"A guerra que está para vir entre a China e a América"
novo filme de John Pilger
por John Pilger
entrevistado por Maki Sunagawa e Daniel Broudy
[*]
Daniel Broudy:
Está agora em vias de terminar o vosso último projecto cujo
título, parece, arrisca-se a desencadear sentimentos de medo
considerável.
A guerra que está para vir
é uma
expressão pesada. Pode descrever o que o levou a ter este olhar
particular sobre os acontecimentos mundiais, especialmente a maneira como os
vê desenrolarem-se na Ásia oriental?
John Pilger:
O filme retoma o tema de grande parte dos meus trabalhos. Procura explicar
como uma grande potência se impõe sobre os povos, como ela oculta
seu jogo e os perigos que ela provoca. Este filme é sobre os Estados
Unidos, muito seguros do seu poder e a procurar ressuscitar a Guerra-fria. A
Guerra-fria foi lançada novamente em duas frentes: contra a
Rússia e contra a China. Concentro-me na China neste filme sobre a
região Ásia-Pacífico. Ele começa nas Ilhas
Marshall,
onde os Estados Unidos explodiram 67 bombas atómicas
, armas
nucleares, entre 1946 e 1958, deixando esta parte do mundo gravemente golpeada
em termos humanos e ambientais. E este assalto às Marshall continua.
Sobre a ilha maior, Kwajalein, há uma base importante e secreta dos EUA,
chamada
centro de testes Ronald Reagan
, que foi criada
nos anos 1960, como mostram os arquivos que utilizámos, "para lutar
contra a ameaça chinesa".
O filme desenrola-se igualmente em Okinawa, como sabe. Uma parte do assunto
é mostrar a resistência ao poder e à guerra por parte de um
povo que vive ao longo da linha de fecho das bases americanas no seu
país de origem. O título do filme tem uma ligação
com o assunto, pois é concebido como uma advertência. Os
documentários deste género têm a responsabilidade de
alertar as pessoas, se necessário preveni-las e indicar-lhes os meios de
resistência a estes planos predatórios. O filme mostrará
que a resistência em Okinawa é notável, eficaz e pouco
conhecida no mundo inteiro.
Okinawa alberga 32 instalações militares americanas
. Quase um quarto do território é ocupado por
bases americanas. O céu frequentemente está pejado de
aviões militares; a arrogância dos ocupantes é sentida
diariamente. Okinawa tem a dimensão de Long Island. Imagine uma base
chinesa implantada bem ao lado de Nova York.
Também fui filmar na ilha de Jeju, ao largo da ponta sul da Coreia, onde
algo de muito semelhante se passou. As pessoas de Jeju tentaram impedir a
construção de uma base importante e provocadora a cerca de 400
milhas [644 km] de Shangai. A marinha sul-coreana mantém-na preparada
para os EUA. É realmente uma base americana onde destroyers da classe
Aegis atracam no cais ao lado de submarinos nucleares e porta-aviões,
junto à China. Tal como Okinawa, Jeju tem uma história repleta de
invasões, de sofrimento e de resistência.
Na China, decidi concentrar-me em Shangai, que é um dos centros da
história e das convulsões da China moderna, da sua entrada na
modernidade. Mao e seus camaradas fundaram ali o Partido Comunista da China,
nos anos 1920. Hoje, a casa onde eles se reuniram em segredo está
cercada pelos símbolos da sociedade de consumo: há um Starbucks
em frente. As contradições da China contemporânea saltam
à vista.
O último capítulo do filme decorre nos Estados Unidos, onde
entrevistei aqueles que planificam o
jogo da guerra
contra a China e aqueles que nos alertam sobre seus perigos. Encontrei pessoas
impressionantes: Bruce Cummings, o historiador cujo último livre sobre a
Coreia revela a história secreta, e David Vine, cujo trabalho completo
sobre as bases americanas foi publicado no ano passado. Filmei uma entrevista
no Departamento de Estado com o secretário de Estado assistente para a
Ásia e o Pacífico, Daniel Russell, o qual disse que os Estados
Unidos "não estavam mais nos negócios de
instalação de bases". Os EUA possuem cerca de 5000 bases,
4000 nos próprios EUA e cerca de um milhar em todos os continentes.
