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							O massacre Houla: 
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												Esta notícia incisiva do jornalista russo independente Marat Musin
												desmonta as mentiras e falsidades dos meios de comunicação
												ocidentais.
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							 No fim-de-semana de 25 de Maio de 2012, por volta das 2 horas da tarde, grandes
							grupos de combatentes atacaram e capturaram a cidade de Al-Hula da
							província Homs. Al-Houla é formada por três regiões:
							as cidades de Taldou, Kafr Laha e Taldahab, cada uma das quais já
							albergou 25 a 30 mil pessoas.
							No fim-de-semana de 25 de Maio de 2012, por volta das 2 horas da tarde, grandes
							grupos de combatentes atacaram e capturaram a cidade de Al-Hula da
							província Homs. Al-Houla é formada por três regiões:
							as cidades de Taldou, Kafr Laha e Taldahab, cada uma das quais já
							albergou 25 a 30 mil pessoas.
							
							
							A cidade foi atacada a nordeste por grupos de bandidos e de mercenários,
							em número de mais de 700 pessoas. Os militantes vieram de Ar-Rastan (a
							Brigada de al-Farouk do Exército de Libertação
							Sírio, chefiada pelo terrorista Abdul Razak Tlass, em número de
							250), da cidade de Akraba (chefiada pelo terrorista Yahya Al-Yousef), da cidade
							Farlaha, a que se juntaram gangsters locais e de Al Houla.
							
							
							Há muito que a cidade de Ar-Rastan foi abandonada pela maior parte dos
							civis. Neste momento dominam o local wahhabis e libaneses, alimentados com
							dinheiro e armas por um dos maiores orquestradores do terrorismo internacional,
							Saad Hariri, que lidera o movimento político anti-sírio
							"Tayyar Al-Mustaqbal" (Movimento do Futuro"). A estrada de
							Ar-Rastan para Al-Houla atravessa áreas beduínas que se
							mantêm quase todas fora do controlo das tropas governamentais, o que fez
							com que os ataques militantes a Al Hula fossem uma total surpresa para as
							autoridades sírias.
							
							
							Quando os rebeldes tomaram o posto de controlo no centro da cidade, situado
							junto da delegacia da polícia local, começaram a eliminar todas
							as famílias leais às autoridades nas casas vizinhas, incluindo os
							velhos, as mulheres e as crianças. Foram mortas diversas famílias
							de Al-Sayed, incluindo 20 crianças e a família de Abdul Razak.
							Muitos dos que foram mortos eram 'culpados' de terem ousado mudar de sunitas
							para xiitas. As pessoas foram mortas com facas e alvejadas à
							queima-roupa. Depois os cadáveres foram apresentados às NU e
							à comunidade internacional como sendo vítimas de bombardeamentos
							do exército sírio, uma coisa que não foi verificada por
							quaisquer marcas nos corpos".
							
							
							A ideia de que observadores das NU tinham ouvido fogo de artilharia contra
							Al-Houla no Hotel Safir em Homs durante a noite
 como piada não
							está nada mal. São 50 km de distância entre Homs e
							Al-Houla. Que tipo de tanques ou de metralhadoras tem esse alcance? Sim, houve
							intenso tiroteio em Homs até às 3 da manhã, incluindo de
							armas pesadas. Mas, para dar um exemplo, na noite de segunda para
							terça-feira, o tiroteio deveu-se a uma tentativa de
							aplicação da lei para reconquistar o controlo sobre um corredor
							de segurança ao longo da estrada para Damasco, Tarik Al-Sham.
							
							
							Numa inspecção visual a Al Hula é impossível
							encontrar vestígios de qualquer destruição recente por
							bombardeamentos. Durante o dia, foram feitos vários ataques por
							atiradores sobre os últimos soldados restantes no posto de controlo
							Taldou. Os militantes usaram armas pesadas e houve franco-atiradores
							mercenários profissionais em actividade.
							
							
							De notar que já anteriormente falhara uma mesma provocação
							em Shumar (Homs) onde foram mortos 49 militantes e mulheres e crianças,
							organizada pouco antes de uma visita de Kofi Annan. Essa
							provocação foi imediatamente desmascarada logo que se tornou
							conhecido que os corpos dos previamente raptados pertenciam aos alawitas. Essa
							provocação também continha várias
							incongruências  os nomes dos que foram mortos eram de pessoas leais
							às autoridades, não havia vestígios de bombardeamentos,
							etc.
							
							
							Mas a máquina da provocação continuou a funcionar na
							mesma. Hoje, os países da NATO ameaçam bombardear directamente a
							Síria e em simultâneo começou a expulsão de
							diplomatas sírios
 Actualmente não há tropas dentro
							da cidade de Al Hula, mas apesar disso ouvem-se regularmente explosões
							de armas automáticas. Além disso, não se percebe se os
							militantes andam a lutar uns contra os outros ou se os apoiantes de Bashar
							al-Assad estão a ser eliminados.
							
