Os biocombustíveis, a BP-Berkeley, e o novo imperialismo ecológico
por Hannah Holleman e Rebecca Clausen
[*]
British Petroleum, Beyond Petroleum ... Biofuel Promoter, Biosphere Plunderer.
[Petróleo Britânico, Bem longe do Petróleo
Promotor
dos Biocombustíveis, Pirata da Biosfera]. Independentemente de qual o
significado actual da abreviatura da BP, uma coisa é certa: este gigante
do petróleo reconhece um bom negócio à primeira vista. Em
troca de uma contribuição financeira relativamente pequena, a BP
apropria-se do saber académico duma importante instituição
pública de investigação, alicerçada em 200 anos de
apoio social, para maximizar o retorno dos seus investimentos na energia. Estes
investimentos, por sua vez, estão concentrados sobretudo na
promoção do mercado dos biocombustíveis, a actual
coqueluche dos que detêm o poder e que estimulam a mudança
enquanto mantêm o "negócio do costume". O que significa
que são os trabalhadores no seio dos países desenvolvidos que
vão subsidiar a extracção de bens ainda mais
ecológicos nos países em desenvolvimento para saciar as elites,
que nunca se importam em tirar a comida da boca das pessoas para encher de ouro
as algibeiras. A socialização de custos para proveito
económico privado não é um fenómeno novo no sistema
capitalista. No entanto, este caso significa uma nova deformação
na aliança entre ciência aviltada, imperialismo económico e
sofisma do "desenvolvimento sustentado".
Combustível novo, barris velhos
Em Fevereiro de 2007, a BP anunciou os seus planos com a Universidade da
Califórnia (UC) em Berkeley, em parceria com a Universidade do Illinois
e o Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, para liderarem a maior
aliança de investigação académico-industrial da
história dos EU. O osso de 50 milhões de dólares por ano
que a BP vai atirar à Berkeley irá criar o Instituto de
Biociências Energéticas (EBI), que concentrará
fundamentalmente a sua investigação na biotecnologia para
produção de biocombustíveis. "Ao lançar este
instituto visionário, a BP está a criar um novo modelo de
colaboração universidade-indústria", disse Beth
Burnside, vice-chanceler para a Investigação da UC Berkeley
(citado em Sanders 2007). À luz do registo histórico da
acumulação capitalista, este "modelo novo" para a
colaboração universidade-indústria parece um vinho novo
numa garrafa antiga: apropriação de um bem social (universidade
pública), privatização de propriedade (desenvolvimento
intelectual) e comercialização do resultado (produtos de energia
intensiva). E deste modo a BP recrutou uma instituição
pública como sua subsidiária para arranjar lucros.
Apropriação da academia
Não é a primeira vez que a UC Berkeley enche a gamela empresarial
e, como os gastos governamentais com os bens sociais continuam a diminuir,
não será certamente a última. Há dez anos Berkeley
fez um acordo de investigação com o gigante das sementes
Novartis, depois do que uma análise externa à
interacção UCB-Novartis recomendou que se evitassem estas
parcerias (Altieri e Holt-Gimenez 2007). Apesar disso, a 15 de Novembro de
2007, a BP, a UC Berkeley, o Laboratório Nacional Lawrence Berkeley e a
Universidade de Illinois em Urbana-Champaign anunciaram a assinatura de um
polémico pacto por dez anos fundando o Instituto de Biociências
Energéticas. O actual negócio com a BP é dez vezes maior
do que o negócio da Novartis. Segue-se uma breve descrição
desta parceria com a BP:
No contexto nas suas tentativas permanentes de encontrar alternativas
comerciais a longo prazo para o petróleo e o gás, a BP anunciou
em 2006 que iria investir 500 milhões de dólares durante os
próximos 10 anos para instalar o instituto, a primeira
instituição pública-privada mundial a esta escala. A
tónica do instituto sobre os novos combustíveis integra-se nos
objectivos de investigação da UC Berkeley e do Laboratório
de Berkeley para o desenvolvimento de fontes sustentadas de energia e com os
esforços da Universidade de Illinois para desenvolver
matérias-primas biocombustíveis. As três
instituições académicas formaram uma parceria
estratégica para apresentar à BP uma proposta que foi
seleccionada em Fevereiro de 2007 de entre cinco propostas internacionais.
(Burress 2007)
Quando os pormenores do contrato final vieram a público, as pessoas
ficaram a saber que a BP irá ganhar tecnologia e conhecimentos
especializados virados para a obtenção de lucros, deixando de
fora grande parte do custo da investigação e do desenvolvimento.
