O papel dos EUA no Golpe de Estado na Guatemala
A campanha criminosa do general Ríos Montt
por Rui Pedro Fonseca
[*]
A
Doutrina Monroe,
anunciada por James Monroe (em 1823), reafirmou a posição dos
Estados Unidos em relação aos grandes ex-colonizadores europeus,
particularmente a Espanha, de que os países da América Latina
deveriam ser soberanos, independentes e democráticos. Esta tomada de
posição, em jeito de
bluff
, acabou por dar o mote à doutrina do
Destino Manifesto,
segundo a qual a expansão dos EUA seria justificada pelo cumprimento da
vontade divina.
Tal doutrina provocou o extermínio de povos indígenas do
continente americano, a anexação de parte substancial do
México (cidades de Califórnia, Novo México, Nevada e
Arizona) e um prolongado e vasto conjunto de intervenções
militares, políticas e financeiras nas estruturas públicas e
privadas do
"seu quintal"
(América Latina). Ao longo dos séculos XIX e XX, Washington
esforçou-se para que as nações latino-americanas tivessem
o nó suficientemente apertado para que, independentemente dos meios
usados, os interesses de privados estado-unidenses fossem garantidos ? a
Guatemala foi um dos casos.
Quando Jorge Ubico, ditador apoiado por Washington, foi derrubado (em 1944)
pelas populações guatemaltecas entra no poder Juan José
Arévalo. O seu derrube deu os primeiros sinais de que o país se
poderia democratizar e tornar-se independente do Império.
Em 1951 foi eleito Jacobo Árbenz que procurou melhorar as reformas
económicas e educacionais do seu antecessor: legalizou sindicatos e (em
1952) aprovou uma Lei de Reforma Agrária em benefício de mais de
100 mil famílias rurais pobres
[1]
, incluindo camponeses/as. A última reforma mencionada de Árbenz
tinha como objetivo distribuir terra de forma mais equitativa pelas
populações, mesmo que tal medida implicasse a
nacionalização de terras. Jacobo Árbenz, visto pela
população como um símbolo de justiça social, adotou
medidas estatais que não eram bem-vistas pelo governo dos EUA,
particularmente pela United Fruit Company. Esta era proprietária de
milhares de hectares de terra, estradas, meios de telecomunicações
[2]
e grande parte do porto marítimo. Até então, com o
ditador pró-norte-americano Jorge Ubico, a United Fruit Company era o
negócio mais importante da Guatemala, com isenções fiscais
garantidas
[3]
pelos sucessivos governantes e com elevada exploração dos/as
trabalhadores/as.
A United Fruit Company era a maior proprietária de terras na Guatemala
[4]
mas, apenas utilizava 8 por cento da sua propriedade
[5]
ficando 390 mil hectares por cultivar
[6]
.
Para o presidente da multinacional, John Foster Dulles, e o seu irmão
Allen Dulles, até então diretor da CIA, não foi
necessário muito esforço para que Eisenhower desse luz verde para
derrubar o governo legitimamente eleito e destruísse o espírito
de independência cada vez mais forte da população
guatemalteca. O importante era que a United Fruit Company permanecesse
intocável. Edward Bernay, o proeminente relações
públicas, autor do livro "
Propaganda
" (1928), tinha diversas ligações com agentes dos
media
e políticos estado-unidenses, era um fiel conselheiro da multinacional
o que incluíra o pagamento a repórteres para viajarem
à Guatemala nas suas
"missões de averiguação"
e expor eventos encenados onde constavam diabolizadas investidas do comunismo
do país
[7]
.
Com o medo da expansão do comunismo na Guatemala, o presidente
Eisenhower aprovara uma operação encoberta da CIA ("
PBSUCCESS
") para fornecer armas e financiamento para grupos paramilitares
destituírem o presidente Arbenz
[8]
.
