Uma "guerra humanitária à Síria? Escalada militar.
Rumo a uma guerra mais vasta no Médio Oriente-Ásia Central?
por Michel Chossudovsky
|
"Quando retornei ao Pentágono em Novembro de 2001, um dos oficiais
militares superiores teve tempo para uma conversa. Sim, ainda estamos em vias
de ir contra o Iraque, disse ele. Mas havia mais. Isto estava a ser discutido
como parte de um plano de campanha de cinco anos, disse ele, e havia um total
de sete países, a principiar pelo Iraque e então a Síria,
Líbano, Líbia, Irão, Somália e Sudão".
General Wesley Clark
|
Uma prolongada guerra no Médio Oriente e Ásia Central tem estado
nos planos do Pentágono desde meados da década de 1980.
Como parte deste cenário de guerra prolongada, a aliança EUA-NATO
planeia travar uma campanha militar contra a Síria sob um "mandato
humanitário" patrocinado pela ONU.
A escalada é uma parte integral da agenda militar. A
desestabilização de estados soberanos através da
"mudança de regime" está estreitamente coordenada com o
planeamento militar.
Há um roteiro militar caracterizado por uma sequência de teatros
de guerra EUA-NATO.
Os preparativos de guerra para atacar a Síria e o Irão têm
estado num "estado avançado de prontidão" durante
vários anos. O
"Syria Accountability and Lebanese Sovereignty Restoration Act"
, de 2003, classifica a Síria como um "estado
vilão", como um país que apoia o terrorismo.
Uma guerra à Síria é encarada pelo Pentágono como
parte da guerra mais vasta dirigida contra o Irão. O presidente George
W. Bush confirmou nas suas Memórias que havia "ordenado ao
Pentágono planear um ataque a instalações nucleares do
Irão e [havia] considerado um ataque encoberto à
Síria" (
George Bush's memoirs reveal how he considered attacks on Iran and Syria
,
The Guardian,
November 8, 2010)
Esta agenda militar mais vasta está intimamente relacionada com reservas
estratégicas de petróleo e rotas de pipelines. Ela é
apoiada pelos gigantes petrolíferos anglo-americanos.
O bombardeamento do Líbano em Julho de 2006 fez parte de um
"roteiro militar" cuidadosamente planeado. A extensão da
"Guerra de Julho" ao Líbano também à
Síria foi contemplada pelos planeados militares estado-unidenses e
israelenses. Ela foi abandonada após a derrota das forças
terrestres israelenses pelo Hezbollah.
A guerra de Julho de 2006 de Israel contra o Líbano também
pretendia estabelecer controle israelense sobre a linha costeira a Nordeste do
Mediterrâneo incluindo reservas offshore de petróleo e gás
em águas territoriais libanesas e palestinas.
Os planos para invadir tanto o Líbano como a Síria têm
permanecido nas mesas de planeamento do Pentágono apesar da derrota de
Israel na guerra de Julho de 2006. "Em Novembro de 2008, cerca de um
mês antes de Tel Aviv ter começado o seu massacre na Faixa de
Gaza, os militares israelenses efectuaram exercícios para uma guerra em
duas frentes contra o Líbano e a Síria chamada Shiluv Zro'ot III
(Crossing Arms III). O exercício militar incluiu uma maciça
invasão simulada tanto da Síria como do Líbano" (Ver
Mahdi Darius Nazemoraya,
Israel's Next War: Today the Gaza Strip, Tomorrow Lebanon?
, Global Research, January 17, 2009)
A estrada para Teerão passa por Damasco. Uma guerra promovida pelos
EUA-NATO contra o Irão envolveria, como primeiro passo, uma campanha de
desestabilização ("mudança de regime") incluindo
operações de inteligência encoberta em apoio de
forças rebeldes dirigida contra o governo sírio.
Uma "guerra humanitária" sob o lema de "Responsabilidade
para proteger" ("Responsibility to Protect", R2P) dirigida
contra a Síria também contribuiria para a
desestabilização em curso do Líbano.
Se se desenvolvesse uma campanha militar contra a Síria, Israel seria
directa ou indirectamente envolvido nas operações militares e de
inteligência.
Uma guerra à Síria levaria à escalada militar.
Há actualmente quatro diferentes teatros de guerra:
Afeganistão-Paquistão, Iraque, Palestina e Líbia.
Um ataque à Síria levaria à integração
destes teatros de guerra separados, conduzindo eventualmente a uma guerra mais
vasta no Médio Oriente e Ásia Central, abarcando toda a
região desde o Norte de África e o Mediterrâneo até
o Afeganistão e o Paquistão.
