Os arquitectos do "Grande Reinício" e a teoria económica
Não deveria surpreender que a vice-presidente do Banco Mundial, Carmen
Reinhardt
tenha advertido em 15 de Outubro
que um novo desastre financeiro se agigante ameaçadoramente no
horizonte com um vasto incumprimento de dívidas soberanas e
incumprimento de dívidas corporativas. Só nos últimos seis
meses os resgates
(bailouts)
desencadeados pela explosão do sistema induzidos pelo confinamento
do Coronavirus a Reserva Federal dos EUA criou 3,4 milhões de
milhões de dólares a partir do nada, observou Reinhardt, ao passo
que levou 40 anos para criar US$14 milhões de milhões. Enquanto
isso, economistas em pânico gritam que bancos de ambos os lados do
Atlântico devem desencadear ainda mais facilidades quantitativas
(quantitative easing)
que ameaçam transformar o nosso dinheiro em papel higiénico e,
ao mesmo tempo, consentir em infinitos confinamentos como resposta a uma
doença que tem níveis de fatalidade de uma gripe comum.
O próprio facto de o colapso se aproximar não deveria ser uma
surpresa especialmente quando nos lembramos dos US$1 500
milhões
de milhões
(quadrillion)
de produtos financeiros derivados que assumiram o controle de uma economia
mundial que gera uns meros US$80 milhões de milhões por ano em
bens transacionáveis e comércio. Estas apostas nebulosas em
seguros sobre apostas sobre dívidas colaterizadas conhecidas como
"derivativos" nem sequer existiam há algumas décadas e
o facto é que não importa o que a Reserva Federal e o Banco
Central Europeu tenham tentado fazer para impedir uma nova ruptura da bolha
financeira deste casino super-extenso nada funcionou. Taxas de juros de
zero a negativas não funcionaram, a abertura de empréstimos
overnight
de 100 mil milhões de dólares por noite para bancos insolventes
não funcionou nem os 4,5 milhões de milhões dos
resgates desencadeados desde Março de 2020. Não importa o que
esses magos financeiros tentem fazer, as coisas ficam cada vez pior. Ao
invés de reconhecer o que realmente está a acontecer, foram
seleccionados bodes expiatórios para desviar a culpa da realidade a
ponto de a actual crise ser atribuída ao Coronavírus!
Isto vai muito além do COVID-19
Deixem-me declarar sem rodeios: Embora o Coronavírus possa de facto ser
o catalisador da explosão financeira que se aproxima, é o
cúmulo da estupidez acreditar que é a causa, pois as sementes da
crise são mais profundas e tiveram origem muito antes de a maioria das
pessoas estar preparada para admiti-lo.
Para começar a obter um diagnóstico mais verdadeiro, é
útil pensar numa economia em termos reais (ao invés de puramente
financeiros) isto é: pense simplesmente na economia como um
sistema total no qual existe o corpo da humanidade (todas as culturas,
nações e famílias do mundo).
Esta coexistência está baseada em certos poderes
necessários de produção de alimentos, vestuário,
bens de capital, infraestruturas (hard e soft),
transportes e produçao de energia. Depois de as matérias-primas
serem transformadas em produtos acabados, estes bens físicos e
serviços movem-se de A para B e são consumidos. Isto é
muito semelhante ao metabolismo que mantém um corpo vivo.
Portanto, como as populações tendem a crescer geometricamente, ao
passo que os recursos se esgotam aritmeticamente, procuras constantes de novas
descobertas e aplicações tecnológicas são
também necessárias para atender e melhorar as necessidades de uma
humanidade em crescimento. Este último factor é realmente o mais
importante porque toca no elemento de princípio que distingue a
humanidade de todas as outras formas de vida no ecossistema, o qual Lincoln
identificou admiravelmente em 1859 no seu
Discurso sobre descobertas e invenções
:
"Toda a criação é uma mina e cada homem, um mineiro.
Toda a terra, e tudo dentro dela, sobre ela e ao redor dela, incluindo ele
mesmo, na sua natureza física, moral e intelectual e suas
susceptibilidades,, são as "pistas" infinitamente variadas a
partir das quais, o homem, desde o início, teve de escavar o seu destino
... O homem não é o único animal que trabalha; mas ele
é o único que melhora sua destreza no trabalho. Esta melhoria,
ele efectua-a por meio de Descobertas e Invenções".
