A destruição da economia portuguesa continua
Sectores produtivos são os mais atingidos
RESUMO DESTE ESTUDOS
O INE acabou de divulgar dados sobre o PIB e o emprego em Portugal. E segundo
eles, no 4º trimestre de 2010 o PIB teve um crescimento negativo de -0,3%,
ou seja, a produção deste trimestre foi inferior à do
trimestre anterior em cerca de 500 milhões . Por outras palavras,
Portugal caminha rapidamente e de novo para recessão económica,
agora mais prolongada devido à politica recessiva do governo. Só
este é que continua a não perceber o que está acontecer e
a necessidade de substituir a actual politica por outra que promova o
crescimento e o emprego, reduzindo gradualmente o défice e não de
uma forma abrupta como está a ser feito.
Esta quebra na actividade económica tem sido acompanhada por uma elevada
destruição de emprego e, consequentemente, do aumento do
desemprego. Após o inicio da crise em 2008 e até ao fim de 2010
foram destruídos em Portugal 239.400 postos de trabalho, ou seja, em
média 219 empregos por dia.
Os sectores mais atingidos por esta destruição de emprego
têm sido os produtivos: a agricultura, as pescas e a industria. A provar
isso está o facto que daqueles 239,4 mil postos de trabalho
destruídos, 66,9 mil foram na Agricultura e Pescas, e 119,9 mil na
Industria. No conjunto destes dois sectores foram destruídos 186,8 mil
entre o fim de 2007 e o fim de 2010, o que representa 78% do total de emprego
destruído neste período. E isto quando a Agricultura, Pescas e
Indústria já só ocupam apenas 27,2% do emprego total, e
são vitais para o aumento das exportações e
substituição das importações, para assim reduzir o
crescente endividamento do País, que é o problema mais grave que
Portugal enfrenta neste momento
Como consequência desta destruição maciça de postos
de trabalho (só no 4º trim. 2010 foram destruídos 14,8 mil
empregos, sendo 9,2 mil na Agricultura e Indústria, mas o
secretário de Estado do Emprego ainda teve a "lata" de vir
dizer que a situação estava contida) o desemprego continua a
aumentar. No 4º trim. 2010, o desemprego oficial atingiu 619 mil
portugueses, ou seja, uma taxa de desemprego oficial de 11,1%, mas o desemprego
efectivo, que inclui também o subemprego visível (trabalhadores
desempregados que fazem pequenos biscates para sobreviver que, por isso,
não são considerados) e os inactivos disponíveis
(trabalhadores desempregados que não procuraram emprego no
período em que foi feito o inquérito do INE e que, por isso,
não são incluídos no desemprego oficial); repetindo, o
desemprego efectivo disparou para 768,8 mil, o que corresponde a uma taxa
efectiva de desemprego de 13,8%. Enquanto o desemprego não pára
de aumentar, os apoios do Estado aos desempregados continuam a diminuir. E isto
porque o governo pretende reduzir o défice também à custa
dos desempregados. Em Janeiro de 2010 estavam a receber subsídio de
desemprego 360,2 mil desempregados mas em Dez.2010 já recebiam subsidio
apenas 294,6 mil (menos 65,6 mil). Como o desemprego aumentou, a taxa de
cobertura do subsidio de desemprego diminuiu, em relação ao
desemprego oficial, de 63,9% para 47,5% e, em relação ao
desemprego efectivo, de 51,2% para 38,2% . Portanto, actualmente só 38
em cada 100 desempregados é que estão a receber subsídio
de desemprego. E a situação vai piorar em 2011 porque, por um
lado, o desemprego vai continuar a aumentar devido à recessão
económica e, por outro lado, o governo orçamentou menos 156,2
milhões de euros para pagar subsídios de desemprego este ano (em
2010, foram gastos com o pagamento de subsídios de desemprego 2.247,9
milhões , mas o governo inscreveu no Orçamento da
Segurança Social para 2011 apenas 2.091,7 milhões ).
