Os acordos Grécia – China

por KKE

'Wen Jiabao e Papandreu. O pacote de acordos assinados entre os governos da Grécia e da China são um verdadeiro tesouro para certas secções da plutocracia e nada mais. Os estratos populares não deveriam acreditar na propaganda do governo e nas celebrações da plutocracia.

O famoso plano de investimento chinês de 5 mil milhões [de euros] é simplesmente um tiro no braço para os proprietários de navios gregos por parte do governo chinês para que centenas de navios venham a ser construídos na China e para que a Grécia se torne um degrau da China na Europa.

A concessão de infraestrutura, portos, ferrovias, estaleiros navais a corporações transnacionais chinesas, de modo a que possam ser utilizados para transportar mercadorias, criará muito poucos empregos face ao desemprego que será provocado pela eliminação em massa de pequenos e médios negócios. A expansão e o fortalecimento da actividade do capital transnacional em áreas vitais de infraestrutura têm como resultado trabalhadores ainda mais baratos, sem direitos trabalhistas e com salários a níveis chineses.

Os grandes negociantes que controlam as exportações de azeite de oliveira serão os que lucrarão com a exportação deste produto para a China e não os pobres agricultores cuja posição continuará a deteriorar-se.

O povo deve aprender com isto. O desenvolvimento que beneficia o grande capital é o portador de pobreza e desemprego para o povo. Ele mina as capacidades produtivas do país e envolve-o em perigosas rivalidades inter-imperialistas.

Atenas, 04/Outubro/2010
Declaração do Gabinete de Imprensa do CC do KKE

O original encontra-se em http://inter.kke.gr/News/2010news/2010-10-06-kinezoi2




A visita da delegação chinesa à Grécia

O Investiments and Loans do Business Consortia of China, a UE, os EUA e Israel nada têm a ver com as necessidades do povo.

A visita da delegação chinesa, encabeçada pelo primeiro-ministro Wen Jiabao, teve lugar a fim de fortalecer relações de negócios com o estado grego e a classe burguesa interna, através do investimento de capital acumulado e da perspectiva de retornos maciços, principalmente nos sectores da navegação e transporte. A visita da delegação chinesa de alto nível à Grécia foi a primeira paragem na sua visita a países europeus.

Wen Jiabao assinou uma série de acordos inter-estatais e acordos afectam o sector privado com o primeiro-ministro grego. Actividades no sector da navegação, com a entrega da estação de contentores do [porto de] Pireu à multinacional chinesa COSCO, estiveram no cerne das conversações, assim como o interesse chinês em investir em outras regiões e portos gregos, dentro do muito publicitado objectivo de a Grécia se tornar o degrau para a penetração da China nos mercados da UE.

A declaração do embaixador chinês em Atenas de que "os dois lados estão unidos nas suas tentativas de criar a maior estação de trânsito da Ásia para a Europa, na área do Mediterrâneo e do Mar Negro", revela a essência das conversações e coincide com os planos de utilização da terra na Ática e no "desenvolvimento" da região em favor dos monopólios e não do povo.

Na mesma disposição, o primeiro-ministro e o presidente do PASOK, G. Papandreu, numa entrevista à Sinxau Press Agency, promove a lei da "tramitação rápida" (a qual refere-se a investimentos rápidos), revelando que a pré-condição não-negociável para a atracção de investimento é a garantia de força de trabalho ainda mais barata. O Gabinete de Imprensa do KKE faz os seguintes comentários sobre a visita:

"Os investimentos e os empréstimos do consórcio de negócios da China, da UE, dos EUA e de Israel nada têm a ver com as necessidades do povo.

"Os direitos e salários dos trabalhadores, assim como a protecção do ambiente, continuarão a ser sacrificados no altar da competitividade e para a promoção do nosso país como um centro de trânsito de produtos. A terra e propriedade pública continuarão a ser liquidadas, enquanto os problemas de transporte dos residentes da Ática serão intensificados, o desenvolvimento desigual das regiões e sectores da economia será agravado.

"A finalização genuína do desemprego, a criação de empregos a tempo inteiro e estáveis só podem ser assegurados pelo planeamento centralizado da economia do povo, o qual estimulará a produção industrial e agrícola interna a fim de atender às necessidades do povo".

04/Outubro/2010
O original encontra-se em http://inter.kke.gr/News/2010news/2010-10-04-kinezoi/

Estas declarações encontram-se em http://resistir.info/ .
11/Out/10