Síria:
A 'mudança de regime' e o
smart power
de Hillary Clinton
A emergência de Israel, que sai da paisagem de fundo, só pode
significar uma coisa: que a crise síria encaminha-se para a fase
decisiva. Acenderam-se as luzes no palco de operações, e
começou a operação de esculpir a Síria. O que vem
aí não será bonito de ver. O paciente não
será anestesiado, e o cirurgião-chefe prefere liderar dos
bastidores, enquanto seus capangas fazem o serviço sujo.
Até agora, Turquia, Arábia Saudita e Qatar fizeram tudo o que
podiam para desestabilizar a Síria e remover de lá o regime
chefiado pelo presidente Bashar al-Assad. E Bashar continua vivo. Daqui em
diante, só a perícia dos israelenses, para completar o
serviço.
Alguém terá de enfiar a faca, bem fundo, nas costas de Bashar. O
rei da Jordânia não pode fazer o serviço: mal chega aos
joelhos de Bashar. Os xeiques sauditas e quataris, flácidos e gorduchos,
não são dados a agitação física. A
Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) prefere
ser deixada de fora, depois que queimou os dedos na Líbia, em
operação limítrofe com crime de guerra. Resta a Turquia.
Em princípio, a Turquia tem poder muscular, mas
intervenção na Síria é missão de
altíssimo risco, e uma das heranças mais duradouras de Kemal
Ataturk é de a Turquia evitar expor-se a riscos. Além disso, os
militares turcos não estão lá em muito boa forma.
O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan tão pouco tem conseguido
arrastar a maioria dos turcos a aceitarem fazer guerra contra a Síria. O
próprio Erdogan navega águas perigosas, tentando aprovar emendas
na Constituição turca que o transformarão num verdadeiro
sultão como se o presidente François Hollande da
França passasse, de repente, a acumular as funções do
primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault e de Martine Aubry, presidente do Partido
Socialista, além da presidência da França.
Obviamente, Erdogan não porá em risco a própria carreira
política. Além do mais, há imponderáveis uma
potencial represália dentro da própria Turquia pela minoria
alawita (que ressente o crescimento do salafismo no governo de Erdogan);
além do perigo perene de cair numa armadilha armada por militantes
curdos.
Al-Jazeera entrevistou um líder alawita na Turquia, na semana passada,
que manifestou preocupação crescente com o tom cada vez mais
sectário da disputa interna na Síria, inspirada por sunitas
salafistas. Temem um levantamento salafista dentro da Turquia. Para os alawitas
turcos, Assad "tenta manter coesa uma Síria pluralista e
tolerante."
Planos de contingência
Mas tudo isso vai-se tornando irrelevante. Na sexta-feira, o
New York Times
noticiava, citando funcionários do governo em Washington, que o
presidente Barack Obama dos EUA "está aumentando a ajuda aos
rebeldes e redobrando esforços para construir uma
coligação de países com ideias semelhantes às dos
EUA para derrubar à força o governo [da Síria]".
[2]
Noticiava também que agentes da CIA que estão no sul da Turquia
"já há várias semanas" serão mantidos na
missão de criar cada vez mais violência contra o regime
sírio. Enquanto isso, EUA e Turquia também trabalham em conjunto
para implantar um "governo provisório pós-Assad" na
Síria.
Na mesma direcção, líderes da Irmandade Muçulmana,
proscrita na Síria, organizaram um conclave de quatro dias em Istambul
para criar "um partido islâmico". "Estamos prontos para a
era pós-Assad, temos planos para a economia, os tribunais de
justiça, a política" anunciou o porta-voz da
Irmandade Muçulmana.
Diz o
New York Times
que Washington se mantém em contacto íntimo com Ancara e
Telavive, para discutir "uma gama ampla de planos de
contingência" sobre "como administrar um colapso do governo
sírio".
O plano operacional que está emergindo prevê que, enquanto Ancara
avança nas operações clandestinas dentro da Síria
(pagos pela Arábia Saudita e Qatar), Israel cruzará a fronteira,
entrando na Síria pelo Sul e atacará Bashar militarmente, para
degradar sua capacidade de resistir à ameaça turca.
A Turquia também avançou na guerra psicológica,
projectando com televisões, jornais e jornalistas a ideia
de que o regime sírio começa a rachar. Jornalistas e
comentaristas turcos já propalam isso. Murat Yetkin, do
Hurriyet,
diário oficialista, reproduziu palavras de um oficial turco a dizer que:
Nosso pessoal [a inteligência turca] em campo já observa que a
maioria urbana, que até agora preferia manter-se neutra, começa a
apoiar os grupos da oposição. Acreditamos que o povo sírio
começa a perceber que o governo está a rachar.