O movimento de protesto agora em curso destina-se a servir de pretexto e
justificação para uma intervenção militar contra a
Síria. A existência de uma insurreição armada
é negada. Os media ocidentais em coro descreveram os acontecimentos
recentes na Síria como um "movimento de protesto
pacífico" dirigido contra o governo de Bashar Al Assad, quando a
evidência confirma a existência de uma insurgência armada
integrada por grupos paramilitares islâmicos.
Desde o início do movimento de protesto em Daraa, em meados de
Março, tem havido troca de tiros entre a polícia e as
forças armadas por um lado e pistoleiros armados por outro. Actos
incendiários contra edifícios governamentais também foram
cometidos. No fim de Julho, em Hama, foi ateado fogo a edifícios
públicos como o Tribunal e o Banco Agrícola. Notícias de
fontes israelenses, se bem que descartando a existência de um conflito
armado, reconhecem no entanto que "manifestantes [estavam]
armados com metralhadoras pesadas
s" (
DEBKAfile
, August 1, 2001. Relatório sobre Hama, ênfase acrescentada)
"Todas as opções sobre a mesa"
Em Junho, o senador estado-unidense Lindsey Graham (que actuou no Comité
de Serviços Armados do Senado) sugeriu a possibilidade de uma
intervenção militar "humanitária" contra a
Síria tendo em vista "salvar as vidas de civis". Graham
sugeriu que a "opção" aplicada à Líbia
sob a resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU
deveria ser considerada no caso da Síria.
"Se fez sentido proteger o povo líbio contra Kadafi, e fez porque
estava em vias de ser massacrado não houvéssemos enviado a NATO
quando ele estava nos arredores de Bengazi, a questão para o mundo
[é], chegamos a esse ponto na Síria, ...
Podemos ainda não estar aí, mas estamos a ficar muito
próximos, de modo que se você realmente se importa acerca da
protecção do povo sírio em relação à
carnificina, agora é o momento de deixar Assad saber que todas as
opções estão sobre a mesa" (CBS "Face The
Nation", June 12, 2011)
A seguir à adopção da Declaração do Conselho
de Segurança da ONU referente à Síria (03/Agosto/2011), a
Casa Branca apelou, em termos nada incertos, à "mudança de
regime" na Síria e ao derrube do presidente Bashar Al Assad:
"Não queremos vê-lo permanecer na Síria a bem da
estabilidade e, ao invés, nós o vemos como a causa da
instabilidade na Síria", disse o porta-voz da Casa Branca Jay
Carney aos repórteres na quarta-feira.
"E pensamos, francamente, ser seguro dizer que a Síria seria um
lugar melhor sem o presidente Assad", (citado em Syria: US Call Closer to
Calling for Regime Change, IPS, August 4, 2011)
Sanções económicas amplas muitas vezes constituem um sinal
precursor da intervenção militar total. Uma lei patrocinada pelo
senador Lieberman foi apresentada no Senado tendo em vista autorizar
sanções económicas gerais contra a Síria.
Além disso, numa carta ao presidente Obama no princípio de
Agosto, um grupo de mais de sessenta senadores dos EUA apelava à
"implementação de sanções adicionais...
tornando claro para o regime sírio que ele pagará um custo cada
vez maior pela sua repressão ultrajante".
Estas sanções exigiriam bloquear transacções
bancárias e financeiras bem como "acabar com compras de
petróleo sírio e cortar investimentos no sector do
petróleo e do gás da Síria". (Ver
Pressure on Obama to get tougher on Syria coming from all sides
,
Foreign Policy,
August 3, 2011).
Enquanto isso, o Departamento de Estado dos EUA também se encontra com
membros da oposição síria no exílio. Também
foi canalizado apoio encoberto aos grupos armados rebeldes.
Encruzilhadas perigosas: Guerra à Síria. Cabeça de ponte
para um ataque ao Irão
A seguir à declaração de 3 de Agosto do presidente do
Conselho de Segurança da ONU dirigida contra a Síria, o enviado
de Moscovo junto à NATO, Dmitry Rogozin, advertiu dos perigos de
escalada militar:
"A NATO está a planear uma campanha militar contra a Síria
para ajudar o derrube do regime do presidente Bashar al-Assad
com o objectivo de longo alcance de preparar uma cabeça de ponte para um
ataque ao Irão...