							
							Os militantes abrem fogo sobre praticamente todos aqueles que tentam
							aproximar-se da cidade fronteiriça. Antes de nós foi alvejado um
							comboio das NU tendo ficado danificados dois jipes blindados de observadores
							das NU, quando tentavam chegar a um posto de controlo do exército em Tal
							Dow.
							
							
							No ataque ao comboio foi detectado um terrorista de vinte anos de idade. O fogo
							foi dirigido contra os 
							
								slopes
							
							 do primeiro jipe e a porta traseira do segundo carro blindado foi atingido por
							um fragmento. Há feridos entre os acompanhantes.
							
							
							Segundo um soldado ferido:
							
							
							"No dia seguinte, vieram observadores das NU ter connosco ao posto de
							controlo e, mal chegaram, atiradores abriram fogo contra eles. E três de
							nós foram feridos. Um ficou ferido na perna, o segundo nas costas e eu
							fui atingido na anca.
							
							
							Quando os observadores chegaram, ouviram uma mulher ali ao pé deles a
							gritar, a mulher levantou-se e suplicou aos observadores que a ajudassem 
							que a protegessem dos bandidos. Quando eu fui ferido, os observadores
							perguntaram como é que eu me sentia, mas nenhum deles tentou ajudar. O
							nosso posto de controlo já não existe. Já não
							há civis em Taldou, só restam os militantes. A nossa
							relação com os locais era excelente. São muito bons para
							nós: pediram ao exército para entrar em Taldou. Fomos atacados
							por franco-atiradores".
							
							
							Infelizmente, muitos dos militantes são franco-atiradores profissionais.
							A uns 100 a 200 metros da nossa equipa da TV, militantes atacaram um BMP que ia
							fazer substituição de soldados no posto de controlo. Nessa
							ocasião, um soldado recruta sofreu uma concussão e um leve
							ferimento de raspão na cabeça por uma bala de um franco-atirador.
							Olhando para o capacete Kevlar, parece que ele nem se apercebeu que tinha
							sobrevivido por milagre.
							
							
							Os franco-atiradores matam diariamente cerca de 10 soldados e polícias
							nos postos de controlo. É verdade, as baixas diárias nas
							organizações de imposição da lei em Homs são
							de dezenas de vítimas. Mas, infelizmente, às 10 da manhã,
							foram levados para a morgue seis soldados mortos. A maior parte deles tinha
							sido morto com uma bala na cabeça. E o dia mal tinha
							começado
							
							
							São estes os nomes dos que foram mortos pelos franco-atiradores nas
							primeiras horas da manhã de 29 de Maio:
							
							
							1. Sargento Ibrahim Halyuf
							
							2. Sargento Salman Ibrahim
							
							3. Polícia Mahmoud Danaver
							
							4. Soldado Ali Daher
							
							5. Sargento Wisam Haidar
							
							6. não se conseguiu apurar o nome de família do soldado morto
							
							
							Os bandidos até dispararam uma descarga automática sobre o nosso
							grupo de jornalistas, embora fosse óbvio que era um grupo de filmagem
							normal, formado por civis desarmados.
							
							
							
								COMO COMEÇOU O ATAQUE
							
							
							
							Depois das orações de sexta-feira, pelas 2 horas da tarde a 25 de
							Maio, um grupo do clã Al Aksh começou a disparar sobre um posto
							de controlo de forças da ordem com morteiros e lança-granadas. O
							fogo de resposta de um BRDM atingiu a mesquita, e foi quanto bastou para
							desencadear uma provocação maior.
							
							
							Depois, dois grupos de militantes chefiados pelo terrorista Nidal Bakkour e
							Al-Hassan do clã Al Hallak, apoiados por uma unidade de
							mercenários, atacaram o posto de controlo na zona oriental da cidade.
							Às 15:30 foi tomado esse posto de controlo e todos os prisioneiros foram
							executados: um soldado sunita ficou com a garganta cortada, enquanto que
							Abdullah Shaui (Bedouin) of Deir-Zor foi queimado vivo.
							
							
							Durante o ataque ao posto de controlo oriental, os homens armados perderam 25
							pessoas que depois foram apresentadas aos observadores da ONU, juntamente com
							os 108 civis mortos  'vítimas do regime', alegadamente mortos por
							bombardeamentos do exército sírio. Quanto aos restantes 83
							corpos, incluindo os de 38 crianças, eram das famílias que foram
							executadas pelos militantes. Essas famílias eram todas leais ao governo
							da Síria.
							
							
							Entrevista com um funcionário das forças da ordem:
							
							
							"Chamo-me Al Khosam, sou um agente das forças da ordem. Prestava
							serviço na cidade de Taldou, distrito de Al-Houla, uma província
							de Homs. Na sexta-feira, o nosso posto de controlo foi atacado por um grande
							grupo de militantes. Eram milhares.
							
