por Anastasia Kazimirko-Kirillova
O antigo comandante da International Security Assistance Force (ISAF) e
executante operações da NATO no Afeganistão, o general
Johh F. Campbell é uma figura chave por trás da tentativa de
golpe na Turquia segundo os autores de uma investigação
independente do jornal turco
Yeni Safak.
[1]
Segundo as suas fontes, ele foi responsável pela
coordenação e direcção dos soldados que
participaram nos eventos de 15-16 Julho. Campbell conduziu os preparativos na
Turquia durante oito meses e meio. Sob a sua direcção estava
originalmente um grupo de cerca de 80 agentes da CIA, os quais através
da organização terrorista Fethullah Gulen (FETÖ) inseriu
grupos subversivos dentro do exército e instou a liderança
militar da Turquia a apoiar o golpe.
O general americano manteve reuniões regulares secretas em bases
militares turcas Erzurum e Incirlik. Fontes militares acreditam que
somente ele estava encarregado da promoção e afastamento de
oficiais nestas bases. Os seguidores de Gulen avançaram mais rapidamente
na sua carreira, recebiam salários mais altos e tinham outros
benefícios. Os arquivos dos gulenistas foram descobertos durante
investigações em Incirlik, os quais continham dossier extensos
sobre cada membro da rede de agentes e membros das suas famílias.
Após o golpe fracassado Cahit Bakýr e ªener Topçu
foram presos no aeroporto de Dubai por generais turcos. Ambos se encontravam
com Campbell no Afeganistão, onde lideravam um contingente turco de
forças da NATO. Segundo alguns militares turcos, americanos no
Afeganistão trabalham activamente com os militares, convertendo-os em
gulenistas. Dissidentes e patriotas eram fisicamente eliminados, sob
circunstâncias convenientes. Hoje os antigos associados de Campbel
estão a testemunhar, um após o outro, revelando as cadeias da
rede pela qual a CIA havia literalmente enredado a Turquia.
Os EUA proporcionaram pelo menos US$2 mil milhões para as despesas. Os
fundos, vindos através de bancos africanos, eram distribuídos por
Campbell. Em troca da ajuda os golpistas prometiam dar permissão aos
Estados Unidos para abrirem uma nova base militar na fronteira
turco-síria, equipada com a tecnologia mais actual. Também entre
os acordos estava o aumento da pressão económica e militar sobre
a Rússia, a qual mudaria gravemente o equilíbrio de forças
na região.
Contudo, Washington não planeava dotar a junta de plenos poderes.
Campbell preparava um regime leal e confiável sob a trela curta da
inteligência estado-unidense. No caso de independência excessiva
dos rebeldes havia um "plano sírio", o qual incluía
nova propagação de instabilidade para mergulhar a Turquia no caos
de acordo com o modelo do Afeganistão, Líbia, Iraque e
Síria.
Os Estados Unidos têm utilizado o mesmo esquema desde Osama bin Laden, o
qual, na sua entrevista de 1993
[2]
intitulada "Guerreiro anti-soviético coloca seu exército na
estrada da paz"
("Anti-Soviet warrior puts his army on the road to peace"),
afirmou:
"A imprensa egípcia afirma que ele trouxe centenas de antigos
militantes árabes do Afeganistão para o Sudão e a palavra
que corre nas embaixadas ocidentais em Cartum é que alguns dos
"afegãos" que vieram com o homem de negócios saudita
estão agora ocupados a preparar-se para futura jihad na Argélia,
Tunísia e Egipto. O sr. Bin Laden está bem consciente destes
rumores. "Isto é uma insensatez
jornalística-diplomática", disse ele, "sou engenheiro
civil e perito em agricultura. Se eu tivesse campos de treino aqui não
conseguiria trabalhar no meu projecto".
Como se não houvesse 23 anos de conflito sangrento e uma monstruosa
orgia de terror, como se toda a gente houvesse esquecido como os EUA
financiaram aqueles ou outros "guerreiros, a liderarem seus
exércitos para a paz" por todo o Médio Oriente e o Norte da
África. Fethullah Gülen está agora a entrevistas e
conferências e imprensa assim a partir do seu refúgio nos Estados
Unidos. Apesar dos pedidos oficiais de autoridades turcas, o governo americano
não perturbara o pregador terrorista e seus livros, agentes de
influência e escolas totalmente sectárias do movimento
"Khezmet" gradualmente propagar-se-ão pelo mundo, apesar das
restrições.
Onde está o general Campbell, que com seus cúmplices planeava a
sangue frio o massacre nas ruas de Ancara e Istambul (e também
responsável pela crueldade com a qual uma multidão
colérica tratou soldados golpistas) e que, em caso de fracasso, estava
pronto para lançar a Turquia num conflito sangrento? O herói
americano sem medo e sem falhas só enfrentará uma
repreensão pelo fracasso da operação e afundou-se na
sombra. Talvez para treinar novos recursos humanos e carpinteirar novas redes
de inteligência para algum outro golpe militar.
03/Agosto/2016
NR
[1]
Yeni Safak
: Jornal conservador turco.
[2] O autor refere-se à entrevista dada a Robert Fisk, a qual não
foi presencial mas sim por escrito. É duvidoso que em 1993 Osama
bin Laden ainda estivesse vivo. A farsa da "execução"
de bin Laden no Paquistão em 2011, ordenada por Obama, só engana
quem quer se deixar enganar.
O original encontra-se em
www.fort-russ.com/2016/08/2-billion-cias-bill-for-turkish-coup.html
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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