Os benefícios para a BP incluem o acesso a cientistas e
laboratórios de ponta, os direitos prioritários para
negociações de patentes, e o selo da academia e da ciência
nos seus novos projectos. O benefício para a universidade é
puramente financeiro, embora um terço do dinheiro, pelo menos, vá
para os projectos privados da BP no campus. Difícil é dizer qual
o benefício para o público. Políticos, funcionários
da universidade e gurus pró-mercado enaltecem esta parceria
público-privada, enquanto que são marginalizados os
críticos da "prostituição" da universidade, que
incluem especialistas dos impactos sociais e ambientais dos
biocombustíveis,. Isto não é de estranhar dada a natureza
antidemocrática do processo em que os pormenores do negócio foram
negociados sem qualquer contribuição pública.
Privatização da propriedade (intelectual)
Jennifer Washburn, analisando a corrupção generalizada do ensino
superior, explica que o negócio com a BP irá aumentar o controlo
que as empresas privadas detêm sobre os programas de acção
universitários (Washburn 2007). Com efeito, conforme os cientistas
Richard Levins e Richard Lewontin assinalam no seu mais recente livro,
Biology Under the Influence
(2007), as chamadas parcerias público-privadas estão na moda, e
o seu financiamento, um importante factor na orientação da
investigação, é, cada vez mais, determinado pelas
necessidades da indústria privada com o beneplácito dos governos.
Estas "parcerias" são ideologicamente aceites e promovidas,
tal como o foram as primitivas apropriações de terras e os
esquemas de privatização contemporâneos, como sendo uma
evolução natural e inevitável das
instituições da sociedade
[1]
.
Os debates relativos à viabilidade cultural, política e
tecnológica de soluções com base no mercado para os
problemas ambientais e sociais são influenciados directamente pela forma
como a ciência interage com a ideologia dominante para moldar e
reforçar decisões que afectam o mundo. É preciso
confrontar o processo aparentemente natural das tendências degradantes do
desenvolvimento capitalista.
Não há almoços de graça nas culturas para
biocombustíveis
Tal como a retórica de Esopo utilizada pelo capitalismo para promover a
guerra e o imperialismo em nome da democracia, é preocupante o modo como
o plano de 10 anos para "investigar" (melhor dizendo, promover) os
biocombustíveis menospreza grosseiramente os possíveis danos
ecológicos. Não há indícios de que os
biocombustíveis possam realmente satisfazer o apetite energético
do capitalismo até agora apenas têm ajudado a destruir as
relações ecológicas e sociais. Esta crítica
não provém apenas dos que sofrem as consequências imediatas
do avanço dos biocombustíveis, mas também de ecologistas
no interior das paredes de marfim da UC Berkeley. O Dr. Miguel Altieri,
agro-ecologista explica:
Com a promoção de monoculturas mecanizadas em grande escala, que
exigem maquinaria e contributos agroquímicos, e com o abate das
florestas que captam o carbono para dar lugar às culturas para
biocombustíveis, as emissões de CO2 vão aumentar em vez de
diminuir. A única maneira de impedir o aquecimento global é
promover a agricultura orgânica numa escala pequena e reduzir a
utilização de todos os combustíveis, o que exige
reduções significativas nos padrões de consumo e o
desenvolvimento de sistemas de transportes públicos maciços,
áreas que a Universidade da Califórnia devia estar a investigar
activamente e em que a BP e os outros parceiros de biocombustíveis nunca
investirão um tostão. (Alteri 2007)
[2]
Os prejuízos provocados pela produção de
biocombustíveis estão a aumentar. Por exemplo, um recente
relatório da UNEP/UNESCO prevê o desaparecimento de 98% das
florestas da Indonésia em 2022, em grande parte devido à limpeza
de terras para plantação de palmeiras para produção
de biocombustíveis (Nellemann e Virtue 2007: 6). A Indonésia
possui uma das maiores selvas do mundo e um repositório de uma grande
porção da biodiversidade do mundo. A par com a
desflorestação, a destruição do habitat, a
redução da biodiversidade, e os contributos industriais e
agrícolas da mono-cultura (incluindo fertilizantes, herbicidas, sementes
geneticamente modificadas e água), assistimos à retirada de
terras sensíveis dos programas de conservação e a mais
poluição da água.
Portanto, a afirmação do projecto BP-Berkeley quanto à sua
preocupação ecológica coloca muitas questões
[3]
.
Uma delas, que não é a menos importante, é o
próprio historial da BP quanto a destruição ambiental. E o
combustível "alternativo" representa apenas a iniciativa mais
discutida publicamente do novo instituto. Outros esforços de
investigação incluem: "a conversão de hidrocarbonetos
pesados em combustíveis limpos, a recuperação melhorada
das reservas existentes de petróleo e de gás e o sequestro do
carbono" (Brennema 2007). Perante esta agenda de
investigação, é fácil entender porque é que
os ambientalistas, agricultores e outros críticos em todo o mundo
concluem que a principal coisa "verde" que sairá do EBI
será o dinheiro.
