Contra o Euro e a União Europeia
O novo governo italiano, presidido pelo professor Giuseppe Conte e apoiado pela
Liga e pelo Movimento 5 Estrelas (M5S), parece colocar a União Europeia
no centro da sua contestação política. Este posicionamento
alarmou (mas o alarme parece já refluir) Bruxelas, as grandes
potências, a burguesia italiana e o grande capital.
Na realidade, para o PCI, o novo governo, pela natureza política e
cultural das duas forças que o sustentam (não anti-capitalistas e
não anti-imperialistas), não encontrará a força
política e ideológica para se empenhar numa verdadeira luta
coerente contra a política ultraliberal, anti-social e
anti-democrática desenvolvida a nível supranacional pela UE.
Entretanto, o PCI considera que, com este governo e os dois partidos que o
apoiam, a questão da UE tem pelo menos o mérito de ser colocada
aos olhos das massas. Hoje os trabalhadores e os cidadãos vão
poder confrontar-se mais facilmente com esta questão da UE. Está
aberta uma contradição que vai poder mais facilmente ser
trabalhada para ampliá-la no futuro.
Naturalmente, um ponto é decisivo: do mesmo modo como a Liga e o M5S
tiveram condições para criar um consenso nas massas sobre uma
crítica à UE (porque a crítica à UE foi abandonada
pelas forças da "esquerda" italiana, moderada e submissa),
é agora tarefa dos comunistas e da esquerda de classe relançar
esta crítica subtraindo-a às forças populista. Fazendo
isto, trata-se de reconstruir o consenso político e as
ligações com as massas.
Não se trata de uma tarefa fácil, mas ela é absolutamente
necessária e prioritária. É preciso empenhamento neste
trabalho. E isso começa pela conferência que o PCI organiza em
Roma na sexta-feira 22 de Junho de 2018, com título significativo:
"O novo governo italiano e os interesses do movimento operário. Por
uma verdadeira luta anti-capitalista contra o Euro e a União
Europeia".
Com esta iniciativa o PCI começa a responder, a partir de
posições de classe, às críticas, fracas no fundo e
evanescente que desenvolvem "contra" a UE o M5S e a Liga (duas
forças integradas no funcionamento do sistema capitalista, já
submetidas, como indicou o Presidente do Conselho Conte, nas suas
intervenções no Senado e na Câmara, às
políticas atlantistas e à NATO.
Dada a importância de todas estas questões, pedimos a todos os
camaradas que se mobilizem para o êxito da Convenção do
PCI, em Roma, dia 22 de Junho. Por todas estas razões, convidamos para
esta iniciativa os trabalhadores, as forças comunistas e as demais
forças políticas, sindicais e sociais de classe.
[*]
Responsável pelo departamento de assuntos estrangeiros do PCI (Partido
Comunista Italiano, denominação retomada pelo antigo Partido dos
Comunistas Italianos).
O original encontra-se em
solidarite-internationale-pcf.fr/...
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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