Crise sistémica global
Primeiro semestre de 2012: Dizimação dos bancos ocidentais
Como antecipado pelo LEAP/E2020, o segundo semestre de 2011 vê o mundo
continuar sua descida infernal na deslocação geopolítica
global caracterizada pela convergência das crises monetária,
financeira, económica, social, política e estratégica.
Depois um ano de 2010 e um princípio de 2011 que viram o mito de uma
retomada e de uma saída da crise voar em estilhaços, doravante
é a incerteza que domina os processos de decisão tanto dos
Estados como das empresas e dos indivíduos, gerando inevitavelmente uma
inquietação crescente para os próximos anos. O contexto
presta-se particularmente a explosões sociais, paralisia e/ou
instabilidade política, retorno da recessão mundial, medo acerca
dos bancos, guerra monetária, desaparecimento em três meses de
mais de uma dezena de milhões de milhões (10
12
) de dólares de activos-fantasmas, desemprego duradouro e em alta
generalizada, ...
É este ambiente financeiramente muito insalubre que vai gerar a
"dizimação
[1]
dos bancos ocidentais" no decorrer do primeiro semestre de 2012: com a
sua rentabilidade em queda livre, seus balanços em plena ruína,
com o desaparecimento dos milhões de milhões de dólares de
activos, com Estados a pressionarem cada vez mais a
regulamentação estrita das suas actividades
[2]
, mesmo à sua colocação sob tutela pública e com
opiniões públicas cada vez mais hostis, o cadafalso já
está montado e pelo menos 10% dos bancos ocidentais
[3]
terão de passar por ele nos próximos trimestres.
Entretanto, neste ambiente cada vez mais caótica na aparência,
delineiam-se tendências, surgem perspectivas por vezes positivas, ... e
sobretudo, a incerteza é muito menos forte do que se poderia acreditar,
desde que se analise a evolução do mundo com uma grelha de
leitura do mundo-de-após-a-crise ao invés de analisá-la
com os critérios do mundo-de-antes-da-crise.
Neste número do 58 do GEAB, nossa equipa apresenta igualmente suas
antecipações 2012-2016 dos "riscos-país" para 40
Estados, demonstrando que se pode descrever as situações e
identificar as tendências pesadas através da actual "neblina
de guerra"
[4]
. Num tal contexto, esta ferramenta de ajuda à decisão
verifica-se muito útil tanto para o investidor individual como para o
decisor económico e político. Nossa equipe apresenta igualmente a
evolução do GEAB $ Index e suas recomendações
(ouro-divisas-imobiliário) e inclusive, naturalmente, os meios para se
proteger das consequências da próxima
"dizimação dos bancos ocidentais".
Para este comunicado público do GEAB nº 58, nossa equipe escolheu
apresentar um extracto do capítulo sobre a dizimação dos
bancos ocidentais no primeiro semestre de 2012.
Primeiro semestre de 2012: Dizimação dos bancos ocidentais
De facto, tratar-se-á de uma tripla dizimação
[5]
que
culminará com o desaparecimento de 10% a 20% dos bancos ocidentais no
decorrer do próximo ano:
- uma dizimação dos seus efectivos de pessoal
- uma dizimação dos seus lucros
- e, por fim, uma dizimação do número de bancos.
Ela será acompanhada naturalmente de uma redução
drástica do seu papel e da sua importância na economia mundial e
afectará directamente os estabelecimentos bancários das outras
regiões do mundo assim como os demais operadores financeiros (seguros,
fundos de pensão, ...).
