Acerca do planeamento democrático do desenvolvimento
Lenine, Keynes e Hayek
por Daniel Vaz de Carvalho
O planeamento democrático do desenvolvimento tem-se mantido quase que
totalmente fora da discussão e da análise política. Um
único partido inscreveu o planeamento democrático do
desenvolvimento no seu Programa Eleitoral, o PCP, embora se trate de um aspeto
central da rutura com a política de direita e uma
determinação constitucional:
Art.º. 80 A organização económico-social
assenta nos seguintes princípios: e)
Planeamento democrático do desenvolvimento económico e social;
Art.º. 81 (Compete ao Estado) Criar os instrumentos
jurídicos e técnicos necessários ao planeamento
democrático do desenvolvimento económico e social;
O planeamento económico é uma questão central em qualquer
economia moderna. Não há economia moderna sem planeamento, a
questão é quem o faz, como e a favor de quem. É neste
sentido que analisamos três modelos de planeamento: o leninista, o
keynesiano e o neoliberal
LENINE
Foi Lenine que pela primeira vez na história da humanidade estabeleceu o
planeamento económico de âmbito nacional e democrático.
Houve planeamento antes de Lenine, planeamento capitalista de que escritores da
época como Dickens, Jack London, Zola, etc, ou Marx e Engels,
descreveram mostrando a crueldade do desenvolvimento capitalista sobre a classe
operária e em geral sobre todos os trabalhadores.
Em 1922, Lenine aponta como condição para a
construção da sociedade socialista e comunista "a
eletrificação mais o poder dos sovietes". Esta simples frase
contêm o essencial do planeamento democrático: o desenvolvimento
baseado no progresso económico tecnologicamente avançado e na
participação ativa dos trabalhadores neste processo, no seu
interesse moral e material pelos resultados.
Para dirigir esta tarefa, Lenine chama o seu camarada e amigo, o Eng.º
Krijianovsky. Nascia assim o GOELRO, plano de eletrificação da
Rússia (depois de toda a URSS). A complexidade desta tarefa não
pode ser ignorada. Primeiro, pela agressão imperialista que o novo
Estado sofrera, com enorme destruição humana e material e que
prosseguiu através da conspiração e sabotagem. Segundo,
pelas insuficiências populares em matéria de literacia e
formação técnica.
A complexidade da eletrificação, nas suas componentes de
produção, transporte e distribuição, com seus
equipamentos motrizes, de proteção e regulação era
das tecnologias mais avançadas do seu tempo, implicando praticamente
todos os outros sectores industriais, não esquecendo os bens de consumo
para a satisfação das acrescidas necessidades dos trabalhadores.
Esta imensa tarefa foi realizada com êxito, mas tal seria
impossível se os trabalhadores, a todos os níveis, não a
tomassem como sua. Foi a partir deste sucesso que em 1928 se pôs em
prática o 1º Plano Quinquenal.
A cruzada ideológica da direita contra o socialismo propagandeia que as
extraordinárias realizações dos planos económicos
leninistas se deviam a condições de servidão dos
trabalhadores. O argumento cai pela base: a sociedade esclavagista é uma
sociedade económica e socialmente estagnada. O aumento da
produção, a emulação socialista, a discussão
para a concretização e melhoria dos objetivos planeados eram uma
realidade apenas compatível com trabalhadores livres e empenhados num
processo de que se sentiam como seu.
O que aconteceu foi que trabalhadores que apenas tinham conhecido até
ali um poder que sempre os enganava, desprezava, perseguia, pela primeira vez
eram parte de um poder que olhava por eles, que os ouvia e partilhava com eles
as decisões que lhes diziam respeito. Os trabalhadores soviéticos
viam no êxito do planeamento a melhoria das suas condições
de vida. Êxitos pessoais e coletivos tornavam-se realidades
indissociáveis.
Desta realidade se dava conta Bertrand Russel em "A Conquista da
Felicidade" ao mencionar que na URSS os jovens tinham razões para
ser e eram muito mais felizes que no Ocidente, pelo seu empenho na
construção de uma sociedade nova.