Conceber todo este conjunto, dar-lhe sentido, fazer justiça a todos,
tanto quanto possível, são ao mesmo tempo o prazer e o sofrimento
da criação cinematográfica. O que desejo exprimir
através deste filme é que corremos grandes riscos, que não
são reconhecidos. Devo dizer que tenho a impressão de estar num
outro mundo, nos Estados Unidos, durante esta campanha presidencial que
não aborda nenhum destes riscos.
Mas isto não é inteiramente exacto. Donald Trumpo parece ter-se
interessado seriamente, ainda que de modo momentâneo. Stephen Cohen,
autoridade eminente sobre a Rússia que rastreou isto, sublinha que Trump
disse claramente desejar relações amistosas com a Rússia e
a China. Hillary Clinton atacou Trumpo por isso. Diga-se de passagem que o
próprio Cohen foi atacado por ter sugerido que Trump não era um
maníaco homicida em relação à Rússia. Pelo
seu lado, Bernie Sanders permaneceu silencioso; seja como for ele agora
está do lado de Clinton. Como mostram seus emails, Clinton parece querer
destruir a Síria a fim de proteger o monopólio nuclear de Israel.
Recordem-se o que ela fez à Líbia e a Kadafi. Em 2010, enquanto
secretária de Estado, ela transformou uma disputa apenas regional, no
mar da China do Sul, num litígio implicando os EUA. Ela fez disto uma
questão internacional, um ponto de tensão. No ano seguinte, Obama
anunciou seu "eixo para a Ásia", um jargão para
justificar a maior acumulação de forças militares
americanas na Ásia desde a Segunda Guerra Mundial. O actual
secretário da Defesa, Ash Carter, anunciou recentemente que
mísseis e homens seriam baseados nas Filipinas, em frente à
China. Isso se passa enquanto a NATO prossegue seu estranho reforço
militar na Europa, nas fronteiras da Rússia. Nos Estados Unidos, onde os
media em todas as suas formas são omnipresente e onde a imprensa
é constitucionalmente a mais livre do mundo, não há
nenhuma conversação nacional, em menos ainda qualquer debate,
acerca destes desenvolvimentos. Num certo sentido, o objectivo do meu filme
é ajudar a romper o silêncio.
Daniel Broudy:
É absolutamente espantoso ver que os dois principais candidatos
democratas não disseram praticamente nada de substancial sobre a
Rússia e a China e sobre a política dos Estados Unidos face a
eles. Como acabou de dizer, é irónico constatar que Trump, um
homem de negócios, fala da China deste modo.
John Pilger:
Trump é imprevisível, mas ele disse claramente que não
tinha vontade de entrar em guerra contra a Rússia e a China. Num certo
momento, ele disse mesmo que seria neutro no Médio Oriente. Era uma
heresia e ele recuou sobre este ponto. Stephen Cohen disse que ele [Cohen] fora
atacado unicamente por ter falado disto [os pontos positivos de Trump]. Escrevi
algo semelhante recentemente e isto inquietou um estrato dos media sociais.
Várias pessoas interpretaram isto como um apoio a Trump.
Maki Sunagawa:
Eu queria voltar a alguns dos vossos trabalhos anteriores que nos remetem ao
presente. No filme
Stealing a Nation (Roubar uma nação),
Charlesia Alexis fala das suas lembranças mais belas de Diego Garcia,
sublinhando que "podíamos comer de tudo; nunca faltou o que quer
que seja e nunca se comprou o que quer que seja, excepto o vestuário que
usávamos". Estas palavras recordam-me os lugares e as culturas
pacíficas e virgens, através do mundo, que existiam antes de as
técnicas colonizadores clássicas terem sido aplicadas aos povos e
aos ambientes autóctones. Poderia desenvolver um pouco mais estes
pormenores que descobriu, nas investigações sobre Diego Garcia,
que ilustrem factos sobre esta força insidiosa que suportamos ainda hoje?