O agente da CIA Howard Hunt foi contratado como orquestrador da campanha de
propaganda a fim de
"livrar a Guatemala do regime de Árbenz"
[9]
. Menciona o próprio:
"O que queríamos era uma campanha para aterrorizar particularmente
o Árbenz, mas também as suas tropas, tal como os bombardeiros
Stuka alemães aterrorizaram a população da Holanda,
Bélgica e Polonia durante a Segunda Guerra"
[10]
Em 2 de julho de 1954, com o golpe de Estado apoiado pelos EUA, o coronel
Carlos Castillo Armas tomou o lugar do então presidente democraticamente
eleito Jacobo Árbenz. Em Setembro do mesmo ano, Castillo Armas foi
aclamado por Nixon como o presidente de Guatemala:
"Pela primeira vez na história um governo comunista é
derrubado pelas pessoas e, por isso, damos-lhes os parabéns a si
[Castillo]
e às pessoas da Guatemala pelo apoio dado. Por outras palavras, o
regime de Árbenz não era um governo da Guatemala, era um governo
estrangeiro
[Moscovo]
controlado por estrangeiros
[Moscovo].
(...) E temos a certeza de que (
) a Guatemala vai entrar numa nova era em
que haverá prosperidade para o povo juntamente com liberdade para o
povo."
[11]
Uma vez no cargo, Carlos Castillo Armas assegurou a "prosperidade" e
a "liberdade", tão a gosto de Nixon, removendo os direitos de
voto à população analfabeta e cancelando a Lei de Reforma
Agrária, o que obrigou os/as camponeses/as a abandonarem suas terras
recém-adquiridas
[12]
. Castillo também decretou uma Lei Penal preventiva contra o comunismo,
o que levou à prisão arbitrária, muitas vezes por tempo
indefinido, de indivíduos rotulados como comunistas
[13]
. Tal como pretendido, os EUA tomaram de novo as rédeas da economia
guatemalteca após a destruição bem-sucedida do seu sistema
democrático: a United Fruit estava de novo nos eixos.
Os EUA procuraram assegurar que problemas criados outrora por Árbenz
não voltassem a acontecer treinando agentes do exército e
forças de segurança, incluindo elementos da Policia Militar
Ambulante, e da polícia especializada na repressão
política. O objetivo era aumentar eficientemente a repressão para
assegurar a manutenção da ordem doméstica, mesmo que
implicasse, como se relatará mais adiante, o recurso a massacres em
populações.
A partir de 1954, desde que a Guatemala passou a ser dirigida por governos
militares, a desigualdade da partilha da terra acentuou-se, a
polarização entre ricos e mais pobres cresceu, a mortalidade de
crianças tornou-se a maior da região e 85% das crianças
com menos de 5 passou a sofrer de malnutrição o que
originou movimentos de insurgência e de protesto
[14]
. Grandes segmentos da população camponesa, indígenas,
primariamente, começaram a prestar apoio a guerrilhas depois de o
governo ter procurado esmagar os seus esforços não-violentos para
ultrapassar as suas condições de semi-escravatura e de
miséria. Com o apoio dos Estados Unidos, em 1960 teve início uma
longa e brutal guerra civil na Guatemala.
Algumas das atrocidades durante o período de Ríos Montt
José Efraín Ríos Montt graduou-se (em 1950) na Escola das
Américas
[15]
, nos EUA, academia que tinha como especialidade aplicar técnicas de
treino para combater insurgências e comunistas
[16]
. Em 1970 Ríos Montt torna-se general e chefe de gabinete do
exército
[17]
. Em Março de 1974 candidata-se a presidente, perde, e é enviado
à Espanha como militar até 1977
[18]
. A 7 de março 1982, Angel Guevara ganha a eleição
presidencial e, a 23 de Março, Ríos Montt aproveita o poder
militar e o apoio da CIA para organizar um Golpe de Estado e tornar o clima de
negócios ainda mais favorável aos EUA.
Durante o seu mandado, Ronald Reagan voou à Guatemala para dar as boas
vindas ao general, que tomou o poder em 23 de Março de 1982. Reagan
manifestou-lhe forte apoio no seu "combate aos comunistas",
explicando que:
"é um homem de grande integridade pessoal e compromisso
sei
que ele quer melhorar a vida dos guatemaltecas e promover justiça
social."
[19]
A
"integridade"
de Ríos Montt e a promoção de
"justiça social"
que Reagan mencionou traduziram-se numa brutal campanha de
contra-insurgência das forças militares e milícias que
atuaram como esquadrões da morte, com o apoio do governo, realizando
extensas violações dos direitos humanos, massacrando milhares de
civis desarmados no país, provocando "
desaparecimentos
", na sua maioria de populações indígenas que lutavam
por justiça económica e social. Como resposta à
resistência, Montt lança, em Junho de 1982, a campanha "
frijoles y fuziles"
("feijões e armas") explicada pelo próprio de forma
muito clara:
"Se você está connosco vamos alimentá-lo. Se
não está, vamos matá-lo."
