O confronto petrolífero e as novas rotas mundiais
por Rui Namorado Rosa
Ao longo de uma década, de 2005 a 2015, a produção e
consumo de energia primária cresceu globalmente 20%. A
produção mundial de petróleo cresceu 12%, enquanto a de
gás natural e a de carvão cresceram 26% uma e outra. Actualmente,
o aprovisionamento mundial de energia primária é assegurado
esmagadoramente pelas fontes fósseis petróleo 33%,
gás natural 24% e carvão 29% a que se segue a nuclear, a
hídrica e as (restantes) renováveis com 4%, 7% e 3%.
Simultaneamente, o comércio internacional destas matérias-primas
energéticas aumentou também, em termos físicos, 17% no
caso do petróleo, 26% e 68% nos casos do gás natural e do
carvão. Actualmente o comércio internacional de petróleo
bruto e seus refinados alcança 68% do montante da extração
(o restante é consumo doméstico nos países produtores);
já no caso do gás natural as trocas internacionais somam 29% do
montante da produção, e no caso do carvão 17%.
Grosso modo, o carvão sustenta o consumo e crescimento doméstico
de numerosos países, enquanto o petróleo abastece o mais vasto
mercado mundial, e o gás natural vai reforçando a sua
importância interna e externa. O peso relativo das restantes fontes de
energia primária continua a ser globalmente modesto, ainda que
progredindo sobretudo em países mais desenvolvidos.
Esta realidade complexa aparece distorcida e camuflada pelos discursos
quotidianos sobre políticas energéticas.
Produção, consumo e transações internacionais
Numa esquematização unidimensional, podemos aferir a
influência mundial dos países através do respetivo consumo
de energia primária. A energia suporta a vida da sociedade e alimenta a
economia e o poder militar; sem prejuízo de, para equivalentes volumes
de consumo de energia, um pequeno país do ponto de vista populacional
ter nível de vida e industria muito desenvolvidos, a par de um grande
país do ponto de vista populacional e territorial dispondo de
condições de vida e desenvolvimento económico modestos.
Se ordenarmos os países nessa escala simplista mas significativa no
quadro das relações internacionais, o presente ordenamento dos
países destaca a China e os EUA nos primeiros lugares, a que se seguem
Índia, Rússia, Japão, Canadá, Alemanha, Brasil,
Coreia do Sul, Irão, Arábia Saudita e França. Daí
para diante a diferenciação entre países é quase
impercetível. Por si só esses doze países consumiram 69%
da energia primária mundial em 2015. (Figura 1)
Interessante é agora confrontar esse resultado com o ordenamento dos
países segundo o presente volume de produção de energia
primária - aqui atentaremos apenas nas fontes de energia fóssil
que predominam nesse aprovisionamento. Constatamos então que
Arábia Saudita, EUA e Rússia lideram destacados a
produção de petróleo; EUA e Rússia a de gás
natural; China e EUA a do carvão. Agregando essas
produções aferidas numa unidade de medida comum, obtemos o
ordenamento dos países segundo o volume de produção
primária de energia fóssil. Constatamos que China, EUA e
Rússia lideram destacados essa produção, seguidos por
Arábia Saudita, Canadá, Irão, Austrália, India,
Indonésia, Qatar, Emiratos e Noruega. Estes doze países só
por si produziram 73% da energia fóssil, ou 63% de toda a energia
primária, em 2015.
Comparando os níveis de consumo com os de produção,
encontram-se significativos contrastes: China, EUA, Japão e India
registam pesados défices de 848, 553, 448 e 349 Mtpe/a; Coreia do Sul,
Alemanha e França registam défices de 200 a 300 Mtpe/a. Os
maiores superavits são registados pela Rússia e Arábia
Saudita com 574 e 400 Mtpe/a, seguidas por Austrália, Qatar,
Indonésia, Noruega, Emiratos, Irão, Canadá.
Dezassete países apenas são responsáveis por 73% da
produção
mundial de combustíveis fósseis ou seja por 69% do consumo
mundial de energia. Entre si, no comércio internacional desses
combustíveis esses países somam 3122 e 1960 Mtpe/a de saldos
positivos e negativos, respetivamente. O ajustamento entre
produção e consumo, para o aprovisionamento de todos, exige
cooperação e suscita conflito, que se alarga a um ciclo mais
vasto de produtores e consumidores menores. No epicentro deste jogo de
forças, a China e os EUA são ambos não só os
maiores consumidores e produtores de combustíveis fósseis como
igualmente os maiores importadores. Na periferia imediata deste centro,
Rússia e Arábia Saudita são os maiores exportadores
líquidos. Austrália e Indonésia na região
Ásia-Pacífico, Qatar, Emiratos (Emiratos Árabes Unidos) e
Irão no Médio Oriente, e Noruega na Europa, são
também exportadores destacados.