John Pilger:
O que aconteceu às pessoas de Diego Garcia é um crime monstruoso.
Eles foram expulsos, todos, pela Grã-Bretanha e pelos Estados Unidos. A
vida que acaba de descrever, a vida de Charlesia, foi deliberadamente
destruída. Desde a sua expulsão, que começou nos anos
1970, o povo das Chagos organizou uma resistência infatigável.
Como acaba de dizer, sua história representa a dos povos
autóctones por toda a parte do mundo. Na Austrália, os povos
autóctones foram expulsos das suas comunidades e brutalizados. A
América do Norte passou por uma história semelhante. As
populações autóctones são profundamente
ameaçadoras para as sociedades de colonos pois representam uma outra
vida, um outro modo de viver, um outro modo de ver as coisas. Eles podem
aceitar superficialmente nosso modo de vida, frequentemente com resultados
trágicos, mas seu sentido da vida não está cativo. Se
nós,
modernos,
fossemos tão inteligentes quanto acreditamos ser, aprenderíamos
com eles. Em vez disso, preferimos o conforto especioso da nossa
ignorância e dos nossos preconceitos. Tenho muitas relações
com os povos autóctones da Austrália. Fiz alguns filmes sobre o
assunto e sobre os seus opressores, admiro sua resiliência e sua
resistência. Eles têm muito em comum com o povo de Diego Garcia.
Pois a injustiça e a crueldade são semelhantes: os habitantes das
Chagos foram enganados, intimidados e forçados a deixar a sua
pátrias. A fim de os assustar, as autoridades coloniais britânicas
mataram seus amados cães de estimação. Depois puseram-nos
num velho navio com uma carga de merda de pássaros e lançaram-nos
nos bairros de lata da Ilha Maurícia e nas Seychelles. Este horror
é descrito com pormenores quase insolentes nos documentos oficiais. Um
deles, escrito pelo advogado do Foreign Office, intitula-se
manter a ficção.
Por outras palavras: como manter uma mentira grosseira. O governo
britânico mentiu à Organização das
Nações Unidas ao pretender que os habitantes das Chagos eram
trabalhadores temporários.
Uma vez expulsos, ele foram volatilizados; um documento do Ministério
da Defesa pretendeu mesmo nunca ter havido população na ilha.
Era um quadro grotesco do imperialismo moderno: uma palavra quase apagada com
êxito do dicionário. Há algumas semanas, os chagossianos
viram rejeitado seu recurso junto ao Tribunal Supremo britânico. Eles
haviam recorrido de uma decisão tomada em 2009 pela Câmara dos
Lordes que lhes recusava o direito de voltarem à casa, ainda que uma
série de sentenças do Supremo Tribunal tivesse sido a seu favor.
Quando a justiça britânica foi convocada a pronunciar-se entre os
direitos do homem e os direitos de uma grande potência, suas
decisões tornam-se politicamente nuas.
Daniel Broudy:
Ao ouvir, durante duas décadas, pessoas a falarem da grande beleza de
Diego Garcia, das suas actividades marinha oferecidas a todos aqueles que
tiverem a sorte de serem estacionados ou temporariamente localizados ali, fico
sempre impressionado pela ignorância determinada daqueles que vão
ali e voltam alegremente, sem serem perturbados pela história da ilha.
Talvez os media, que muitas pessoas consomem, contribuam para um tal
distanciamento da tomada de consciência individual. A linha clara que,
antes, separava tradicionalmente a publicidade comercial civil das
relações públicas militares parecer ter efectivamente
desaparecido nestas comunicações de massa. Nos nossos dias,
publicações civis ostentam títulos como: a
classificação das melhores bases militares de além-mar
. O
autor de um artigo recente sublinha que o pessoal destas bases admite seu sonho
de
ver o mundo
como razão central que motiva seu serviço militar
além-mar. Pergunto-me se o sistema actual permite ou o encoraja a
encarar-se como uma espécie de viajante do mundo cosmopolita e, assim,
contribui para desenvolver um sentido superficial do mundo. Um sentido que
encobre realidades e histórias horríveis, como a de Diego Garcia,
situadas fora da vista. Pensa que o processo de comercialização e
de idealização destas actividades militares desempenhou algum
papel na manutenção da rede mundial de bases militares?
