por Ellen Hodgson Brown
[*]
INTRODUÇÃO: CAPTURADOS PELA ARANHA DA DÍVIDA
O presidente Andrew Jackson denominou o cartel bancário de "monstro
de muitas cabeças, como a hidra a devorar a carne do homem comum".
O presidente da municipalidade de Nova York, John Hylan, a escrever na
década de 1920, chamou-a de "polvo gigante" que "captura
nos seus longos e poderosos tentáculos nossos responsáveis
executivos, nossos corpos legislativos, nossas escolas, nossos tribunais,
nossos jornais e toda agência criada para a protecção
pública". A aranha da dívida devorou propriedades
agrícolas, lares e todos os países que ficaram presos na sua
teia. Num artigo de Fevereiro de 2005 intitulado "A morte da banca"
("The Death of Banking"),
o comentador financeiro Hans Schicht escreveu:
O facto de ao banqueiro ser permitido conceder crédito várias
vezes superior à sua própria base de capital e de os carteis
bancários, os bancos centrais, serem autorizados a emitir dinheiro de
papel fresco em troca de papéis do tesouro, proporcionou-lhes
almoços gratuitos para a eternidade...
Através de uma rede de aranhas financeiras anónimas a tecerem a
teia, apenas um punhado de Banqueiros Reis globais possui e controla isto
tudo... Tudo, pessoas, empresas, Estado e países estrangeiros, todo se
tornam escravos aprisionados ao Banqueiro pelos grilhões do
crédito.
[1]
Schicht escreve que durante a sua carreira teve oportunidade de observar as
manigâncias das finanças a partir de dentro. O jogo ficou
tão centralizado e concentrado, afirma ele, que a maior parte da banca e
das empresas dos EUA está agora sob o controle de um pequeno grupo
fechado de homens. Ele denomina o jogo de "aranhas tecelonas". As
suas regras incluem:
-
Tornar invisível qualquer concentração de riqueza.
-
Exercer controle através de "alavancagem"
fusões, tomadas, cadeias partilhadas de holdings em que uma companhia
possui acções de outras companhias, condições
anexadas a empréstimos e assim por diante.
-
Exercer administração e controle pessoal duros, com um
mínimo de iniciados
(insiders)
e de homens de fachada, os quais têm apenas um conhecimento parcial do
jogo.
O falecido Dr. Carroll Quigley foi escritor e professor de história na
Georgetown University e ali foi mentor do presidente Bill Clinton. O Dr.
Quigley escreveu a partir do seu conhecimento pessoal acerca de uma clique de
elite de financeiros globais empenhados em controlar o mundo. O seu objectivo,
disse ele, era "nada menos do que criar um sistema mundial de controle
financeiro em mãos privadas capaz de dominar o sistema político
de cada país e a economia do mundo como um todo". Este sistema era
"para ser controlado de um modo feudal pelos bancos centrais do mundo a
actuarem em concertação, por acordos secretos".[2] Ele
chamava a este clique simplesmente os "banqueiros internacionais". A
sua essência não era raça, religião ou nacionalidade
mas apenas uma paixão pelo controle sobre outros humanos. A chave para o
seu êxito era que controlassem e manipulassem o sistema monetário
de um país enquanto permitiam que ele parecesse ser controlado pelo
governo.
Os banqueiros internacionais tiveram êxito em fazer mais do que
simplesmente controlar a oferta monetária. Hoje eles realmente criam a
oferta monetária, embora fazendo com que a mesma pareça ser
criada pelo governo. Este esquema tortuoso foi revelado por Sir Josiah Stamp,
director do Banco da Inglaterra e o segundo homem mais rico da
Grã-Bretanha na década de 1920. Ao falar na Universidade do Texas
em 1927, ele lançou esta bomba:
O sistema bancário moderno fabrica dinheiro a partir do nada.
O processo é talvez a mais espantosa peça de
prestidigitação alguma vez já inventada. A banca foi
concebida na desigualdade e nasceu no pecado... Os banqueiros possuem a terra.
Tome-a deles mas deixem-nos o poder de criar dinheiro e, com um toque de
caneta, eles criarão bastante dinheiro para comprá-la outra
vez... Retirem-lhes este grande poder e todas as grandes fortunas, como a
minha, desaparecerão, e então isto seria um mundo melhor e mais
feliz para nele viver... Mas
se quiserem continuar a serem escravos de banqueiros e pagarem o custo da sua
própria escravidão, então deixem os banqueiros continuar a
criar dinheiro e controlar o crédito.
[3]
O Professor Henry C. K. Liu é economista licenciado por Harvard e
presidiu um departamento na Universidade da Califórnia-Los Angeles antes
de se tornar conselheiro de investimento de países em desenvolvimento.