De facto, essas emocionantes versões também reflectem a
preocupação, no establishment turco, perante a evidência de
que o regime sírio não dá qualquer sinal de
capitulação apesar dos incansáveis golpes que tem sofrido
dos 'rebeldes'.
Missão para Moscovo
A esperança de Erdogan é que a inteligência turca consiga
orquestrar algum tipo de "golpe palaciano" em Damasco, nos
próximos dias ou semanas. O que mais alegraria Ancara seria ver Bashar
substituído por uma estrutura de transição que conservasse
elementos da actual estrutura baathista do estado, o que facilitaria uma
transferência ordeira de poder para novo governo quer dizer, em
termos ideais, uma transição em nada diferente da que houve no
Egipto depois da saída de Hosni Mubarak.
Mas Erdogan não tem certeza de que a Turquia consiga armar um golpe
à moda Egipto, em Damasco. A corrida de Erdogan a Moscovo, quarta-feira
passada, foi uma tentativa de sondar Moscovo para saber se seria
possível montar uma estrutura de transição, nova e
estável, em Damasco, mediante algum tipo de cooperação
internacional. (Obama investiu o seu peso na missão de Erdogan: na
quinta-feira telefonou pessoalmente ao presidente Vladimir Putin da
Rússia, para discutir a Síria.)
Curiosamente, pouco antes de Erdogan sair para o encontro agendado com Putin
no Kremlin, aconteceu em Damasco um ataque terrorista maciço que matou o
ministro da Defesa da Síria e seu chefe de Inteligência.
Considerado aquele evento, Moscovo ouviu polidamente o que Erdogan tinha a
dizer e assegurou-lhe que manteria separação clínica entre
os laços estratégicos que unem Rússia e Turquia, de um
lado; e, de outro, a questão síria. E a posição
russa manteve-se inalterada como se viu bem claramente, no veto no
Conselho de Segurança da ONU, uma semana depois do encontro com Erdogan.
Não há dúvida de que Moscovo já percebeu que o
jogo na Síria se aproxima do fim. Em entrevista à rede de TV
Rússia Today
na sexta-feira, o embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin,
[3]
falou em termos excepcionalmente fortes sobre o que está acontecendo:
"Infelizmente, a estratégia de nossos colegas ocidentais parece
estar a ser encaminhada exclusivamente para o aumento das tensões na
Síria e em torno da Síria. Não perdem uma oportunidade.
Dessa vez, aproveitaram a circunstância de ser necessário
prorrogar o mandato da missão de monitoramento que opera na
Síria, e acrescentaram, no mesmo projecto de Resolução
rascunhado por eles, inúmeras outras cláusulas
inaceitáveis.".
E continuou, recordando também o Iraque:
"Não há quem não saiba que os maiores interventores
humanitários do planeta EUA e Grã-Bretanha
intervieram no Iraque, por exemplo, declamando os mais nobres pretextos
(naquele caso, a existência de armas de destruição em massa
que jamais existiram). O resultado, no Iraque, foram 150 mil mortes, só
entre os civis; além de milhões de refugiados e legiões de
seres humanos cujas vidas foram arruinadas e vagam pelo país. Por tudo
isso, não se deixem enganar pela retórica do humanitarismo
ocidental. Na política ocidental para a Síria, há muito
mais geopolítica, que humanismo."
Antes de ir a Moscovo, Erdogan foi a Pequim, que também já sente
que os EUA estão batendo o martelo sobre a Síria. O
Global Times
comentou, em editorial, na sexta-feira, que "É provável que
o governo de Assad seja derrubado (...) diminuem muito rapidamente as
possibilidades de solução política (...) as coisas na
Síria podem mudar bem rapidamente."
[4]
Toni Donilon, Conselheiro para Segurança Nacional dos EUA, viaja agora
para Pequim: vai tentar descobrir se há alguma possibilidade de
conseguir que os chineses moderem a posição sobre a Síria.
Rússia e China vêem com bons olhos a era Erdogan, que ampliou os
laços entre esses países e a Turquia. A Rússia obteve um
contrato de $20 a $25 mil milhões de dólares para a
construção de centrais nucleares na Turquia. A China atraiu a
Turquia, como parceiro para os diálogos da Organização de
Cooperação de Xangai. A Turquia realizou um segundo
exercício de manobras militares com a China, recentemente; e sonha com
ser a ponte que venha a unir a NATO a Pequim.
O homem que não vendeu sua alma
[5]
Mesmo assim, ambas, Rússia e China considerarão, na
análise, que, com uma "nova guerra fria" em
construção, Washington espera que a Turquia volte ao ninho antigo
e desempenhe o papel de aliada numa vasta faixa de terra que se estende do Mar
Negro ao Cáucaso e ao Cáspio e até a Ásia Central.
Em última análise, os EUA jogam com inúmeros trunfos,
cortesia da era da Guerra-fria, para manipular as políticas turcas.
