Para onde foram todas as flores?
Letra e música de Pete Seeger
Para onde foram todas as flores?
Muito tempo passou
Para onde foram todas as flores?
Há muito tempo atrás
Para onde foram todas as flores?
Garotas colheram cada uma delas
Será que alguma vez aprenderão?
Será que alguma vez aprenderão?
O resto da letra encontra-se em:
http://www.arlo.net/resources/lyrics/flowers-gone.shtml
|
Novos versos propostos:
Para onde foram todos os comunistas?
Muito tempo passou
Para onde foram todos os comunistas?
Há muito tempo atrás
Para onde foram todos os comunistas?
A liderança a liquidar o nosso partido por toda a parte
Será que alguma vez aprenderão?
Será que alguma vez aprenderão?
|
Liquidação do Partido
Muito tem sido escrito acerca dos não tão subtis esforços
da liderança nacional do PCEUA para liquidar o Partido sob a
máscara de uma retórica sublime que afirma salvá-lo. A
coroa de glória deste esforço surgiu num artigo recente de C.
J. Atkins na [revista]
Political Affairs
advogando a mudança do nome do Partido.
Isto, pela primeira vez, provocou uma vitoriosa oposição à
lenta tortura mental da água administrada pela liderança nacional
aos muitas vezes ignorados e desprezados membros do Partido. Contudo, esta
proposta não deveria ser um choque para os seus membros pois ela segue o
padrão estabelecido pela liderança de topo ao longo destes
últimos anos.
Apenas uns poucos lembretes incluiriam o alijar do papel de vanguarda do
Partido, a dádiva maciça dos preciosos arquivos do Partido a uma
universidade privada
[NR]
e o encerramento da sua tipografia, cessando a publicação
impressa do jornal do Partido, o fecho de livrarias e a travagem na
publicação de panfletos, documentos de posição ou
outros documentos que poderiam ser utilizados para a construção
do partido.
A linha ideológica do Partido agora pode ser caracterizada como
encorajar os seus membros a serem fãs entusiásticos do Partido
Democrata.
Não há mais comunistas
Enquanto isso, qualquer posição progressistas que se desvie
ligeiramente das posições da administração Obama
é caracterizada pelo gabinete da liderança nacional como
"ultra-esquerda", "trotzquista", "anarquista", ou
pior. Num esforço para jogar fora o bebé com a água do
banho, a liderança nacional caracterizou Estaline como uma
"abominação".
Contudo, quem são as pessoas que têm advogado uma mudança
no nome do Partido? Quem são as pessoas que têm amaldiçoado
Estaline todos estes anos? Os trotsquistas e ultra-esquerdistas, naturalmente,
têm utilizado (ai de nós, super-utilizado) estas tácticas
desgastadas para atacar o partido. A liderança nacional do Partido
parece querer usurpar estas tácticas da ultra-esquerda.
Em Houston, um anarquista compareceu a algumas das nossas reuniões. A
primeira coisa que saiu da sua boca foi um pedido de que o clube de Houston
submetesse à liderança nacional uma resolução
advogando deixar cair o nome "Comunista". Quando discutimos os seus
pedidos de um modo racional, dialéctico, ele retirou-se e nunca mais
voltou às nossas reuniões.
Numa recente e desgostante troca de mensagens e-list, a liderança de
topo invocou um documento de Lenine intitulado
"Estranho e monstruoso"
.
A liderança sustenta que este documento proporciona a lógica de
fazer concessões à direita quando o movimento está sob
assalto e a enfraquecer.
Contudo, uma leitura mais sóbria das palavras nas quais Lenine
correctamente objectou a que "No interesse da revolução
mundial, consideramos adequado aceitar a possibilidade de perder o poder
soviético o qual está agora a tornar-se puramente formal"
sugere que Lenine estava a reagir ao desejo da ultra-esquerda de destruir o
estado soviético (isto é, descartar o Partido Comunista) por
razões vagas e efémeras.
A distorção da liderança nacional nesta excelente
polémica é instrutiva quanto à sua actual linha de
pensamento. Lenine não advogou mudar o nome do Partido Comunista ou
recuar sobre o apoio do Partido ao povo trabalhador. O artigo era acerca de
tácticas militares as quais eram necessárias para preservar o
poder soviético e o Partido Comunista. Não havia nada no artigo a
sugerir que alguém devesse abandonar a ideologia do partido ou a sua
linha política.
É na verdade "estranho e monstruoso" que a actual
liderança tenha tomado passos para enfraquecer o movimento da maior
classe trabalhadora que o mundo alguma vez já viu através do
lento mas gradual desmantelamento do partido no país capitalista mais
poderoso. As suas acções correspondem à
posição do extremista no artigo de Lenine de sacrificar o partido
e a sua ideologia no altar do pensamento idealista, isto, "a
revolução mundial" expressa na nova linguagem "o
trabalho dirigido, coligação de todo o povo".
Um exame mais atento das pontificações na e-list feitas pela
liderança de topo mostra que o nosso líder ataca Robert Reich,
Paul Krugman, Eric Foner e outros que ousam criticar severamente a
administração Obama quando ela não apoia os trabalhadores.
Estes comentadores estão a fazer o trabalho do partido enquanto a nossa
liderança equivoca-se.
Algumas informações indicam que numa recente reunião da
Comissão Nacional
(National Board),
a liderança do topo advogou rasgar a constituição do
Partido e rejeitar a teoria marxista.
Houve relatos contraditórios sobre a convenção do Partido
deste último Verão. Alguns indicam que foi um êxito
espantoso. Outros indicam que foi um exercício de controle da
multidão pois a liderança abarrotou [a sala] de gente
através de um programa de ir a reboque dos Democratas a todo o custo.
Muitos queixaram-se de que vozes da oposição foram silenciadas de
um modo muito pouco democrático. Isto parece mais o modo como a Igreja
Católica conduziria o seu negócio do que o Partido Comunista dos
EUA. Os membros do PCEUA valorizam a ciência e a democracia ao
invés da mitologia e da autocracia.
Se voltarmos ao artigo "Estranho e monstruoso" de Lenine, vemos que
ele apoia fortemente a necessidade de democracia e o direito de os membros
criticarem a liderança do Partido severamente.
O que é mais estarrecedor acerca da actual linha política
é a confusão de Comunistas com Democratas, paz com guerra, Wall
Street com Main Street, materialismo com idealismo, membros do Congresso com
povo americano, internacionalismo com capitalismo global e marxismo-leninismo
com keynesianismo. Não importa o que aconteça ao combate contra o
racismo e pela igualdade entre todos os povos? Não importa o que
aconteça à luta de classe?
Está perdido qualquer esforço para manter independência em
relação aos Democratas, o que levanta questões
perturbadoras acerca das diferenças, se é que há alguma,
entre Comunistas e o Partido Democrata. Tais como:
-
Será que os Comunistas apoiam cortes fiscais para os ricos?
-
Será que os Comunistas apoiam guerras imperialistas por todo o globo
para fortalecer o capitalismo?
-
Desistiram os Comunistas dos cuidados universais de saúde,
educação universal e reforma de imigração?
-
Adaptaram-se os Comunistas ao complexo prisional-industrial e ao complexo
militar-industrial, sempre em expansão?
-
Desistiram os Comunistas da
Employee Free Choice Act
e do direito de constituir um sindicato?
-
Querem os Comunistas aumentar a taxa de deportação de imigrantes?
-
Deveriam os Comunistas fechar os olhos ao racismo na esperança de
aplacar o inimigo?
-
Deveriam os Comunistas esquecer as atrocidades cometidas pelo governo dos EUA
contra o povo cubano?
O Partido Comunista tem uma história gloriosa de combate ao racismo como
uma componente importante da luta de classe. A história recente do
partido
parece ter fechado os olhos aos efeitos devastadoras do racismo institucional
sobre comunidades de cor. Mais uma vez, isto é feito em nome do "o
trabalho dirigido, coligação de todo o povo".
Com a deterioração ideológica hoje vista no Partido,
não é de admirar que os seus membros tenham minguado para quase
nada.