Nossa equipe poderia abordar este assunto tal como o fazem os media
anglo-saxónicos, o presidente dos Estados Unidos e seus ministros
[7]
, os peritos de Washington e da Wall Street e, mais genericamente, os grandes
[8]
media
nestes últimos tempos a propósito de todos os aspectos da crise
sistémica global, ou seja, dizendo: "A culpa é da
Grécia e do euro!". Isso evidentemente teria a virtude de reduzir a
algumas linha esta parte do GEAB nº 58 e de suprimir toda veleidade de
análise de eventuais causas nos Estados Unidos, no Reino Unido ou no
Japão. Mas, sem surpresa para os nossos leitores, esta não
será a escolha feita pelo LEAP/E2020
[9]
. Sendo o único think tank a ter antecipado a crise e previsto bastante
fielmente suas diferentes fases, não vamos abandonar hoje um modelo de
antecipação que funciona bem em favor de preconceitos desprovidos
de toda capacidade previsional (não esqueçamos que o Euro
continua a portar-se bem
[10]
e que a Eurolândia acaba de realizar seu pequeno feito de conseguir em
seis semanas as 17 votações parlamentares necessárias para
o reforço do seu fundo de estabilização financeira
[11]
). Assim, ao invés de repetir a propaganda ou o
"pronto-a-pensar", permanecemos fieis ao método de
antecipação e aderimos a uma realidade que é preciso
desvelar para poder ser compreendida
[12]
.
No caso, desde há muito, quando se pensa "bancos" pensa-se
sobretudo na City de Londres e na Wall Street
[13]
. E por essa razão, desde há mais de dois séculos para
Londres e perto de um século para Nova York, estas duas cidades
são os dois núcleos do sistema financeiro internacional e os
covis por excelência dos grandes banqueiros do planeta. Toda crise
bancária mundial (assim como todo fenómeno bancário de
envergadura) tem portanto como fonte estas duas cidades e nela também
termina o seu curso, uma vez que o moderno sistema financeiro mundial é
um vasto processo de incessantes reciclagens da riqueza (virtual ou real)
desenvolvida por e para estas duas cidades
[14]
.
A dizimação dos bancos ocidentais que agora começa e vai
prosseguir nos próximos trimestres, fenómeno de amplitude
histórica, não pode portanto ser compreendida e medidas sem
analisar antes de mais nada o papel da Wall Street e de Londres nesta derrocada
financeira. A Grécia e o Euro desempenham inegavelmente um papel como
analisámos nos GEAB anteriores, mas são factores que a disparam:
a dívida da Grécia de hoje corresponde às torpezas
bancárias de ontem que agora explodem na praça pública; o
Euro é o aguilhão do futuro que fura o inchaço financeiro
actual. Trata-se dos dois dedos que apontam o problema; mas eles não
são o problema. É isto que o sábio sabe mas que o idiota
ignora, conforme o provérbio chinês
[15]
.
Para antecipar o futuro dos bancos ocidentais é efectivamente Londres e
Wall Street que é preciso olhar, pela simples razão de que
é nesse lugares que se agrupa a manada bancária e vem beber a sua
dose de dólares todas as tardes. E o estado do sistema bancário
ocidental pode ser medido através da evolução do pessoal
efectivo dos bancos, da sua lucratividade e dos seus accionistas. Destes
três factores podem-se deduzir muito directamente sua aptidão a
sobreviver ou desaparecer.
A dizimação dos efectivos dos bancos
Comecemos pelos efectivos de pessoal! Neste assunto o quadro é bem
sombrio pois os empregados do sector bancário (e doravante até
mesmo para as "stars" do sistema bancário): desde meados de
2011 Wall Street e Londres anunciam sem interrupção despedimentos
maciços, seguidos pelos centros financeiros secundários como a
Suíça e os bancos europeus ou japoneses. No total são
várias centenas de milhares de empregos bancários que
desapareceram em duas vagas: 2008-2009 primeiro, depois a partir do fim da
Primavera deste ano. E esta segunda vaga sobe em potência à medida
que se passam os meses. Com a recessão global agora em curso, a secagem
dos fluxos de capital para os EUA e o Reino Unido decorrentes das
mudanças geopolíticas e económicas em curso
[16]
, as imensas perdas financeiras destes últimos meses e as
regulamentações de todo género que progressivamente
"quebram" a banca super lucrativa e o modelo financeiro dos anos
2000, os dirigentes dos grandes bancos ocidentais já não
têm escolha: precisam limitar seus custos de qualquer maneira e o mais
rapidamente possível e em proporções importantes. A
solução mais simples (além daquela de super-facturar seus
clientes) é portanto licenciar dezenas de milhares de empregados. E
é o que se passa. Mas longe de ser um processo dominado, constata-se que
a cada seis meses ou quase os dirigentes dos bancos ocidentais descobrem que
haviam subestimado a amplitude dos problemas e que portanto são
obrigados a anunciar novos despedimentos maciços. Com a perfeita
tempestade político-financeira que se anuncia nos Estados Unidos para
Novembro e Dezembro próximos
[17]
, o LEAP/E2020 antecipa assim uma nova série de anúncios deste
tipo a partir do início de 2012. Os
cost-killers
do sector bancário têm belos trimestres diante de si quando se
vê que o Goldman Sachs, que é igualmente afectado de modo directo
por esta situação, está reduzido a limitar o número
de plantas verdes nos seus escritórios a fim de poupar dinheiro
[18]
. Ora, depois de se erradicarem as plantas verdes geralmente são os
pink slips
[19]
que florescem.