É o que se vê claramente na centralidade que Washington atribui ao
líder curdo iraquiano Massoud Barzani, na estratégia geral dos
EUA.
Obama recebeu-o recentemente na Casa Branca. Barzani passou a ser o "eixo
de conexão" das políticas de EUA-Turquia para a
Síria. Isso acontece poucos meses depois de a ExxonMobil assinar, em
Outubro, contratos para desenvolver os enormes campos de petróleo
localizados no Curdistão, região controlada por Barzani,
ignorando os protestos de Bagdad de que tal negócio, firmado com uma
autoridade provincial e passando por cima do governo central, viola a soberania
do Iraque.
Na semana passada, a Chevron, gigante do petróleo dos EUA, anunciou que
também adquirira 80% do controle de outra companhia que opera na
região, cobrindo uma área total de 1.124 quilómetros
quadrados sob o controle de Barzani.
A entrada das empresas ExxonMobile e Chevron muda o jogo na política
regional para a Síria. O ponto é que a melhor via para
transportar até o mercado mundial o que for extraído dos
depósitos gigantes de gás e petróleo no Curdistão
é o porto sírio de Latáquiia, no Mediterrâneo
oriental. Não há dúvida de que aí está uma
nova dimensão a considerar no plano de jogo de EUA-Turquia sobre a
Síria.
A empresa turca de engenharia e construção Siyah Kalem
apresentou projecto para o transporte do gás natural extraído do
Curdistão. Evidentemente, em algum lugar do subsolo, os interesses do
business corporativo da Anatólia (que tem laços com o partido
islâmico que governa a Turquia) e a orientação da
política externa turca passaram a convergir. Os interesses dos EUA e da
Turquia sobrepõem-se na geopolítica das reservas de energia do
Norte do Iraque.
Barzani não é só parceiro comercial de Washington e
Ancara; é também agente chave que pode ajudar a encaminhar o
problema da Turquia com os curdos. Com o apoio de Washington, Barzani
lançou um projecto para reposicionar as várias
facções curdas turcos, iraquianos e sírios
numa nova trilha política.
No mês passado, Barzani organizou reunião das
facções curdas em Arbil. Em termos claros: Barzani tentou
subornar os líderes de várias facções curdas com
fundos que lhe chegaram de Ancara. Diz que conseguiu reconciliar os diferentes
grupos curdos sírios. (A insurreição curda na Turquia
é comandada por sírios de etnia curda.) Diz também que
conseguiu convencer os curdos sírios a romper os laços que os
ligam a Bashar e a alinhar-se ao lado da oposição síria.
Esses ecos de Arbil têm peso vital no que Erdogan venha a fazer sobre a
Síria. Como lembrou recentemente um importante analista do Washington
Institute for Near East Policy, Soner Cagaptay, o centro da questão
é que "grande parte da minoria curda, agitada e bem organizada na
Síria, não confia na Turquia."
[7]
O salafismo em asas israelenses
Facto é que, em última análise, só Israel pode
resolver o dilema de Erdogan. O ministro da Defesa de Israel Ehud Barak
declarou no fim-de-semana que "a Síria tem mísseis
antiaéreos e mísseis terra-terra avançados e elementos de
armas químicas. Ordenei que o Exército de Israel se prepare para
uma situação na qual tenhamos de considerar a possibilidade de um
ataque".
[8]
Barak acrescentou que "no momento em que [Bashar] começar a cair,
nós [Israel] iniciaremos monitoramento de inteligência e nos
associaremos a outras agências." Falou depois de uma visita secreta
de Donilon a Israel, na semana anterior. Nos calcanhares da visita de Donilon,
chegou a Telavive a secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton, depois
de um encontro histórico no Cairo com o presidente recém eleito
Mohammed Morsi da Irmandade Muçulmana, que garantiu a Washington que
não pensa criar qualquer problema para Israel, em futuro
previsível.
As declarações de Barak rompem o fino véu de
indiferença que Telavive manteve até aqui sobre os
desenvolvimentos sírios. O que emerge, em retrospectiva, é que
Washington manteve Israel em resguardo até o momento de demolir
fisicamente a maquinaria de guerra de Bashar empreitada que Erdogan
não quer assumir ou não tem capacidade para assumir.
O mais provável é que Erdogan já estivesse de sobreaviso,
para aparecer ao lado de Barak, mas, político arguto, manteve as
aparências de quem muito sofria com a crise síria ao mesmo
tempo em que, clandestinamente, a alimentava.
Em versão simples, Washington passou a perna a Moscovo e Pequim. Sempre
afirmou que a ideia de os EUA intervirem directamente na Síria, ou
efectuar intervenção indirecta, por operação da
NATO, como na Líbia, jamais passara pela cabeça de Obama. Como
agora se vê, Obama não mentia.
