Os "rebeldes" das forças especiais da NATO, agora em Tripoli
por Manlio Dinucci
A embaixada do Qatar em Tripoli segundo um vídeo,
http://www.youtube.com/user/ZZ7L?ob=5#p/a/u/0/PybQX__fLWQ
foi reaberta há três dias (2ª feira, 22/Agosto/2011)
por homens armados que, uma vez entrados no edifício danificado, ali
imediatamente hastearam a bandeira qatariana. Fica-se assim informado da
presença na Líbia de forças especiais qataris.
Forças especiais da Grã-Bretanha, França e Qatar, escreve
o
New York Times
(23/Agosto/2011), estão em vias de fornecer apoio táctico
às forças rebeldes e conselheiros da CIA ajudam o governo de
Bengazi a organizar-se. Comandos britânicos e franceses, confirma um
oficial superior d NATO, estão sobre o terreno com os rebeldes em
Tripoli. E à pergunta de saber se agentes da CIA também
estão ali, o oficial responde que certamente estão.
E também é assim que é desmentida a NATO que até o
presente dizia não ter "boots on the ground", ou seja,
militares sobre o terreno na Líbia. As forças especiais
britânicas indicam as investigações do
Guardian
e do
Telegraph
desempenharam um papel chave no ataque a Tripoli. Este ataque foi
preparado em Bengazi pelos serviços secretos britânicos MI6, que
predispuseram depósitos de armas e de aparelhos de
comunicação em torno da capital, na qual infiltraram seus agentes
para guiar os ataques aéreos. A ofensiva começou quando, na noite
de sábado, Tornados Gr4 da RAF (Royal Air Force), que haviam partido da
Itália, atacaram, com bombas de precisão Paveway IV, um centro de
telecomunicações e outros objectivos chaves na capital. Segundo
uma investigação relatada pelo
France Soir,
pelo menos 500 comandos britânicos operam na Líbia, aos quais
acrescentam-se centenas de franceses. Estes últimos são
transportados na Líbia por helicópteros do Alat (Aviation
légère de l'armée de terre), embarcados no navio de ataque
anfíbio Tonnerre.
Também é importante o papel que o Qatar, um dos aliados mais
próximos dos EUA, desempenha na Líbia: gastou mais de mil
milhões de dólares para potencializar a base aérea de
Al-Udeid em função das exigências do Pentágono, que
a utiliza para a guerra no Afeganistão e como posição
avançada do Comando central. Nada de espantoso portanto que Washington
tenha confiado a esta monarquia do Golfo a missão de confiança de
infiltrar comandos na Líbia que, treinados e armados pelo
Pentágono, podem melhor se camuflar como rebeldes líbios
graças à sua língua e ao seu aspecto. O Qatar tem
também a tarefa de aprovisionar os rebeldes: um dos seus aviões
foi visto recentemente em Misrata, para transportou um grande carregamento de
armas.
Há indicações de fontes fiáveis de que, juntamente com as
do Qatar, também operam na Líbia forças especiais jordanas
e provavelmente também de outros países árabes.
Recordar-se-á que nos Emirados Árabes Unidos está em vias
de ser criado um exército secreto que pode ser empregado também
em outros países árabes do Médio Oriente e da
África do Norte (cf. il manifesto de 18/Maio
[1]
).
Enquanto a NATO prossegue seus ataques aéreos para aplainar o caminho
para os rebeldes, ela efectua no terreno uma guerra secreta para assegurar que,
na Líbia pós Kadafi, o poder real ficaria nas mãos das
potências ocidentais, ladeadas pelas monarquias do Golfo. Neste caso as
forças especiais içarão a bandeira da
peacekeeping
("manutenção da paz") e utilizarão capacetes
azuis.