
								A solução através do dinheiro estatal
							
							A maior parte das pessoas pensa que o dinheiro é emitido pelo Estado.
							É assim que deveria ser. O dinheiro deve pertencer à sociedade e
							não aos banqueiros. É a única maneira de obter um sistema
							monetário justo 
							
								e
							
							 a única maneira de ter um governo que não dependa dos banqueiros.
							
 Neste momento temos um sistema monetário muito oneroso, com banqueiros
							que a cada ano aumentam o seu capital com lucros gigantescos. Os banqueiros
							dirão que têm necessidade deste capital para os casos em que
							têm de absorver perdas. Estas perdas seriam deduzidas do capital. Pois
							bem, objectivamente os seus capitais são enormes mas eles não
							cobrem senão uma fracção ínfima dos
							empréstimos correntes. Se as perdas forem demasiado grandes, o capital
							desaparecerá rapidamente. Mas se examinarmos mais atentamente os acordos
							internacionais entre banqueiros, constata-se que eles não podem utilizar
							o seu capital obrigatório para absorver perdas. Se eles deduzirem
							qualquer montante que seja do capital obrigatório, há
							imediatamente vinte vezes mais empréstimos no balanço que deixam
							de ser cobertos por capital. Portanto, o que vemos hoje são banqueiros
							que, ao invés de sofrerem as suas perdas, correm simplesmente para o
							ministro da Finanças para lhe dizer que têm necessidade de
							dinheiro fresco, pois doutra forma não terão mais capital
							suficiente!
 
  Banco estatal
 
 Pois bem, nós podemos acabar com este sistema oneroso e desonesto
							criando um banco do Estado, o qual será o único banco autorizado
							a criar dinheiro no país. Este criará o dinheiro
							necessário para os empréstimos no país, assim como para
							avançar despesas do Estado. E quanto aos banqueiros privados, daí
							em diante seriam proibidos de criar haveres sem disporem do dinheiro
							correspondente. Se os banqueiros quiserem, poderão operar como
							intermediários entre o Banco do Estado e o público para a
							emissão de créditos. Para isto receberiam uma provisão e
							não juros. Poderão igualmente gerir as contas dos clientes em
							nome e por conta do Banco do Estado. Deste modo os clientes podem manter suas
							contas bancárias excepto no momento da conversão para a moeda
							nacional, não haverá interrupção nos
							serviços de pagamentos interbancários. (No caso em que os
							banqueiros não quiserem cooperar, o Banco do Estado deverá abrir
							seus próprios guichets, por exemplo nas repartições de
							impostos.)
 
 Além da sua nova função como intermediário para os
							empréstimos do Banco do Estado ao público, os banqueiros
							poderão sempre reunir dinheiro existente para formar fundos que
							poderão ser emprestado com juro. Uma vez que se tratará de
							dinheiro existente, isso não criará inflação.
 
  Travagem da inflação
 
 Com esta reforma o governo passa a dispor dos meios para travar a
							inflação. Dispor dos meios não quer dizer que tenha de
							fazê-lo. É mais provável que os governos só venham a
							travar a inflação progressivamente, pois a abordagem gradualista
							da filosofia "a cobiça é bela" inclina-se a
							"cuidar do ambiente e do futuro". E seja qual for a forma que assuma,
							não seremos obrigados a trabalhar cada vez mais só porque os
							banqueiros querem isso de nós.
 
  Não mais dívida pública
 
 Se o governo puder criar o dinheiro de que temos necessidade, a dívida
							pública pode desaparecer.
 
 A dívida pública forma-se quando o governo faz despesas para as
							quais os impostos não foram arrecadados os impostos correspondentes.
							Neste momento, pagamos muito em juros pelos Títulos do Tesouro que o
							Estado emite para financiar estas despesas. Os banqueiros gostam muito de
							investir nestes Títulos do Tesouro, pois eles proporcionam juros quase
							sem risco. Portanto, por um lado o governo tem de se endividar para salvar os
							banqueiros e, por outro, os banqueiros recebem juros sobre estas mesmas
							dívidas!
 
  Fundos de pensões complementares
 
 Outros aproveitadores da dívida pública são os fundos de
							pensão complementares, que dela retiram uma parte das suas receitas.
							Nossos pensionistas são pagos, em grande parte, a partir deste juro, o
							qual, por sua vez é pago pelo contribuinte do fisco. Uma outra parte
							é paga pelas contribuições de reforma da
							população activa. Portanto, por trás da fachada, que deixa
							pensar que as pessoas põem dinheiro de lado para a sua reforma, a maior
							parte do dinheiro que recebem nossos pensionistas provém das
							contribuições de reforma e dos impostos pagos pela
							população activa.
 
