Repudiar a dívida! Exijamos um referendo já!
O ponto de partida na construção de uma economia
sustentável e progressista que possa atender às necessidades de
todo o povo é o repúdio dos milhares de milhões de
dívida ilegítima imposta ao nosso povo e às
gerações futuras.
Quem incorreu nesta dívida foram urbanizadores, especuladores e
instituições financeiras e ela foi então imoralmente
socializada pelos seus amigos no governo. Em consequência, a União
Europeia e o Fundo Monetário Internacional impuseram uma dívida
ainda maior e mais lancinante sobre o nosso povo, a qual é apoiada pelos
partidos políticos do establishment.
Esta dívida é odiosa. Ela não foi incorrida devido a
despesas com saúde, educação, bem-estar social,
habitação ou qualquer coisa de valor real para a economia ou para
o país: ela foi incorrida por amigos do governo de modo a que eles
pudessem inchar e lucrar com a bolha especulativa, com poucos ou nenhuns
benefícios reais para os trabalhadores.
Esta dívida é ilegítima. Isto não é
dívida soberana: é uma dívida de indivíduos
privados e instituições financeiras que foi socializada pelo
estado. Fazem-nos pagar pela dívida em que incorreram um punhado de
aproveitadores e companhias privadas que apoiavam o governo, contra as
necessidades do povo.
Esta dívida é perpétua. Ela é tão grande que
não pode ser liquidada. Acrescente-se o custo de
recapitalizações bancárias e perdas futuras, o custo
crescente da NAMA para o estado, o custo da garantia bancária, o custo
dos títulos do governo em maturação que se eleva em
consequência e o custo do empréstimo UE-FMI, e isto monta a
centenas de milhares de milhões em dívida que não cabe ao
povo.
Esta dívida auto-perpetua-se. O "salvamento" UE-FMI é
em si próprio um empréstimo para cobrir outras dívidas.
Mas, dado a sua exorbitante taxa de juro e limites temporais, isto significa
apenas que novos empréstimos ou extensões serão
necessários se os pagamentos forem mantidos. O governo criou uma espiral
de dívida que mutila a economia e asfixia qualquer potencial de
crescimento. E vastas fortunas serão feitas pelos especuladores
financeiros à medida que a bolha da dívida cresce.
DEFENDER O REPÚDIO, NÃO O INCUMPRIMENTO
Não pagaremos não podemos pagar. Um certo número de
pessoas e grupos estão a apelar a que sejam estendidos prazos finais, ou
a incumprimentos parciais, porque não podemos permitir-nos fazer
pagamentos. Se bem que o argumento do custo seja correcto, não
acreditamos que devêssemos ter de incumprir, pois em primeiro lugar esta
dívida não é nossa. Apelar ao incumprimento é o
reconhecimento da legitimidade da dívida. Não devemos incumprir:
devemos repudiar.
Apelamos a um referendo sobre esta dívida socializada. O povo deve
decidir. Isto é uma transferência maciça de riqueza dos
pobres, dos desempregados, dos trabalhadores, dos pequenos negócios, dos
auto-empregados e dos agricultores familiares. Temos uma opção a
fazer: alimentar os nossos filhos e manter um teto sobre as suas cabeças
ou continuar a pagar esta dívida insuportável e impagável
e sofrer a emigração em massa dos nossos filhos.
Repudiar a dívida já. Exijamos um referendo já.
Declaração do
Partido Comunista da Irlanda
03/Fevereiro/2011
Ver também:
Législatives en Irlande: seuls les communistes portent à gauche une critique résolue et une alternative à l'UE du Capital face à l'adhésion des travaillistes et aux hésitations du Sinn Fein
O original encontra-se em
http://www.communistpartyofireland.ie/sv/06-repudiate.html
Esta declaração encontra-se em
http://resistir.info/
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