O novo ataque contra os trabalhadores não deve passar!
PAME convoca todos os trabalhadores a levantarem-se e irem à greve a 23
de Junho
Com o decreto presidencial promulgado na quarta-feira pelo ministro do
Trabalho, o governo cria a mais bárbara selva nas relações
de trabalho. Ele procura assestar uma pancada decisiva nos direitos dos
trabalhadores. Ele aplica as instruções do memorando, que foram
promovidas pelo governo, pela UE e pelo FMI.
Segundo estas medidas:
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São abolidos acordos colectivos de trabalho.
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São reduzidos drasticamente os salários mínimos,
especialmente para os jovens.
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Pagamentos de desemprego são drasticamente reduzidos em 50%.
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O salário mínimo é abolido para jovens até os 25
anos.
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Jovens até os 21 anos receberão 80% do correspondente acordo
colectivo ou do Acordo Nacional de Trabalho Colectivo.
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Jovens entre os 21 e os 25 anos receberão 85% dos salários
mínimos.
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O actual salário mínimo de acordo com o acordo de trabalho
colectivo (740 euros) cai para 592 euros brutos, o que significa que um jovem
empregado ganhará 470 euros líquidos e um dia de trabalho de 21
euros!...
-
Os regulamentos para os aprendizes implicarão dois anos de cortes de 500
euros sobre os seus já baixos salários.
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Demissões em massa são promovidas mais decisivamente por lei,
como o actual patamar de redundância (2% por mês), o qual se aplica
a empresa que empreguem mais de 200 empregados, aumenta para 5% e aplica-se a
empresas que empreguem mais de 150 empregados, ao passo que nas empresas com
menos de 20 empregados não se aplica de todo.
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Pagamentos de desemprego são reduzidos em 50% (de 24 salários
para 12).
Ao mesmo tempo, o governo, a UE e o FMI demolem os direitos do povo à
segurança social e às pensões, abolindo pensões e
substituindo-as por uma ajuda de custo
(allowance)
e forçando o povo a trabalhar após os 65 anos de idade.
Além disso, eles cortam e comercializam cuidados de saúde.
KKE: o povo trabalhador deve perceber a profundidade do ataque
O KKE respondeu imediatamente a estas medidas. A secretária-geral do CC
do KKE, Aleka Papariga, deu uma conferência de imprensa sobre estes
desenvolvidos em enfatizou:
"A elevada dívida pública não foi criada pelos
empregados e o povo mas sim pela alta lucratividade, os enormes
subsídios do estado, os privilégios e os cortes fiscais aos
grupos de negócios. Os grupos de negócios são saqueadores.
Nos dias de hoje, eles são os credores do governo grego. Eles
participaram na elaboração do grotesco memorando anti-povo. O
povo grego não deve reconhecer e respeitar a dívida e nem o
memorando.
"Perguntamos ao governo e pessoalmente ao primeiro-ministro o que as
dezenas de milhares de famílias trabalhadoras deveriam fazer quando
não forem capazes de pagar as contas, as portagens, os impostos, quando
não forem capazes de comprar o alimento necessário para as suas
famílias. O que fará o governo? Será que enviará
todos para a prisão?
"O povo deve declarar guerra à guerra do governo PASOK, da
plutocracia,
da UE e do FMI que é constantemente intensificada. Os
trabalhadores são transformados em exércitos de famélicos.
"O Decreto Presidencial sobre relações de trabalho demonstra
que o governo e seus aliados estão literalmente sem
hesitações. Eles são os coveiros dos ganhos remanescentes
das pessoas. Eles impõem um regime Dachau para o resto da vida. As
pessoas são condenadas a viver e a trabalhar desde os 15 anos de idade
até serem idosos para uma única finalidade: alimentar o Minotauro
capitalista. As medidas para as relações de trabalho e o sistema
de segurança social que eles promovem condenam o povo a trabalhar por um
salário mínimo, pensão e cuidados de saúde.
"Há uma desregulamentação do patamar de
demissão, uma redução drástica dos pagamentos por
indisponibilidade, uma legalização das permissões por
emprego não registado para jovens, os quais são conduzidos
à escravidão da aprendizagem com um salário de fome de 592
bruto 470 líquido!
