O fim de Alfonso Cano não é o fim da insurgência
Ao
Secretariado do Estado Maior das FARC-EP
Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia
Exército do Povo
Foi com muita dor e tristeza que a direção e a militância
do PCB e outros revolucionários brasileiros recebemos a notícia
da morte do Camarada e Comandante Alfonso Cano no campo de batalha da justa
luta que se tornou sua opção de vida.
Assassinando Alfonso Cano, o estado narcoterrorista colombiano
representado pela camarilha de Santos, com o apoio da CIA e o
silêncio cúmplice dos governos da América do Sul
quis assassinar a possibilidade de negociações que
pudessem levar a um processo de paz democrática com justiça
social e econômica.
Se a UNASUR continuar fazendo vista grossa à violência estatal
colombiana, assistindo de camarote o deslocamento de milhões de
camponeses, a prisão, a tortura e o assassinato de milhares de
militantes populares, não merecerá qualquer respeito dos povos
sul-americanos, sobretudo daqueles lutadores que respaldam processos de
mudanças liderados por governantes que, por ação ou
omissão, contribuem para a transformação da Colômbia
numa espécie de Israel da América Latina, com suas sete bases
apontadas para os povos do nosso continente.
Enganam-se os Uribes e Santos, com seus sorrisos cínicos e
sádicos, quando aparecem na mídia decretando o fim de uma
insurgência cuja força não radica apenas em um importante
quadro político, mas nas razões que levaram ao seu surgimento,
que continuam vigentes, e na vontade do povo colombiano de acabar com a
violência, a exclusão, a injustiça e a
exploração do estado burguês colombiano.
A guerrilha perde um grande comandante, mas não sua razão de
existir.
Já que a paz na Colômbia dificilmente será alcançada
em negociações com a sanguinária burguesia local, fantoche
do imperialismo estadunidense, ela será conquistada com o fortalecimento
das lutas populares, nas montanhas e nas cidades, que levem à derrota o
estado terrorista e abram caminho à construção do
socialismo.
Transmitam aos guerrilheiros e guerrilheiras das FARC a saudação
fraterna, solidária e militante da direção e da
militância do Partido Comunista Brasileiro, com quem os camaradas podem
contar, na alegria e na dor, nas grandes vitórias e nas pequenas
derrotas.
Camarada Alfonso Cano, presente!
Até a vitória, sempre!
Partido Comunista Brasileiro
Comissão Política Nacional
Novembro de 2011
Esta nota política encontra-se em
http://resistir.info/
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