Intervenção do PCB no 19° Encontro Internacional de
Partidos Comunistas e Operários, em Leningrado
por PCB
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) enviou delegação ao XIX
Encontro Internacional dos Partidos Comunistas e Operários, realizado em
Petrogrado (ex-Leningrado) e Moscou, na Rússia, neste ano em que se
comemora o Centenário da Revolução Socialista. Os
camaradas Edmílson Costa (Secretário Geral), Edílson Neves
(Secretário de Organização), Eduardo Serra
(Secretário de Relações Internacionais) e Aníbal
Valença (membro do Comitê Central) participam do evento, que
reúne organizações comunistas e operárias de todo o
mundo, as quais relatam suas experiências de lutas nos seus países
e elaboram propostas de ações conjuntas neste momento de grandes
desafios para o movimento operário e comunista internacional no
enfrentamento aos ataques do capital e do imperialismo. Segue abaixo resumo da
intervenção do PCB no Encontro, cujo discurso foi proferido pelo
camarada Eduardo Serra.
O Partido Comunista Brasileiro saúda todos os partidos comunistas e
operários presentes neste evento e felicita nosso anfitrião, o
Partido Comunista da Federação Russa. Desejamos-lhe toda a
força e o sucesso na luta contra o capitalismo em todos os
países. Esperamos que este seja um encontro muito bem sucedido,
especialmente porque estamos no país de Lenin e porque Lenin é a
nossa referência principal no esforço revolucionário para o
socialismo. Aqui estamos também para comemorar o Centenário da
Revolução Bolchevique, o episódio histórico de
maior importância para a Humanidade até os dias atuais.
A evolução recente do capitalismo criou um estado de guerra entre
os trabalhadores e as grandes empresas internacionais, que tentam manter suas
taxas de lucro altas, aumentando a taxa de exploração sobre a
classe trabalhadora com o apoio dos governos burgueses que, dia a dia, eliminam
cada vez mais os direitos sociais e até mesmo os direitos humanos para
apoiar seus interesses e superar a crise mundial, buscando retomar, desta
forma, o crescimento econômico.
A dificuldade em lidar com a crise e as muitas incertezas sobre o futuro torna
os poderes imperialistas hegemônicos do mundo cada vez mais agressivos
contra os povos e países, especialmente aqueles que possuem grandes
reservas de recursos naturais. Os EUA e seus aliados invadiram o Iraque, o
Afeganistão, a Líbia e financiam as forças
mercenárias para combater e tentar derrubar o presidente sírio
legalmente eleito. Agora, ameaçam e provocam a Coréia do Norte e
o Irã, além de manter o bloqueio contra Cuba socialista.
Por outro lado, o povo venezuelano provou mais uma vez que é
possível derrotar as forças imperialistas mobilizando e
organizando os trabalhadores. Entendemos que, na Venezuela, há uma
possibilidade de construir um caminho para o socialismo e que esta é a
única maneira de evitar que as forças populares sejam derrotadas.
Também gostaríamos de destacar a luta em torno do processo de
negociação de paz liderado pelas Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia, que agora são um partido
político popular de esquerda, capaz de conduzir os trabalhadores
colombianos a obterem melhores condições para lutar pelo
socialismo.
O Movimento Comunista Internacional tem a tarefa não só de
combater o poder do capital e o imperialismo em uma base mundial, mas
também enfrentar as ilusões do reformismo que ainda existem em
nossas trincheiras. O reformismo é muito perigoso para o movimento
revolucionário à medida que desmobiliza os trabalhadores e
facilita as coisas para os capitalistas, dado que muitos partidos se apresentam
como "esquerdistas", mas são, de fato,
organizações de fantasia cuja tarefa é iludir os
trabalhadores e criar obstáculos para a ação
revolucionária. Algumas forças reformistas conseguem escolher um
melhor imperialismo, como se isso pudesse existir, e vendem a ideia de que
eleições e disputas institucionais são suficientes para
avançar no rumo do socialismo.
No Brasil, sofremos uma situação complexa e difícil.
Há uma enorme crise econômica e política com
recessão e desemprego. Agora, temos um governo burguês puro
sangue, que chegou ao poder através de um golpe parlamentar e
midiático, com a missão de eliminar todos os ganhos sociais
obtidos pelos trabalhadores nos últimos 50 anos por meio de muitas
greves e confrontos, bem como também para eliminar os direitos
democráticos. Os grupos fascistas mostram seus rostos e são
ativos, e muitas pessoas pedem o retorno do governo militar. Mesmo com uma taxa
de aprovação popular de apenas 3% e sob denúncias
sérias de corrupção envolvendo relações
financeiras ilegais com grandes empresas, o atual presidente controla mais de
metade do Congresso comprando votos.
Mas, desde 2013, os movimentos populares estão ficando mais fortes. Este
ano, houve muitas greves e manifestações populares no Brasil,
incluindo uma greve geral em 28 de abril, a greve geral mais importante nos
últimos 30 anos. Nosso Partido esteve presente em todas essas
ações e acabamos de apresentar à classe trabalhadora um
programa político visando à união das forças de
esquerda e dos movimentos populares, como contribuição para o
debate político sobre possíveis linhas de luta para superar a
situação atual e para combate o capitalismo. Seu título
é "Derrotar o projeto burguês e construir uma alternativa
popular pão, trabalho e habitação". Esta
iniciativa se agrega a outras similares que estão sendo tomadas por
muitos grupos políticos e movimentos sociais no Brasil.
Estamos fazendo o nosso melhor para fazer avançar a luta de classes no
Brasil. Vocês podem ter certeza de que, onde quer que haja uma luta de
trabalhadores e movimentos populares, as bandeiras vermelhas do nosso Partido,
nossos coletivos e da nossa juventude se fazem presentes.
VIVA A LUTA DOS TRABALHADORES EM TODO O MUNDO!
VIVA O CENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA!
VIVA O SOCIALISMO!
08/Novembro/2017
Edmilson Costa, secretário-geral do PCB, em Leningrado: