Ato I Uma realidade inconveniente
Ato II A sombra dos EUA
Ato III O que eles não querem que você saiba
Ato I Uma realidade inconveniente
Há doze anos, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em
inglês) descobriu que o Pico Petrolífero ameaçaria a
prosperidade e estabilidade de nossas sociedades. Sim, eles sabiam. Enquanto
alguns funcionários da IEA tentavam informar ao mundo essa
mudança do jogo, parece que outros tinham prioridades diferentes...
Em 1998, a equipe do IEA que trabalhava no influente Perspectiva
Energética Mundial (World Energy Outlook, WEO) fez uma
avaliação autorizada e detalhada da produção futura
de petróleo. A equipe era composta pelos melhores especialistas mundiais
em energia, entre os quais Jean-Marie Bourdaire, coordenador do estudo, Ken
Wigley, Keith Miller e o homem que se tornaria mais tarde Economista-Chefe do
IEA, Dr. Fatih Birol.
Usando bases de dados confidenciais e perícia sofisticada, chegaram a
uma conclusão dramática: o Pico Petrolífero, o momento no
qual a produção global de petróleo começa seu
declínio irreversível, aconteceria bem antes de 2020, por volta
de 2014.
Ainda que a IEA afirme publicamente estar livre de qualquer interferência
externa, a equipe estava sob pressão e escrutínio intensos. Como
recorda o veterano geólogo e antigo vice-presidente da Fina, Dr. Colin
Campbell, que assessorou a IEA no WEO de 1998, a certa altura Bourdaire teve de
parar de telefonar-lhe do seu escritório na IEA porque a questão
aparentemente tornara-se "tão sensível" que eles
não deveriam ser vistos em contato um com o outro.
Criada como consequência da crise do petróleo de 1973 por
países ricos da Organização para a
Cooperação eo Desenvolvimento e Econômico (OCDE), a IEA,
autoproclamada "vigilante global do petróleo", e seu principal
relatório, o WEO, são considerados como a fonte mais autorizada
de informação sobre o setor de energia. Nas palavras da
Agência:
"Os governos e a indústria ao redor do mundo vieram a acreditar que
o WEO fornece uma base consistente sobre a qual podem formular políticas
e desenvolver planos de negócios".
Não obstante, em 1998, o membro mais influente da Agência, os EUA,
não estava gostando do que estava saindo de seus estudos. Um problema
estrutural com o petróleo, conforme foi identificado pela equipe da IEA,
indubitavelmente questionaria a sustentabilidade do modelo econômico
atual.
Durante o estudo, a equipe da IEA compreendeu até que ponto o
crescimento econômico estava correlacionado com a disponibilidade de
energia abundante e barata. Assim, uma vez que a produção de
petróleo cessasse de crescer e surgissem tensões,
o crescimento
econômico tornar-se-ia muito mais difícil, se não
impossível, de ser sustentado.
Para suavizar essa mensagem impactante, a IEA acrescentou que um "item de
equilíbrio" chamado "Petróleo Não-identificado
Não-convencional"
("“Unidentified Unconventional Oil")
surgiria repentinamente, e cresceria de zero em 2010 para 19,1 milhões
de barris por dia (mb/d) em 2020
(convenientemente bem a tempo de esconder a escassez...)
O único problema é que as fontes não-convencionais de
petróleo eram bem conhecidas. O "item de equilíbrio"
era na verdade um código para escassez. O "item de
equilíbrio" nunca existiu nem existirá.
Um antigo membro da
equipe da IEA encarregada do WEO de 1998 confirmou-me isso em dezembro de 2009
durante uma entrevista, sob condições de confidencialidade.
[O interessante é que a Administração de
Informação em Energia (EIA - Energy Information Administration),
o braço de estatística do Departamento de Energia dos EUA,
usará subterfúgio similar em 2009, quando falará de
"projetos não-identificados" que preencherão as falhas
da produção declinante a partir de 2011...]
Felizmente a história não acaba aqui. Campbell esteve em contado
com um especialista ambiental britânico, Dr.David Fleming, que por acaso
foi colaborador regular da revista
Prospect.
Como tal, quando o WEO de 1998 foi publicado, Campbell, que estava
perfeitamente ciente da mensagem nele contida, explicou isso a Fleming. Em 20
de abril de 1999, Fleming escreveu um
artigo profético
intitulado:
"O próximo choque do petróleo?"
. O artigo afirmava efetivamente o que a equipe da IEA não podia
escrever em seu
relatório.
"A última edição da publicação anual da
Agência Internacional de Energia, a World Energy Outlook, é um
exemplo disso.