Atentemos então nas transações internacionais de
combustíveis fósseis.
Em 2015, as transações de petróleo bruto ascenderam a 1977
Mt, e as de refinados de petróleo 1029 Mtpe. Maiores exportadores foram
o Médio Oriente, seguido da Rússia (e restantes países da
CEI) e África. Maiores importadores foram a Europa, seguida pela
região Ásia-Pacífico, os EUA e a China. Os mais relevantes
fluxos foram da Rússia (e CEI) para a Europa 214 Mt de ramas e 96
Mtpe de refinados, do Médio Oriente para a região
Ásia-Pacífico 244 Mt de ramas e 62 Mtpe de refinados, do
Canadá e México para os EUA 192 Mt de ramas e 31 Mtpe de
refinados, do Médio Oriente para a China 170 Mt de ramas, do
Médio Oriente para Japão 140 Mt de ramas e 18 Mtpe de refinados,
de África para a Europa 134 Mt de ramas e 8 Mtpe de refinados.
Este cruzamento de fluxos ilustra a disputa por aprovisionamentos
disponíveis, mais acessíveis e em maior segurança.
(Figuras 2 e 3)
Quanto a transações de gás natural notar que o seu
transporte é feito via gasoduto e ultimamente, e cada vez mais, por via
naval também. Em 2015, o volume transacionado via gasoduto somou 704 Gm
3
, sendo os principais fluxos da Rússia (e CEI) para a Europa e CEI e da
Europa para a Europa. O volume transacionado via naval (metaneiros) somou 338 Gm
3
, os principais fluxos partindo do Médio Oriente e da região
Ásia-Pacífico para a própria região
Ásia-Pacífico. Unidades de gasificação e
desgaseificação adquiriram já ampla difusão, e
multiplicam-se visando a globalização do comércio do
gás-natural, tradicionalmente confinado à
distribuição canalizada via terrestre, do mesmo passo evoluindo
da transação contratada a prazo para a venda spot. ( Figuras 4 e
5)
Em 2015, a extração de carvão atingiu cerca de 6900 Mt,
equivalente a 3830 Mtpe, de que o volume transacionado internacionalmente somou
1370 Mt. Austrália e Indonésia, seguidas da Rússia,
Colômbia, África do Sul e EUA asseguraram 88% da
exportação; ao passo que India, China, Japão e Coreia do
Sul, seguidos dos Países Baixos e Reino Unido, são os principais
importadores, responsáveis por 67% das importações.
A centralidade do petróleo
Os combustíveis fósseis asseguram ainda 86% do aprovisionamento
mundial de energia primária, a sua progressiva
substituição sendo necessariamente um processo lento (na escala
de meio século a um século), irregular e desigual. O
petróleo ocupa aqui posição especial por assegurar mais de
um terço dessa produção fóssil, ser de
manipulação e armazenamento mais acessíveis, e ter
utilizações específicas.
A história da produção e comércio do
petróleo regista numerosos eventos importantes, desde o alvor da sua
extração no século XIX, nos EUA e na bacia do
Cáspio. O traçado de fronteiras e partilha do
Médio-Oriente no primeiro terço do século XX, os acordos
político-militares impostos pelo Reino Unido e os EUA, a
constituição da OPEP em Bagdad em 1960, o embargo Árabe e
choque petrolífero de 1973, a revolução iraniana em 1979,
o
crash
de 1986 que afetaria gravemente a economia da URSS são
alguns dos evidentes marcos desse percurso. Até ao presente.
Nas palavras da própria OPEP, temos um retrato da evolução
desde 2010: " ;
A economia global representou o principal risco para o mercado de
petróleo desde o início da presente década, à
medida que as incertezas macroeconómicas globais e os riscos acrescidos
em torno do sistema financeiro internacional pesaram sobre as economias. A
agitação social crescente em muitas partes do mundo afetou tanto
a oferta como a procura durante a primeira metade da década, embora o
mercado tenha permanecido relativamente equilibrado. Os preços
permaneceram estáveis entre 2011 e meados de 2014, antes de uma
combinação de especulação e excesso de oferta os
ter feito cair em 2014. Os padrões de comércio continuaram a
mudar, com a procura crescendo ainda mais nos países asiáticos
enquanto no geral recuando na OCDE.
A extensão de tecnologias de recuperação estimulada de
petróleo e gás à extração de recursos
não convencionais, antes não considerados como reservas, embora
à custa de maior intensidade de investimento físico e de agravado
impacto ambiental, permitiu aos EUA e ao Canadá inverterem a anterior
tendência da queda do volume de extração de recursos
convencionais. Tais sucessos técnicos foram anunciados como uma
" ;revolução" ; para melhor mobilizar os meios financeiros
e pesar na teia de inter-relações internacionais. Os EUA puderam
assim reduzir e estancar a importação de gás natural em
2016; mas não pôde evitar continuar a ser importador
líquido de petróleo e seus derivados, ao ritmo de 242 Mt/a em
2015.
Porém, a continuação dessa
" ;revolução" ; num cenário de tendencial
esgotamento das reservas convencionais e face ao esforço exigido para
manter a extração de reservas não convencionais -
não permite considerar crível os EUA excederem o presente
nível de extração de petróleo a 14 Mb/d e
tornarem-se em um exportador líquido de petróleo e refinados,
embora permitindo os EUA serem um exportador líquido de gás
natural. Nesse sentido, em 2016 foram registadas as primeiras
exportações de gás natural via naval, a partir das duas
primeiras unidades de liquefação sitas na Louisiana, enquanto
outras duas estando em curso de instalação. Os EUA procuram
promover a sua imagem, tirando também partido de se apresentarem como a
face visível do bloco económico (NAFTA) que de facto constitui
com o Canadá e o México, exportadores líquidos de
petróleo e gás (Canadá) e petróleo (México).
O confronto e desenho de rotas futuras
A relativa autonomia energética dos EUA na América do Norte
poderá explicar um certo discurso e a subjacente estratégia. Mas
não altera o facto da também relativa autonomia da América
do Sul e Central, e pelo contrário da forte interdependência entre
outras regiões do mundo, onde se reforçam ou redirecionam os
fluxos energéticos do Médio Oriente e de outros grandes
produtores Rússia, Indonésia e Austrália,
África do Norte e Ocidental na direção da Europa e
sobretudo do Extremo-Oriente. As rotas do Atlântico e do Pacífico
perderão importância relativa, e pelo contrário o
Índico e as rotas terrestres euro-asiáticas ganharão, como
já ganham, acrescida relevância.
A rearrumação das relações internacionais encontra,
no campo da produção e comércio do petróleo, novo
terreno de disputa e confronto. Em 2014-15, a rápida e persistente
quebra da procura de ramas, como reflexo da redução de
importação por parte dos EUA, terá precipitado a descida
acentuada do seu preço no mercado mundial, de acima de $ 100 para abaixo
de $40 por barril, com grave prejuízo para os grandes exportadores
mundiais. A OPEC decidiu reduzir concertadamente o seu volume de
produção visando reajustar o preço mas, ao mesmo tempo,
assumiu a intenção de salvaguardar a sua quota no mercado. Em
Dezembro de 2016, um encontro ministerial dos 11 estados membros da OPEP e 11
outros estados exportadores não membros comprometeram-se em cooperar no
reajustamento da produção para estabilizar o mercado e reabilitar
o preço do petróleo; todavia, passados três meses a
situação não se alterou significativamente. Entrara-se num
aparente confronto, que persiste, entre grandes exportadores mundiais e os
produtores do LTO
(" ;light tight oil" ;)
e do gás-de-xisto
(" ;shale-gas" ;)
norte-americanos, cada um dos lados pretendendo derrubar o outro. Velhas
alianças pareciam postas em causa e velhos adversários pareciam
querer ajustar contas. Os cenários de intenções e de
resultados são numerosos. Que partes irão ser
" ;derrotadas" ; e que consequências daí advirão?
Mas as parte não são iguais. A indústria
petrolífera ainda é dominada, no que toca a acesso a mercados e
meios técnicos, pelas tradicionais IOC (" ;international oil
companies" ; ou " ;supermajors" ;) Exxon, Chevron, Shell, BP,
TOTAL, ENI. Mas são as NOC (" ;national oil companies" ;)
Gazprom, China National Petroleum Corp., China National Offshore Oil Corp.,
Petronas, Sonatrach, National Iranian Oil Company, etc. que detêm
a propriedade da
maioria das reservas. Uma mudança radical neste respeito: em quarenta
anos, as IOC passaram da posse de 85% das reservas mundiais para 15% apenas
uma inversão das posições de propriedade.
Daí que se multipliquem por todo o mundo as negociações e
parcerias das IOC em projetos liderados por NOC.
Já a exploração dos recursos não convencionais
está maioritariamente relegada para mais numerosas petrolíferas
de segundo plano (" ;independent" ;) em próxima
cooperação com empresas de prestação de
serviços (" ;equipment and service companies" ;). Com a
depreciação do petróleo desde 2014, estas empresas
vêm operando com indicadores desfavoráveis e incorrendo em
dívidas de volume crescente, que todavia não têm sido
protestadas, assim vendo viabilizada a continuação da
operação desses empreendimentos.
Desastre financeiro e outros desenlaces
Na realidade, desde 2009, o conjunto da indústria norte-americana que
opera a extração de petróleo e gás não
convencionais (em rochas de baixa porosidade e permeabilidade
" ;shales" ; e " ;tights" ;) nunca conseguiu obter retorno
bastante
para atingir resultados positivos. De 2009 a 2014, os 15 maiores produtores
" ;independent" ; acumularam em " ;cash-flow" ; défices
que
somaram $108 mil milhões, e desde então, o défice tem-se
repetido anualmente ao ritmo de $20 mil milhões/ano.
Ao longo de 2016, 114 petrolíferas (cerca de um terço das
companhias operando na prospeção e exploração ou
prestando serviços neste sector) invocaram falência com uma divida
agregada de $57 mil milhões, repetindo, a dobrar, o que já
acontecera durante 2015. Ao declararem falência, a maioria delas todavia
não desapareceu nem deixou de operar; antes sim conseguiram ter a
dívida cancelada e o capital acionista acrescentado, ou o controlo
transferido para titulares da dívida.
O que não impede que analistas e consultoras financeiras
norte-americanos continuem a projetar um futuro radioso para o investimento na
" ;revolução" ; em curso, captando investidores
atraídos pela promessa de elevado retorno (em títulos de elevado
rendimento). Esse apoio financeiro provém sobretudo de fundos de
pensões, públicos e privados, e de companhias de seguros;
prenúncio de que a catástrofe terá custos sociais
notórios. Os imediatos prejudicados são já os
proprietários das vastas terras alvo de exploração, que
não recebem as devidas royalties. E ainda as empresas de serviços
sujeitas a esmagadora deflação de preços por outros
celebrada como ganhos de eficiência tecnológica. Os impactos
ambientais e o desgaste de infraestruturas a reparar não estão
sequer contabilizados. E será incerto quem irá selar as dezenas
de milhares de poços entretanto perfurados nesta correria.
Presumivelmente os credores contam com a inabalável resistência do
dólar e o apoio da Reserva Federal.
A depreciação do petróleo (e do gás natural)
desequilibra o " ;cash-flow" ; das operadoras na
exploração
das reservas, dados os custos relativamente rígidos de capital e de
operação incorridos na produção. A disponibilidade
de receita bastante para pagar taxas e royalties, amortização e
juros, prover depreciação, e ainda investir em
prospeção e exploração para novos projetos de
produção e comercialização, é essencial para
a sobrevivência de um sector cujo objecto é um recurso não
renovável, cujo inventário tem de ser continuamente renovado. A
depreciação do preço ameaça seriamente travar o
investimento na prospeção e exploração e
comprometer a capacidade de produção futura. Notar que a
infraestrutura de extração de petróleo existente, por si
só, verá a sua produção irreversivelmente declinar
a uma taxa anual de perto de 10%.
Esta tensão e conflito só pode estar a acontecer porque os
recursos de combustíveis fósseis são finitos e
progressivamente menos acessíveis dos pontos de vista técnico e
económico. Veja-se o declínio de grandes reservatórios (o
super-gigante Ghawar,
Prudhoe Bay,
) e de províncias petrolíferas inteiras (Mar do Norte,
), e a crescente dependência da produção de recursos
não convencionais justamente menos acessíveis e com taxas
de recuperação mais baixas e de declínio mais
rápidas rochas betuminosas, rochas compactas (" ;shale" ;,
" ;tight" ;) e ambientes inóspitos (offshore profundo,
Ártico).
Um confronto entre estados grande consumidores e grande produtores, mediado
através das petrolíferas. Que desaires este confronto comercial
pode desencadear? onde, quando? A evolução dessa disputa e seus
desenlaces vão redesenhando as rotas comerciais da energia no futuro.