A dizimação do número de bancos
De certo modo, o sistema bancário ocidental assemelha-se cada vez mais
à siderurgia ocidental dos anos 1970. Assim, os "mestres das
forjas" acreditavam serem os mestres do mundo (contribuindo activamente
para o desencadeamento das guerras mundiais), assim como nossos "grandes
banqueiros de investimento" tomaram-se por Deus (a exemplo do presidente
do Goldman Sachs) ou pelo menos por mestres do planeta. E a indústria
siderúrgica foi a "ponta de lança", a
"referência económica absoluta", da potência
durante várias décadas. Contava-se a potência em dezenas de
milhões de toneladas de aço assim como se contaram nestas
últimas décadas a potência em milhares de milhões de
dólares em bónus para dirigentes e
traders
dos bancos de investimentos. E depois, em duas décadas para a
siderurgia, em dois/três anos para a banca
[20]
, o ambiente mudou: concorrência agravada, lucros que se fundem,
despedimentos maciços, perda de influência política, fim
das subvenções maciças e finalmente
nacionalizações e/ou reestruturações dando lugar a
um sector minúsculo em relação àquilo que era no
seu momento de glória
[21]
. De certo modo, portanto, a analogia aplica-se ao que espera o sector
bancário ocidental em 2012/2013.
Na Wall Street, o Goldman Sachs, Morgan Stanley, JPMorgan em 2008 já
haviam tido de se transformar subitamente em "bancos normais" para
serem salvos. Na City, o estado britânico teve de nacionalizar uma grande
parte do sistema bancário do país e neste momento o contribuinte
britânico continua a suportar o custo uma vez que as
cotações das acções dos bancos afundaram novamente
em 2011
[22]
. Trata-se igualmente de uma das características do sistema
bancário ocidental no seu conjunto: estes operadores financeiros
privados (ou cotado nos mercado) já não valem praticamente mais
nada. A sua capitalização bursátil esfumou-se. Isso
naturalmente cria uma oportunidade de nacionalização a baixo
custo para o contribuinte a partir de 2012 pois esta é a escolha que se
vai impor aos Estados, tanto nos Estados Unidos como na Europa e no
Japão. Quer seja por exemplo o Bank of America
[23]
, o CitiGroup ou Morgan Stanley
[24]
nos Estados Unidos, o RBS
[25]
ou o Lloyds no Reino Unido
[26]
, a Société Générale em França, o Deustsche
Bank
[27]
na Alemanha ou o UBS
[28]
na Suíça
[29]
, certos estabelecimentos muito grandes, "too big to fail" (demasiado
grandes para cair) vão cair. Eles serão acompanhados por toda uma
série de bancos médios ou pequenos como por exemplo o Max Bank
que acaba de entrar em falência na Dinamarca
[30]
. Face a esta "dizimação" os meios dos Estados
serão rapidamente ultrapassados, sobretudo neste período de
austeridade, de fraca arrecadação fiscal e de impopularidade
política do salvamento bancário
[31]
. Os dirigentes políticos vão portanto ter de se concentrar na
preservação dos interesses dos poupadores
[32]
e dos empregados (dois aspectos com forte potencial eleitoral positivo) ao
invés de salvaguardar os interesses dos dirigentes e dos accionistas dos
bancos (dois aspectos com forte potencial eleitoral negativo e cujo precedente
de 2008 demonstrou a inutilidade económica
[33]
). Esta situação implicará um novo afundamento das
cotações dos valores financeiros (e inclusive os seguros,
considerados muitos "próximos" do contexto bancário) e
agravará a perturbação dos hedge funds, fundos de
pensão
[34]
e outros operadores tradicionalmente muito
entrelaçados ao sector bancário ocidental. Não há
dúvida de que isso não fará senão reforçar o
contexto recessionista geral limitando os empréstimos à economia
[35]
.
