A agressão dos EUA na Síria um plano imperialista
por
Strategic Culture Foundation
[*]
O prolongado conflito da Síria e a miséria que o acompanha ao
longo dos seus oito anos de duração não é casual.
É
intencional. Intenção imperialista americana.
À primeira vista, notamos o agravamento censurável até o
absurdo deste conflito.
A Turquia, que invadiu a Síria cerca de um mês atrás, em
violação da sua soberania, esta semana acusou Damasco de
"terrorismo" depois de o governo sírio ter enviado
forças para defender a área norte próxima de Afrin sob
assalto da Turquia.
Enquanto isso, forças estado-unidenses, mais uma vez a ocupar
ilegalmente a Síria em violação do direito internacional,
afirmam estar a combater a milícia. Mas mais frequentemente do que
nunca, os americanos estão a dar protecção a vários
grupos terroristas. Então, quando forças do Estado sírio
avançam para limpar os grupos terroristas, os EUA afirmam que
estão a actuar em "auto-defesa" ao massacrar unidades inteiras
do exército sírio.
Um novo absurdo é da responsabilidade da França, a qual tem
estado a bombardear a Síria ilegalmente junto com os EUA e a
Grã-Bretanha, advertindo a milícia iraniana, a qual está
legalmente presente na Síria devido à aprovação de
Damasco, de que tem de se retirar do país.
Como se a situação não pudesse ficar ainda mais bizarra,
Israel executou mais de 100 ataques aéreos à Síria,
afirmando que a agressão são "actos de auto-defesa".
O governo sírio do presidente Assad é a autoridade soberana do
país, tal como reconhecido por resoluções da ONU. Ele tem
o direito de defender a sua nação e reclamar áreas que
foram usurpadas por grupo armadas ilegalmente. Virtualmente todos estes
insurgentes são
proxies
apoiados pelo estrangeiros que têm estado a travar uma guerra pela
mudança de regime de acordo com os desígnios dos seus
patrocinadores estrangeiros.
As únicas forças armadas legalmente presentes na Síria
são aquelas da Rússia, do Irão e da milícia
associada as quais foram requeridas legalmente pelo governo sírio para
ajudar na defesa do estado em relação a uma guerra apoiada pelo
estrangeiro.
Está dentro do direito soberano do governo sírio recuperar todas
as áreas, incluindo o subúrbio leste de Ghouta próximo
à capital Damasco. O distrito tem sido mantido sob sítio por
extremistas apoiados pelo estrangeiro conhecidos pelo nome de Jaysh al Islam,
os quais são filiados a grupos de terror proscritos internacionalmente
como Frente Al Nusra e Estado Islâmico.
O ímpeto para libertar Ghouta Leste verificou-se porque os militantes
têm estado a disparar morteiros à vizinha Damasco, com resultados
mortais.
Não só os Estados ocidentais violam o direito internacional ao
entravar militarmente o exército sírio e os seus aliados no
resgate do país de insurgentes estrangeiros, como governos e media
ocidentais estão a intensifiar uma campanha de propaganda numa tentativa
de atar atrás das costas as mãos das forças do estado
sírio distorcendo o seu dever legal como "barbárie".
Do meio milhão de pessoas que morreram nos últimos sete anos de
guerra na Síria, estima-se que aproximadamente a metade do total eram
membros do exército sírio.
Em acrescento às calúnias do ocidente acerca da Síria
estão afirmações de que forças do Estado
sírio têm utilizado armas químicas sobre
populações civis. A evidência aponta para o facto de que
são os chamados jihadistas apoiados pelo ocidente que têm estado a
utilizar furtivamente estas armas para actuações de propaganda de
falsa bandeira.
Para entender o caótico conflito na Síria, devemos mencionar os
desígnios imperiais, velhos de décadas, dos EUA e seus aliados em
relação ao país. O governo americano e o britânico,
desde Eisenhower e Churchill na década de 1950, quiseram desestabilizar
e subjugar a República Árabe uma antiga colónia
francesa.
Em 1996, uma nova geração de imperialistas em Washington,
liderada por Richard Perle, Douglas Feith, David Wurmser e outros
neoconservadores formulou a estratégia "Clean Break". Esta
estratégia, em conjunto com Israel, pretendia desestabilizar e
"repelir" a Síria devido à sua aliança com a
Rússia, Irão e Hezbollah.
Mais amplamente, os neoconservadores em Washington declararam abertamente o seu
objectivo de balcanizar toda a região a fim de, de acordo com o seu
cálculo, tornar Israel mais seguro. A Síria e o Iraque eram as
principais prioridades para o caos imposto pelos EUA.
Significativamente, a estratégia Clean Break designava a Turquia como um
parceiro para os EUA e Israel implementarem este plano.
Os mesmos planeadores neoconservadores americanos continuaram a ocupar
posições chave no Pentágono e no Departamento de Estado
durante administrações do presidente George W. Bush. Há
toda a razão para acreditar que o seu estratagema de caos organizado
como um meio de exercer hegemonia sobre o Médio Oriente rico em
petróleo continua a ser a política condutora, embora
tácita, do governo dos EUA sob o presidente Trump.
A Rússia, o Irão e o Hezbollah em grande medida ajudaram a
Síria a por fim à guerra no fim do ano passado com o
afugentamento generalizado de insurgentes apoiados pelo estrangeiro. Contudo,
um processo de paz subsequente intermediado pela Rússia, Irão e
Turquia perdeu impulso. A violência na Síria parece estar a
inflamar-se outra vez.
A crescente presença militar aberta de forças dos EUA e turcas,
bem como incursões israelenses, é o factor mais claro no
ressurgimento do conflito. Mas do que nunca, os EUA e seus aliados estão
a operar com um descarado desígnio imperial de desmembrar a Síria
e sua integridade territorial.
Isto é nada menos que agressão criminosa por parte de Washington
seguindo um plano deliberado de dominação regional. Esta intriga
imperialista deveria ser chamada por aquilo que é pelas
Nações Unidas. Mas ao invés de apoiar a Carta das
Nações Unidas, figuras de topo estão a juntar-se ao coro
ocidental na condenação da Síria pela defesa dos seus
direitos nacionais.
A ONU está a parecer-se como a ineficaz Liga das Nações na
década de 1930 quando estimulou a agressão nazi e fascista. O que
os EUA e seus aliados estão a fazer agora na Síria é uma
repetição a assoprar as chamas de uma guerra mais vasta no
Médio Oriente.
As leis e a soberania estão a ser esmagadas à vontade e ainda
assim os media ocidentais e a ONU estão cegos para a agressão. Na
verdade, eles estão a inverter a realidade ao culpar
estados-vítima pela agressão.
O ponto principal directo é que os EUA, Turquia, Israel e outras
potências da NATO devem retirar-se da Síria. Respeitar a soberania
da Síria e desistir de intrigas criminosas para mudança de
regime. Isto é um cumprimento mínimo do direito internacional.
Se estes protagonistas persistirem nos seus esquemas criminosos, a
região estará a encaminhar-se para uma conflagração
de não poupará ninguém.
23/Fevereiro/2018
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O original encontra-se em
www.strategic-culture.org/...
Este editorial encontra-se em
http://resistir.info/
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