Quem fica a perder? O imperialismo ecológico e a biopirataria nua e crua
Enquanto os militares americanos abrem as portas de Bagdad a pontapé e
patrulham os campos petrolíferos do Médio Oriente e de Africa, as
empresas ocidentais esgueiram-se pelas portas das traseiras do sudeste
asiático, de Africa e da América latina para se apoderarem de
terras e mão-de-obra para os biocombustíveis. Os Estados Unidos
não estão sozinhos nesta manobra, mas grande parte da Europa, a
Escandinávia, e o Canadá andam também excitados com a
possibilidade de vestir de verde os seus negócios. As
consequências dos negócios do capitalismo são bem
conhecidas. Os agricultores do sul global são proletarizados pelos
nortenhos mais ricos e tecnicamente mais experientes. Os cereais geneticamente
modificados e as patentes privadas dos produtos vitais põem em perigo a
segurança alimentar e ambiental de milhões de pessoas em nome do
"progresso" tecnológico e da eficácia na agricultura.
No entanto, abundam as cínicas justificações racistas,
sexistas e imperialistas para as consequências da produção
de biocombustíveis. Podemos ouvi-las a todas na boca dos apoiantes do
negócio BP-Berkeley.
O afastamento dos indígenas das selvas limpas para as
plantações de palmeiras (Indonésia) e de cana do
açúcar (Brasil) é justificada pela nova
"democratização" da produção de
combustível. A escalada dos custos dos produtos alimentares
básicos em todo o mundo é justificada pela necessidade de
fornecer às mulheres recursos energéticos visto que são
elas quem mais sofre com a tentativa de juntar as pontas sem produtos
energéticos contemporâneos "limpos". Estas
justificações aparentemente "humanitárias"
vêm todas a par de afirmações ridículas feitas por
certos políticos de que os biocombustíveis podem fazer acabar com
as guerras pelo petróleo como se fosse o tipo de energia, e
não o papel da energia na sociedade capitalista, a causa da corrida
global aos recursos.
Estas desculpas para a pilhagem recorrente do mundo em desenvolvimento feita
pelos países capitalistas super-desenvolvidos nada mais são do
que uma actualização da retórica liberal, imperialista.
Embora estas mistificações se apresentem hoje sob a bandeira do
"desenvolvimento sustentado", não são diferentes das
utilizadas pelos defensores da invasão do Afeganistão que queriam
"libertar" as mulheres muçulmanas. No entanto, as vitimas das
forças "civilizadoras" e mais recentemente
"democratizadoras" do imperialismo capitalista sentiram na pele a
sangrenta hipocrisia dos holandeses, britânicos, franceses, e agora dos
americanos. No caso dos biocombustíveis, as pessoas têm-se reunido
em todo o mundo para protestar contra as ultrajantes afirmações
sobre os recursos humanos e ecológicos mundiais feitas pelos
países mais ricos que não conseguem abandonar a sua
dependência dos combustíveis líquidos, do alastramento
suburbano e da acumulação capitalista a qualquer custo.
Conclusão
O caso da BP-Berkeley, os biocombustíveis e o novo imperialismo
ecológico demonstram a "irracionalidade de um mundo cientificamente
sofisticado" (Levins and Lewontin 1985). A ideia absurda de esperar que a
causa da degradação social e ecológica possa ser a sua
própria solução estabelece tanta confusão como os
argumentos que defendem mais combustíveis líquidos e
automóveis alternativos em vez de transportes de massas. É
crucial questionar a ciência usada para legitimar a pilhagem de povos e
do planeta e avaliar honestamente o que é que se pode tirar para servir
o bem comum.
Tal como outros sectores duma sociedade de classes, há cientistas
rebeldes que utilizam os seus recursos para denunciar e resistir à
opressão. O problema é que, dado o acesso restrito e desigual
às instalações de ensino e de investigação,
a maior parte dos cientistas ocidentais mantém-se alheado das
opressões mais difíceis e quase sempre alheados das
consequências das políticas que apoiam através da
investigação. Não é difícil imaginar que a
urgência em reduzir a procura de combustíveis nos EUA seja um
problema diferente para os ogoni da Nigéria ou os bidayuh em
Bornéu, que perdem gente e terras a favor do combustível
(petróleo e biodiesel), ou para os cientistas do novo instituto da BP em
Berkeley. Tal como uma sociedade mais alargada é dominada cada vez mais
pelos imperativos de um sistema opressivo de propriedade privada, o "saber
e a ignorância são determinados, tal como em toda a
investigação científica, por quem possui a
indústria da investigação, por quem comanda a
produção do saber". Com efeito, "há luta de
classes nos debates acerca de qual o tipo de investigação que
deve ser feita". (Lewontin and Levins 2007: 319).