Para simplificar a visão desta evolução, pode-se dizer que
com o mercado bancário ocidental reduzindo consideravelmente o seu
perímetro, o número de actores neste mercado é obrigado a
diminuir proporcionalmente. Em certos países, em particular aqueles em
que os grandes bancos açambarcam 70% ou mais do mercado bancário,
isso vai traduzir-se inevitavelmente pelo desaparecimento de um ou outro destes
actores muito grandes ... seja o que foram o que digam os seus dirigentes, os
testes de stress ou as agências de notação
[36]
. Se se é accionista
[37]
ou cliente dos bancos que correm o risco de afundar-se no primeiro semestre de
2012, há naturalmente precauções a tomar. Nós
apresentamos várias entre as recomendações deste GEAB
nº 58. Se se é dirigente ou empregado destes estabelecimentos, as
coisas são mais complicadas por já é demasiado tarde
segundo o LEAP/E2020 para evitar estas bancarrotas em série; e o mercado
do emprego bancário está saturado devido a despedimentos
maciços. Entretanto, eis um conselho da nossa equipe para quem é
empregado nestes estabelecimentos: se receber uma oferta de afastamento
voluntário interessante, aceite-a pois daqui a alguns meses os
afastamentos não serão mais voluntários e serão
feitos em condições pouco favoráveis.
15/Outubro/2011
Notas:
(1) A dizimação era um castigo militar romano. Consistia em
punir com a morte um legionário em cada dez quando o exército
havia dado provas de covardia no combate, de desobediência ou de
comportamento inaceitável. O sistema romano da dizimação
funcionava por escolha ao acaso.
(2) Regulamentações que amputam fortemente as actividades mais
lucrativas dos bancos. Fonte:
The Independent
, 12/10/2011
(3) Nossa equipe estima a proporção antes entre 10% e 20%.
(4)
Neblina de guerra
à qual os media dominantes contribuem fortemente ao invés de
tentar clarificar a situação.
(5) Tomando o sentido de dizimação numa acepção
vasta, ou seja, uma diminuição brutal podendo ser amplamente
superior aos 10% da época romana.
(6) Para o LEAP/E2020, este tipo de classificação em nada
pressagiam acontecimentos uma vez que o choque em curso é
muitíssimo superior em intensidade e duração às
hipóteses dos testes de stress. Isso vale igualmente para os bancos
americanos, naturalmente.
(7) Daqui em diante tudo serve para Barack Obama, em posição
difícil para a futura eleição presidencial devido ao seu
balanço económico catastrófico e à
decepção profunda de uma grande parte do seu eleitorado de 2007
devido às suas múltiplas promessas não mantidas. Ele tem
de tentar rejeitar a qualquer preço, não importa sobre quem ou o
que, o estado desastroso da economia e da sociedade americana. Então,
porque não a Grécia e o Euro? Quando isso não funcionar
mais (dentro de um mês ou dois), ele terá de encontrar outra
coisa. Mas sendo a gestão de vista curta uma especialidade da
administração Obama, não há dúvida de que a
fiel ligação da Wall Street que é Timothy Geithner, seu
ministro das Finanças, encontrará uma outra
explicação.
Em qualquer caso, ela não será a culpa da Wall Street com
ele ao menos pode-se ter certeza disso. Se não, a
administração Obama poderá sempre recorrer ao
"espectro iraniano" para tentar desviar a atenção dos
problemas internos nos Estados Unidos. Isto é aliás o que parece
ocorrer na actualidade com a história fantástica da tentativa de
assassinato do embaixador saudita em Washington por narcotraficantes mexicanos
pagos pelos serviços iranianos. Mesmo Hollywood hesitaria diante da
improbabilidade de um tal cenário. Mas para salvar o soldado "Wall
Street" e tentar uma reeleição, o que é que
não se faria? Fontes:
Huffington Post
, 26/07/2011;
NBC
, 13/10/2011
(8) Estes grandes media (financeiros ou generalistas) têm com efeito um
passado brilhante em matéria de antecipação da crise.