Num discurso de 2016 do presidente Xi Jinping, os princípios do
entendimento de Lincoln foram expostos pelo estadista chinês que disse:
"Devemos considerar a inovação como a principal força
motriz do crescimento e o núcleo de todo este empreendimento, bem como
os recursos humanos como a fonte primária de apoio ao desenvolvimento.
Deveríamos promover a inovação na teoria, sistemas,
ciência e tecnologia e cultura e fazer da inovação o tema
dominante do trabalho do Partido, do governo e da actividade quotidiana na
sociedade... No século XVI, a sociedade humana entrou num período
sem precedentes de inovação activa. As conquistas em
inovação científica nos últimos cinco
séculos excederam a soma total de vários milénios
anteriores. Todas as revoluções científicas e industriais
mudaram profundamente a perspectiva e o padrão do desenvolvimento
mundial (...) Desde a segunda Revolução Industrial, os EUA
mantiveram a hegemonia global porque sempre foram o líder e os maiores
beneficiários do progresso científico e industrial ".
O que Lincoln e Xi disseram separados por 150 anos não são meras
hipóteses, mas factos elementares da vida que mesmo o mais fervoroso
adorador de dinheiro não consegue contornar.
Claro que o dinheiro é uma ferramenta perfeitamente útil para
facilitar o comércio e contornar o problema espinhoso de carregar
mercadorias para escambo o tempo todo, mas na verdade é apenas isso:
um elemento de apoio para um processo físico de manutenção
e melhoria da existência que transcende gerações.
Quando os tolos se permitem perder de vista este facto e elevar a moeda ao
status de origem de todo valor (simplesmente porque todos a querem),
então nos encontramos muito fora da esfera da realidade e no mundo de
Alice no País das Maravilhas de Alan Greenspan, mundo de fantasia onde o
alto é baixo, o bom é mau e os humanos são pouco mais que
macacos maldosos.
Então, tendo isso em mente, vamos tomar este conceito e olhar para
trás, até à a crise de hoje.
O 'Big Bang' de Londres
A grande "liberalização" do comércio mundial
começou com uma série de ondas ao longo da década ao longo
da década de 1970 e acelerou-se com os aumentos das taxas de juros do
presidente do Reserva Federal, Paul Volcker, em 1980-82, cujos efeitos
aniquilaram grande parte dos pequenos e médios empresários,
abriram as portas da especulação para a derrocada das Caixas
Económicas
("Savings and Loan")
e também ajudaram a cartelizar empresas mineiras, alimentares e
instituições financeiras em gigantes colossais ainda maiores.
O próprio Volcker descreveu este processo como a
"desintegração controlada da economia dos Estados
Unidos" ao tornar-se presidente da Reserva Federal em 1978. A
elevação das taxas de juros para 20-21% não só
interrompeu o sangue vital de grande parte da base económica dos Estados
Unidos como também lançou o terceiro mundo numa maior
escravidão da dívida, pois os países passaram então
a pagar juros usurários sobre empréstimos dos EUA.
Em 1986, a City de Londres anunciou o início de uma nova era de
irracionalismo económico com a desregulamentação, o
"Big Bang" de Margaret Thatcher. Esta onda de
liberalização tomou o mundo como uma tempestade, pois varreu a
separação entre bancos comerciais, de depósitos e de
investimentos, a qual fora a pedra angular do pós-guerra mundial para
assegurar que a vontade da finança privada nunca mais voltasse a
predominar sobre o poder estados-nação soberanos. Para os que
possam estar confusos sobre a mão orientadora de Londres neste processo,
encorajo-os a ler o ensaio impecável de Cynthia Chung
"Sugar and Spice, and Everything Vice: The Empire's Sin City of London"
.
Greenspan e a desintegração controlada da economia
Quando Alan Greenspan enfrentou a crise financeira de Outubro de 1987, os
mercados haviam entrado num colapso de 28,5% e a economia americana já
estava a sofrer uma queda iniciada 16 anos antes, quando o dólar foi
retirado da taxa de câmbio fixa e passou a "flutuar" num mundo
de especulação. Este afastamento do modelo de crescimento
industrial de 1938-1971 inaugurou um novo paradigma de
"pós-industrialismo" (também conhecido como: desnudar a
nação) sob a nova lógica da
"globalização". Esta decisão louca foi celebrada
como a "sociedade de colarinho branco" voltada para o consumidor, que
não mais se preocuparia com "coisas intangíveis" como
"o futuro", a manutenção das infraestruturas ou o
"crescimento". Sob este novo paradigma, se algo não pudesse
gerar um lucro monetário dentro de três anos, não valia a
pena fazer.