[20]
A estratégia do regime de Ríos Montt, defendida por Ronald Reagan
e o seu especialista Elliot Abrams, foi explicada na altura (1982) por um
jornal de referência:
"A estratégia do exército é limpar as áreas
populacionais apoiadas por guerrilhas. As tropas e militares entram em aldeias,
disparam, queimam ou decapitam os habitantes que apanham; e os sobreviventes
são atingidos por metralhadoras a partir de helicópteros que
sobrevoam a zona"
[21]
O equipamento militar dos esquadrões da morte estatais era oriundo de
Israel (por exemplo, as conhecidas metralhadoras Galil). Os conselheiros do
exército guatemalteco eram também israelenses que mencionavam a
sua experiência na Cisjordânia no controle de
população
[22]
.
Mas grande parte do aparato militar utilizado pelos esquadrões estatais
vinha da própria indústria militar estado-unidense. Apesar das
restrições do Congresso que dificultavam a ajuda militar ao
regime de Ríos Montt, a administração Reagan lá
obteve licenças de exportação de jipes, camiões
[23]
, aviões, helicópteros e peças
[24]
, etc.
A Amnistia Internacional afirmou que em Outubro de 1982 o governo de
Ríos havia
"destruído grandes aldeias, torturado e mutilado pessoas locais e
levado a cabo execuções em massa."
[25]
Numa aldeia
"as tropas forçaram todos os habitantes a irem para o tribunal onde
violaram as mulheres e decapitaram os homens, e depois batiam com
crianças contra as rochas até à morte num rio
próximo."
[26]
Uma delegação de Sobrevivência Internacional reuniu
depoimentos de refugiados/as do México que reportaram massacres em que
"mulheres grávidas e crianças foram mortas, mulheres foram
violadas, pessoas foram torturadas e queimadas vivas, destruídas cidades
e aldeias inteiras, queimadas zonas cultivadas e destruídas zonas de
pecuária".
[27]
Houve um registo sistemático e padronizado de atuação dos
esquadrões de morte estatais: aldeias queimadas, mulheres e
crianças queimadas vivas, pessoas esventradas, pescoços cortados
com catanas, desaparecimentos em massa, empilhamento de corpos nas ruas, etc.
De citar o exemplo do massacre (a 17 de Junho de 1982) na Herdade de San
Francisco, em Huehuetenango. Foi um caso crítico mas, infelizmente,
não foi o único da campanha de Ríos Montt. Ainda antes da
chegada à Herdade de San Francisco, em Huehuetenango, as tropas do
exército entraram em Nenton, Sebep, e mataram 38 pessoas; seguidamente,
na aldeia de Petanac, 89 pessoas foram massacradas e, em Yolcultac, outras oito
foram executadas; no dia seguinte foram executadas cinco pessoas em Bulej e,
finalmente, chegando à São Francisco
[28]
testemunhas descrevem como pessoas foram assassinadas, mulheres violadas,
mortas, ou queimadas vivas em casas incendiadas, pessoas mais velhas que foram
cortadas em pedaços com catanas, as crianças estripadas, etc.
[29]
Também havia crianças penduradas pelos pés na igreja e
que depois foram atiradas, como sacos, contra uma coluna de madeira. Uma
testemunha disse:
"Depois de terem matado as nossas mulheres levaram as crianças de
dez, oito, cinco e quatro anos, que foram penduradas pelos pés e que
depois de tanta pancada ficaram com os cérebros despedaçados como
farinha de milho. Eu tinha seis filhos e todos morreram (...), tal como a minha
esposa."
[30]
Na Herdade de San Francisco cerca de 350 pessoas foram assassinadas. E mal a
notícia se espalhou por toda a região os/as habitantes Chuj Maya
das aldeias situadas ao longo da fronteira com as montanhas de San Mateo
Ixtatán deslocaram-se para o México
[31]
. Entre Julho e Agosto de 1982, cerca de nove mil pessoas fugiram para o
México. As aldeias de Yolambojoch, Yuxquén, Santa Elena,
Yulaurel, La Cienega, Yolacatón, Buena Vista, Yaltoyá e El
Quetzal foram completamente abandonadas
[32]
.