Todos se recordam certamente dos seus títulos em 2006 alertando contra a
crise das subprimes, em 2007 anunciando a "implosão" da Wall
Street em 2008 e, naturalmente, no princípio de 2011, prevenindo de um
grande retorno da crise a partir do Verão de 2011! Não,
ninguém se recorda? Nada de pânico, a falha não é da
memória ... pois eles nunca apresentaram tais títulos, nunca
preveniram destes acontecimentos maiores e das suas causas. Então, se
persistirmos em considerar que, como eles repetem todos os dias, os problemas
actuais têm como causa "a Grécia e o Euro", é
porque acreditamos que eles subitamente tornaram-se honestos, inteligentes e
perspicazes... e portanto também devemos acreditar no Pai Natal pela
mesma lógica. Isto é encantador, mas não muito eficaz para
enfrentar o mundo real.
(9) Nossa equipe analisou desde há muito os problemas europeus e
antecipou mais correctamente a evolução da crise no "Velho
continente". Em contrapartida, tentámos evitar sermos vítima
da síndrome da árvore europeia a esconder a floresta de problemas
maiores americanos e britânicos.
(10) Pequena recordação pedagógica: aqueles que apostaram
num afundamento do Euro há um mês perderam dinheiro novamente. Ao
ritmo de "crise do fim do Euro" a cada cerca de quatro meses,
não lhes vai restar muito daqui até 2012.
(11) Ao passo que os Estados Unidos por exemplo não foram capazes de
demonstrar a sua capacidade para ultrapassar as oposições entre
republicanos e democratas quanto ao controle dos seus défices.
(12) A este respeito, é consternador ver o G20 a preocupar-se com o
Euro quando a questão do futuro permanece o Dólar. Visivelmente,
a imensa operação de manipulação mediática
lançada por Washington e Londres terá conseguido repelir por mais
algum tempo a inevitável colocação em causa do estatuto
central da divisa dos EUA. Como antecipado pela nossa equipe, não
há nada a esperar do G20 até o fim de 2012. Ele vai continuar a
perorar, a pretender agir e de facto a ignorar as questões chave,
aquelas que são as mais difíceis de por sobre a mesa. Os
anúncios recentes de um aumento dos meios do FMI fazem parte destes
discursos vazios que não serão seguidos de efeitos pois os BRICs
(os únicos a poderem aumentar os fundos do FMI) não
colocarão os seus meios financeiros numa instituição em
que eles continuam a ser marginais em termos de influência. Enquanto
isso, estes anúncios fazem crer que existe sempre uma vontade comum de
acção a nível internacional. O despertar será tanto
mais doloroso nos próximos meses.
(13) Se pensa na Grécia é porque é grego ou dirigente /
accionista de um banco tendo emprestado demasiado a este país nos
últimos dez anos.
(14) E de certo modo também para os dois Estados afectados. Mas
é um aspecto já mais discutível, e na verdade amplamente
discutido, saber se tais praças financeiras são uma
bênção ou uma maldição para os Estados e os
povos que os acolhem.
(15) Fonte:
L'Internaute
(16) Entre a integração acrescida da Eurolândia que priva
a City de mercados sumarentos e a aproximação económica,
financeira e monetária dos BRICs, curto-circuitando a Wall Street e a
City, são partes crescentes do mercado financeiro global que escapam aos
bancos de Londres e Nova York.
(17) Ver
GEAB N°57
(18) Fonte:
Telegraph
, 19/08/2011
(19) Nos Estados Unidos, o "pink slip" é o formulário
cor de rosa que significa despedimento. Fonte:
Wikipedia
(20) É preciso mais tempo para deslocalizar indústria pesada do
que para deslocalizar um escritório de
trader.
(21) Este é aproximadamente o processo seguido nos Estados Unidos e na
Europa.
(22) Ver gráfico acima.