Ele considera o actual esquema monetário como "farsa cruel".
Quando acordarmos para este facto, afirma ele, toda a nossa visão
económica do mundo precisará ser reordenada, "assim como a
física foi sujeita a reordenamento quando a visão do homem mudou
com a percepção de que a terra não é
estacionária nem é o centro do universo". [4] A farsa
é que não há virtualmente nenhum dinheiro "real"
no sistema, apenas dívidas. Excepto para moedas, as quais são
emitidas pelo governo e constituem apenas cerca de um milésimo da oferta
monetária,
toda a oferta monetária dos EUA consiste agora de dívida a bancos
privados, pois eles criam o dinheiro com entradas nas suas contabilidades.
Tudo é feito por prestidigitação e, como num truque de
mágico, temos de assisti-lo muitas vezes antes de percebermos o que
está a acontecer. Mas quando o fizermos, isto tudo muda. Toda a
história tem de ser reescrita.
Os capítulos seguintes rastreiam a teia de enganos que nos afundou na
dívida e apresenta uma solução simples que poderia tornar
o país solvente outra vez. Não é uma nova
solução mas remonta à Constituição: o poder
de criar dinheiro precisa ser devolvido ao governo e ao povo que ele
representa. A dívida federal poderia ser paga, os impostos sobre o
rendimento poderiam ser eliminados e os programas sociais poderiam ser
expandidos; e tudo isto poderia ser feito sem impor medidas de austeridade
sobre o povo ou sem atear inflação galopante. Utópico como
possa parecer, isto representa o pensamento de alguns dos melhores e mais
brilhantes homens da América, históricos e contemporâneos,
incluindo Abraham Lincoln, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin. Dentre outros
factos impressionantes explorados neste livro destaca-se que:
-
O "Federal" Reserve não é realmente federal. É
uma corporação privada possuída por um consórcio de
bancos multinacionais muito grandes (Capítulo 13)
-
Excepto quanto a moedas, o governo não cria dinheiro. As notas de
dólar (Federal Reserve Notes) são criadas pelo privado Federal
Reserve, o qual empresta-as ao governo. (Capítulo 2)
-
A divisa tangível (moedas e notas de dólar) em conjunto
constitui menos de 3 por cento da oferta monetária dos EUA. Os outros 97
por cento existem apenas como entradas de dados em écrans de computador,
e todo este dinheiro foi criado por bancos na forma de empréstimos.
(Capítulos 2 e 17)
-
O dinheiro que os bancos emprestam não é reciclado a partir de
depósitos pré-existentes. É dinheiro novo, o qual
não existe até ser emprestado. (Capítulos 17 e 18)
-
Trinta por cento do dinheiro criado pelos bancos com entradas na
contabilidade é investido nas suas próprias contas.
(Capítulo 18)
-
O sistema bancário americano, o qual no passado concedia
empréstimos produtivos à agricultura e à indústria,
tornou-se hoje uma máquina gigante de apostas. Uns estimados US$370
milhões de milhões
(trillion)
estão agora a cavalgar complexas apostas de alto risco conhecidas como
derivativos 28 vezes os US$13 milhões de milhões do
produto anual de toda a economia dos EUA. Estas apostas são financiadas
por grandes bancos dos EUA e são feitas em grande medida com dinheiro
emprestado criado num écran de computador. Os derivativos podem ser, e
têm sido, utilizados para manipular mercados, saquear negócios e
destruir economias competidoras. (Capítulos 20 e 32)
-
A dívida federal dos EUA não tem sido liquidada desde os dias
de Andrew Jackson
[NR 1]
. Só os juros são pagos, enquanto a parte principal continua a
crescer. (Capítulo 2)
-
O imposto federal sobre o rendimento foi instituído especificamente
para coagir os contribuintes a pagarem os juros devidos aos bancos sobre a
dívida federal. Se a oferta monetária houvesse sido criada pelo
governo ao invés de ser emprestada dos bancos que a criaram, o imposto
sobre o rendimento teria sido desnecessário. (Capítulos 13 e 43)
-
Só os juros sobre a dívida federal em breve serão
maiores do que os contribuintes podem permitir-se pagar. Quando não
pudermos pagar, o sistema do dólar baseado na dívida da Reserva
Federal deve entrar em colapso. (Capítulo 29)
-
Ao contrário d crença popular, a inflação
rastejante não é provocada pela impressão
irresponsável de dólares por parte do governo. É provocada
pelos bancos que expandem a oferta monetária com empréstimos.