 De facto isto é bastante lógico. Se o dinheiro fosse simplesmente
							armazenado durante décadas e liberto a seguir, esta
							libertação apenas provocaria inflação. O que se
							pode fazer com o dinheiro quando se está velho depende em grande medida
							da força de trabalho e da produtividade da
							população activa nesse momento.
 
 Uma outra parte das receitas dos nossos reformados provém de
							aplicações no estrangeiro ou, para dizê-lo claramente, do
							trabalho de pessoas no estrangeiro. Eticamente é como colonialismo
							financeiro. Nada para se orgulhar.
 
 É por isso que seria mais lógico haver uma caixa de
							pensões gerida pelo Banco do Estado. Ou para dizer de outra forma, a
							população activa deverá muito simplesmente aceitar que
							deve tomar conta da população idosa. Os cidadãos, que
							quisessem transferir seus direitos adquiridos nas caixas de
							aposentação privadas para a caixa do Estado devem ter a liberdade
							para assim o fazer.
 
  Juros
 
 Muitas pessoas acham que os juros não são éticos. Contudo,
							se uma parte do produto dos juros for utilizada para absorver as perdas com os
							empréstimos que não podem ser reembolsados, e quando o resto vai
							para o Tesouro do país, não vejo inconveniente. Esta
							última parte diminuiria os impostos a arrecadar.
 
 O governo poderia estabelecer taxas de juro variadas conforme o sector e o tipo
							de investimento que deseja privilegiar. Ao invés de determinar
							brutamente uma única taxa de juro, como o fazem os bancos centrais de
							hoje, o governo poderia dirigir os empréstimos e os investimentos nas
							direcções necessárias.
 
 Os juros são igualmente um meio útil para incitar os tomadores de
							empréstimos a pagarem as suas dívidas em tempo.
 
  Ricos e pobres
 
 Hoje, no momento da concessão de empréstimos, os banqueiros
							exigem uma garantia colateral que possam apreender se o tomador do
							empréstimo não pagar a sua dívida. Deste modo os ricos
							sempre podem obter empréstimos e investir mais facilmente, e portanto
							enriquecer mais, de modo mais fácil. O afastamento crescente entre ricos
							e pobres é perigoso para a sociedade. O Banco do Estado não tem
							necessidade de garantias. Pode-se comparar os impostos que ele concede com
							dívidas fiscais. Se elas não forem reembolsadas, podem ser
							tratadas de modo semelhante. Em princípio, os pobres poderiam tomar
							emprestado e investir tão facilmente quanto os ricos.
 
 Como explicado mais acima, num ambiente sem inflação é
							mais difícil reembolsar empréstimos. Contudo, isto será
							compensado pelo facto de que as taxas de juros poderão permanecer mais
							baixas, uma vez que não teremos mais de contribuir para a
							capitalização cara e inútil dos bancos privados.
							Além disso, se necessário, compensações
							suplementares podem ser oferecidas aos tomadores de empréstimos
							através da política fiscal.
 
  Será que custa caro deixar o euro?
 
 Alguns políticos procuram assustar as pessoas e pretendem que seria
							extremamente custoso deixar o euro e que isso atrasaria o desenvolvimento
							económico durante anos e assim por diante, etc. Pois bem, para
							começar, os países não param de comerciar porque um
							país deixou o euro e tem uma nova moeda. E se este país optar
							pelo dinheiro do Estado, os custos são principalmente organizacionais e
							relativamente mínimos em relação aos ganhos obtidos.
 
 Todo o dinheiro necessário à mutação pode
							simplesmente ser criado do nada pelo Banco do Estado. Todos os euros em
							circulação no país poderão ser comprados pelo Banco
							do Estado pela emissão de dinheiro novo. Estes euros poderão ser
							postos de lado como reserva estratégica ou para o pagamento das
							importações.
 
 O governo poderá recomprar todas as infraestruturas essenciais e de
							serviços públicos do país. A reconstrução de
							empresas nacionais a partir das numerosas empresas privadas e fragmentadas nos
							domínios da energia, correios, telefones, ferrovias e outras
							levará certamente a serviços muito mais fiáveis. Nestes
							serviços essenciais a qualidade e o cliente deveriam ter a prioridade.
							Isso não significa um retorno às poeirentas empresas estatais de
							outrora. Empresas do Estado podem perfeitamente ser geridas de um modo moderno
							e eficaz e, porque não, proporcionar serviços bem melhores do que
							não importa qual empresa privada em busca de lucros.
 
 Não digo que todas estas mudanças sejam fáceis. Mas se
							quisermos alcançar uma sociedade durável, onde a democracia e a
							liberdade ainda querem dizer alguma coisa quando os nossos filhos e netos forem
							grandes, este é o caminho que é preciso tomar.
 