Já as aldeias de La Trinidad, El Aguacate, La Palma foram parcialmente
abandonadas. De acordo com dados obtidos a partir do
Programa de Ayuda a los Vecinos del Altiplano
(PAVA) 45 aldeias ou fazendas foram abandonadas (em 1984) na cidade de
Nentón
[33]
.
Um outro método de controlar a rebelião foi por via do sequestro.
No total, 38 mil pessoas desapareceram
[34]
.
A polícia secreta e o exército guatemalteco massacraram a grande
maioria das pessoas entre 1981-1983: onde 440 aldeias desapareceram das
montanhas guatemaltecas e, depois de finais de 1983, as pessoas que
sobreviveram ficaram em aldeias vigiadas ao estilo vietnamita, onde as
populações concentradas estão cercadas por militares sem
terem liberdade de movimento
[35]
.
As Nações Unidas descreveram a campanha de Ríos Montt,
apoiada por Washington, contra as populações de Maias como "
Genocídio
" onde, de acordo com a National Security Archive cerca de 600 aldeias
foram destruídas na designada
"Operação Sofia" que teve como desígnio
essencial "massacrar milhares de camponeses indígenas".
O relatório, intitulado
"Guatemala, Memória do Silêncio"
, descobriu que cerca de 200 mil pessoas a esmagadora maioria delas
civis foram mortas ou "
desaparecidas
"
[36]
. O relatório documentou 626 massacres cometidos pelo exército
guatemalteca na década de 1980, que realizou uma campanha
sistemática de "genocídio".
"A violação de mulheres, durante a tortura ou antes de serem
assassinadas, era uma prática comum"
[37]
Conclui o relatório ["
Guatemala, Memória do Silêncio
"] que
"a maioria das violações dos direitos humanos ocorreu com o
conhecimento ou por ordem das mais altas autoridades do Estado". "A
responsabilidade de uma grande parte dessas violações é da
cadeia de comando militar bem como há imputação
política e administrativa (
)"
[38]
A 29 junho de 1983, Ríos Montt declara estado de emergência e, a 8
de agosto de 1983, é derrubado por outro golpe militar
[39]
.
Mais tarde (em 1985) Ríos Montt recebeu uma Medalha de
Recomendação por serviço meritório dada pelo
secretário do Exército dos Estados Unidos, John Otho Marsh
[40]
.
O julgamento de Ríos Montt e colaboradores
Efraín Ríos Montt foi o líder militar que presidiu durante
o período mais intenso e sangrento da repressão estatal na
Guatemala. Em dezembro de 1999, Rigoberta Menchú, em parceria com
organizações não-governamentais guatemaltecas e espanholas
peticionou para levar Ríos Montt e outros ex-funcionários ao
Tribunal Nacional de Espanha por motivos de genocídio, terrorismo,
tortura e detenção ilegal. Apesar dos graves riscos, corajosas
testemunhas prestaram depoimentos, por duas vezes em 2008, nos tribunais de
Guatemala e de Madrid. A recente acusação pela juíza Carol
Patricia Flores de genocídio e crimes contra a humanidade faz com que
Ríos Montt enfrente a possibilidade real de um julgamento criminal.
Há, contudo, duas questões de ordem legal que podem influenciar o
decorrer do caso. Uma é a jurisdição internacional,
baseada no
"princípio de que todos os países têm interesse em
levar à justiça os responsáveis por
violações dos direitos humanos, não obstante o local onde
os crimes foram cometidos, e independentemente da nacionalidade dos autores ou
vítimas".
[41]
O que pressupõe que cada país pode e deve investigar, tal como
julgar, casos onde existam provas suficientes. No caso do ditador Augusto
Pinochet os contornos foram idênticos. Foi também extraditado para
Espanha e julgado enquanto ex-chefe de Estado que depois teria mandato de
prisão. Quando a Espanha pediu a sua extradição em 2006,
Ríos Montt anunciou (em Janeiro de 2007) que estava a concorrer para um
lugar no Congresso, o que impediria a sua extradição o que
também depende da vontade política dos países
[42]
e do estatuto de imunidade governamental, baseado na doutrina de que um/a
membro/a do governo é imune à ação civil ou
criminal. Contudo, tal como aconteceu no caso de Pinochet, a
Convenção Contra a Tortura
(Convention against Torture and Other Cruel, Inhuman or Degrading
Treatment or Punishment)
da ONU impede que se alegue imunidade e cria obrigatoriedade para
extradição para julgamento
[43]
. É, de resto, o que se espera: que responsáveis e
cúmplices de graves violações de direitos humanos,
independentemente do país a que pertençam, não estejam
à margem da lei e sejam responsabilizados pelos seus atos.