"[Esta declaração] significa que o planeamento [da campanha
militar} está a caminho. Ela poderia ser uma conclusão
lógica daquelas operações militares e de propaganda, as
quais têm sido executadas por certos países ocidentais contra a
África do Norte", disse Rogozin numa entrevista ao jornal
Izvestia
... O diplomata russo destacou o facto de que a aliança tem como
objectivo interferir apenas com os regime "cujas visões não
coincidem com aquelas do Ocidente".
Rogozin concordou com a opinião expressa por alguns peritos de que a
Síria e depois o Iémen poderiam ser os últimos passos da
NATO no caminho para o lançamento de um ataque ao Irão.
"O nó corrediço em torno do Irão está a
endurecer. O planeamento militar contra o Irão está em andamento.
E nós certamente estamos preocupados acerca de uma escalada numa guerra
em grande escala nesta enorme região", disse Rogozin.
Tendo aprendido a líção líbia, a Rússia
"continuará a opor-se a uma resolução violenta da
situação na Síria", disse ele, acrescentando que as
consequências de um conflito de grande escala na África do Norte
seriam devastadoras para todo o mundo.
Beachhead for an Attack on Iran": NATO is planning a Military Campaign against Syria
, Novosti, August 5, 2011)
Planos militares para um ataque à Síria
A advertência de Dimitry Rogozin foi baseada sobre
informação concreta conhecid e documentada em círculos
militares, de que a NATO está actualmente a planear uma campanha militar
contra a Síria. Em relação a isto, um cenário de
ataque à Síria actualmente está em estudo, envolvendo
peritos militares franceses, britânicos e israelenses. De acordo com
antigo comandante da Força Aérea Francesa (chef d'Etat-Major de
l'Armée de l'air) General Jean Rannou, "um ataque da NATO para
incapacitar o exército sírio é tecnicamente
factível".
"Países membros da NATO começariam com a
utilização de tecnologia de satélite para identificar
defesas aéreas sírias. Poucos dias depois, aviões de
guerra, em número maior do que na Líbia, decolariam da base do
Reino Unido em Chipre e gastariam umas 48 horas destruindo mísseis
terra-ar (SAMs) e jactos sírios. A aviação da
Aliança começaria então um bombardeamento ilimitado de
tanques sírios e tropas terrestres.
O cenário é baseado em analistas militares franceses, na
publicação especializada britânica Jane's Defence Weekly e
na estação de TV Canal 10, de Israel.
Considera-se que a Força Aérea Síria represente uma
ameaça pequena. Ela tem cerca de 60 MIG-20 de fabricação
russa. Mas o resto uns 160 MIG-21s, 80 MIG-23s, 60 MIG-23BNs, 50 Su-22 e
20 Su-24MKs está ultrapassado.
... "Não vejo quaisquer problemas puramente militares. A
Síria não tem defesa contra sistemas ocidentais ... [Mas] seria
mais arriscado do que a Líbia. Seria uma operação militar
pesada", disse Jean Rannou, ex-chee da Força Aérea Francesa,
ao EUobserver. Acrescentou que a acção é altamente
improvável porque a Rússia vetaria um mandato da ONU, os activos
da NATO estão tensionados no Afeganistão e na Líbia e os
países da NATO estão em crise financeira. (Andrew Rettman,
Blueprint For NATO Attack On Syria Revealed
, Global Research, August 11, 2011)
Um roteiro militar mais vasto

Se bem que a Líbia, a Síria e o Irão façam parte do
roteiro militar, esta deslocação estratégica se executada
ameaçaria também a China e a Rússia. Ambos os
países têm investimento, comércio e acordos de
cooperação militar com a Síria e o Irão. O
Irão tem o estatuto de observador na Organização de
Cooperação de Shangai (Shanghai Cooperation Organization, SCO).
A escalada é parte da agenda militar. Desde 2005, os EUA e seus aliados,
incluindo os parceiros da América na NATO e Israel, foram envolvidos na
instalação extensa e na acumulação de sistema de
armas avançadas. Os sistemas de defesa aérea dos EUA,
países membros da NATO e Israel estão plenamente integrados.
O papel de Israel e da Turquia
Tanto Ancara como Tel Aviv estão envolvidos no apoio à
insurgência armada. Estes esforços são coordenados entre os
dois governos e suas agências de inteligência.