Associado a tudo isto, os trabalhadores que ainda têm emprego continuam a
auferir baixíssimos salários. Segundo o INE, no último
trimestre de 2010, o salário liquido mensal médio no Pais era
apenas de 785,3 , variando por região entre 950,6 e
709 (região do Norte 709; Centro 709,7; Lisboa
950,2; Alentejo 752,7; Algarve 773,1; RA dos Açores
748,2; e RA Madeira 709,6) . No último trimestre de 2010,
36,6% dos trabalhadores por conta de outrem recebiam um salário
líquido inferior a 600. As diferenças regionais continuavam
a ser muito grandes. Na região do Norte os que recebiam menos de
600/mês eram 43,2% e na RA dos Açores correspondiam a 40,7%
dos trabalhadores. Os que tinham um salário liquido inferior a 900
líquidos por mês eram 65% dos trabalhadores a nível do
País, atingindo 75,5% na região Norte, 70,4% na do Algarve, 77,6%
na RA dos Açores, e 74,6% na RA da Madeira. Portugal continua a ser um
País de baixíssimos salários mas há ainda quem
defenda que é necessário congelá-los, ou mesmo fazer
cortes nos mesmos, à semelhança do que o governo fez na
Administração Pública para aumentar a competitividade.
É essa uma das consequências indirectas, por isso tem passado
despercebida à opinião pública portuguesa, da proposta
franco-alemã que vai ser discutida no próximo Conselho Europeu
que o governo de Sócrates se prepara para aceitar em troca da chamada
flexibilidade do Fundo de Apoio Europeu.
O INE acaba de divulgar (Fev.2011) dados sobre a economia e o emprego em
Portugal referentes a todo o ano de 2010. Esses dados mostram de uma forma
clara que a economia portuguesa se está a afundar e, consequentemente,
que a destruição de emprego e o aumento do desemprego continuam
em Portugal. E tudo isto coexistindo com salários extremamente baixos o
que prova que não é esta a causa da baixa competitividade.
CRESCIMENTO NEGATIVO DO PIB JÁ NO 4ºTRIMESTRE DE 2010 CAUSADO PELAS
MEDIDAS RECESSIVAS DO GOVERNO PARA REDUZIR O DÉFICE
A economia portuguesa, que nos três primeiros trimestres de 2010 havia
tido um crescimento endémico, afundou-se novamente no 4º trimestre
de 2010, dando assim o primeiro passo para a recessão económica
que era previsível para todos, com excepção apenas do
governo, como mostram os dados do INE constantes do quadro seguinte.
Quadro 1 Variação trimestral do PIB em 2010
PERIODO
|
Variação do PIB em relação ao trimestre anterior
|
1º trimestre 2010
|
1,1%
|
2º trimestre 2010
|
0,2%
|
3º trimestre 2010
|
0,3%
|
4º trimestre 2010
|
-0,3%
|
Fonte: INE, Contas Trimestrais - Estimativa Rápida - 4º trim.2010
No 4º trimestre de 2010, o valor do PIB, comparado com o do trimestre
anterior, sofre uma quebra de -0,3%. E como é facilmente
previsível isto é apenas o início de uma fase de
recessão económica agora muito mais prolongada se se persistir
numa politica concentrada na redução abrupta do défice
orçamental, que está a determinar a destruição da
economia portuguesa.
OS SECTORES MAIS ATINGIDOS PELA DESTRUIÇÃO DE EMPREGO SÃO
A AGRICULTURA, AS PESCAS E A INDÚSTRIA
Os sectores que estão a ser mais atingidos pela destruição
de emprego são principalmente os sectores produtivos (Agriculturas,
Pescas e Indústria) que são os essenciais para o aumento das
exportações e para a substituição das
importações A provar isso está o facto de que são
estes sectores onde tem sido destruído mais emprego com revelam os dados
do INE.