(Capítulo 10)
-
A maioria das inflações galopantes vistas nas
"repúblicas de bananas" foi provocada não por governos
nacionais a imprimirem excesso de dinheiro e sim por especuladores
institucionais globais a atacarem e a desvalorizarem-nas nos mercados
internacionais. (Capítulo 25)
-
A mesma espécie de desvalorização especulativa poderia
acontecer ao dólar dos EUA se os investidores internacionais o
abandonassem como divisa global de "reserva, algo que eles estão
agora a ameaçar fazer em retaliação pelo que entendem ser
o imperialismo económico americano. (Capítulos 29 e 37)
-
Há um caminho para fora deste pântano. Os primitivos
colonizadores americanos descobriram-no, tal como Abraham Lincoln e alguns
outros líderes nacionais: o governo pode recuperar, tomando de volta, o
poder de emitir dinheiro dado aos bancos. (Capítulos 8 e 24)
As Federal Reserve Notes dos banqueiros e as moedas do governo representam dois
sistemas monetários separados que têm estado a competir pelo
domínio ao longo da história registada. Houve tempo em que o
direito de emitir moeda era o direito soberano do rei; mas aquele direito foi
usurpado por agiotas. Hoje o soberano é o povo e as moedas, que
constituem menos de um milésimo da oferta monetária, são
tudo o que restou da nossa soberania monetária. Muitos países
emitiram com êxito o seu próprio dinheiro, pelo menos durante
algum tempo; mas o dinheiro-dívida dos banqueiros geralmente infiltrou o
sistema e acabou por tomá-lo. Estes conceitos são tão
estranhos em relação ao que nos tem sido ensinado que pode ser
difícil envolver as nossas mentes em torno deles, mas os factos foram
fundamentados por muitas autoridades confiáveis. Para citar umas poucas:
Robert H. Hemphill, Administrador de Crédito do Federal Reserve Bank of
Atlanta, escreveu em 1934:
Estamos completamente dependentes dos bancos comerciais.
Alguém tem de tomar emprestado todo dólar que temos em
circulação, cash ou crédito.
Se os bancos criam muito dinheiro sintético estamos prósperos;
se não, passamos fome.
Estamos absolutamente sem um sistema monetário permanente.
Quando alguém obtém um domínio completo do quadro, o
absurdo trágico da nossa posição sem esperança
é quase incrível, mas ali está.
Este é o assunto mais importante para pessoas inteligentes investigarem
e reflectirem.
[5]
Graham Towers, Governador do Bank of Canada de 1935 a 1955, reconheceu:
Bancos criam dinheiro. Isso é o que eles fazem... O processo de
fabricação do dinheiro consiste em fazer uma entrada num livro.
Isso é tudo...
Cada vez que um banco faz um empréstimo... novo crédito
bancário é criado dinheiro novo em folha.
[6]
Robert B. Anderson, Secretário do Tesouro no governo Eisenhower, disse
numa entrevista publicada no número de 31/Agosto/1959 da
U.S. News and World Report:
Quando um banco faz um empréstimo, ele simplesmente acrescenta à
conta de depósito do tomador naquele banco a quantia do
empréstimo.
O dinheiro não é tomado do depósito de qualquer outra
pessoa, ele não foi pago anteriormente ao banco por qualquer pessoa.
É dinheiro novo, criado pelo banco para a utilização do
tomador.
Michel Chossudovsky, Professor de Ciências Económicas na
Universidade de Ottawa, durante a crise de divisas asiática de
1998 afirmou:
As reservas monetárias mantidas nas mãos de "especuladores
institucionais" excedem de longe as limitadas capacidades dos bancos
centrais do mundo. Este últimos, a actuarem de forma individual ou
colectiva, já não são capazes de combater a maré de
actividade especulativa.
A política monetária está nas mãos de credores
privados que têm a capacidade de congelar orçamentos de Estado,
paralisar processos de pagamento, impedir o desembolso regular de
salários para milhões de trabalhadores (como na antiga
União Soviética) e precipitar o colapso de programas de
produção e sociais.
