Enfim uma luz?
Foi noticiado que a França e a Alemanha estudam uma
alteração da zona euro. E o partido de Merkel aprovou uma
moção visando tornar possível a saída do euro a
qualquer país. Finalmente parece terem concluído que a
situação actual é insustentável: as fortes
heterogeneidades económicas na zona exigem taxas de câmbio, de
inflação e de juros diferentes para cada país.
Mais vale tarde que nunca. Mas há soluções melhores que
outras.
Uma solução possível que tem sido proposta é a
criação de uma zona euro mais flexível para responder aos
constrangimentos colocados aos países menos desenvolvidos. Os
países mais homogéneos manteriam o euro como moeda única.
Para os outros, a maioria, o euro seria uma moeda comum em
relação à qual as suas moedas nacionais seriam
convertíveis na base de uma taxa fixa ajustável regularmente,
permitindo desvalorizações ou valorizações quando
os países acumulem défices ou excedentes correntes estruturais.
Só o euro seria convertível para moedas fora da zona, com
controlo dos movimentos de capitais de curto prazo.
Teríamos, assim, um sistema monetário coordenado à escala
da União mas flexível para permitir aos países o grau de
soberania monetária necessário à
concretização de políticas de pleno emprego, e uma zona de
maior estabilidade monetária. E reduziria substancialmente os custos do
abandono ou expulsão do euro que se perspectiva para vários
países, incluindo Portugal.
E não se esgrima com o "papão" da Europa a duas
velocidades. Isso é o que existe: a velocidade dos países
excedentários e a dos deficitários. Nem com a Europa de geometria
variável que é já um facto: dez países não
estão na zona euro e (pelo menos) o Reino Unido não tenciona
integrá-la.
Sejamos realistas: ou há refundação do euro ou este
implodirá.
15/Novembro/2011
[*]
Economista
O original encontra-se em
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=519613
Este artigo encontra-se em
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