Quadro 2 Destruição de emprego por sectores de actividade
económica 2007/2010
PORTUGAL
|
Sexo
|
VALORES TRIMESTRAIS
|
Variação
4T2010-4T2007
|
Postos de trabalho destruídos por dia no período 4T2007-4T2010
|
4ºT-2007
|
4ºT-2008
|
4ºT-2009
|
4ºT-2010
|
Mil
|
Mil
|
Mil
|
Mil
|
Mil
|
%
|
População empregada
|
HM
|
5 188,2
|
5 176,3
|
5 023,5
|
4 948,8
|
- 239,4
|
-4,6%
|
-219
|
|
H
|
2 800,9
|
2 784,4
|
2 662,8
|
2 637,9
|
- 163,0
|
-5,8%
|
-149
|
|
M
|
2 387,3
|
2 391,9
|
2 360,7
|
2 310,8
|
- 76,5
|
-3,2%
|
-70
|
Agricultura, silvicultura e pesca
|
HM
|
595,6
|
586,0
|
581,7
|
528,7
|
- 66,9
|
-11,2%
|
-61
|
|
H
|
303,4
|
303,2
|
311,5
|
290,8
|
- 12,6
|
-4,2%
|
-12
|
|
M
|
292,2
|
282,8
|
270,1
|
237,9
|
- 54,3
|
-18,6%
|
-50
|
Indústria, construção, energia e água
|
HM
|
1 580,0
|
1 490,4
|
1 389,5
|
1 368,7
|
- 211,3
|
-13,4%
|
-193
|
|
H
|
1 154,1
|
1 094,7
|
1 008,3
|
998,1
|
- 156,0
|
-13,5%
|
-142
|
|
M
|
425,9
|
395,7
|
381,2
|
370,6
|
- 55,3
|
-13,0%
|
-51
|
D: Indústrias transformadoras
|
HM
|
937,8
|
901,2
|
831,4
|
817,9
|
- 119,9
|
-12,8%
|
-109
|
F: Construção
|
HM
|
587,7
|
539,3
|
491,1
|
483,3
|
- 104,4
|
-17,8%
|
-95
|
Serviços
|
HM
|
3 012,6
|
3 099,9
|
3 052,1
|
3 051,3
|
38,7
|
1,3%
|
|
|
H
|
1 343,4
|
1 386,5
|
1 342,8
|
1 349,1
|
5,7
|
0,4%
|
|
|
M
|
1 669,2
|
1 713,4
|
1 709,3
|
1 702,3
|
33,1
|
2,0%
|
|
Fonte: INE, Estatísticas do Emprego - 4º trimestre - 2007 a 2010
Após o 4º trimestre de 2007, ou seja, desde o inicio da crise
até ao fim de 2010 foram destruídos em Portugal 239.400 postos de
trabalho, o que significa que foram destruídos, em média por dia,
219 empregos. E os sectores mais atingidos foram fundamentalmente os sectores
produtivos, ou seja, a agricultura, as pescas e a industria. Efectivamente,
daqueles 239,4 mil postos de trabalho destruídos, 66,9 mil foram na
Agricultura e Pescas, e 119,9 mil na Industria. No conjunto destes dois
sectores foram destruídos 186,8 mil, o que representa 78% do total de
emprego destruído neste período. E isto quando a Agricultura,
Pescas e Indústria ocupam apenas 27,2% do emprego total. É
evidente a continuação da destruição dos sectores
produtivos quando eles são essenciais para Portugal enfrentar o problema
mais grave que é o elevado endividamento do País ao estrangeiro.
E apesar disso a destruição da Agricultura e Pescas e a
desindustrialização do País continua perante a passividade
do governo e devido à actuação dos patrões.
O EMPREGO CONTINUA A DIMINUIR E O DESEMPREGO EFECTIVO JÁ ATINGE 768,9
MIL PORTUGUESES E OS DESEMPREGADOS A RECEBEREM SUBSIDIO SÃO APENAS 294,6
MIL
Como consequência do afundamento da economia no 4º trimestre de
2010, o desemprego continuou a crescer a um ritmo elevado como revelam os dados
do INE constantes do quadro 3.
Quadro 3 Desemprego oficial e desemprego efectivo em Portugal
PORTUGAL
|
Valor trimestral milhares
|
1ºtrim.
2009
|
2ºtrim.
2009
|
3ºtrim.
2009
|
4ºtrim.
2009
|
1ºtrim.
2010
|
2º trim.
2010
|
3º trim.
2010
|
4º trim.