O Mossad de Israel, segundo relatos, tem proporcionado apoio encoberto a grupos
terroristas radicais Salafi, os quais se tornaram activos no Sul da
Síria no início do movimento de protesto em Daraa em meados de
Março. Relatos sugerem que o financiamento para a insurgência
Salafi está a vir da Arábia Saudita. (Ver
Syrian army closes in on Damascus suburbs
,
The Irish Times,
May 10, 2011)
O governo turco do primeiro-ministro Recep Tayyib Erdogan está a apoiar
grupos de oposição sírios no exílio e ao mesmo
tempo também a apoiar os rebeldes armados da Fraternidade
Muçulmana no Norte da Síria.
Tanto a Fraternidade Muçulmana síria (cuja liderança
está exilada no Reino Unido) como o proibido Hizb ut-Tahrir (o Partido
da Libertação) estão por trás da
insurreição. Ambas as organizações são
apoiadas pelo MI6 britânico. O objectivo confessado tanto da Fraternidade
como do Hisb-ut Tahir é essencialmente desestabilizar o Estado secular
da Síria. (Ver Michel Chossudovsky,
SYRIA: Who is Behind the Protest Movement? Fabricating a Pretext for a US-NATO "Humanitarian Intervention"
, Global Research, May 3, 2011).
Em Junho, tropas turcas transpuseram a fronteira e entraram no Norte da
Síria, oficialmente para resgatarem refugiados sírios. O governo
de Bashar Al Assad acusou a Turquia de apoiar directamente a incursão de
forças rebeldes no Norte da Síria.
"Uma força rebelde de mais de 500 combatentes atacou uma
posição do Exército sírio dia 4 de Junho no Norte
da Síria. Eles disseram que o objectivo, uma guarnição da
Inteligência militar, foi capturada num assalto de 36 horas no qual foram
mortos 72 soldados em Jisr Al Shoughour, próximo à fronteira com
a Turquia.
"Descobrimos que os criminosos [combatentes rebeldes] estavam a utilizar
armas da Turquia e isto é muito preocupante", disse um oficial.
Isto assinalou a primeira vez que o regime Assad acusou a Turquia de ajudar a
revolta. ... Oficiais disseram que os rebeldes pressionaram o Exército
sírio desde Jisr Al Shoughour e então tomaram a cidade. Disseram
que edifícios governamentais foram saqueados e queimados antes da
chegada de outra força de Assad. ...
Um oficial sírio que conduziu a operação disse que os
rebeldes em Jisr Al Shoughour consistiam de combatentes alinhados com a Al
Qaida. Afirmou que os rebeldes empregaram um conjunto de armas e
munições turcas mas não acusou o governo de Ancara de
fornecer o equipamento". (
Syria's Assad accuses Turkey of arming rebels
,
TR Defence, Jun 25 2011)
O acordo de cooperação militar Turquia-Israel
A Turquia e Israel têm um acordo de cooperação militar o
qual está ligado de um modo muito directo com a Síria bem como
com a estratégica linha costeira sírio-libanesa do
Mediterrâneo oriental (que inclui as reservas de gás no offshore
da costa do Líbano e rotas de pipelines).
Já durante a administração Clinton, iniciou-se uma
aliança militar triangular entre os EUA, Israel e Turquia. Esta
"tripla aliança", a qual é dominada pela US Joint
Chiefs of Staff, integra e coordena decisões de comando militar entre os
três países relativas ao conjunto do Médio Oriente.
É baseada nos estreitos laços militares respectivamente de Israel
e Turquia com os EUA, a par de um forte relacionamento bilateral entre Tel Aviv
e Ancara.
A tripla aliança também é complementada pelo acordo de
cooperação militar NATO-Israel de 2005, o qual inclui
"muitas áreas de interesse comum, tal como o combate contra o
terrorismo e exercícios militares conjuntos. Estes laços de
cooperação militar com a NATO são encarados pelos
militares israelenses como meios para "potenciar a capacidade de
dissuasão de Israel em relação a potenciais ameaças
inimigas, principalmente do Irão e da Síria". (Ver Michel
Chossudovsky, "Triple Alliance": The US, Turkey, Israel and the War
on Lebanon, August 6, 2006)
Enquanto isso, o recente remanejamento de altas patentes da Turquia
reforçou a facção pró islâmica no interior
das forças armadas. No fim de Julho, o Comandante em Chefe do
Exército e chefe da Joint Chiefs of Staff da Turquia, general Isik
Kosaner, resignou juntamente com os comandantes da Marinha e Força
Aérea.
O general Kosaner representava uma posição amplamente laica
dentro das Forças Armadas. Para substituí-lo o general Necdet
Ozel foi nomeado como comandante do Exército.