Enfrentamos relações de poder cada vez mais desiguais, devido ao
desenvolvimento das indústrias de armamento e tóxicas que
são ambas mais mortíferas para os seres humanos e para o ambiente
do que jamais visto na sociedade humana. Para confrontar a
organização de capitalistas, os cientistas têm que se
juntar às restantes pessoas da sociedade para recusar o seu trabalho a
quem está no poder ao mesmo tempo que tornem mais difícil aos
colaboradores com o actual sistema sabotar os nossos esforços. A
perspectiva de Lewontin e Levins (2007:217) pode servir-nos de guia eficaz.
Existe
um conflito crescente entre a necessidade urgente da nossa
espécie por uma integração e democratização
da ciência e a economia e sociologia do saber comercializado que impede
esse desenvolvimento. Podemos tentar simplesmente prever, detectar ou tolerar o
desfecho desse conflito. Ou podemos aderir à luta para influenciar o que
vai acontecer.
Bibliografia
-
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-
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-
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Biology under the Influence: Dialectical Essays on Ecology, Agriculture, and Health
. New York: Monthly Review Press.
-
Nellemann, C., Miles, L., Kaltenborn, B. P., and M. Virtue, and Ahlenius, H.
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Ollman, Bertell. 2003.
Dance of the Dialectic: Steps in Marx's Method
. Urbana, Ill.: University of Illinois Press.
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-
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United Nations.
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"Plants at the Pump: Biofuels, Climate Change and Sustainability."
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Washington, D.C.
-
York, Richard and Brett Clark. 2006.
"Marxism, Positivism, and Scientific Sociology: Social Gravity and Historicity."
The Sociological Quarterly 47:3:425-450.
Notas
[1] Citação do presidente do senado académico de Berkeley
sobre o novo negócio com a BP, apesar do clamor da faculdade e dos
estudantes da universidade: "Nenhum de nós achou que o EBI
apresenta qualquer ameaça para a natureza pública da
universidade. Na realidade, a tradicional missão tripartida das
instituições concessionadas ensino,
investigação e serviços fica bem servida com este
projecto. O programa de investigação do EBI está voltado
para a solução dos actuais problemas supremos da sociedade,
é disso que trata a terceira perna da nossa missão pública
serviços ou investigação aplicada genericamente.
Portanto, encaro o EBI como um reforço da nossa missão
pública. A cooperação com o sector privado é cada
vez mais uma forma de levar a cabo esta missão, mas necessitamos de
estruturar as nossas relações com o sector privado de forma a
preservar a integridade da universidade". - William Drummond, Chair,
Berkeley Division of the Academic Senate, (Drummond 2007)
[2] Infelizmente, o Departamento dos Transportes também não se
vai concentrar nos transportes de massas, mas irá contribuir com uma
bela soma para o desenvolvimento da utilização dos
biocombustíveis. (Research and Innovative Technology Administration
November 2006)
[3] Muitos defensores deste acordo dizem que temos que investir no futuro dos
chamados biocombustíveis de "segunda geração".
Mas, mesmo no "melhor" dos cenários, estes
biocombustíveis continuam a ser uma solução
anti-ecológica e anti-social para os nossos problemas
energéticos. Um relatório recente da ONU conclui que
A segunda geração das instalações de
produção de biocombustiveis líquidos vai criar um mercado
para quantidades muito maiores de biomassa agrícola e promete criar
co-produtos de alto valor (e portanto uma geração rica). No
entanto, vai exigir também o desenvolvimento de mais
instalações complexas de capital intensivo, dando maior margem
às grandes empresas. Já se assiste a grandes investimentos que
assinalam o aparecimento de uma nova "bio-economia" nas
próximas décadas. (United Nations Energy April 2007: 24)
Fazendo eco das muitas críticas aos biocombustíveis, este
relatório mostra que mesmo a mais optimista das previsões no que
se refere aos biocombustíveis não pode resolver os problemas de
escala e de procura de energia cada vez maior. Ver também "Biofuels
for Transport: An International Perspective," "Plants at the Pump:
Biofuels, Climate Change and Sustainability," and "Potential
Contribution of Bioenergy to the World's Future Energy Demand."
[*]
Doutorandas na Universidade de Oregon, EUA.
O original encontra-se em
http://mrzine.monthlyreview.org/hc160108.html
. Tradução de Margarida Ferreira.
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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