  Resumo
 
 A reforma, tal como a vejo, pode ser resumida no esquema abaixo. É favor
							prestar atenção às notas sob o esquema.
   
 Notas e referências:
 
 [1]
								
								 Nos estudos científicos sobre as "optimum currency areas"
								(regiões óptimas para uma moeda) podemos distinguir aqueles que
								se centram nas condições necessárias e aqueles posteriores
								a 1970 (quando os políticos decidiram que queriam uma moeda
								única) que são mais centrados sobre os custos e os
								benefícios.
 
 Roman Horvath e Lubos Komarek em "OPTIMUM CURRENCY AREA THEORY: AN
								APPROACH FOR THINKING ABOUT MONETARY INTEGRATION" (2002)
 
 (Tradução abaixo)
 
 "It is possible to distinguish two major streams of the optimum currency
								area literature. The first stream tries to find the crucial economic
								characteristics to determine where the (illusionary) borders for exchange rates
								should be drawn (1960s-1970s). The second stream (1970s-till now) assumes that
								any single country fulfills completely the requirements to make it an optimal
								member of a monetary union. As a result, the second approach does not continue
								in the search for characteristics, identified as important for choosing the
								participants in an optimum currency area. This literature focuses on studying
								the costs and the benefits to a country intending to participate in a currency
								area".
 
 "É possível distinguir duas correntes principais na
								literatura sobre as regiões óptimas para uma moeda. A primeira
								corrente tenta encontrar as características chave para determinar onde
								as fronteiras (imaginárias) para as taxas de câmbio deveriam ser
								estabelecidas (anos 60 e 70). A segunda corrente (de 1970 até hoje)
								supõe que não importa qual país individual responde
								inteiramente às exigências para se fazer um membro óptimo
								de uma união monetária. Em consequência, a segunda
								abordagem não continua a procurar as características, que foram
								identificadas como importantes, para escolher os participantes numa
								região monetária óptima. Esta literatura é centrada
								nos estudo dos custos e benefícios para um país que tem a
								intenção de participar numa região [união]
								monetária".
 
 http://wrap.warwick.ac.uk/1539/1/WRAP_Horvath_twerp647.pdf , page 7
								.
 
 Friedman descreve as vantagens das taxas de câmbio flexíveis como
								se segue: "Como se constata habitualmente, os preços e os
								salários num país são relativamente rígidos e
								[estes] factores são imóveis entre países. Em
								consequência, aquando de uma procura negativa ou de um choque na oferta,
								o único instrumento para evitar uma inflação maior ou o
								desemprego é uma mudança na taxa de câmbio flexível
								(o que quer dizer revalorizar ou desvalorizar a moeda). Isso trará a
								economia de volta ao equilíbrio interno e externo inicial. (...) Sob o
								regime de taxas de câmbios fixas, haveria sempre o impacto
								desagradável do desemprego ou da inflação".
 
 http://wrap.warwick.ac.uk/1539/1/WRAP_Horvath_twerp647.pdf , page 8
								.
 
 [2]
								
								 Yrd. Doç. Dr. Hüseyin Mualla YÜCEOL, Mersin Üniversitesi
								Ýktisadi ve Ýdari Bilimler Fakültesi, Maliye
								Bölümü, em "WHY THE EUROPEAN UNION IS NOT AN OPTIMAL
								CURRENCY AREA: THE LIMITS OF INTEGRATION" ("PORQUE A UNIÃO
								EUROPEIA NÃO É UMA REGIÃO DE MOEDA ÓPTIMA: OS
								LIMITES DE UMA INTEGRAÇÃO")
 
 "A Europa não é uma região de moeda óptima.
								Contudo, no dia 1º de Janeiro de 1999 onze país da UE iniciaram uma
								União Monetária Europeia adoptando uma moeda partilhada, ou euro,
								embora a UE não responda a todos os critérios para uma
								região monetária óptima. Além disso, aderir
								à UE não é a mesma coisa que aderir ao euro, tanto para os
								antigos como para os novos membros".
 
 http://eab.ege.edu.tr/pdf/6_2/C6-S2-M6.pdf , page 66
 
 [3]
								
								 Paul de Grauwe, partes de um discurso:
 
 (Tradução abaixo)
 
 "With up to twenty-seven members instead of the present twelve, the
								challenge for ensuring a smooth functioning of the enlarged Eurozone will be
								daunting. The reason is that in such a large group the probability of what
								economists call 'asymmetric shocks' will increase significantly. This means
								that some countries may experience a boom and inflationary pressures while
								others experience deflationary forces. If too many asymmetric shocks occur, the
								ECB will be paralyzed, not knowing whether to increase or to reduce the
								interest rates. As a result, member countries will often feel frustrated with
								the ECB policies that do not (and cannot) take into account the different
								economic conditions of the individual member countries. This leads us to the
								question whether the enlarged EMU will, in fact, be an optimal currency
								area." (...)
 