Tem uma história para contar que afetará
profundamente o futuro de cada homem e mulher na terra...
A perspectiva de um
choque irreversível de preços do petróleo no início
da próxima década modifica profundamente a atual agenda
política e econômica. As suposições de crescimento
econômico sustentado e baixo desemprego irão cair por terra...
Então por qual razão a IEA não grita acerca disso?
Como a
instituição política mais influente no negócio do
petróleo, ela está numa posição delicada.
Não pode simplesmente despejar isso. Não pode dizer: 'Estamos
olhando para um déficit de petróleo grande e permanente, para o
qual não podemos oferecer soluções' ...
A IEA revelou a
situação de forma codificada
."
Do seu quartel-general em Paris, a IEA levantou um poderoso mas indesejado
alarme. Um contragolpe estava para cair sobre os autores no WEO de 1998...
Ato II A sombra dos EUA
Conforme revelou o Dr.Colin Campbell, quando o artigo de 1999 da Perspectiva
foi publicado, "a IEA evidentemente se meteu em sérios
problemas"
[1]
Então, o que aconteceu por trás das paredes da Agência
Internacional de Energia?
Em primeiro lugar, elementos da alta hierarquia da Administração
Federal dos EUA se enfureceram ao saber o que um par de empregados civis
europeus havia feito com o WEO de 1998. Mensagem codificada ou não, o
que estava saindo da agência baseada em Paris era inaceitável para
eles. O tipo de crise estrutural denunciada no WEO de 1998 deveria ser
enterrado e silenciado.
Além disso, é importante saber que o WEO de 1998 saiu somente
alguns meses depois da Perspectiva Internacional de Energia (IEO) de 1998
publicada desta vez pela Administração de
Informação em Energia dos EUA (EIA). Ao contrário da IEA,
a EIA nunca se preocupou em elaborar cenários de produção
de energia; seus estudos sempre consistiram na modelagem da demanda, supondo
então que a produção a seguiria. Muito simples, mas
totalmente não-confiável. Pondo isso de lado, no IEO de 1998, a
EIA chegou a conclusões animadoras e chegou a declarar que:
"Os preços do petróleo deverão permanecer
relativamente baixos, e não se espera que os recursos limitem
crescimentos substanciais da demanda até 2020... em 2020, projeta-se que
o consumo diário mundial de petróleo excederá 115
milhões de barris/dia".
[2]
Claro que isso acabou por mostrar-se pura fantasia, mas a EIA acrescentou:
"Existe agora amplo consenso de que os recursos não são um
limitante chave para satisfazer aumentos na demanda mundial por petróleo
até 2020".
Bem, para grande desgosto da EIA, poucos meses depois a IEA diria e
demonstraria exatamente o contrário. Pode-se imaginar o quão
felizes ficaram a EIA e o departamento que a abriga, o Departamento de Estado.
Um artigo de 2006 sobre previsões e metodologias de
produção de petróleo do Dr. Roger Bentley (Universidade de
Reading) e do Professor Godfrey Boyle (Open University) similarmente mencionou
"pressões políticas dos EUA e Canadá" depois da
publicação do WEO de 1998.
[3]
Motivados pelo que só pode ser descrito como incompetência e
arrogância, elementos da administração dos EUA exerceram
então grande pressão sobre a liderança da IEA. O que eles
queriam? O coordenador do WEO de 1998, Bourdaire, teria que deixar a
Agência. Enquanto isso, Wigley se aposentou e Miller também deixou
a IEA. A equipe da IEA que escreveu o WEO de 1998 foi derrubada e seu
único "sobrevivente", o Dr. Fatih Birol, agora controlando o
WEO, aprenderia bastante com esses eventos.
Na realidade, o WEO de 2000, que ele projetou e geriu, suprimiu qualquer
advertência sobre um problema estrutural com o petróleo:
"O Outlook (2000) vê a base de suprimento mundial de petróleo
como adequada para atender a demanda ao longo do período projetado...
Não se deve esperar nenhum "esmagamento da oferta".
O esmagamento da ofertao aconteceu. Apesar da elevação da procura,
dos altos preços e de grandes investimentos, entre 2005 e 2008, e pela
primeira vez na história, a produção convencional de
petróleo cessou de crescer.
[4]
Como esperado pela equipe de 1998 da IEA, essas tensões levaram a um
choque severo nos preços do petróleo, o que enfraqueceu os
fundamentos de uma economia globalizada já frágil.
Mas como a Agência conseguiu explicar a espetacular reviravolta no WEO de
2000?