"O desmantelamento do sistema de segurança social, o aumento
drástico das idades de reforma para todos e ainda mais para as mulheres
trabalhadores e a redução drástica de pensões
condena os trabalhadores a trabalharem 40 anos sucessivos a fim de receberem um
auxílio ao invés de uma pensão. Estas medidas realmente
abolem pensões impõem cortes drásticos no cuidados de
saúde.
"O povo trabalhador e seus filhos estão condenados a um pesadelo de
insegurança, a uma árdua luta a vida toda pela
sobrevivência.
"Os trabalhadores precisam perceber a profundidade e a ferocidade da
ofensiva contra a sua classe. O governo, o LAOS que o apoia fortemente, o ND
que consente, objectivam servir os interesses e necessidades do grande capital.
O seu objectivo é fazer os trabalhadores pagarem pelas
consequências da crise capitalista, pela qual não têm
qualquer responsabilidade, e assegurar os futuros altos lucros e o
fortalecimento do capital grego. Eles aboliram os ganhos que restavam aos
trabalhadores a fim de dar um sopro de vida ao terminalmente doente modo de
produção capitalista. O capitalismo está obsoleto,
apodrecido e parasitário. Ele não pode ultrapassar suas
contradições inerentes e portanto tornar-se mais agressivo em
relação à classe trabalhadora, os empregados por conta
própria, os pequenos e médios empresários.
"O dever dos trabalhadores e da juventude para com o seu presente e seu
futuro é não render-se ao governo, aos partidos burgueses e aos
mecanismos da burguesia. Agora, eles devem resolutamente, tenazmente e de um
modo organizado resistir às medidas capitalista bárbaras. Advogar
pelos seus direitos e ir à ofensiva.
"O KKE apela à classe trabalhadora, à juventude, às
mulheres, aos pensionistas e aos camponeses pobres a unirem as suas
forças numa unidade decisiva para a batalha. Devemos impedir estas
medidas e derrotar a política anti-povo e os seus executantes. Deixemos
de enganar-nos, o desenvolvimento capitalista só leva à
adversidade e ao sofrimento, à exploração selvagem da
juventude e ao abandono dos idosos.
"É preciso uma frente unida de luta por um caminho de
desenvolvimento que sirva as necessidades do povo ao invés da
lucratividade dos monopólios. Nesta via, a classe trabalhadora e o povo
ganharão os seus modernos direitos à vida".
O PAME apela a uma greve geral de 24 horas à escala nacional
A classe trabalhadora e o povo não são responsáveis pela
dívida. O PAME (Frente MIlitante de Todos os Trabalhadores) apela a uma
Greve Geral Nacional, em massa e militante, a 23 de Junho. O PAME urge os
trabalhadores a abandonarem a liderança sindical conciliatória do
GSEE e do ADEDY (confederações dos sectores privado e
público, respectivamente), os quais vergonhosamente, acerca destas
medidas do governo, declararam: "Nos lugares onde estas medidas foram
introduzidas, a competitividade não aumentou, os preços dos
alimentos não caíram, o número de empregos não
aumentou"!!! Eles meramente descrevem o decreto como
"inconstitucional e inaceitável".
O PAME, ao contrário, emitiu uma declaração orientada pelo
sentido de classe: "O 23 de Junho será uma resposta maciça,
decisiva e militante. Todos vão à greve. Nós podemos
travá-los. Os sindicatos devem organizar a luta nos lugares de trabalho.
Os trabalhadores de todas e cada uma das empresas devem tomar parte na greve a
fim de responder com êxito ao crime contra os direitos da classe
trabalhadora".
Na quinta-feira, 17 de Junho, foram efectuadas reuniões em todas as
principais cidades do país. Foi dada uma resposta inicial. As
exigências dos trabalhadores são:
Cancelar as leis contra o seguro social.
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Assinar imediatamente o acordo colectivo nacional e os acordos colectivos de
ramos concedendo aumentos substanciais de salários.
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"Não" à eliminação do pagamento de
indisponibilidade.
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"Não" aos despedimentos colectivos
(layoffs).
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Protecção do desempregado, benefícios de desemprego
equivalentes a 1.120 euros.
O original encontra-se em
http://inter.kke.gr/News/2010news/2010-06-18-info
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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