Derrotar Bolsonaro!
por PCB
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a militância de todos os nossos
coletivos de luta, ao longo dessa campanha eleitoral, marcharam com firmeza,
ousadia e combatividade com a candidatura de Guilherme Boulos e Sônia
Guajajara para a Presidência da República, fato que representou a
formação de uma aliança histórica entre o PCB, o
PSOL, MTST, APIB, Mídia Ninja e vários outros
movimentos populares do país, com um programa claro de
enfrentamento aos privilégios, ao capital financeiro, ao
agronegócio, aos monopólios em geral, revelando assim a
possibilidade de uma alternativa socialista e de um novo rumo para o Brasil.
Foi correta essa opção e faremos todos os esforços para
que a nossa aliança se mantenha nas lutas cotidianas para
além das eleições.
A crise sistêmica do capitalismo acirra as contradições
interimperialistas e interburguesas. Em países periféricos, como
o Brasil, a burguesia, associada ao imperialismo, mobiliza todas as suas
forças para atacar os direitos trabalhistas, sociais e
previdenciários, diminuir os salários, cortar investimentos
públicos e programas sociais, aumentar a exploração,
privatizar e desnacionalizar
empresas estatais estratégicas e entregar recursos naturais. O
golpe burguês de 2016, midiático e institucional,
buscou acelerar esses ataques de todas as formas, mesmo sem legitimidade
política. Nas entranhas do golpe, do sistema político apodrecido
e das necessidades do grande capital, fortaleceu-se uma alternativa
radicalizada de extrema direita e neofascista.
Jair Bolsonaro reúne o que há de mais atrasado na sociedade
brasileira. No plano econômico, apresenta um programa ultraliberal,
reacionário e antinacional. No plano social, anuncia a retirada de
direitos, o aprofundamento da exploração e o fim de qualquer
proteção social à classe trabalhadora. Legitima e
institucionaliza a violência contra os trabalhadores, as mulheres, LGBTs,
indígenas, quilombolas e a juventude pobre, sobretudo negra.
Reúne em torno de si a bancada da bala, o agronegócio,
políticos corruptos, milícias, neopentecostais
oportunistas e setores militares favoráveis à ditadura. Para
além disso, um eventual governo desse bloco político representa a
ameaça de uma progressiva repressão aos direitos
democráticos dos trabalhadores e dos
movimentos populares.
Por sua experiência histórica, o PCB não subestima o
fascismo, razão pela qual, em que pesem todas as divergências que
jamais deixamos de expor publicamente, neste segundo turno indicamos voto
crítico no candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad.
O gesto do PCB é unilateral, compromissado com as lutas pelas liberdades
democráticas e antifascistas. Isto significa, em definitivo,
que os comunistas do PCB não irão compor um eventual
governo petista. Alertamos que, na atual conjuntura, há ainda mais
dificuldades e menos margem política e econômica para estabelecer
uma governabilidade de conciliação de classes. Infelizmente,
Haddad e o PT já fazem acenos ao grande capital e aceitam as propostas
de reforma da previdência, termos da reforma trabalhista, a
não revogação
da venda da Embraer e da privatização do pré-sal. Barrar o
candidato da extrema direita não significa adesão ao projeto
centrista de remendar o pacto de classes rompido pelo golpe parlamentar e
institucional de 2016.
Para o PCB a luta antifascista não se encerrará neste pleito.
É fundamental derrotar Bolsonaro nas urnas, defender as liberdades
democráticas e fortalecer o poder popular para enfrentar os ataques que
virão. Será preciso manter a luta pela revogação de
todas as contrarreformas do governo Temer: a reforma trabalhista, a lei das
terceirizações, a reforma do ensino médio, a lei do teto
dos gastos, as privatizações, entre outras. Seguiremos lutando em
defesa da Petrobrás 100% estatal e do pré-sal, contra a reforma
da previdência, pela ampliação dos direitos
políticos e sociais e por um programa que atenda os interesses
populares, apontando para a ruptura com o capitalismo e a
construção do socialismo.
07 de outubro de 2018.
Comitê Central do PCB
O original encontra-se em
pcb.org.br/portal2/...
Esta nota encontra-se em
http://resistir.info/
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