Estes desenvolvimentos são de importância crucial. Eles tendem a
apoiar interesses dos EUA. Eles também apontam para uma mudança
potencial dentro das forças armadas em favor da Fraternidade
Muçulmana incluindo a insurreição armada no Norte da
Síria.
"Novas nomeações fortaleceram Erdogam e o partido dominante
na Turquia... O poder militar é capaz de executar projectos mais
ambiciosos na região.
Prevê-se que em caso de utilização do cenário
líbio na Síria seja possível que a Turquia
peça intervenção militar".
(
New appointments have strengthened Erdogan and the ruling party in Turkey: Public Radio of Armenia
, August 06, 2011, ênfase acrescentada)
A extensa Aliança Militar da NATO
O Egipto, os estados do Golfo e a Arábia Saudita (dentro da
aliança militar estendida) são parceiros da NATO, cujas
forças podiam ser deslocadas numa campanha dirigida contra a
Síria.
Israel é um membro da NATO de facto após o acordo assinado em
2005.
O processo de planeamento militar dentro da aliança extensa da NATO
envolve coordenação entre o Pentágono, a NATO, as
Forças Armadas de Israel (IDF), bem como o envolvimento militar activo
de estados árabes, incluindo Arábia Saudita, os estados do Golfo
e o Egipto: ao todo, dez países árabes mais Israel são
membros do The Mediterranean Dialogue e da Istanbul Cooperation Initiative.
Estamos em encruzilhadas perigosas. As implicações
geopolíticas são de extremo alcance.
A Síria tem fronteiras com a Jordânia, Israel, Líbano,
Turquia e Iraque. Ela estende-se através do vale do Eufrates,
está nos cruzamentos dos principais cursos de água e rotas de
pipelines.
A Síria é uma aliada do Irão. A Rússia tem uma base
naval no Noroeste da síria (ver mapa).
O estabelecimento de uma base em Tartus e o avanço rápido da
cooperação em tecnologia militar com Damasco torna a Síria
cabeça de ponte instrumental da Rússia e um baluarte no
Médio Oriente.
Damasco é um aliado importante do Irão e inimigo
irreconciliável de Israel. Não é preciso dizer que o
surgimento da base militar russa na região certamente introduzirá
correcções na correlação de forças existente.
A Rússia está a tomar o regime sírio sob a sua
protecção. Isso quase certamente azedará as
relações de Moscovo com Israel. Pode mesmo encorajar o vizinho
regime iraniano e torná-lo menos manejável nas
conversações do programa nuclear. (Ivan Safronov,
Russia to defend its principal Middle East ally: Moscow takes Syria under its protection
,
Global Research July 28, 2006)
Cenário III Guerra Mundial
Durante os últimos cinco anos, a região Médio
Oriente-Ásia Central tem estado em pé de guerra.
A Síria tem capacidades de defesa aérea significativas, assim
como de forças terrestres.
A Síria tem estado a reforçar seu sistema de defesa aéreo
com a entrega de mísseis russos Pantsir S1. Em 2010, a Rússia
entregou à Síria o sistema míssil Yakhont. Os Yakhont, a
operarem na base naval Tartus, da Rússia, "são concebidos
para combaterem navios do inimigo à distância de até 300
km". (
Bastion missile systems to protect Russian naval base in Syria
, Ria Novosti, September 21, 2010).
A estrutura das alianças militares dos lados EUA-NATO e
Síria-Irão-SCO, respectivamente, sem mencionar o envolvimento
militar de Israel, o complexo relacionamento entre a Síria e o
Líbano, as pressões exercidas pela Turquia na fronteira Norte da
Síria, apontam iniludivelmente para um perigoso processo de escalada.
Qualquer forma de intervenção militar patrocinada pelos EUA-NATO
contra a Síria desestabilizaria toda a região, conduzindo
potencialmente à escalada numa vasta área geográfica,
estendendo-se desde o Mediterrâneo Oriental até a fronteira
Afeganistão-Paquistão com o Tajiquistão e a China.
No futuro próximo, com a guerra na Líbia, a aliança
militar EUA-NATO está excessivamente tensa em termos de capacidades.
Apesar de não prevermos a implementação de uma
operação militar EUA-NATO no curto prazo, o processo de
desestabilização política através do apoio
encoberto a uma insurgência rebelde provavelmente continuará.