 "If a country is hit by negative shocks brought about by agglomeration
								effects, the wage cuts necessary to deal with these shocks will inevitably be
								very large. To give an example: If Ford Motor were to close down a plant in
								Belgium and to invest in Poland instead, the wage cut of Belgian workers that
								would convince Ford Motor not to make this move would have to be 50% or more
								given that the wage not feasible, then flexibility dictates that the Belgian
								workers be willing to move."
 
 "Hoje com vinte e sete membros ao invés dos doze, o desafio para
								assegurar um funcionamento fluído da zona euro ampliada será
								terrível. A razão é que num grupo tão amplo a
								probabilidade daquilo a que os economistas chamam "choques
								assimétricos" aumenta de modo significativo. Isso quer dizer que
								certos países podem experimentar um boom e pressões
								inflacionárias, ao passo que outros experimentam forças
								deflacionárias. Se se verificarem demasiados choques
								assimétricos, o Banco Central Europeu será paralisado, não
								sabendo se deve aumentar ou reduzir as taxas de juro. Em consequência, os
								país membros muitas vezes se sentirão frustrados pela
								política do Banco Central Europeu, que não tem em conta (e nem
								pode ter em conta) as diferentes condições económicas nos
								países membros individuais. Isto nos leva à questão de se
								a União Monetária Europeia ampliada será uma região
								de moeda óptima". (...)
 
 Se um país for afectado por choques negativos provocados por efeitos de
								acumulação, os cortes salariais necessários para gerir
								estes choques serão inevitavelmente muito importantes. Exemplo: Se a
								Ford Motors encerrasse uma fábrica na Bélgica e em alternativa
								investisse na Polónia, os cortes salariais que convenceriam a Ford a
								não deslocalizar teriam de ser de 50% ou mais. Uma vez que tal
								salário não é factível, então a
								flexibilidade determina que os trabalhadores belgas estariam dispostos a
								mudar-se".
 
 mostlyeconomics.wordpress.com/...
 
 [4]
								
								
									NRC Handelsblad,
								
								  03/Junho/2010
 
 "De Europese Commissie heeft op dit moment tegen 20 van de 27 EU-landen
								een procedure lopen omdat deze landen de interne begrotingsregels van de
								Europese Unie overschrijden."
 
 "A Comissão Europeia encetou procedimentos contra 20 dos 27 membros
								da União Europeia, uma vez que estes países infringem as regras
								orçamentais da UE".
 
 www.nrc.nl/economie/schuldencrisis/article2558281.ece/...
 
 [5] Julius Horvath em "Optimum currency area theory: A selective
								review"
 
 Ghosh and Wolf (1994), for example, conclude the US is not an optimum currency
								area and tentatively suggest separate currencies for different parts of the
								United States.
 
 Ghosh e Wolf (1994), por exemplo, concluem que os Estados Unidos não
								são uma região monetária óptima e tentam sugerir
								moedas separadas para diferentes partes dos Estados Unidos.
 
 www.bof.fi/NR/rdonlyres/5C4E3CE4-0386-4FDB-886B-C276040CD183/0/dp1503.pdf
								, pg. 7
 
 [6]
								
								 Apesar das aparências, não podemos e não pagamos com
								dinheiro "falso". Com o bocadinho de dinheiro real que resta, os
								banqueiros conseguem executar nossas ordens de pagamento. Para uma
								explicação simplificada ver "Débit, crédit,
								banco!", paragrafo "Jongler avec les paiements"
 
 http://www.courtfool.info/fr_Debit_credit_banco.htm
 
 [7]
								
								 Inflação e taxas de juro variem enormemente no decorrer do
								tempo. Ver o gráfico " US rates 1940-1999"
								 http://www.courtfool.info/US_inflation_1940_1999.htm
								 . Estas taxas não
								mostram as despesas suplementares que os clientes devem frequentemente
								desembolsar para obter os seus empréstimos, como seguros por exemplo. Os
								seguros reduzem os riscos para o banqueiro, portanto aumenta os seus lucros com
								os empréstimos. Portanto mesmo que você pague estes seguros a uma
								companhia de seguros e não ao vosso banqueiro, eles constituem uma forma
								de juros disfarçados.
 