John Pilger:
É possível convencer jovens, homens e mulheres, a entrarem num
exército de voluntários oferecendo-lhes o género de
segurança que não receberiam de outra forma, nos períodos
económicos difíceis, fazendo com que pareça uma aventura.
Acrescentemos a isto a propaganda patriótica. As bases são
pequenas Américas; você pode estar no estrangeiro em climas
exóticos, mas não realmente; é como que uma vida virtual.
Quando você se confronta com os
locais,
pode supor que a aventura em que está inclui uma licença para
abusar; eles não fazem parte desta pequena América, de modo que
podem ser abusados. Os habitantes de Okinawa sabem-no muito bem.
Assisti alguns filmes de arquivo interessantes sobre uma das bases de Okinawa.
A mulher de um dos soldados ali baseados diz: "Oh, tentamos sair uma vez
por mês para ter um jantar local e ter uma ideia do lugar onde
estamos". Antes de deixar as ilhas Marshall, no ano passado, minha equipe
e eu tivemos de passa pelo centro de experimentação Ronald Reagan
no atol de Kwajelein. Foi uma experiência kafkiana. Tomaram nossas
impressões digitais e nossas íris foram registadas, nossa altura
medida, foram tomadas de fotos de nós sob todos os ângulos. Era
como se estivéssemos sob prisão. Era a porta de entrada de uma
pequena América com seu terreno de golfe, suas pistas de jogging e suas
pistas cicláveis com cães e crianças. Os jardineiros para
os terrenos de golfe e o controle do cloro nas piscinas vinham de uma ilha do
outro lado da baía, Ebeye, de onde são transportados pelos
militares. Ebeye tem cerca de dois quilómetros de comprimento, onde
são atulhadas 12 mil pessoas. São refugiados provenientes das
ilhas Marshall que sofreram os ensaios nucleares. O abastecimento de
água e o saneamento ali mal funcionam. É um apartheid em pleno
Pacífico. Os americanos da base não têm qualquer ideia do
modo como vivem os insulares. Eles [os membros da comunidade militar] fazem
churrascos ao por do sol. Algo semelhante aconteceu a Diego Garcia. Uma vez que
as pessoas foram expulsas, os churrascos e o ski náutico podiam
começar.
Em Washington, o secretário de Estado assistente que entrevistei disse
que os Estados Unidos eram de facto anti-imperialistas. Ele era
impassível e provavelmente sincero, apenas consciente. Isto não
é raro. Você pode dizer a pessoas de nível académico
nos Estados Unidos: "Os EUA têm o maior império que o mundo
já conheceu e eis aqui as provas". É muito provável
que esta conclusão seja recebida com uma expressão de
incredulidade.
Daniel Broudy:
Certas coisas de que fala recordam-me o que soube junto a antigos amigos do
Departamento de Estado. Há sempre um risco de que os funcionários
do Departamento de Estado ou pessoas que servem o exército no
estrangeiro
"se tornem locais",
ou seja, comecem a simpatizar com as pessoas da população local.
John Pilger
: Concordo. Quando sentem empatia, dão-se conta de que a razão
pela qual estão lá não tem sentido. Alguns dos
denunciantes mais eficazes são ex-militares.
Daniel Broudy
: Talvez as barreiras sejam destinadas mais a recordar aos militares das bases
que existe um limite a não ultrapassar em relação aos
locais do que a impedir que os estrangeiros [os locais] penetrem na zona [no
interior da base].
John Pilger:
Sim, é "eles e nós". Se você vai ao exterior da
cerca, há sempre o risco de que adquira a compreensão de uma
outra sociedade. Isso pode levar a colocar-se a questão de saber porque
a base está lá. Isso não acontece frequentemente, pois uma
outra linha de cerca atravessa a consciência militar.
Maki Sunagawa:
Quando você rememora lugares de filmagem em Okinawa ou quando tomadas
para este projecto, quais são as suas lembranças mais
inesquecíveis e / ou mais chocantes? Há cenas ou
conversações que não esquecerá?