A orientação leninista era que o plano fosse amplamente divulgado
para que se continuasse a desenvolver, corrigir, prosseguir na base das
indicações da experiência prática. Para este efeito
a Resolução sobre o Plano apontava para que todos os que tivessem
suficiente experiência cientifica ou prática ensinassem aos demais
as noções imprescindíveis para ser compreendido.
[1]
Compare-se com as políticas de direita em vigor na UE em que
decisões fundamentais e tratados, são elaborados em segredo e
postos em prática à revelia de consulta popular como é
flagrante exemplo a elaboração do TTIP.
Em meados dos anos 30, a URSS tornava-se o primeiro país da Europa e o
segundo no mundo em termos de produção industrial, apenas
atrás dos EUA. Em 1940 a produção industrial era 5,8 vezes
a de 1928. Tais aumentos de produção, muito superiores ao
acréscimo dos efetivos de trabalhadores só seriam
possíveis com o aumento da produtividade. A vitória sobre o
nazi-fascismo e o processo de reconstrução foram êxitos que
do ponto de vista técnico material radicam no planeamento leninista.
O socialismo através do planeamento democrático alcançou
um nível inédito de igualdade, segurança, serviços
de saúde, habitação, educação, emprego e
cultura para todos os cidadãos. A produção industrial na
Rússia representava em 1913 cerca de 4% da produção
mundial, em meados dos anos 70 este indicador elevava-se a 20% na URSS e assim
permaneceu até à "perestroika". Nenhuma sociedade tinha
até então conseguido em tão curto espaço de tempo
níveis de vida, consumo e segurança para toda a
população e sem conhecer crises económicas. Como afirmou a
"Oposição de Esquerda" ucraniana: a era
Soviética, foi uma era de progresso económico, científico
e espiritual.
Se planificação do desenvolvimento económico e social
é um imperativo de uma sociedade visando o socialismo, é
igualmente certo que o afastamento dos conceitos leninistas conduz à
perversão burocrática desprezando as leis objetivas da economia,
impede a manifestação plena das vantagens da
planificação e trava o pleno desenvolvimento das forças
produtivas.
Com a perestroika foi posto em prática um projeto para destruir o
socialismo. Iakovlev, um dos principais colaboradores de Gorbatchov, declarou:
"enfrentámos a tarefa histórica decisiva de desmantelar todo
um sistema social e económico com todas as raízes
ideológicas, económicas e políticas".
[2]
Na realidade, eram social-democratas, gente seduzida pelo imperialismo,
ansiosa por se lhe juntar e partilhar as riquezas e o fausto das oligarquias
ocidentais e seus serventuários.
Apesar da intensa propaganda para denegrir o socialismo e a URSS e elogiar os
países capitalistas, apenas 18% dos cidadãos era favorável
a que se fomentasse a propriedade privada. Em 1991, num referendo, a esmagadora
maioria da população soviética desejava manter a
União, com votações entre 70% e 90% conforme as
Repúblicas. Face à resistência do Parlamento russo
às políticas pró-capitalistas, Ieltsin ordenou o seu
bombardeamento matando e prendendo centenas de deputados e cidadãos. Nos
países capitalistas foi erigido aos píncaros como um herói
da democracia.
KEYNES
Perante a grande crise capitalista do final dos anos 20 e início dos
anos 30 do século XX, Keynes defende na sua "Teoria geral do
Emprego, do Juro e da Moeda", medidas de intervenção do
Estado na economia que conduzem ao planeamento económico estatal,
porém visando a recuperação capitalista.
Muitas das medidas preconizadas por Keynes têm no entanto um
carácter progressista. Para Keynes a culpa de desemprego não era
dos salários nem das "imposições do mercado",
mas da falta de liquidez e da preferência por produtos financeiros em vez
de investimento produtivo. O investimento público seria um meio de
ultrapassar as crises económicas e garantir uma
aproximação ao pleno emprego. Mostrou também que numa
economia puramente competitiva com salários e preços livremente
flexíveis o equilíbrio de pleno emprego não chegaria a
existir.