O que se desdobra hoje é visão espantosamente estranha: o
salafismo voa nas asas da Força Aérea israelense e vai aterrar em
Damasco. Erdogan voltará, com renovado vigor, a sacudir a árvore
de Bashar em Damasco. E, a qualquer momento, em futuro próximo, de
repente, Barak começará a podar os galhos da árvore,
varrendo-os como raio.
Erdogan e Barak deixarão tão nua a árvore de Bashar,
tão desamparada, que ela perceberá a futilidade do esforço
para se manter erecta sobre as suas raízes. E nada de
"intervenção militar", nada de operações
da NATO, ninguém poderá fazer qualquer analogia com o que foi
cometido na Líbia. Nem Erdogan ordenará que seu exército
marche sobre a Síria.
A secretária de Estado Clinton diria que isso é o "smart
power". Num ensaio grandiloquente intitulado "A arte do Smart
Power", de sua autoria, analisando o curioso desenlace do conto da
Primavera Árabe, na semana passada Clinton escreveu que agora os EUA
"lideram por novas vias".
[6]
Clinton esclarece que os EUA estão a expandir a "sua caixa de
ferramentas de política externa para integrar todos os activos e
parceiros, e fundamentalmente mudamos o modo como nós [os EUA] fazemos
negócios. (...) A trilha que interliga todos os nossos esforços
é um compromisso com adaptar a liderança global dos EUA às
necessidades de um mundo em mudança".
No fim, Erdogan fará da pedra, sopa, que engolirá untada em
banha de porco. A verdade nua e crua é que Israel fará por ele o
serviço sujo na Síria.
Nada resta a Erdogan, além de aceitar o facto de que não passa
de um dos instrumentos da "caixa de ferramentas" de Washington
nada mais, nada menos. Seu destino nunca foi liderar o Oriente Médio
muçulmano. O ocidente apenas lhe deu corda, para que se enforcasse na
sua conhecida vaidade.
Liderar o Oriente Médio muçulmano é prerrogativa
exclusiva de Washington.
NT
[1] Orig.
smart power.
Sobre a expressão, ver Eric Etheridge,
New York Times,
14/1/2009, "How 'Soft Power' Got 'Smart'" [como o 'poder suave'
tornou-se 'inteligente'], onde se lê: "No discurso que fez ao
aceitar a indicação para o cargo de secretária de Estado
do governo Obama, Hillary Clinton usou quatro vezes a expressão smart
power. Na declaração, que antecedeu o discurso de
aceitação do cargo, usou nove vezes a mesma
expressão"
(
http://opinionator.blogs.nytimes.com/2009/01/14/how-soft-power-got-smart/
)
[2] 21/7/2012,
New York Times,
www.nytimes.com/...
[3] 20/7/2012, "Não se deixem enganar pela retórica do
humanitarismo ocidental", Vitaly Churkin, embaixador da Rússia
à ONU, à rede Russia Today (entrevista transcrita e traduzida ao
português, em
redecastorphoto.blogspot.com.br/...
[4] 20/7/2012,
Global Times,
Pequim, em
http://www.globaltimes.cn/content/722217.shtml
[5] Orig. A man for all seasons. É expressão inglesa do
séc. XVI, tradicionalmente aplicada a Thomas More. Dá
título também a uma biografia cinematográfica, que recebeu
no Brasil o título de "O homem que não vendeu sua alma"
[que se aproveita nessa tradução] .
[6] 18/6/2012, "The art of smart power", Hillary Clinton,
New Statesman,
em
www.newstatesman.com/...
Aí se lê, na conclusão do artigo: "Não
há precedente real na história para o papel que os EUA
desempenham hoje ou para a responsabilidade que assumem sobre os seus ombros.
Isso é o que torna tão excepcional a liderança dos EUA.
Por isso confio que continuaremos a servir e a defender uma ordem global
pacífica e próspera ainda por muitos anos no futuro".
[7] 20/7/2012,
globalpublicsquare.blogs.cnn.com/...
.
[8] 20/7/2012,
Jerusalem Post,
Israel,
http://www.jpost.com/Defense/Article.aspx?id=278314
.
22/Julho/2012
Ver também:
Les médias et l'imposture de la "menace chimique" syrienne
Lettre d’une citoyenne syrienne
Syrie : La guérilla médiatique s'intensifie
Qui se bat en Syrie ?
Washington a rédigé une nouvelle constitution pour la Syrie
PsyOp imminente de l’OTAN contre la Syrie
http://www.infosyrie.fr/
http://www3.almanar.com.lb/english/main.php
[*]
Ex-embaixador da Índia em Moscovo.
O original encontra-se em
http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/NG24Ak01.html
Tradução (com pequenas alterações) de Vila Vudu,
vila.vudu@gmail.com
.
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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