Referências
Alexandrov, Nick;
"Ríos Montt on Trial for Genocide (A U.S. Protégé Is
Forced to Face the Past)"
January 30, 2013 Counter Punch
http://www.counterpunch.org/2013/01/30/Ríos-montt-on-trial-for-genocide/
Alternative Views,
"Guatemala: A comprehensive View"
Maio 1987,
http://www.youtube.com/watch?v=LsuxXG4BL2M
Amnesty Internacional
"Justice Without Borders The Campaign to Bring Efraín Ríos
Montt to Trial",
2008,
http://www.amnestyusa.org/pdfs/websec6july2008.pdf
Becker, Marc,
"United Fruit, The CIA, and counter-Revolution Latin American Revolutions
S/D"
http://revolutions.truman.edu/ guatemala/united fruit the cia and counter
revolution.htm
Calderón, Maria José,
"Timeline: Guatemala´e History of Violence"
FrontLine World,
http://www.pbs.org/frontlineworld/stories/guatemala704/history/timeline.html
Chomsky, Noam (1985)
"Turning the Tide (U.S. Intervention in Central America and the Struggle
for Peace"
, South and Press, Boston
"CIA Coup in Guatemala 1954 (A Coup Made in America)",
http://www.youtube.com/watch?v=erJJjyWeCVs
Comisión para el Esclarecimiento Histórico (CEH)
"Masacre en la Finca, San Francisco (Caso Ilustrativo No 18) Nenton,
Huehuetenango" ,
http://shr.aaas.org/guatemala/ceh/mds/spanish/anexo1/vol1/no18.html
Cultural Survival and Anthropology resource Center, 1983,
"Voices of the survivors"
,
(Latin america Regional Reports, 7 de Maio, 1982; citado por McClintock,
American Connection, II, 232-233) in Chomsky, Noam (1985)
"Turning the Tide (U.S. Intervention in Central America and the Struggle
for Peace"
, South and Press, Boston
Diskin, Martin ed.;
"Trouble in our Backyard"
(Phantheon, 1983, 186) Al News release, 11 October, 1982, in Chomsky
Doyle, Kate;
"Justice in Guatemala"
Nacla Report on the Americas Vol. 45, No 1
https://nacla.org/sites/default/files/A04501039_10.pdf
Farah, Douglas;
"War Study Censures Military in Guatemala"
Washington Post Foreign Service Friday, February 26, 1999; Page A19 ,
http://www.washingtonpost.com/wp-srv/inatl/daily/feb99/guatemala26.htm
Kozloff, Nikolas; "
Demeaner of the Faith Rev. Pat Robertson and Gen. Ríos Montt"
; Weekend Edition September 17-19, 2005,
tp://www.counterpunch.org/2005/09/17/rev-pat-robertson-and-gen-Ríos-montt
Nelson, Craig and Taylor, Kenneth,
"Witness to Genocide"
(Survival Internacional, 1983) Os entrevistadores são Nelson e Thomas
Anderson) in Chomsky
Nenadov, Mark
"Ronald Reagan´s Administration and the Massacres in Guatemala",
All Things expounded January 29, 2013
New York Times
"U.S Clears military vehicles for export to Guatemala",
June 19, 1981,
http://www.nytimes.com/1981/06/19/world/
around-the-world-us-clears-military-vehicles-for-export-to-guatemala.html
Oliver, Arnold J.
"Guatemala and the Forgotten Anniversary"
June 18, 2004 by CommonDreams.org ,
http://www.commondreams.org/views04/0618-13.htm
Pilger, John
"War on Democracy"
, 2007,
http://www.youtube.com/watch?v=zy1Nwv8JErM
Rothschild, Matthew;
"Ríos Montt on Trial, but Not Reagan Officials?"