Para Keynes, os bancos centrais deveriam disponibilizar liquidez suficiente
para facilitar o crescimento económico e atingir o pleno emprego e
não ter como objetivo uma dada taxa de inflação. Propunha
também a regulação do sistema financeiro de forma a evitar
a especulação e orientar o crédito para o sistema
produtivo. Relativamente ao comércio internacional e ao sistema
monetário, eram preconizadas medidas tendentes a evitar o endividamento
dos países e a proporcionarem balanças comerciais equilibradas.
As políticas keynesianas ou o que delas foi posto em
prática permitiram nos países capitalistas desenvolvidos
uma relativamente rápida recuperação dos danos da II
Guerra Mundial, que as crises não assumissem grande gravidade, que o
desemprego se mantivesse num nível relativamente baixo; permitiram
também o aumento do nível de vida das populações e
instaurar o chamado "Estado Social". Foi o que a social-democracia
qualificou de "anos de ouro" do capitalismo.
O reverso da medalha não é contudo tão dourado como fazem
crer. O capitalismo não perdeu o seu carácter imperialista de
agressão e conspiração contra os povos mais frágeis
em benefício dos seus monopólios. A rapina colonial e neocolonial
prosseguiu com as suas tragédias. A exploração da
força de trabalho mantinha-se e as cedências ao proletariado
deveram-se a duras lutas sindicais e ao prestígio do socialismo e da
URSS. O keynesianismo foi pois a política do capitalismo quando a
correlação de forças lhe era desfavorável.
O keynesianismo consagra uma parte das políticas progressistas,
porém "as variantes e análises que se reivindicam de Keynes,
mesmo as mais avançadas não formulam senão visões
reformistas, consistindo em introduzir modificações
mínimas no funcionamento do capitalismo.
[3]
As teses de Keynes foram totalmente distorcidas e muito do que se diz
keynesianismo não é mais que a sua neutralização
liberal. Versões keynesianas, como a chamada síntese
neoclássica, eliminaram os aspetos progressistas da teoria,
transformaram-na numa versão enganadora e desastrosa para os povos. Os
sindicatos de classe, grande força reguladora do sistema keynesiano,
foram objeto de ataques insistentes para impor o neoliberalismo, designadamente
através do divisionismo (de que é exemplo a direção
da UGT).
As teses de Keynes levaram o capitalismo monopolista de Estado a um
nível muito superior ao que existira até então. O
prosseguimento da resolução das crises capitalistas, que se
agravavam nos anos 70, com medidas de carácter keynesiano, tirou ao
grande capital grande parte do seu poder. Como Lenine já tinha afirmado:
"entre o socialismo e o capitalismo monopolista de Estado há apenas
um degrau. Esse degrau é justamente o poder de Estado ao serviço
dos interesses do povo e do país e não do grande capital".
A passagem do keynesianismo para o neoliberalismo representou um acentuado
retrocesso civilizacional, mas esta mudança é na realidade uma
consequência das fragilidades e contradições do
keynesianismo: o seu falhanço confirma a justeza do leninismo.
HAYEK
Perante o falhanço do keynesianismo em garantir elevadas taxas de lucro
e "salvar o capitalismo dele próprio" as ideias mais
reacionárias foram ressuscitadas. Frederik Hayek (1899 1992) pode
ser considerado o precursor do neoliberalismo e líder teórico do
pensamento reacionário do pós-guerra. Em 1944, publicou "O
caminho da servidão"
("Road to Serfdom")
defendendo que a sociedade devia ser conduzida pelas forças do
"mercado livre" e atacando o planeamento central que conduziria
à pobreza e à servidão.