Visão dos clubes
O que é que isto parece do ponto vista de um clube da base do PCEUA na
quarta maior cidade dos EUA?
Os esforços para organizar e construir um clube em Houston têm
sido sistematicamente contrariados e foram feitas tentativas de dividir os seus
membros. Quando se pede ao gabinete nacional nomes de pessoas de Houston que
contactam o Partido, não há resposta ou há franca
hostilidade. A equipe no gabinete nacional que manuseia pedidos para a entrada
no partido posiciona-se altaneira por trás dos seus procedimentos
burocráticos, o que resulta em poucos nomes chegarem ao clube de Houston.
Recentemente, um líder do topo do Partido veio a Houston. Ele foi
confrontado por vários activistas não do partido, os quais
estavam estarrecidos pela recusa do partido em tomar uma posição
de princípio sobre as guerras que têm sido ampliadas pela
administração Obama e estão a drenar os recursos deste
país no interesse do aumento dos lucros corporativos. Ele sustentou:
"Obama não é um socialista, de modo que não podemos
considerá-lo num padrão socialista". Ele parecia ter
esquecido que nós somos socialistas e podemos considerar-nos de acordo
com o "padrão socialista" ou, melhor ainda, o
"padrão comunista".
O que fazer?
Nossa posição em Houston é clara. Não favorecemos o
"reboquismo". Não favorecemos a "liquidação
do partido". Não favorecemos uma mudança de nome. Não
favorecemos o "reformismo". Não favorecemos a
capitulação e o colaboracionismo de classe. Não
favorecemos o "oportunismo de direita". Não somos
anti-comunistas.
Ao invés de combatermo-nos, deveríamos estar a combater os
elementos da ala direita na administração Obama, os republicamos
e os fascistas do Tea Party. Contudo, se a sua liderança continuar a
endossar acriticamente todas as políticas da administração
Obama, devemos lutar a este nível antes de nos voltarmos para o inimigo
externo.
Apoiamos a classe trabalhadora e tudo o que esteja envolvido na luta para
elevar a classe trabalhadora a classe dirigente. Quanto a isto, não
estamos dispostos a descartar o combate pela paz e contra o racismo, sexismo e
toda forma de exploração e opressão para aplacar o inimigo
na esperança de que façam um acordo.
Não estamos dispostos a abandonar o combate pelo socialismo,
especialmente num momento em que o sistema capitalista está obviamente
em apuros com uma taxa oficial de 10% de desemprego e inquéritos a
indicarem que uma grande percentagem da população acredita que o
socialismo é mais desejável do que o capitalismo.
Não estamos dispostos a esquecer o combate pelo direito a constituir
sindicatos e pela educação e cuidados de saúde universais
e, acima de tudo, democracia.
Não estamos dispostos a nos distanciarmos dos nossos aliados
internacionais, incluindo Cuba. Não estamos dispostos a abandonar a
construção de um Partido Comunista baseado na filosofia e nos
princípios marxistas-leninistas.
Não estamos dispostos a abandonar o papel do Partido como vanguarda.
É nosso dever como o único partido da classe trabalhadora
combater pelos interesses da mesma, os quais são os nossos interesses.
Se nos esquivarmos ao nosso dever de defender os interesses da classe
trabalhadora, apenas nos alienaremos mais da mesma e reduziremos nossa
força colectiva.
Precisamos de uma revolução dentro do Partido para nos
contrapormos às tendências regressivas e de colaboracionismo de
classe na nossa actual liderança nacional e distrital. Todos os
burocratas deveriam ser expulsos sem cerimónia pois são veneno
para um partido democrático, da classe trabalhadora. Compadrio,
carreirismo, amizades e relacionamento pessoal não deveriam entravar o
caminho do desenvolvimento do partido. Como disse outrora um activista do
Partido: "O Partido deve sempre vir primeiro!"
"Será que alguma vez aprenderão?", diz o refrão
da grande balada anti-guerra de Pete Seeger.
Será que aprenderemos?
31/Dezembro/2010
[NR] Ver
Um momento de orgulho para o nosso Partido
O orignal encontra-se em
mltoday.com/...
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.