2010
|
POPULAÇÃO EMPREGADA
|
5.099,1
|
5.076,2
|
5.017,5
|
5.023,5
|
5.008,7
|
4.991,6
|
4.963,6
|
4.948,8
|
1-População Activa
|
5.594,8
|
5.583,9
|
5.565,3
|
5.586,8
|
5.600,8
|
5.581,4
|
5.573,0
|
5.567,7
|
2-Desemprego Oficial
|
495,8
|
507,7
|
547,7
|
563,3
|
592,2
|
589,8
|
609,4
|
619,0
|
3-Subemprego visível
|
61,3
|
63,3
|
66,5
|
67,2
|
66,0
|
74,1
|
72,4
|
71,0
|
4-Inactivos disponíveis
|
67,2
|
64,2
|
82,7
|
73,5
|
71,1
|
66,1
|
79,7
|
78,9
|
5-Desemprego Efectivo (2+3+4)
|
624,3
|
635,2
|
696,9
|
704,0
|
729,3
|
730,0
|
761,5
|
768,9
|
6-Taxa Oficial de desemprego (2:1)
|
8,9%
|
9,1%
|
9,8%
|
10,1%
|
10,6%
|
10,6%
|
10,9%
|
11,1%
|
7- Taxa Efectiva de desemprego (5):(4+1)
|
11,2%
|
11,4%
|
12,5%
|
12,6%
|
13,0%
|
13,1%
|
13,7%
|
13,8%
|
Fonte: Estatística de Emprego - 1trimestre de 2009 e 3º trimestre
de 2010
Só no 4º trimestre de 2010, foram destruídos em Portugal
mais 14,8 mil postos de trabalho (em média 162 empregos por dia), o que
fez aumentar o desemprego oficial para 619 mil (taxa de desemprego oficial de
11,1%), mas o desemprego efectivo, que inclui também o subemprego
visível e os inactivos disponíveis atingiu 768,8 mil, o que
corresponde a uma taxa efectiva de desemprego de 13,8%.
APESAR DO DESEMPREGO CRESCER, O NÚMERO DE DESEMPREGADOS A RECEBER O
SUBSÍDIO DESCE: APENAS 38% DELES O RECEBEM
Na sua ânsia de reduzir o défice orçamental a qualquer
preço para "agradar os mercados", o governo está a
reduzir os apoios sociais aos portugueses no limiar da pobreza incluindo aos
desempregados. O quadro 4, construído com dados divulgados pela
Segurança Social, mostra de uma forma clara a redução do
apoio aos desempregados em Portugal.
Quadro 4- Desemprego oficial e efectivo e desempregados a receberem
subsídio
MÊS
|
Desempregados
Mil
|
Desempregados a receber subsídio
Mil
|
Taxa de cobertura do subsídio de desemprego em relação ao
|
Nº Oficial
|
Nº real
|
Nº Oficial
|
Nº real
|
Dez-09
|
563,3
|
704,0
|
360,2
|
63,9%
|
51,2%
|
Mar-10
|
592,2
|
729,3
|
359,9
|
60,8%
|
49,3%
|
Jun-10
|
589,8
|
730,0
|
355,1
|
60,2%
|
48,6%
|
Set-10
|
609,4
|
761,5
|
331,1
|
54,3%
|
43,5%
|
Dez-10
|
619,9
|
768,9
|
294,6
|
47,5%
|
38,3%
|
Fonte: INE e Segurança Social
No início do ano de 2010 estavam a receber subsídio de desemprego
360,2 mil desempregados mas no fim de 2010 recebiam subsídio somente
294,6 mil, ou seja, menos 65,6 mil. E isto apesar de o desemprego ter crescido.
Como consequência, a taxa de cobertura do subsídio de desemprego
diminuiu, em relação ao desemprego oficial, de 63,9% para 47,5%
e, em relação ao desemprego efectivo, de 51,2% para 38,2%. E a
situação vai piorar em 2011 porque o governo vai reduzir ainda
mais o apoio aos desempregados em 2011. Em 2010, gastaram-se com o pagamento de
subsídios de desemprego 2.247,9 milhões , mas o governo
inscreveu no Orçamento da Segurança Social para 2011 apenas
2.091,7 milhões , menos 156,2 milhões .
MAIS DE 65% DOS TRABALHADORES PORTUGUESES RECEBEM MENOS DE 900/MÊS
O quadro seguinte, construído com dados divulgados pelo INE em Fevereiro
de 2011, mostra os salários líquidos recebidos pelos
trabalhadores portugueses no último trimestre de 2010.