As funções do Estado, mesmo as sociais, deviam por isso ser
limitadas. Os governos não deveriam interferir no mercado, limitando-se
a criar condições para o mercado ser aberto e livre Em 1950,
tornou-se professor na Universidade de Chicago, sendo com Milton Friedman um
dos líderes da chamada "escola de Chicago". Foi Prémio
Nobel em 1974.
Contra o planeamento democrático, foram erigidos em dogmas o
"mercado eficiente" e a racionalidade dos agentes económicos a
partir dos quais se elaboraram intrincadas especulações
matemáticas sem ligação com a realidade objetiva. Segundo
as teses neoliberais as forças de mercado fariam cair salários e
preços o suficiente para o pleno emprego ser alcançado. Claro que
isto ignora que preços dos sectores estratégicos estão
dominados por monopólios imunes às "forças de
mercado" que afinal controlam.
Para a teoria estar certa seria necessário que a
"flexibilidade" dos salários e preços gerasse procuras
adicionais. É precisamente o contrário que se verifica. Ignora a
que nível os preços e salários vão cair, que
procura existirá então para o funcionamento das MPME e se os
salários atingem sequer o nível de subsistência dos
trabalhadores. Em resumo, a grandeza fixada é a taxa de lucro, os
preços são manipulados pela oligarquia e os salários
vistos como um custo e uma variável de ajustamento.
Defende a liberdade de escolha na educação, baixa de impostos
sobre os altos rendimentos, privatização da segurança
social. As funções sociais do Estado teriam de ser limitadas por
"reformas estruturais". Esta a doutrina do governo PSD-CDS.
Para favorecer o poder da alta finança a solução da
direita não vai além da "flexibilização do
mercado de trabalho" e "dar confiança aos mercados" da
especulação e agiotagem. O desemprego é considerado uma
questão de mercado de trabalho, ou seja, parafraseando Marx: o
trabalhador como uma peça de mobiliário da empresa. (O Capital,
Livro 1,Tomo 3, p. 637, Ed. Avante)
Se os mitos da racionalidade económica e das utilidades marginais,
fossem reais não se verificaria o nível de endividamento atingido
pelas famílias e empresas nem seriam processadas com penhoras.
Outro tema da propaganda neoliberal é a "liberdade de
escolha", a exaltação do individualismo, como forma de
suprimir as funções sociais de Estado e entregá-las ao
sector privado. Trata-se de "individualismo" contra o
indivíduo, contra o social. Um individualismo que tem como objetivo
isolar os trabalhadores dos seus interesses de classe e proporcionar ao capital
trabalhadores com um mínimo de direitos sempre contestados
em precariedade laboral.
A "liberdade" que Hayek e seguidores proclamam tem o mesmo
carácter que as "liberdades feudais" que os senhores feudais
reclamavam quando eram tomadas medidas a favor dos interesses populares.
Atualmente na comunicação social e nas Universidades o
"pensamento único" neoliberal estabeleceu uma política
de exclusão das opiniões que se lhe opõem. Comentadores de
serviço empenham-se na chantagem emocional de que "não
há alternativa" e nas críticas à gestão das
empresas públicas. Porém, o problema das empresas públicas
passou a existir ao serem tuteladas por indivíduos cujo objetivo era
desacredita-las para liquidar o sector público.
Para Robert Barro um dos epígonos do neoliberalismo, o processo
democrático acelera o crescimento económico para fracos
níveis de liberdade política, mas trava-o a para além de
um nível julgado suficiente de democracia.
[4]
As teses de Hayek foram e são de facto o "caminho para a
servidão". Impostas no início dos anos 70 por sangrentas
ditaduras na América Latina e na Ásia (Indonésia por ex.).
No Chile de Pinochet os seguidores da "Escola de Chicago" fecharam
todos os departamentos universitários de economia e ciências
sociais exceto na Universidade católica onde seguiram sem ser
questionados.