(23) O Bank of America está decididamente na confluência de
problemas grandes e crescentes: um processo exigindo-lhe 50 mil milhões
de dólares por dissimulação de perdas aquando da
aquisição do Merrill Lynch no fim de 2008; uma
rejeição popular maciça por parte dos seus clientes
seguida da sua decisão de impor um custo de US$5 por mes para os
cartões de débito; um crash duradouro e inexplicado do seu
sítio web; processos em série referentes às subprimes
implicando proprietários individuais e colectividades locais; e uma
ameaça de levar à falência o Countrywide, uma das suas
aquisições de 2008, a fim de limitar as suas perdas. De acordo
com o LEAP/E2020, ele encarna o banco estado-unidense ideal para um
cenário de crash entre Novembro de 2011 e Junho de 2012. Fontes:
New York Times
, 27/09/2011;
ABC
, 30/09/2011;
Figaro
, 29/06/2011;
CNBC
, 30/09/2011;
Bloomberg
, 16/09/2011
(24) O banco dos EUA que em 2008 havia recebido o maior apoio financeiro
público e que novamente põe em pânico os mercados. Fontes:
Bloomberg
, 30/09/2011;
Zerohedge
, 04/10/2011
(25) Um dos bancos mais vulneráveis na Europa. Fonte:
Telegraph
,
14/10/2011
(26) Que vê aproximar-se, para ele também, a hora da
degradação da sua classificação de crédito.
Fonte:
Telegraph
, 12/10/2011
(27) O primeiro banco alemão já está exposto a um
abaixamento da sua classificação de crédito. Fonte:
Spiegel
, 14/10/2011
(28) O UBS também está a caminho de uma baixa da sua
classificação de crédito. Fonte:
Tribune de Genève
,
15/10/2011
(29) O Société Générale, o Deutsche Bank e o UBS
têm um ponto comum particularmente inquientante: todos os três
correram ao "El Dorado" estado-unidense durante a última
década, investindo como marinheiros bêbados na bolha financeira
estado-unidense (o Deutsche Bank em subprimes, o Société
Géneral em CDS e o UBS em evasão fiscal). Hoje, eles não
sabem como sair deste torvelinho que a cada dia os puxa um pouco mais para o
fundo. Diga-se de passagem, recordamos, que desde 2006 recomendávamos
aos estabelecimentos financeiros europeus que se desenvencilhassem o mais
rapidamente possível dos mercados americanos que considerávamos
muito perigosos.
(30) Fonte:
Copenhagen Post
, 10/10/2011
(31) Mesmo a BBC, certamente marcada pelos tumultos britânicos do
Verão de 2011, coloca-se uma questão
"impensável" há apenas um ano atrás para este
tipo de media:
podem os Estados Unidos experimentar perturbações sociais?
Colocar-se a questão já é respondê-la. E na Europa,
um país como a Hungria, com governo social-nacionalista, acusa
directamente os bancos, nomeadmente estrangeiros, de serem responsáveis
pela crise experimentada pelo país. Fonte:
BBC
, 20/09/2011 ;
New York Times
, 29/10/2011
(32) Dos quais um número crescente começa a rebelar-se contra as
práticas do sistema bancário, nomeadamente nos Estados Unidos
onde a rejeição da Wall Street está em crescimento
exponencial, fragilizando cada dia um pouco mais os grandes bancos
estado-unidenses. Fontes:
CNNMoney
, 11/10/2011;
MSNBC
, 10/11/2011
(33) E é mesmo pior do que a inutilidade económica uma vez que
um estudo recente mostra que os bancos que se beneficiaram dos apoios
públicos mostraram-se a seguir os mais inclinados a realizar
investimentos arriscados. Fonte:
Huffington Post
, 16/09/2011
(34) Os fundos públicos de pensão nos Estados Unidos
estão doravante confrontados com um abismo financeiro avaliado em 1000 e
3000 mil milhões de dólares. As autoridades públicas dos
EUA preferirão salvar os bancos ou as pensões de reforma dos
funcionários? Pois será preciso escolher dentro em breve. Fonte:
MSNBC
, 23/09/2011
(35) Fonte:
Telegraph
, 02/10/2011
(36) Nenhum destes grandes bancos está apto a resistir às
condições de recessão mundial e de fusão implosiva
dos activos financeiros que irão prevalecer nos próximos meses.
(37) Também teríamos podido desenvolver o facto de que se
assiste a um processo de "dizimação dos accionistas dos
bancos".
[*]
Global Europe Anticipation Bulletin
O original encontra-se em
www.leap2020.eu/...
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.
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