Três anos depois
A injustiça contra Julian Assange tem de terminar
por John Pilger
No dia 19 de Abril fizeram três anos que Julian Assange, fundador e
editor da WikiLeaks, se refugiou na embaixada equatoriana em Londres. A
questão chave neste extraordinário encarceramento é
justiça. Ele foi não foi acusado de qualquer crime. O primeiro
promotor sueco afastou as alegações de má conduta para com
duas mulheres em Estocolmo, em 2010.
As acções do segundo promotor sueco foram e são
comprovadamente políticas. Até recentemente, ela recusava-se a
vir a Londres para entrevistar Assange a seguir disse que estava para
vir e depois cancelou o seu compromisso.
É uma farsa, mas uma farsa com sinistras consequências para
Assange caso ousasse por os pés fora da embaixada equatoriana. A
investigação criminal dos EUA contra ele e conta a WikiLeaks
pelo "crime" de exercer um direito consagrado na
Constituição dos EUA, contar verdades desagradáveis
é "sem precedentes quanto à escala e à
natureza", de acordo com documentos estado-unidenses. Por causa disto, ele
enfrenta grande parte da sua vida no buraco infernal de um presídio de
máxima segurança dos EUA caso deixe a protecção do
Equador em Londres.
As alegações suecas não são mais do que um
espectáculo secundário em tudo isto as mensagens SMS entre
as mulheres envolvidas, lidas por juristas, só por si o ilibariam. Elas
referem-se às acusações como "cozinhadas" pela
polícia. No relatório da polícia uma das mulheres diz que
foi "atropelada"
("railroaded")
pela polícia sueca. O que é uma desgraça para o sistema
judicial da Suécia.
Julian Assange é um refugiado sob o direito internacional e o governo
britânico deveria dar-lhe o direito de passagem para fora do Reino Unido,
para o Equador. O absurdo acerca dele "escapar sob fiança"
é simplesmente isso um absurdo. Se o seu caso de
extradição tramitasse nos tribunais britânicos de hoje, o
Mandato Europeu de Prisão
(European Arrest Warrant)
seria jogado fora e ele seria um homem livre. Então o que tenta o
governo britânico provar com o seu absurdo cordão policial em
torno de uma embaixada cujo refugiado Assange não tem
intenção de abandonar? Por que não o deixam ir?
Por que um homem não acusado de qualquer crime tem de passar três
anos numa sala, sem luz, no coração de Londres? O caso Assange
amplia muitas verdades e uma delas é o crescente totalitarismo global de
Washington, pouco importando quem seja eleito presidente. Muitas vezes
perguntam-me se penso que Assange tenha sido "esquecido". Na minha
experiência, incontáveis pessoas de todo o mundo, especialmente na
Austrália, sua pátria, entendem perfeitamente bem a
injustiça que está a ser cometida contra Julian Assange. Eles
reconhecem a ele e à WikiLeaks ter desempenhado um serviço
público grandioso ao informar milhões acerca do que os poderosos
lhes planeiam por trás das suas costas, as mentiras dos governos e seus
interesses escusos, a violência que eles iniciam. Os poderosos e os
corruptos abominam isto, porque é a verdadeira democracia em
acção.
19/Junho/2015
O original encontra-se em
johnpilger.com
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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