Não se passa nada
Mais uma vez se reuniram os ministros das Finanças da Zona Euro. Pela
primeira vez com a presença do secretário do Tesouro
norte-americano, o que não deixa de ser insólito. As
conclusões e decisões saídas desse conclave foram nulas.
Pelos vistos, nada de interesse se passa na Zona.
Durante a semana, o BCE e a Reserva Federal viram-se obrigados a socorrer os
bancos europeus, disponibilizando os dólares de que necessitavam, mas
isso nada significa.
No documento de base para a reunião, elaborado pelo órgão
competente da Comissão Europeia, referia--se um "risco de
círculo vicioso entre a dívida soberana, o financiamento dos
bancos e o crescimento negativo", alertava-se para o perigo de uma
"crise sistémica" afectando os bancos e para uma
"perigosa espiral negativa entre o sector financeiro e os sectores da
economia real" que pode conduzir a uma "crise do
crédito". Mas nada disso demoveu os ministros das Finanças a
fazerem o que quer que fosse.
Rectifico o que inicialmente escrevi. Houve uma decisão: adiar o
problema grego para Outubro, apesar do iminente colapso da Grécia. Para
quê fazer hoje o que pode ser feito amanhã? Só então
deverá estar ratificado o "novo" Fundo Europeu de
Estabilização Financeira permitindo-lhe intervir para salvar os
bancos alemães e franceses de suportarem um cêntimo que seja na
inevitável renegociação da dívida grega.
Também em Portugal nada se passa. Repentinamente detectou-se que o
governo de Alberto João Jardim escamoteou dívidas de avultado
valor, o que falseou os reportes das contas nacionais. Mas ninguém sabia
de nada: BP, INE, PGR, Governos actual e anteriores. O Tribunal de Contas vem
dando conta dessa situação desde 2006. Mas porquê, ou para
quê, prestar atenção aos seus relatórios?
21/Setembro/2011
[*]
Economista
O original encontra-se em
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=507247
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.
|