09/Agosto/2011
Muitas das questões levantadas no artigo acima são analisadas em
pormenor no mais recente livro de Michel Chossudovsky:
Towards a World War Three Scenario, The Dangers of Nuclear War
E-Book Series No. 1.0, Global Research Publishers, Montreal, 2011, ISBN
978-0-9737147-3-9, 76 pages (8.5x11)
Tabelas, fotografias a cores, mapas, caixas de texto. Links activos para as
principais referências no texto, bem como nas notas de rodapé.
Encomende aqui o seu PDF deste importante novo livro da Global Research
Oferta introdutória: $5,00 (mais $1,50 para processamento). Enviado
directamente para o seu email. Ou receba este livro gratuitamente tornando-se
membro do Global Research. Clique para saber mais.
DETAILED TABLE OF CONTENTS
PREFACE
A New War Theater in North Africa
Operation Odyssey Dawn
Nuclear Weapons against Libya? How Real is the Threat?
America's Long War: The Global Military Agenda
How to Reverse the Tide of War
World War III Scenario
Acknowledgments
CHAPTER I: INTRODUCTION
The Cult of Killing and Destruction
America's Mini-nukes
War and the Economic Crisis
Real versus Fake Crises
CHAPTER II: THE DANGERS OF NUCLEAR WAR
Hiroshima Day 2003: Secret Meeting at Strategic Command Headquarters
The Privatization of Nuclear War: US Military Contractors Set the Stage
9/11 Military Doctrine: Nuclear Weapons and the "Global War on
Terrorism"
Al Qaeda: "Upcoming Nuclear Power"
Obama's Nuclear Doctrine: The 2010 Nuclear Posture Review
Post 9/11 Nuclear Doctrine
"Defensive" and "Offensive" Actions
"Integration" of Nuclear and Conventional Weapons Plans
Theater Nuclear Operations (TNO)
Planned Aerial Attacks on Iran
Global Warfare: The Role of US Strategic Command (USSTRATCOM)
Nuclear Weapons Deployment Authorization
Israel's Stockpiling of Conventional and Nuclear Weapons
The Role of Western Europe
Germany: De Facto Nuclear Power
Pre-emptive Nuclear War: NATO's 2010 Strategic Concept
The World is at a Critical Crossroads
CHAPTER III: AMERICA'S HOLY CRUSADE AND THE BATTLE FOR OIL
America's Crusade in Central Asia and the Middle East
"Homegrown Terrorists"
The American Inquisition
Washington's Extrajudicial Assassination Program
The Battle for Oil
The Oil Lies in Muslim Lands
Globalization and the Conquest of the World's Energy Resources
CHAPTER IV: PREPARING FOR WORLD WAR THREE
Media Disinformation
A "Pre-emptive" Aerial Attack Directed Against Iran would Lead to
Escalation
Global Warfare
US "Military Aid"
The Timetable of Military Stockpiling and Deployment
World War III Scenario
The United Nations Security Council
The American Inquisition: Building a Political Consensus for War
CHAPTER V: TARGETING IRAN WITH NUCLEAR WEAPONS
Building a Pretext for a Pre-emptive Nuclear Attack
"Theater Iran Near Term"
The Military Road Map: "First Iraq, then Iran"
Simulated Scenarios of a Global War: The Vigilant Shield 07 War Games
The Role of Israel
Cheney: "Israel Might Do it Without Being Asked"
US Israel Military Coordination
Tactical Nuclear Weapons directed against Iran
Radioactive Fallout
"The Mother of All Bombs" (MOAB) Slated to be Used Against Iran
Extensive Destruction of Iran's Infrastructure
State of the Art Weaponry: "War Made Possible Through New
Technologies"
Electromagnetic Weapons
Iran's Military Capabilities: Medium and Long Range Missiles
Iran's Ground Forces
US Military and Allied Facilities Surrounding Iran
CHAPTER VI: REVERSING THE TIDE OF WAR
Revealing the Lie
The Existing Anti-War Movement
Manufacturing Dissent
Jus ad Bellum: 9/11 and the Invasions of Yugoslavia and Afghanistan
Fake Antiwar Activism: Heralding Iran as a Nuclear Threat
The Road Ahead
The Antiwar Movement within the State Structure and the Military
Abandon the Battlefield: Refuse to Fight
The Broader Peace Process
What has to be Achieved
|
The CRG grants permission to cross-post original Global Research articles on
community internet sites as long as the text & title are not modified. The
source and the author's copyright must be displayed. For publication of Global
Research articles in print or other forms including commercial internet sites,
contact: publications@globalresearch.ca
O original encontra-se em
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=25955
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.
|