Quadro 5- Salário mensal liquido no 4º trimestre de 2010 e
repartição dos Trabalhadores por Conta de Outrem por
escalões salariais
Nº Trabalhadores e escalões
|
Portugal
|
Norte
|
Centro
|
Lisboa
|
Alentejo
|
Algarve
|
R. A. Açores
|
R. A. Madeira
|
Trabalhadores por conta de outrem TOTAL - Mil
|
3 833,4
|
1 319,9
|
845,6
|
1 069,9
|
262,4
|
146,8
|
89,2
|
99,5
|
Salário Médio mensal liquido -
|
785,3
|
709,0
|
709,7
|
950,5
|
752,7
|
773,1
|
748,2
|
709,6
|
PERCENTAGEM DOS TRABALHADORES POR CONTA DE OUTREM POR ESCALÕES DE
SALÁRIO LIQUIDO MENSAL EM RELAÇÃO AO TOTAL DOS
TRABALHADORES (Portugal e regiões)
|
Menos de 310 euros/mês
|
3,2%
|
3,5%
|
3,3%
|
2,5%
|
2,3%
|
2,2%
|
5,2%
|
7,5%
|
De 310 a menos de 600 /mês
|
33,4%
|
43,2%
|
35,2%
|
19,4%
|
33,7%
|
31,7%
|
40,7%
|
32,7%
|
De 600 a menos de 900 /mês
|
29,1%
|
28,8%
|
26,6%
|
29,8%
|
28,5%
|
36,4%
|
31,7%
|
34,4%
|
De 900 a menos de 1 200 /mês
|
10,1%
|
7,4%
|
8,6%
|
14,4%
|
11,5%
|
9,6%
|
9,0%
|
10,8%
|
De 1 200 a menos de 1 800
|
9,0%
|
8,1%
|
5,8%
|
12,8%
|
8,8%
|
8,7%
|
9,0%
|
7,5%
|
De 1 800 a menos de 2 500
|
2,5%
|
1,8%
|
1,2%
|
4,6%
|
2,1%
|
2,5%
|
2,9%
|
0,9%
|
De 2 500 a menos de 3 000
|
0,6%
|
0,5%
|
0,1%
|
1,3%
|
0,3%
|
0,6%
|
0,6%
|
0,3%
|
3 000 euros e mais euros
|
0,8%
|
0,6%
|
0,4%
|
1,6%
|
0,4%
|
0,5%
|
1,0%
|
0,1%
|
NS/NR
|
11,4%
|
6,2%
|
18,7%
|
13,6%
|
12,3%
|
7,7%
|
0,1%
|
5,7%
|
Com menos de 600/mês
|
36,6%
|
46,7%
|
38,4%
|
21,9%
|
36,0%
|
33,9%
|
45,9%
|
40,2%
|
Com menos de 900/mês
|
65,6%
|
75,5%
|
65,1%
|
51,7%
|
64,5%
|
70,4%
|
77,6%
|
74,6%
|
Fonte. INE, Estatísticas do Emprego - 4º trimestre de 2010
No último trimestre de 2010, o salário liquido mensal
médio em Portugal era apenas de 785,3 , variando por região
entre 950,6 e 709.
Uma análise mais desagregada revela que existem grandes
diferenças salariais. Assim no último trimestre de 2010, 36,6%
dos trabalhadores por conta de outrem recebiam salários líquidos
mensais inferiores a 600. Também as diferenças regionais
eram muito grandes. Na região do Norte os que recebiam menos de
600/mês eram 43,2%, e na RA dos Açores atingia 40,7% dos
trabalhadores por conta de outrem.
Os trabalhadores que recebiam um salário mensal liquido inferior a
900 líquidos por mês eram 65% dos trabalhadores em Portugal,
atingindo 75,5% na região Norte, 70,4% na região do Algarve,
77,6% na RA dos Açores e 74,6% na RA da Madeira. Na região de
Lisboa eram menos mas ainda 51,7%. Portugal continua a ser assim um país
de baixos salários não sendo estes a razão da baixa
competitividade das empresas portuguesas como afirmam os patrões e os
seus defensores.
19/Fevereiro/2011
Economista,
edr2@netcabo.pt
,
www.eugeniorosa.com
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.
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