John Pilger:
Sim, há um certo número. Senti-me privilegiado por encontrar
Fumiko [Shimabukuro], que é uma fonte de inspiração.
Aqueles que haviam conseguido eleger o governador Onaga e a garantir que Henoko
e todas as bases na agenda política japonesa estão entre as
pessoas de princípio mais dinâmicas que já encontrei:
cheias de imaginação e simpáticas.
Ouvir a mãe de um dos jovens que acabou por morrer devido aos
terríveis ferimentos provocados por um caça americano que se
esmagou sobre a escola [em Ishikawa] em 1959 foi um recordar brutal do medo em
que vivem as pessoas. Uma professora disse-me que desde então ela nunca
cessou de olhar com ansiedade quando ouve o ruído de uma aeronave acima
da sua sala de aula. Quando filmávamos fora do Camp Schwab,
éramos (assim como todos os manifestantes) deliberadamente fustigados
por enormes helicóptero Sea Stallion, que voavam em círculos
acima de nós. Era uma amostra do que as pessoas de Okinawa devem
aguentar, dia após dia. Muitas vezes há um lamento de pessoas
liberais, nas sociedades confortáveis, quando confrontadas com verdades
desagradáveis: "Então, o que é que posso fazer para
mudar isso?" Eu diria que é preciso fazer como os habitantes de
Okinawa fizeram: não desistir e continuar.
"Resistência" não é uma palavra que se
ouça ou que se veja frequentemente nos media ocidentais. É
considerada como uma palavra de
um outro mundo,
não utilizada pelas polidas e respeitáveis. É uma palavra
difícil de contornar e mudar. A resistência que encontrei em
Okinawa é uma fonte de inspiração.
Maki Sunagawa:
Sim, suponho que quando se faz parte da resistência não é
tão fácil ver também a sua eficácia. Muito
frequentemente, quando faço investigações no terreno,
entrevistas, anotações e a escrita, é preciso algum tempo
para tomar um pouco de recuo e olhar os pormenores de modo mais objectivo a fim
de compreender a história mais profunda sobre a qual estou em vias de
reflectir. Pergunto-me se, no decorrer do processo da edição
deste novo filme, pode nos falar das novas e importantes lições
que extraiu.
John Pilger:
Bem, fazer um filme é como uma viagem de descoberta. Começa-se
com um esquema global e um conjunto de ideias e hipóteses, mas nunca se
sabe realmente onde isso vai nos levar. Nunca tinha estado em Okinawa, assim
adquiri novas ideias e experiências: um novo sentido dos povos e queria
que o filme reflectisse isso.
As ilhas Marshall também foram uma novidade para mim. Lá, a
partir de 1946, os Estados Unidos testaram o equivalente a uma bomba de
Hiroshima a cada dia durante doze anos. Os habitantes das Marshall ainda
são utilizados como cobaias. Mísseis são atirados sobre as
lagunas do atoll de Kwajelein a partir da Califórnia. A água
está envenenada, os peixes não são comestíveis. As
pessoas sobrevivem comendo conservas. Encontrei um grupo de mulheres que eram
sobreviventes dos ensaios nucleares em torno do atolls de Bikini e Rongelap.
Todas elas haviam perdido suas glândulas tiróide. Eram mulheres na
casa dos 60 anos. Haviam sobrevivido, incrivelmente. São personalidades
generosas tendo um grande sentido do humor negro. Elas cantaram para
nós, ofereceram-nos prendas e disseram que estavam felizes porque
tínhamos vindo filmá-las. Elas também fazem parte de uma
resistência invisível.
19/Julho/2016
Ver também:
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[*]
Maki Sunagawa: investigadora da Graduate School of Intercultural Communication
da Okinawa Christian University;
Daniel Broudy: professor de retórica e linguística da Okinawa
Christian University.
O original encontra-se em
fpif.org/preview-coming-war-america-china/
e a versão em francês em
lesakerfrancophone.fr/...
Esta entrevista encontra-se em
http://resistir.info/
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