Paul Volcker (o antecessor de Greenspan no Reserva Federal) exemplificou esse
distanciamento da realidade quando em 1977 clamou pela
desintegração controlada da sociedade
e agiu em conformidade, mantendo as taxas de juros acima de 20% durante dois
anos, destruindo pequenas e médias empresas da agricultura e da
indústria por toda a América (e no mundo). Greenspan confrontou a
crise de 1987 com todo o entusiasmo da sua magia negra: e ao invés
reconectar a economia à realidade física e reconstruir a
decadente base industrial, optou ao invés por normalizar
"instrumentos financeiros criativos" na forma de
"derivativos", os quais rapidamente cresceram de vários
milhares de milhões de dólares em 1988, para 2 milhões de
milhões em 1992 e 70 milhões de milhões em 1999.
"Instrumentos financeiros criativos" foi o nome orwelliano dado aos
novos activos financeiros popularizados por Greenspan, também conhecidos
como "derivativos". Novas tecnologias de
supercomputação foram cada vez mais usadas nesta nova aventura,
não como suporte para superiores práticas de
construção das nações e programas de
exploração espacial como pretendiam as suas origens da NASA, mas
ao invés tornar-se-iam pervertidas para acomodar a criação
de novas fórmulas complexas que podiam associar valores a preços
diferenciais sobre títulos e dívidas com seguros que podiam
então ser "cobertas"
("hedged")
[1]
naqueles mesmos mercados de futuros tornados possíveis em 1971
através da destruição do sistema de Bretton Woods. Assim,
enquanto um monstro exponencialmente autogerado crescia e que não podia
terminar a não ser num colapso, a "confiança do
mercado" recuperou em força com o novo fluxo de dinheiro
fácil. O potencial físico para sustentar a vida humana continuou
a afundar.
O NAFTA, o euro e o fim da história
Não é por coincidência que neste período, outro
tratado mortal foi aprovado: o chamado Acordo de Livre Comércio da
América do Norte (NAFTA). Com este Acordo tornado lei, os programas de
protecção que haviam mantido em funcionamento fábricas nos
EUA e no Canadá foram eliminados, permitindo a exportação
da vital força de trabalho industrial altamente qualificada para o
México, onde as qualificações eram baixas, as tecnologias
mais baixas e os salários ainda mais baixos. Com o despojamento dos seus
activos produtivos, a América do Norte tornou-se cada vez mais
dependente da exportação de recursos e serviços baratos
para manter os seus meios de subsistência. Mais uma vez, os poderes
fisicamente produtivos da sociedade entrariam em colapso, mas os lucros
monetários no efémero "agora" disparariam. Isto foi
replicado na Europa com a criação do Tratado de Maastricht em
1992 estabelecendo o Euro em 1994, enquanto a
"liberalização" do processo da Perestroika replicava
esta agenda na antiga União Soviética. Algumas personalidades
deram a esta agenda o nome de "Fim da História" e outras de
"Nova Ordem Mundial", o efeito era o mesmo.
A banca universal, o NAFTA, a integração do euro e a
criação da economia dos derivativos financeiros induziriam no
espaço de apenas alguns anos uma cartelização da
finança por meio de fusões e aquisições
recentemente legalizadas a um ritmo jamais visto antes. A multidão de
instituições financeiras que existiam no princípio da
década de 1980 foi absorvida umas nas outras em grande velocidade ao
longo da década de 1990, na verdadeira "sobrevivência do mais
apto". Independentemente do nível de regulamentação
tentado sob esta nova estrutura, o grau de conflito de interesses privados e do
poder político eram incontroláveis, como evidenciado nos Estados
Unidos, pela paralisação de qualquer tentativa do chefe da
Comissão de Valores Mobiliários (SEC),
Brooksley Born
, de combater o cancro dos derivativos na sua etapa inicial.