[5]
Os "mercados" das teses liberais representam a ditadura dos
detentores do grande capital e seus agentes, por mais formalmente perfeitas que
pareçam as instituições democráticas. O grande
capital deixou de correr riscos colocando-se em áreas de lucro
garantido: energia, telecomunicações, hipermercados,
privatizações de serviços públicos, PPP, etc.),
desloca-se livremente para paraísos fiscais, recebe apoios e
benefícios fiscais.
Na UE instituiu-se uma liberdade contra a democracia. Uma plena liberdade para
o capital como a infame concorrência fiscal que se
opõe à democracia. Com as teses de Hayek a
UE e de uma forma geral os países dominados pelo neoliberalismo,
são sociedades desestruturadas em termos económicos, sociais,
ambientais.
[6]
ALGUMAS CONCLUSÕES
Não foi por Hayek e seguidores atacarem o planeamento que este deixou de
existir: apenas foi transferido do Estado para o grande capital financeiro e
monopolista, para as instituições internacionais ao seu
serviço. A pretensa "regulação" torna-se
inútil quando se trata de contrariar a liberdade do capital. Uma
"regulação" cujos resultados são o BPN, BPP,
BANIF, BES, etc. por essa Europa fora.
Com o dogma anti planeamento do "comércio livre", tudo
é feito para o Estado não ter controlo sobre as variáveis
económicas e o comércio ser dominado pelas grandes
transnacionais, colocando sobre pressão salários e
condições laborais. Argumentavam que "a longo prazo"
iria representar mais riqueza para todas as nações. Falso.
Representou desemprego, défices, divida, perda de soberania. Ganhos no
comércio livre apenas podem ser obtidos entre países com
níveis idênticos de desenvolvimento e desde que não haja
desemprego.
Entregar o controlo da economia e das políticas sociais aos
"mercados" e a instituições internacionais ao seu
serviço é desistir do seu país. O planeamento permite
eliminar a incerteza e a insegurança dos trabalhadores quanto ao seu
salário e nível de vida. O planeamento económico é
a única forma de estabelecer formas de procura e investimento adequadas
ao desenvolvimento, conseguir o pleno emprego, o equilíbrio da
Balança de Pagamentos e reduzir a dependência da dívida.
Com o 25 de ABRIL desenvolveram-se formas de planeamento democrático nas
empresas do sector empresarial do Estado, nas cooperativas da reforma
Agrária, etc.
Em resumo, podemos ver as três alternativas que estão colocadas. A
"solução" neoliberal uma economia dominada pelos
monopólios cujo objetivo é transformar o País num local
«onde os capitais se refugiam e investem», oferendo elevadas taxas de
lucro à custa da "flexibilização" dos
salários e leis laborais e liquidação das
funções sociais do Estado. É a "alternativa" da
política de direita: endividamento, empobrecimento, austeridade
permanente.
Outra alternativa a adoção de esquemas keynesianos, promovendo a
procura com os mecanismos que o neoliberalismo permite. Esta política,
mantém as estruturas monopolistas e pretende resolver as
contradições do capitalismo pela "melhor
redistribuição de riqueza". Porém, como Marx mostrou,
a forma social de produção está intimamente ligada
à forma de distribuição. Para melhorar esta última
terá de se alterar a primeira.
O planeamento democrático do desenvolvimento é a verdadeira
alternativa às políticas de direita. Em vez da
competição, a cooperação no âmbito de uma
economia mista e planeada, com o reforço do papel do Estado
através do controlo público dos sectores básicos e
estratégicos para a defesa da soberania nacional e do desenvolvimento.
[1] Obras Escojidas de Lenine, Ed. Progresso, Moscovo, 1970, p. 572 e p. 530
[2] R. Keeran,
O socialismo traído
, Ed. Avante, p. 137
[3] Remy Herrera,
La maladie degeneratrice de l'economie
, Ed. Delga, 2015, p. 213
[4] idem, p. 135, 136
[5] Michael Hudson,
The Bubble and beyond
, Ed. ISLET, 2012, p. 167
[6] Ver A. Avelãs Nunes,
A "Europa" como ela é
, Ed. Página a Página, 2015
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