							
							P: Como é que se defendeu?
							
							
							R: Com uma simples arma. Tínhamos 20 pessoas, pedimos reforços e
							quando vinham a caminho, fui ferido e só retomei consciência no
							hospital. Os atacantes eram de Ar-Rastan e Al-Hula. Os rebeldes controlam
							Taldou. Queimaram casas e mataram pessoas e famílias, porque eram leais
							ao governo. Violaram mulheres e mataram as crianças".
							
							
							Entrevista com um soldado ferido:
							
							
							"Chamo-me Ahmed Mahmoud al Khali. Sou da cidade Manbej. Fui ferido em
							Taldou. Pertenço a um grupo de apoio que foi em ajuda dos nossos
							camaradas que estavam de serviço no posto de controlo.
							
							
							Os militantes destruíram dois veículos de combate de infantaria e
							um BRDM que estava no nosso posto de controlo. Fomos para Taldou num BMP,
							buscar os nossos camaradas feridos no posto de controlo do centro da cidade.
							Trouxemo-los no BMP, e eu ocupei o lugar deles.
							
							
							Pouco depois chegaram os observadores da ONU. Vieram ter connosco, nós
							levámo-los a casa das famílias que foram mortas pelos bandidos.
							
							
							Vi uma família de três irmãos e o pai no mesmo quarto.
							Noutro quarto encontrámos crianças mortas e a mãe delas. E
							noutro ainda  um velho, morto na mesma casa. Ao todo, cinco homens,
							mulheres e crianças. A mulher violada e com um tiro na cabeça,
							tapei-a com um cobertor. E a comissão viu-os a todos. Puseram-nos no
							carro e foram-se embora. Não sei para onde os levaram, provavelmente
							para serem sepultados".
							
							
							Um residente de Taldou no telhado da delegacia da polícia.
							
							
							"Na sexta-feira à tarde eu estava em casa. Ao ouvir os tiros,
							saí para ver o que é que estava a acontecer e vi que o fogo vinha
							do lado norte, na direcção do posto de controlo do
							exército. Como o exército não ripostou, eles
							começaram a aproximar-se da casa onde depois a família foi morta.
							Quando o exército começou a ripostar, eles usaram as mulheres e
							as crianças como escudos humanos e continuaram a disparar sobre o posto
							de controlo. Quando o exército começou a responder, fugiram.
							Depois disso, o exército agarrou nas mulheres e crianças
							sobreviventes e puseram-nas em segurança. Nessa altura, a Al Jazeera
							pôs imagens no ar e disse que fora o exército que fizera o
							massacre em Al Hula.
							
							
							A verdade é que eles mataram os civis e crianças em Al-Hula. Os
							bandidos não permitiram que ninguém fizesse o trabalho deles.
							Roubaram tudo aquilo a que puderam deitar a mão: trigo, farinha,
							petróleo e gasolina. A maior parte dos combatentes era da cidade de Ar
							Rastan".
							
							
							Depois de conquistarem a cidade, levaram os corpos dos seus camaradas mortos,
							assim como os corpos das pessoas e das crianças que mataram na mesquita.
							Transportaram os corpos em carrinhas KIA. A 25 de Maio, por volta das 8 da
							noite, os cadáveres já estavam na mesquita. No dia seguinte
							às 11 da manhã chegaram os observadores da ONU à mesquita.
							
							
							
								Desinformação dos meios de comunicação
							
							
							
							Para exercer pressão sobre a opinião pública e alterar as
							posições da Rússia e da China, foram preparados com
							antecedência textos e subtítulos em russo e em chinês, a
							dizer: "Síria  Homs  a cidade de Hula. Um
							terrível massacre perpetrado pelas forças armadas do regime
							sírio contra civis na cidade de Houla. Dezenas de vítimas - e o
							seu número aumenta - principalmente mulheres e crianças,
							brutalmente mortas por bombardeamento indiscriminado da cidade".
							
							
							Dois dias depois, a 27 de Maio, depois de os relatos dos moradores e dos
							registos de vídeo mostrarem que os factos não corroboravam a
							acusação de bombas, os vídeos dos bandidos sofreram
							alterações significativas. No final do texto aparecia este
							pós-escrito: "E alguns foram mortos com facas".
							
							
							Marat Musin, Olga Kulygina, Al-Houla, Syria
							
							
							
								Ver também:
								
								
								O original (em russo) encontra-se em 
								 http://maramus.livejournal.com/86539.html
								,
								a versão em inglês em
								
								 http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=31184
								 e em
								
								 
								 http://www.syrianews.cc/syria-journalist-houla-massacre-703.html
								. Tradução de Margarida Ferreira.
							
							
							
								Este artigo encontra-se em
								 http://resistir.info/
								.