Quando Bill Clinton em 1999 revogou a lei Glass-Steagall de
separação dos bancos comerciais e dos de investimento como seu
último ato no cargo, os especuladores tiveram acesso ilimitado a
poupanças e pensões que usaram a seu bel prazer jogando com o
dinheiro dos outros. Esta nova bolha continuou por mais alguns anos até
que a bomba-relógio US$700 milhões de milhões de
derivativos encontrou um novo disparador e o mercado de hipotecas
subprime
quase fez rebentar o sistema. Tal como em 1987, e o colapso de 2001 da bolha
do Y2K, os aprendizes de feiticeiros adoradores de Mammon no BCE e na Reserva
Federal resolveram esta crise criando um novo sistema de "resgate"
("bailout") que perdurou mais uma década.
Os frenéticos anos 2000-2008
Com a remoção da lei Glass-Steagall, capital legítimo tal
como o dos fundos de pensão, poderia ser usado para iniciar uma
cobertura para acabar com todas as coberturas
(hedges).
Milhares de milhões foram então despejados em títulos
suportados em hipotecas
(mortgage-backed securities, MBS),
um mercado que fora artificialmente afundado para níveis recordes de
baixas taxas de juros, de 1-2%, durante mais de um ano pela Reserva Federal dos
EUA, tornando fácil a tomada de empréstimos e os retornos sobre
os investimentos em MBS obscenos. A obscenidade inchou à medida que os
valores das casas dispararam muito além dos valores reais, chegando
casas de cem mil dólares a serem vendidas por 5 a 6 vezes esse
preço no intervalo de vários anos. Contanto que ninguém
presumisse que este crescimento era anormal e fosse ignorada a natureza
impagável do capital subjacente aos ativos alavancados, bloqueados nas
agora infames "subprimes" e outras obrigações
ilegítimas de dívida, então os lucros supostamente
continuariam infinitamente. Alguém que questionasse esta lógica
era considerado herege pelo sacerdócio contemporâneo.
O espantoso "êxito" da titularização de
dívidas habitacionais induziu de imediato uma onda de fundos de riqueza
soberana a ganharem proeminência aplicando o mesmo modelo que fora usado
no caso dos títulos baseados em hipotecas (MBS) e das
obrigações de dívida colateralizada
(collateralized debt obligations, CDO)
às dívidas dos Estados. A titularização de pacotes
de dívidas soberanas agrupadas que podiam então infinitamente
alavancadas nos mercados mundiais desregulamentados já não seria
mais considerado um acto de traição nacional, mas sim a chave
para dinheiro fácil.
A horrível verdade da crise atual
Novas bolhas "subprime" foram criadas no sector da Dívida
Corporativa a qual aumentou para mais de US$13,8 milhões de
milhões (um aumento de 16% em relação ao ano anterior). Um
quarto da mesma é considerada lixo e metade classificada como BB pela
Moodies (um degrau acima de lixo).
As dívidas de habitações, de automóveis e de
estudantes dispararam e, como os salários não acompanharam a
inflação, provocaram ainda mais dívidas impagáveis,
levando ao desespero. Desde 1971 os empregos industriais entraram em colapso,
substituídos por empregos em serviços mal pagos expandiram-se
como uma praga.
O último relatório da American Society of Civil Engineers
concluiu que a América precisa desesperadamente de gastar US$4,5
milhões de milhões só para trazer sua decadente
infraestrutura para níveis de segurança. Estradas, pontes,
caminhos-de-ferro, barragens, aeroportos, escolas, tudo isto ficou no limite de
segurança com a idade média das barragens beirando os 56 anos e
muitas tubagens de água com mais de 100 anos, além de linhas de
transmissão/distribuição eléctrica bem acima dos 60
anos. As fábricas que outrora atendiam às necessidades das
infraestruturas há muito foram deslocalizadas e grande parte da
força de trabalho produtiva que tinha o conhecimento vivo para construir
uma nação está aposentada ou morta, deixando uma lacuna
geracional de conhecimentos, preenchida por jovens que nunca souberam a que se
assemelha uma economia produtiva.
Os agricultores americanos foram provavelmente os mais devastados por tudo
isto, com perdas dramáticas de população em todo o
cinturão agrícola da América. A idade média dos
agricultores agora é de 60 anos. Recentemente, foi relatado que 82%
rendimento familiar agrícola dos EUA não vem de fora da
agricultura, uma vez que mega cartéis assumiram todos os aspectos da
agricultura
(equipamentos/fornecimentos, embalagens e mesmo a agricultura propriamente
dita).