Por uma feliz coincidência, em 2000, o United States Geological Survey
(USGS) publicou uma
extremamente otimista "Avaliação Petrolífera
Mundial", que foi usada pela IEA de 2000 a 2006. Segundo os antigos
funcionários da IEA que eu encontrei, "o USGS anunciou reservas
gigantes com base numa metodologia completamente falha". De fato, pouco
depois da publicação, Jean Laherrère, o antigo
vice-gerente de exploração da Total e um renomado consultor em
petróleo, fez uma análise detalhada da avaliação do
USGS e concluiu que:
"A discussão que se segue demonstra que o novo estudo da USGS
falhou com respeito à evidência de descobertas passadas, tanto em
termos de quantidades como de taxas...
Em resumo, o novo relatório da
USGS é enganoso.
Além disso, não é representativo
dos padrões normais desta organização altamente
respeitada."
[6]
Laherrère adiciona, "É de se preocupar se não
há uma agenda oculta"
[7]
por trás dos números do USGS. Dez anos depois, sabemos que os
números reais eram 60% mais baixos do que os que o USGS predisse
à época
[8]
Significativamente, a organização não-governamental
anticorrupção Global Witness (GW) identificou outro fator
perturbador com o uso que a IEA fez da avaliação de 2000 da USGS.
Em 2005, geólogos sênior do USGS publicaram uma
atualização da avaliação de 2000 na qual avisavam
que as descobertas reais eram
muito mais baixas do que as que seu estudo original
contemplava.
Mas, como descoberto pela GW,
a Agência ignorou esta
avaliação,
mesmo tendo sido ela publicada antes do WEO de 2005.
A GW também revelará que "correspondência com a IEA
confirmou que a Agência estava ciente da baixa taxa de descobertas
reais", mas não fez NADA.
A GW acrescenta:
"Dado que uma das principais funções da IEA é
fornecer aos governos informação acurada a partir da qual eles
possam elaborar planos econômicos, sua distorção dos dados
desta maneira foi intelectualmente desonesta... A certeza exagerada da
Agência, a despeito de que dados críveis, análises externas
e fundamentos básicos todos sugeriam fortemente uma abordagem mais
cautelosa, teve um impacto global desastroso".
[9]
Falando nisso... Bentley e Bole também identificaram
"sérios erros técnicos"
no WEO de 2000.
[10]
Apesar da IEA ter dito aos seus estados-membro em 2004 que os preços do
petróleo "deveriam permanecer constantes até 2010, e
então começarem a subir de forma estável a US$ 29 em
2030",
[11]
no mundo real os preços começaram a subir dramaticamente. Quando
os preços do petróleo atingiram patamares recorde ano após
ano, os cenários feitos pela Agência ficaram cada vez mais
absurdos e difíceis de sustentar.
Quando as críticas
[12]
começaram a questionar a confiabilidade dos prognósticos da IEA,
a posição do Economista-Chefe tornou-se crítica.
Desta forma, finalmente decidiu-se que a IEA publicaria em seu WEO de 2008 uma
análise detalhada por campo das perspectivas da produção
global de petróleo. Em dezembro de 2008, Birol admitiu que os WEO's
prévios foram baseados em
nada mais que uma
"suposição global"
[13]
a qual, não surpreendentemente, acabou sendo demasiadamente otimista e
portanto enganadora.
De fato, uma década depois da equipe de 1998 da IEA, a
avaliação global de 2008 da IEA chegou a uma conclusão
similarmente sombria.
[14]
E novamente parece que elementos da administração federal
[15]
intervieram para amaciar a avaliação pessimista feita pela IEA.
A
s seguintes citações mostram aspectos interessantes do
embaraçoso relacionamento da Administração dos EUA com o
Pico Petrolífero:
"Há, penso eu, ampla evidência, e algumas pessoas no
Departamento de Estado chegaram até a dizer isso especificamente, que as
pessoas na hierarquia do Departamento de Estado, sob ambas as
administrações, compreenderam que havia um problema, e suprimiram
trabalhos na área... A história do Pico Petrolífero
é definitivamente uma história de más notícias.
Não há maneira de torná-la mais digerível..."
[16]
Dr. Robert Hirsch, autor principal de um relatório
[17]
sobre o Pico Petrolífero para o National Energy Technology Laboratory
no Departamento de Estado.
"(Steven Chu, Secretário de Energia dos EUA) era meu chefe
ele sabe tudo sobre o pico petrolífero, mas não pode falar sobre
isso. Se o governo anunciasse que o pico petrolífero ameaça nossa
economia, Wall Street entraria em colapso. Ele simplesmente não pode
falar nada sobre isso."