 [8]
								
								 A inflação dos preços leva ao descontentamento da
								população. Eis porque muitos países utilizam um
								Índice de Preços no Consumidor (IPC) que mostra números
								mais agradáveis.
 
 http://www.mw.ua/2000/2020/52764
 
 "
 the reference value (4.5%) of M3 growth on an annual basis. This
								reference value for monetary growth is based on a potential economic growth of
								2.0% to 2,5%, an inflation of less than 2.0% in the medium term and a long-term
								decline of the velocity of money by 0.5% to 1.0%, per annum."
 
 "... o valor de referência (4,5%) do crescimento do M3 numa base
								anual. Este valor de referência para o crescimento monetário
								baseia-se num crescimento económico potencial de 2,0% a 2,5%, uma
								inflação de menos de 2% no médio prazo e um
								declínio a longo prazo da velocidade da moeda de 0,5% a 1,0% por
								ano".
 
 http://www.dnb.nl/dnb/home/file/ar03_tcm47-146939.pdf
								 (página retirada / não mais acessível)
 
 "In 2003, the money supply (M3) in the euro area grew at a rate of 8.0%,
								well above the official reference value of 4.5%".
 
 "Em 2003, o crescimento monetário (M3) na zona euro era de 8%, bem
								acima do valor de referência oficial de 4,5%".
 
 http://www.dnb.nl/dnb/home/file/ar03_tcm47-146939.pdf
								 (página retirada / não mais acessível)
 
 Lembrem-se que quando políticos, funcionários ou o banqueiro
								central falam em público da inflação", eles querem
								dizer a mudança no Índice dos Preços no Consumidor.
 
 O índice é baseado numa comparação anual do custo
								de um cabaz de produtos para uma família "média". O
								conteúdo do cabaz varia de um país para outro, assim como os
								métodos para o cálculo do índice. Um país pode
								incluir o custo da alimentação, do combustível e da
								habitação, outro país pode deixar estes custos de fora.
 
 http://bigpicture.typepad.com/comments/2005/09/the_history_of_.html
 
 http://www.goldandsilverexchange.info/consumer-price-index.html
 
 Certos países publicam as categorias de produtos que incluem no cabaz,
								mas em geral os produtos exactos permanecem secreto. Contudo, certos gabinetes
								de estatística fazem alguns truques de prestidigitação,
								que praticam para obterem índices favoráveis. Exemplo: mudam
								periodicamente o conteúdo do cabaz. Os produtos cujo preço
								aumenta demasiado são retirados e substituídos por outros mais
								baratos. Ou, quando o preço de um produto permanece estável, mas
								a qualidade melhora, contam a melhoria da qualidade como uma baixa de
								preço. Assim, para os computadores no cabaz, o Gabinete Central de
								Estatística (CBS) nos Países Baixos conta uma baixa de
								preço de 64 por cento entre 1998 e 2003! E eis o índice que baixa!
 
 www.cbs.nl/NR/rdonlyres/...
 
 gráfico página 6
 
 www.cbs.nl/en-GB/menu/themas/prijzen/publicaties/artikelen/archief/2005/...
 
 Portanto, o conteúdo do cabaz é adaptado periodicamente. A
								justificação é: "quando os preços sobem, as
								famílias também adaptam as suas compras". E o que significa
								esta política de adaptação para o índice? Pois bem,
								uma vez que a família média definida não pode gastar mais
								do que ganha, o aumento do custo do cabaz é automaticamente limitado ao
								aumento das suas receitas. O IPC portanto fará crer que a
								inflação não ultrapassa o aumento dos rendimentos.
 
 Numa região vasta e heterogénea como a zona euro os países
								jamais serão afectados do mesmo modo por grandes choques como a crise
								financeira. Para o BCE é então impossível reagir com uma
								política que fosse boa para todos os países. O BCE será
								constrangido a escolher uma política que convenha a alguns, mas
								não a outros. E quando a política monetária não
								está adaptada isso pode provocar grandes inflações. Neste
								caso também o IPC fará o seu melhor para mascarar a realidade.
 
 [9]
								
								 O banqueiro central cuida de que a inflação continue eternamente
								a guiar a taxa de juro.
 
 [10]
								
								 Os escritórios do Banco Central Europeu estão em Frankfurt.
								É a cidade histórica dos Rothschild. Representantes das
								famílias Rothschild e Morgan estiveram na base da criação
								da Reserva Federal nos Estados Unidos, em 1913. (G. Edward Griffin em "The
								Creature of Jekyll Island")
 
 [11]
								
								 Propriedade BCE:
 
 eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2009:021:0066:0068:EN:PDF
								, artikel 2.
 