Combinado com a destruição internacionalmente controlada do
abastecimento global de alimentos, o COVID garantiu que os suprimentos da
estratégica cadeia alimentar estão a ser dilacerados, com a ONU
relatando
a pior crise alimentar em mais de 50 anos
(isto sem contar com a explosão da bolha financeira que se aproxima).
Por que se permitiu que tudo isto acontecesse? Bem, além da
intenção óbvia de induzir "uma
desintegração controlada da economia", como Volcker declarou
tão friamente, a ideia sempre foi criar as condições
descritas em 1992 pelo falecido Maurice Strong (sociopata e planeador
extraordinário dos Rothschild) quando
retoricamente perguntou
:
"E se um pequeno grupo de líderes mundiais concluísse que o
principal risco para a Terra provém das acções dos
países ricos? E se para o mundo sobreviver, esses países ricos
tivessem que assinar um acordo reduzindo o seu impacto sobre o meio ambiente.
Será que fariam isso? A conclusão do grupo é
"não". Os países ricos não o farão. Eles
não irão mudar. Assim, para salvar o planeta, o grupo decide:
Não será a única esperança para o planeta que as
civilizações industrializadas entrem em colapso? Não
será a nossa responsabilidade fazer com que isso aconteça?"
Como podemos voltar a uma economia saudável?
Tal como qualquer viciado que acorda uma manhã em ressaca com o terror
repentino de que sua morte está próxima, o primeiro passo
é admitir que temos um problema. Isto significa simplesmente: reconhecer
a verdadeira natureza da actual calamidade económica ao invés de
tentar culpar o "coronavírus" ou a China ou algum outro bode
expiatório.
O passo seguinte é começar a actuar sobre a realidade em vez de
continuar a tomar heroína (uma bela metáfora para o vício
na especulação com derivativos).
Um primeiro passo óbvio para esta recuperação envolve
restabelecer a lei Glass-Steagal
[2]
a fim de 1) fragmentar os bancos "demasiado grandes para falirem" e
2) impor um padrão para distinguir o valor "falso" e do valor
"legítimo", o qual actualmente está ausente da psique
moderna que perdeu todo o sentido das necessidades versus desejos. Isto
permitiria às nações expurgarem a dívida
fictícia impagável e outras pretensões do sistema,
preservando tudo o que está vinculado à economia real (tudo o que
está directamente conectado à vida). Este processo é
análogo a uma operação de remoção de um
tumor canceroso.
Esse acto seria muito semelhante ao que Franklin Roosevelt fez em 1933, o qual
esbocei no meu recente artigo
Hyperinflation, Fascism and War: How the New World Order May be Defeated Once More
.
Neste ponto, os Estados-nação terão reafirmado a sua
verdadeira autoridade sobre os piratas das finanças privadas que
controlam o sistema financeiro transatlântico como pretensos deuses do
Olimpo (pervertidos em vícios sem limites e tudo o mais).
Deveria ser óbvio para todos que os Estados Unidos devem retirar a
cabeça da areia antes que seja demasiado tarde, pela
imposição destas reformas aos sociopatas assassinos da Wall
Street e de Londres, os quais preferem promover um
"Grande Reinício"
("Great Reset")
na economia mundial
sob a névoa do COVID a fim de controlar os termos do rebentamento da
bolha financeira e também as regras do novo sistema operacional
pós- nação-estado que pretendem ver como uma
"solução" (final).
NR
[1]
Hedge
: Cobertura ao instrumento que visa proteger
operações financeiras contra o risco de grandes
variações de preço de um determinado activo. Hedge
é uma operação que reduz ou elimina o risco da
variação indesejada de preços.
[2] Esta proposta mostra a incompreensão do autor quanto ao
funcionamento da economia capitalista e os limites do progressismo. A
legislação Glass-Steagall foi revogada precisamente porque a
classe dominante já não conseguia mais extrair lucros da forma
"normal", ou seja, a partir da mais-valia extraída dos
trabalhadores (circuito D-M-D'). Daí o fenómeno da
financiarização (circuito D-D'). A proposta do autor é de
um retorno ao passado, mantendo em vigor este modo de produção.
[*]
Editor-chefe da
Canadian Patriot Review
, perito da
Tactical talk
e autor de três volumes da série de livros
Untold History of Canada.
Em 2019, foi cofundador da
Rising Tide Foundation
, com sede em Montreal. Email:
matt.ehret@tutamail.com
O original encontra-se em
thesaker.is/
Este artigo encontra-se em
https://resistir.info/
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