[18]
David Fridley, Energy Scientist, Lawrence Berkeley National Laboratory (DOE)
Ato III O que eles não querem que você saiba
Nas partes anteriores, examinamos como a IEA foi silenciada quando acionou um
sutil alarme a respeito do futuro da produção global de
petróleo. Permanece uma questão crucial: por que isso interessa?
Como poderia esse evento ser tão importante?
Bem, sendo a fonte de informação mais autorizada, a IEA induziu
governos e empresas europeus ao erro declarando que até 2008 os
preços do petróleo permaneceriam baixos. Não permaneceram.
Ao fazer isso, a Agência conseguiu fazer com que energias
renováveis parecessem não competitivas em relação
ao petróleo. Como mencionado pelo deputado suíço e membro
da Comissão Parlamentar de Energia da Suíça, Dr. Rudolf
Rechsteiner, a IEA estava efetivamente "atrasando a mudança para um
mundo renovável".
[19]
Notavelmente, o assim chamado "vigilante global do petróleo"
agiu cada vez mais como um zeloso lobby da indústria petrolífera.
[20]
Não obstante, a IEA pagaria um alto preço por isso quando a
concorrente internacional Agência de Energias Renováveis (IRENA,
na sigla em inglês) foi criada em janeiro de 2009. Por quê?
Hans Jorgen Koch, o vice-secretário do ministério de energia e
mudanças climáticas da Dinamarca, disse que a IRENA tinha sido
criada somente porque a IEA não estava dando suficiente destaque
à mudança climática e suporte a renováveis.
"Por dez anos a IEA subestimou a competitividade das fontes
renováveis de energia", disse ele.
[21]
Agora a questão principal:
a IEA estava simplesmente sendo incompetente
ou estava deliberadamente induzindo ao erro seus estados-membros da Europa?
Um
artigo da BBC de 2004 fornece um elemento para a resposta:
"Em público, Mr.Birol negou que o suprimento não seria capaz
de atender à crescente demanda, especialmente das florescentes economias
dos EUA, China e Índia. Mas depois de seu discurso ele pareceu mudar de
idéia... Quando o BBC News Online prosseguiu, perguntado se esse
gigantesco aumento na produção era realmente possível, e
não simplesmente desejado, ele se recusou a responder. 'Vocês
são da imprensa? Isso não é para vocês.
Isso
não é para a imprensa.
'"
[22]
Por que o Economista-Chefe da IEA ocultaria informação crucial
à
imprensa e ao público?
De modo ainda mais preocupante, quando
The Guardian
revelou a história
sobre o informante da IEA em novembro de 2009, Campbell escreveu uma carta
aberta a Terry Macalister, editor de energia do jornal. Ele explicou os eventos
que cercaram o WEO de 1998 e declarou:
"Expliquei isso (a "mensagem codificada" no WEO de 1998) a um
jornalista (David Fleming) que contatou o elemento dentro da IEA que estava
feliz por que essa mensagem oculta importante viria a público".
[23]
Tendo lido isso com grande interesse, eu imediatamente quis saber quem poderia
ser o "elemento dentro da IEA". Para minha surpresa, Campbell me
disse que o "elemento" era Birol, que ainda não era o poderoso
Economista-Chefe da Agência. A fim de verificar esta
informação, encontrei-me com Fleming em 4 de dezembro de 2009 em
Londres. Fleming, um ambientalista altamente respeitado, confirmou a
informação.
Ele explicou que, quando publicou seu artigo em 1999, enviou um e-mail a Birol
perguntando-lhe se ele aceitaria comentar o artigo. Birol o chamou e lhe
perguntou se ele aceitaria um encontro discreto. A pedido de Birol, eles se
encontraram secretamente no Oxford&Cambridge Club em Londres para tomar
chá. Fleming se lembrava perfeitamente de que eles entraram numa sala
tranqüila, e quando Birol se sentou parece que até olhou para
trás para checar se ninguém poderia ouvir o que ele estava para
dizer.
De acordo com Fleming, Birol então lhe disse: "Há seis
pessoas no mundo que compreendem isso". Parece que ele estava se referindo
a pessoas como Campbell. Fleming acrescentou que Birol fez a seguinte
confidência sobre seu artigo: "você está certo".
Ele supostamente disse que o "petróleo não identificado
não-convencional" era na verdade um código e que era
improvável que a OPEC alguma vez o quebrasse. Durante a
discussão, Birol explicou que a IEA foi obrigada, e até reclamou
da interferência dos EUA, ou assim recordava Fleming.