 [12]
								
								 Exemplo: o banco central holandês é o Nederlandse Bank N.V.
								(DNB), onde N.V. signfica Sociedade Anónima. É uma forma
								jurídica comum para empresas com um capital em acções. Nos
								Países Baixos estas empresas têm a obrigação de
								mencionar sempre o N.V. junto com o seu nome. Em 1929 uma lei especial
								dispensava o De Nederlandse Bank N.V. de imprimir o N.V. sobre o seu papel
								moeda, permitindo esconder à população que a sua moeda
								pertencia a uma sociedade anónima.
 
 http://www.dnb.nl/binaries/wo0649_tcm46-145952.pdf
 
 The 4 members of DNB's governing board, the day-to-day direction, are appointed
								by the Crown.
 
 http://www.dnb.nl/en/about-dnb/organisation/governing-board/index.jsp
 
 Of the 10 members of the supervisory board one member is appointed by the
								government.
 
 dnb.nl/en/about-dnb/organisation/supervisory-board-and-bank-council/index.jsp
 
 All these members have strong bonds in the economy.
 
 http://www.dnb.nl/binaries/Raad%20van%20Commissarissen_tcm46-185323.pdf
								 (in Dutch)
 
 Of the 14 members of the bank council, one is the member of the supervisory
								booard who is appointed by the government. (Nevertheless, he is as independent
								from government as all others.)
 
 dnb.nl/en/about-dnb/organisation/supervisory-board-and-bank-council/index.jsp
 
 Notar que para o banco central trata-se de poder, influência e
								ampliação do balanço e, regra geral, não tanto a
								obtenção de lucros, que muitos bancos centrais revertem ao
								Tesouro do país.
 
 [13]
								
								 Independência dos bancos centrais:
 http://www.ecb.int/press/key/date/1997/html/sp970513.en.html
 
 [14]
								
								 Os banqueiros centrais têm o poder sobre o sistema monetário (e
								querem conservá-lo). Uma das razões é que têm a
								necessidade desesperada de manter a inflação, pois sem isso o
								sistema enganoso não pode funcionar. Como explicado, os bancos entrariam
								rapidamente em falência. Portanto os banqueiros centrais querem o
								controle total sobre a taxa de juro. Contudo, para o mundo externo eles
								pretendem desejar exercer este controle, uma vez que os governos não
								seriam capazes de conduzir uma política monetária consistente a
								longo prazo. Eles referem-se a uma situação em que um governo
								provocou uma grande inflação. Banqueiros centrais conduzir-se-iam
								de modo mais responsável (!) e portanto [querem] ter o controle sobre o
								sistema monetário sem nenhuma interferência do governo. Eis um
								exemplo de como eles apresentam a coisa.
 
 Alexandre Lamfalussy, President of the European Monetary Institute, at the
								Oesterreichische Nationalbank, Vienna, 13 May 1997
 
 "Modern economic theory emphasises the inflationary bias in economic
								policy, which relates in particular to the so-called time-inconsistency issue,
								i.e. the problem of convincing the public that the monetary authorities will
								resist the temptation to stimulate output growth in the short run by creating
								"surprise inflation". Against the backdrop of negative past
								experience, the public is unlikely to have much faith in the authorities'
								promises to maintain low inflation. Unless these promises are underpinned by a
								credible form of pre-commitment, the equilibrium inflation rate will be higher
								than needed, with no better performance in terms of output and possibly even a
								deterioration. As a solution to this problem, it has been suggested that
								responsibility for monetary policy be separated from political control and to
								enshrine this in legislation. According to this view, central banks should be
								given the freedom to formulate and execute monetary policy in line with their
								primary objective as determined by the legislator, to whom they are
								accountable. Accountability may involve either a legal obligation for the
								central bank to give reckoning for the conduct of monetary policy or a
								commitment to explain its actions, for example, in regular reports and to
								parliament. This allows central banks to take a medium-term orientation and not
								to be distracted by short-term political motives, an approach which benefits
								the credibility, transparency and efficiency of monetary policy."
 
 http://www.ecb.int/press/key/date/1997/html/sp970513.en.html
 
 [15]
								
								 Pierre Werner foi um banqueiro luxemburguês muito influente. Em 1944
								participou na Conferência de Bretton Woods, que deu origem ao Banco
								Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento
								(International Bank for Reconstruction and Development, IBRD), ao Fundo
								Monetário Internacional (FMI) e aos Acordos Gerais sobre Tarifas e
								Comércio (General Agreement on Tariffs and Trade, GATT). Em 1970 ele era
								também ministro das Finanças e primeiro-ministro do Luxemburgo.
								Além disso, em 1969 havia presidido o Conselho da Comunidade
								Económica Europeia.
 http://www.terra.es/personal2/monolith/eu.htm
 
 [16]
								
								 John Perkins numa entrevista na Talkstick TV (tradução francesa
								e link no YouTube, ver abaixo.)
 