, January 29, 2013, The Progressive,
http://www.progressive.org/Ríos-montt-on-trial-but-not-reagan-officials
Notas:
1. Calderón, Maria José,
"Timeline: Guatemala´e History of Violence"
FrontLine World
2. Alternative Views,
"Guatemala: A comprehensive View"
Maio 1987
3. Calderón, Maria José,
"Timeline: Guatemala´e History of Violence"
FrontLine World
4. Guatemala, o país conhecido como
"Republica das Bananas"
devido ao poder que multinacional
United Fruit Company
tinha no território.
5. Calderón, Maria José,
"Timeline: Guatemala´e History of Violence"
FrontLine World
6. Oliver, Arnold J.
"Guatemala and the Forgotten Anniversary"
June 18, 2004 by CommonDreams.org
7. Becker, Marc,
"United Fruit, The CIA, and counter-Revolution Latin American Revolutions
S/D"
8. Calderón, Maria José,
"Timeline: Guatemala´e History of Violence"
FrontLine World
9. Howard Hunt in Pilger, John
"War on Democracy"
, 2007
10.
Idem
11.
"CIA Coup in Guatemala 1954 (A Coup Made in America)"
12. Calderón, Maria José,
"Timeline: Guatemala´e History of Violence"
FrontLine World
13.
Idem
14. Alternative Views,
"Guatemala: A comprehensive View"
Maio 1987
15. Rebatizada de
Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em
Segurança
16. Amnesty Internacional
"Justice Without Borders The Campaign to Bring Efraín Ríos
Montt to Trial",
2008 (p. 7)
17.
Idem
7
18.
Idem
7
19. Nenadov, Mark
"Ronald Reagan´s Administration and the Massacres in Guatemala",
All Things expounded January 29, 2013
20. Kozloff, Nikolas;
"Demeaner of the Faith Rev. Pat Robertson and Gen. Ríos Montt"
; Weekend Edition September 17-19, 2005
21.
"Latin America Regional Reports",
7 de Maio, 1982; citado por McClintock, American Connection, II, 232-233) in
Chomsky, Noam (1985)
"Turning the Tide (U.S. Intervention in Central America and the Struggle
for Peace"
22. Arturo Arias coautor de
"El norte" Ejercito Nacional de Guatemala
in Alternative Views,
"Guatemala: A comprehensive View"
Maio 1987
23.
New York Times
"U.S Clears military vehicles for export to Guatemala",
June 19, 1981
24. Rothschild,
Matthew;
"Ríos Montt on Trial, but Not Reagan Officials?"
, January 29, 2013, The Progressive
25. Chomsky, Noam (1985)
"Turning the Tide (U.S. Intervention in Central America and the Struggle
for Peace"
, South and Press, Boston
26.
Idem
27.
Idem
28. Comisión para el Esclarecimiento Histórico (CEH)
"Masacre en la Finca, San Francisco (Caso Ilustrativo No 18) Nenton,
Huehuetenango"
29. Cultural Survival and Anthropology resource Center, 1983,
"Voices of the survivors"
,
(Latin america Regional Reports, 7 de Maio, 1982; citado por McClintock,
American Connection, II, 232-233) in Chomsky, Noam (1985)
"Turning the Tide (U.S. Intervention in Central America and the Struggle
for Peace"
, South and Press, Boston
30. Comisión para el Esclarecimiento Histórico (CEH)
"Masacre en la Finca, San Francisco (Caso Ilustrativo No 18) Nenton,
Huehuetenango"
31.
Idem
32.
Idem
33.
Idem
34. Arturo Arias coautor de
"El norte" Ejercito Nacional de Guatemala
in Alternative Views,
"Guatemala: A comprehensive View"
Maio 1987
35.
Idem
36. Farah, Douglas
; "War Study Censures Military in Guatemala"
Washington Post Foreign Service Friday, February 26, 1999; Page A19
37.
Idem
38.
Idem
39. Amnesty Internacional
"Justice Without Borders The Campaign to Bring Efraín Ríos
Montt to Trial",
2008
40. Nenadov, Mark
"Ronald Reagan´s Administration and the Massacres in Guatemala",
All Things expounded January 29, 2013
41. Amnesty Internacional
"Justice Without Borders The Campaign to Bring Efraín Ríos
Montt to Trial",
2008
42. Cf.
Idem
43. Cf.
Idem
[*]
Investigador, da Universidade do Porto.
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.
|