Fleming ainda tinha uma opinião muito boa sobre Birol quando eles
conversaram. Durante seu encontro, Birol foi "muito perceptivo" e
aparentemente até ofereceu sua ajuda. Quando eu perguntei a Fleming em
que estado de espírito Birol estava, e se ele parecia ansioso ou
nervoso, Fleming me disse que "de jeito algum". Ele parecia
"espirituoso" e "em boa forma". Ele até se lembrou
de uma piada que Birol fez, "this is a lovely club, but not a lively
one" (esse é um clube adorável mas nao animado), boa piada,
lembrava-se Fleming.
Minha pergunta
: por que o Economista-Chefe da IEA tinha dito publicamente desde
2000 que a produção global de petróleo podia aumentar
até 2030, desde que investíssemos, enquanto em 1999 ele
supostamente, em segredo, confirmou que a produção global de
Petróleo começaria a declinar por volta de 2014? Teria sido
porque ele viu o que aconteceu ao seu antigo chefe quando este corajosamente
tentou informar os estados-membros da IEA sobre a seriedade da
situação?
Contatei o assistente de Birol na IEA e perguntei se ele comentaria a respeito
do encontro com Fleming: meu pedido ainda está por ser respondido.
Um relatório
[24]
encomendado pelo Departamento de Energia dos EUA concluiu que
necessitaríamos de 20 anos para nos prepararmos para o Pico
Petrolífero, caso contrário enfrentaríamos
"custos
econômicos, sociais e políticos sem precedentes".
Doze
anos cruciais foram perdidos, quantos mais desperdiçaremos
até que finalmente comecemos a nos preparar para este evento
"sem
precedentes"
?
Como tive oportunidade de dizer recentemente durante minha
apresentação sobre o Pico Petrolífero e a IEA à
Comissão Européia, um inquérito independente e completo
sobre as ações da Agência é urgentemente
necessário. Além disso, deve-se considerar a
criação de uma Agência Européia de Energia
independente e transparente.
O tempo está se esgotando.
18/Maio/2010
Notas
1
http://www.peakoil.net/files/Campbell_comments_20091110.pdf
2
http://tonto.eia.doe.gov/ftproot/forecasting/048498.pdf
3
http://www.envplan.com/abstract.cgi?id=b33063t
4
www.globalwitness.org
5
blogs.ft.com
6
http://www.oilcrisis.com/laherrere/usgs2000/
7 Ibid
8
http://www.davidstrahan.com/blog/?p=69
9
www.globalwitness.org
10
http://www.envplan.com/abstract.cgi?id=b33063t
11
http://www.iea.org/weo/2004.asp
12
http://www.davidstrahan.com/blog/?p=71
13
http://www.guardian.co.uk/business/2008/dec/15/oil-peak-energy-iea
14
www.theecologist.org
15
www.guardian.co.uk/environment/2009/nov/09/peak-oil-international-energy-agency
16
www.aspousa.org
17
http://www.netl.doe.gov/publications/others/pdf/oil_peaking_netl.pdf
18
http://www.bohemian.com/bohemian/06.17.09/feature-0924.html
19
http://www.guardian.co.uk/environment/2009/jan/08/windpower-energy
20
www.businessgreen.com
21
www.businessgreen.com/business-green
22
http://news.bbc.co.uk/2/hi/business/3777413.stm
23
www.guardian.co.uk
24
http://www.peakoil.net/files/Campbell_comments_20091110.pdf
25
http://www.netl.doe.gov/publications/others/pdf/oil_peaking_NETL.pdf
[*]
Estudante de pós graduação no King's College em Londres
(Departamento de Geografia).
Trabalho na questão do Pico Petrolífero há mais de um ano.
Como entrevistou especialistas dos dois lados do debate, seu trabalho
tornou-se uma fonte de pesquisa dentro da indústria petrolífera.
Em 10 de
novembro de 2009,
The Guardian
publicou um notícia sobre um informante
da IEA, a qual foi principalmente baseada em sua pesquisa ("Key oil
figures were distorted by US pressure, says whistleblower"
"Números chave sobre o petróleo foram distorcidos por
pressão americana, diz informante").
Em 22 e 23 de fevereiro de 2010 fez
apresentações sobre o tema no Parlamento
Alemão para deputados, jornalistas e cientistas (inclusive um
conselheiro político da BP). O jornal alemão
Die Zeit
escreveu sobre isso, e mais recentemente
The Ecologist
publicou um artigo sobre a sua
pesquisa ("How a 22-year-old student uncovered peak oil fraud"
"Como um estudante de 22 anos revelou a fraude do pico
petrolífero"). (http://twitter.com/LionelBadal)
O original encontra-se em:
petrole.blog.lemonde.fr
(parte 1),
petrole.blog.lemonde.fr
(parte 2) e
petrole.blog.lemonde.fr
(parte 3). Tradução de RMP.
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.