 "The fact of the matter is our job was to convince other countries to take
								very large loans [given by the World Bank]... Let's say a billion dollars to
								Ecuador to build big infrastructure projects: power plants, ... ports,
								highways, industrial parks. Things that didn't benefit anybody except the very
								wealthy people in those countries who were quite corrupt, and we corrupted
								them... 90% of that billion dollars would come back to the United States to pay
								for Halliburton, Bechtel, these types of companies to build the infrastructure.
 
 Then the country would be stuck with this huge debt, which over time would
								continue to be refinanced and get larger and larger and larger. So that in fact
								today Ecuador owes more than 50% of its national budget just to pay down its
								debt service which means there's very little money left to pay for education
								and health services for the poor people who are the ones who suffer from these
								projects. It was their rivers that were destroyed when we built these
								hydro-electric plants, it was their land that was destroyed...
 
 Now they're saddled with this incredible debt that they can't possibly pay. And
								so we go in and demand our pound of flesh, very much like the mafia... We need
								Ecuador's oil... We tell Ecuador, 'Since you can't pay off your loans, what you
								need to do is to turn over your Amazon to our oil companies... What it is all
								about is building empire. We've done this in every country around the world
								that has resources that we covet, often this is oil in places like Indonesia,
								Nigeria, Ecuador, Venezuela, and. Colombia. But sometimes its other resources,
								for example in Panama it was the Panama Canal. "
 
 "O facto é que o nosso trabalho era convencer outros países
								a tomarem empréstimos muito grandes [fornecidos pelo Banco Mundial] ...
								Digamos mil milhões de dólares para o Equador a fim de construir
								grandes projectos de infraestruturas: centrais eléctricas,
								auto-estradas, parques industriais. Coisas que não beneficiavam
								ninguém além das pessoas muito ricas neste país, as quais
								eram relativamente corrompidas e nós as corrompíamos... 90%
								destes mil milhões de dólares retornariam aos Estados Unidos para
								pagar a Halliburton, Bechtel, este tipo de empresas que construíam a
								infraestrutura.
 
 A seguir o país seria paralisado por esta dívida enorme, que com
								o tempo devia ser refinanciada e tornar-se cada vez maior. De tal modo que hoje
								o Equador deve mais de 50% do seu orçamento nacional para pagar estas
								dívidas, o que quer dizer que não sobra senão muito pouco
								para pagar a educação e os serviços de saúde
								pública para as pessoas pobres, as quais são as que sofrem com
								estes projectos. Eram os seus rios que destruíamos ao construir estas
								centrais eléctricas, eram as suas terras que destruíamos...
 
 Agora eles têm esta dívida incrível nos braços e
								jamais poderão pagá-la. E nós entramos e pedimos a nossa
								porção de carne, muito à semelhança da Mafia... Se
								se tiver necessidade do petróleo do Equador, nós lhe dizemos;
								"Uma vez que não podem pagar a vossa dívida, o que devem
								fazer é entregar a vossa Amazónia às nossas companhias de
								petróleo... Tudo isso é a construção de um
								império. Fizemos isso por toda a parte do globo em todos os
								países que têm recursos que desejamos, muitas vezes trata-se de
								petróleo em lugares como a Indonésia, a Nigéria, o
								Equador, a Venezuela e a Colômbia. Mas algumas outros recursos seus, como
								por exemplo no Panamá, em que era o Canal do Panamá".
 
 YouTube: 
								 http://www.youtube.com/watch?v=yTbdnNgqfs8
 
 Joseph E. Stiglitz, num entrevista em 2001:
 
 "As the chief economist at the World Bank from 1997 to 2000, I have seen
								firsthand the dark side of globalization; ... how so-called
								structural-adjustment loans to some of the poorest countries in the world
								'restructured' those countries' economies so as to eliminate jobs, but did not
								provide the means of creating new ones, leading to widespread unemployment and
								cuts in basic services.."
 
 "Como economista chefe no Banco Mundial de 1997 a 2000 vi em
								primeira-mão o lado escuro da globalização; ... como os
								chamados empréstimos de ajustamento estrutural a alguns dos mais pobres
								países do mundo "reestruturaram" as economias daqueles
								países de modo a eliminar empregos, mas não proporcionaram os
								meios de criar outros novos, levando à generalização do
								desemprego e a cortes em serviços básicos".
 
 http://secret-of-life.org/the-World-Bank-and-IMF
 
 Ver igualmente: THE IMF AND IRELAND: WHAT WE CAN LEARN FROM THE GLOBAL SOUTH
 
 http://www.dublinopinion.com/downloads/Afri_Report_on_EU_IMF_Loan_Deal.pdf
 
 [17]
								
								 David C. Korten, in "One World--One World Government Bretton Woods or The
								United Nations?"
 
 (tradução abaixo)
 
 "It was all so simple. The World Bank trained cadres of young economists,
								teaching them to believe that rapid development depends on foreign borrowing to
								supplement investment based on domestic savings. Few seemed to notice the
								obvious -- that when you borrow abroad you are borrowing foreign money that is
								only useful to buy foreign products, thus increasing your economy's dependence
								on imports. You are also building up foreign debts that can only be repaid by
								exporting ever more of your domestic resources and production. Almost
								inevitably you end up at the mercy of foreign lenders -- like the World
								Bank."
 
 "Era tudo tão simples. O Banco Mundial treinava quadros de jovens
								economistas, ensinando-lhes a acreditar que o desenvolvimento rápido
								depende de empréstimos estrangeiros para complementar o investimento
								baseado em poupanças internas. Poucos pareciam perceber o óbvio
								 que quando você toma emprestado no exterior está a tomar
								empréstimo em moeda estrangeira que só é utilizável
								para comprar produtos estrangeiros, portanto agravando a dependência da
								sua economia de importações. Também está a acumular
								dívidas externas que só podem ser reembolsadas através da
								exportação cada vez maior dos seus recursos e
								produção internos. Quase inevitavelmente você
								acabará à mercê de prestamistas estrangeiros  como o
								Banco Mundial".
 
 http://www.ratical.com/co-globalize/ifg041400DK.html
 
 [18]
								
								 Os acordos de Basileia
 
 http://www.parl.gc.ca/information/library/PRBpubs/prb0596-e.htm
 
 [19]
								
								 NRC Handelsblad, 11 Fevereiro 2010
 
 O deputado holandês Frans Weekers dizia que a Grécia deve os seus
								problemas exclusivamente a si própria. Segundo ele os gregos
								"enganaram e ludibriaram" a União Europeia durante anos com
								números falsos acerc da sua posição financeira.
								"É a punição do mercado para a Grécia",
								segundo Weekers.   (Continuação abaixo...)
 
 vorige.nrc.nl/economie/article2481429.ece/...
 
 Pois bem, se Weekers se houvesse informado um pouco, teria podido saber isto:
 
 Segundo Nikolaos Salavrakos, membro do Parlamento Europeu, em "The Greek
								Fiscal Crisis: Is there a way Out?" / "A crise fiscal grega:
								Haverá um meio de saída?"
 
 "Em 1974 a dívida pública grega era apenas 22,5% do seu
								Produto Interno Bruto (PIB) e em 1979, quando a Grécia assinou a sua
								entrada na Comunidade Económica Europeia, era 31,7%. Ela atingiu os
								36,1% em 1981 e em 1989 era de 85,3%. A dívida pública continuava
								a subir e, assim, em 1993 havia atingido um nível surpreendente de
								110,1% do PIB. Foi ligeiramente reduzida para 106,6% em 2001 e 102,4% em 2003.
								Assim, mesmo com as estatísticas oficiais do período 2000-2003, a
								dívida grega foi sempre elevada. Contudo, a Grécia entra na
								União Monetária Europeia a 1 de Janeiro de 2001 como o seu
								décimo segundo membro. Era evidente que todo o mundo (os mercados, os
								políticos, a Comissão Europeia) sabia que um país com uma
								dívida superior a 100% do seu PIB se tornava membro da União
								Monetária Europeia".
 
 http://www.efdgroup.eu/news/99-the-greek-fiscal-crisis-is-there-a-way-out.html
 
 Até 18 de Dezembro de 2010 o FMI forneceu mais de 10 mil milhões
								de euros de crédito à Grécia. Aparentemente as
								condições não foram tornadas públicas.
 
 [20]
								
								 C. van Ewijk & L.J.R. Scholtens em "Geld, Financiële Markten &
								Financiële Instellingen" (em holandês) Ver
								"Multiplicação do dinheiro" / "Geld
								vermenigvuldiging"
 
 
 
									Publicado a 16/Janeiro/2011
									Última modificação em 23/Março/2011
 Título original: Sortir de l'euro
 Do mesmo autor:
								
								 Custos, malfeitorias e perigos do dólar
								, 19/Mar/2007
								
								 Segredos do dinheiro, dos juros e da inflação
								, 27/Set/2007
 
 [*]
								Investigador independente, Países Baixos.   O autor pode ser
								contactado via 
								 www.courtfool.info/fr_contact.htm
 
 O original encontra-se em 
								 http://www.courtfool.info/fr_Sortir_de_l_euro.htm
								. Tradução de JF.
 
 Este artigo encontra-se em
								 http://resistir.info/
								.
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