Lisboa, 27 de Março de 2017
Unidades de energia e de fluxo de energia
Mt milhão de toneladas
Mt/a milhão de toneladas por ano
Mb milhão de barris
Mb/d milhão de barris por dia
Gb/a mil milhões de barris por ano
Mtpe milhão de toneladas equivalente em petróleo
Mtpe/a milhão de toneladas equivalente em petróleo por ano
Gm
3
mil milhões de metros cúbicos
Gm
3
/a mil milhões de metros cúbicos por ano
Notas:
As estatísticas de produção e consumo de petróleo
podem ser enganadoras (e manipuladas).
Por exemplo, estatísticas de variadas origens fornecem montantes de
produção e consumo de petróleo diferentes, o que deve ser
explicado.
Ao longo da última década, as estatísticas de consumo de
petróleo foram progressivamente incluindo também biogasolina
(etanol), biodiesel e líquidos derivados do carvão e do
gás natural (CTL e GTL), isto é, combustíveis
líquidos que, não tendo origem em petróleo, por tal
não estão incluídos na respetiva produção
mas estão agregados no respectivo consumo. De sublinhar que
anteriormente esses inputs não eram contabilizados e seriam
inexpressivos.
Por outro lado, enquanto em termos de massa (toneladas), o consumo de
petróleo seja ligeiramente (menos de 1%) inferior à
produção, o que não surpreende ainda que o consumo
incorpore " ;outros líquidos" ;, já em termos de volume
(barris), o consumo é quase 4% superior à produção.
Tal é atribuível ao facto de a contabilização ser
feita sobre refinados, os quais são em regra menos densos do que as
ramas ou petróleo bruto. O que também é a razão por
aparecerem nas estatísticas entradas designadas " ;ganhos de
refinaria" ;.
Cada vez mais a produção primária de petróleo
é mais diversa. Para além do petróleo bruto ou cru
propriamente dito, contam-se o condensado que acompanha a
extração de gás natural quando este arrefece à
pressão ambiente ao atingir a superfície; os líquidos de
gás natural (NGL) que são os componentes do gás natural
que são liquefeitos sob pressão à temperatura ambiente
(designadamente propano e butano); os líquidos processados a partir dos
betumes e petróleos extrapesados (Canadá e Venezuela); os
líquidos extraídos de rochas compactas (" ;tight" ; e
" ;shale" ; dos EUA); os ganhos de refinaria e os
biocombustíveis.
Estas variedades de petróleo não convencional e líquidos
obtidos do gás natural, mais os biocombustíveis e os ganhos de
refinaria, somavam 7 Mb/d em 1995 e somaram perto de 20Mb/d em 2015.
Desde 2005 a produção de petróleo convencional estagnou a
cerca de 72 Mb/d, e o incremento da produção contabilizada foi
assegurado pelo crescimento das demais parcelas não convencionais como
descritas.
Bibliografia
www.bp.com/...
www.worldenergyoutlook.org/weo2015/
ec.europa.eu/energy/sites/...
www.worldenergy.org/wp-content/uploads/2017/03/WEResources_Natural_Gas_2016.pdf
www.iea.org/publications/freepublications/publication/KeyNaturalGasTrends.pdf
www.worldoil.com/news/...
www.iea.org/Textbase/npsum/MTGMR2016SUM.pdf
www.iea.org/publications/freepublications/publication/KeyCoalTrends.pdf
www.carbonbrief.org/mapped-the-global-coal-trade
hms-ag.com/energy-coal-market-2/world-coal-trade/
euracoal.eu/coal/international-coal-trade/
www.opec.org/opec_web/en/index.htm
peakoilbarrel.com/the-future-of-us-light-tight-oil-lto/
peakoilbarrel.com/bakken-january-production-data/#more-15208
www.marketoracle.co.uk/Article57566.html
oilprice.com/Energy/...
www.ief.org/news/the-iocs-and-the-nocs-in-the-modern-energy-context
www.zerohedge.com/news/2016-12-18/us-shale-gas-industry-countdown-disaster-0
www.reuters.com/article/us-bonanz-creek-egy-bankruptcy-idUSKBN14C1IR
www.oilvoice.com/...
www.forbes.com/...
www.iea.org/publications/freepublications/publication/WEO2013.pdf
www.ogj.com/...
euanmearns.com/global-oil-and-other-liquid-fuels-production-update/
phx.corporate-ir.net/phoenix.zhtml?c=79687&p=irol-rigcountsintl
www.wtrg.com/rotaryrigs.html
O original encontra-se na revista
Seara Nova
, Nº 1738, Primavera 2017
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.
|