Liberdade para Lula. Unidade para barrar os retrocessos!
A prisão de Lula, há um ano, está intimamente ligada ao
processo político que se desenvolveu no país nos últimos
meses, de ampliação dos retrocessos políticos e sociais,
dos quais fazem parte a própria eleição de Bolsonaro e o
conjunto de ações que apontam para a radicalização
na retirada de direitos e históricas conquistas da classe trabalhadora.
Negar essa relação de fatores é negar a realidade.
Quando preso Lula liderava as intenções de voto, inclusive sendo
o único a figurar na frente de Bolsonaro nos inúmeros
cenários trabalhados para as eleições de 2018. Mesmo com a
prisão em 7 de abril, Lula continuou como nome do PT para concorrer
às eleições presidenciais numa contestada e polêmica
estratégia eleitoral. Mesmo preso, Lula continuou liderando as pesquisas
de intenções de voto, demonstrando muito mais a força do
seu nome do que da estratégia do PT. A medida serviu efetivamente para
retirar da disputa eleitoral um dos mais fortes concorrentes à cadeira
presidencial, apesar do grande desgaste do petismo entre as massas, causado
pelo envolvimento em denúncias de corrupção e pelo
não enfrentamento aos interesses do grande empresariado e do
imperialismo no país, permitindo que as políticas
compensatórias adotadas principalmente nos mandatos de Lula fossem
suplantadas pelo aumento do desemprego, da violência e da pobreza,
efeitos diretos da crise estrutural do capitalismo.
Trata-se de uma prisão cuja motivação central foi
política, não tendo sido apresentadas provas contundentes para a
sua consumação, além de ter sido desrespeitada a
própria legislação burguesa, que não prevê a
prisão em segunda instância. Mesmo que a prisão de Lula
tenha sido repudiada por diversos setores democráticos e de esquerda e
questionada inclusive internacionalmente, não houve nenhum tipo de
relaxamento em relação à medida, ignoradas as
discussões acadêmicas, políticas e jurídicas
públicas, inclusive com um emblemático julgamento no STF acerca
da condenação em segunda instância e a
posição covarde de Dias Toffoli, que adiou, indefinidamente, a
data do julgamento da questão. O fato do juiz que o condenou, o
superstar Sergio Moro, ter sido nomeado membro da equipe de
transição do candidato eleito e posteriormente se tornar ministro
do governo só jogaram mais lenha na fogueira da ação
arbitrária, deixando cada vez mais evidente tratar-se de uma
prisão política.
O governo Bolsonaro aplica uma agenda política contra a classe
trabalhadora e os setores populares em todas suas dimensões, desde os
ataques brutais aos direitos trabalhistas, econômicos, sociais e
políticos, como também buscando destruir a memória
coletiva e a identidade do povo brasileiro, ao tentar reabilitar uma ditadura
assassina, criminosa e corrupta e mudar a versão da história.
Dentre as ações desse governo de extrema direita, que celebra uma
aliança do que há de mais conservador e reacionário do
país com elementos fascistizantes, está a
manutenção da prisão de Lula, uma espécie de
troféu dos grupos retrógrados e desse governo.
Nesse sentido a luta pela libertação de Lula faz parte das lutas
gerais em defesa das liberdades democráticas e contra os ataques do
capital e do governo Bolsonaro às conquistas sociais. Somente
através de grandes mobilizações populares e da
ação organizada do movimento sindical, popular e de juventude
será possível derrotar a agenda de retrocessos políticos e
de ataques sistemáticos da burguesia à classe trabalhadora e
à população em geral.
Liberdade para Lula. Em defesa das liberdades democráticas! Unidade para
barrar os retrocessos, a contrarreforma da previdência e os ataques aos
direitos da classe trabalhadora! Pelo Poder Popular e pelo Socialismo!
07/Abril/2019
[*] Nota da Comissão Política Nacional
O original encontra-se em
pcb.org.br/...
Este documento encontra-se em
http://resistir.info/
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