[7]
Hoje, as Federal Reserve Notes e os empréstimos em US dólar
dominam a economia do mundo; mas esta divisa internacional não é
dinheiro emitido pelo povo americano ou o seu governo. É dinheiro criado
e emprestado por um cartel privado de banqueiros internacionais, e este cartel
capturou os próprios Estados Unidos irremediavelmente numa teia de
dívida. Em 2006, a dívida conjunta pessoal, corporativa e federal
nos Estados Unidos atingiu uns estarrecedores 44 milhões de
milhões de dólares quatro vezes o rendimento nacional
colectivo, ou US$147.312 para todo homem, mulher e criança no
país.[8] Os Estados Unidos estão legalmente em bancarrota,
definido no dicionário como ser incapaz de pagar as próprias
dívidas, estar insolvente, ou ter passivos em excesso em
relação a um valor de mercado razoável dos activos
possuídos. Em Outubro de 2006, a dívida do governo dos EUA
atingiu uma quantia de tirar o fôlego: US$8,5 milhões de
milhões. Os governos locais, estaduais e nacional estão
tão pesadamente endividados que têm sido forçados a
liquidar activos públicos para satisfazer credores. Escolas apinhadas,
estradas apinhadas e cortes nos transportes públicos estão a
erodir a qualidade de vida americana. Um relatório de 2005 da American
Society of Civil Engineers atribuiu à infraestrutura do país uma
graduação global de D, incluindo suas estradas, pontes, sistemas
de água potável e outras obras públicas. "Os
americanos estão a gastar mais tempo paralisados no tráfego e
menos tempo com as suas famílias", disse o presidente do grupo.
"Precisamos estabelecer um plano abrangente e a longo prazo de
infraestrutura" [9] Precisamos mas não podemos, porque o governo
está arruinado a todo nível.
Dinheiro na Terra de Oz
Se os governos por toda a parte estão em dívida, a quem
devem? A resposta é que estão em dívida para com bancos
privados. A "farsa cruel" é que os governos estão em
dívida de dinheiro criado num écran de computador, dinheiro que
poderiam eles próprios ter criado. O vasto poder adquirido
através deste passe de mágica por uma pequena clique de homens a
puxarem os cordéis do governo nos bastidores evoca imagens de
O feiticeiro de Oz
[NR 2]
, um conto de fadas clássico americano que se tornou uma rica fonte de
imagens para comentadores financeiros. O editorialista Christopher Mark
escreveu numa série intitulada "O grande engano":
Benvindo ao mundo do Banqueiro Internacional, o qual, tal como no famoso filme
The Wizard of Oz,
fica por trás das cortinas a orquestar os decisores
da política nacional e internacional e os chamados líderes
eleitos. [10]
O falecido Murray Rothbard, economista da escola clássica
austríaca, escreveu:
Dinheiro e banca foram feitos aparecer como processos misteriosos e
herméticos que devem ser guiados e operados por uma elite
tecnocrática. Eles não são nada disso. Em matéria
de dinheiro, ainda mais do que no restos dos nossos assuntos, temos sido
trapaceados por um maligno Feiticeiro de Oz. [11]
Em 2002, num artigo intitulado "Quem controla o Sistema de Reserva
Federal?", Victor Thorn escreveu:
Na essência, o dinheiro tornou-se nada mais do que ilusão
um número ou quantia electrónica num écran de computador.
... Com o andar do tempo, temos uma tendência crescente para sermos
sugados dentro deste vórtex de irrealidade do Feiticeiro de Oz [por]
sacerdotes-mágicos que utilizam a ilusão do dinheiro como seu
dispositivo de controle. [12]
James Galbraith escreveu em
The New American Prospect:
Nós ficamos ... com a ideia de que o Federal Reserve Board não
sabe o que está a fazer. Isto é a teoria "Feiticeiro de
Oz", na qual afastamos as cortinas só para encontrar um velho com
uma face enrugada, a brincar com luzes e alto-falantes. [13]
As analogias com
O feiticeiro de Oz
funcionam por uma razão. Segundo os mais recentes comentadores, o conto
escrito realmente como uma alegoria monetária, numa época em que
a "questão monetária" era um assunto chave na
política americana. Na década de 1890, os políticos ainda
estavam a debater apaixonadamente quem deveria criar o dinheiro do país
e do que ele deveria consistir. Deveria ser criado pelo governo, com plena
responsabilização para com o povo? Ou deveria ser criado por
bancos privados por trás de portas fechados, para as finalidades
privadas dos próprios bancos?
William Jennings Bryan, o candidato Populista à presidência em
1896 e novamente em 1900, montou o último desafio sério ao
direito de banqueiros privados criarem a oferta monetária nacional.
Segundo os comentadores, Bryan foi representado por Frank Baum, em 1900, no
livro
The Wonderful Wizard of Oz by the Cowardly Lion.
O Leão finalmente provou que era o Rei dos Animais ao decapitar uma
aranha gigante que aterrorizava todos na floresta. A aranha gigante que Bryan
desafiava na viragem do século XX era o cartel bancário
Morgan/Rockefeller, o qual pretendia usurpar o poder de criar o dinheiro do
país ao povo e ao seu governo representativo.
Antes da I Guerra Mundial, dois sistemas opostos de economia política
competiam pelo predomínio nos Estados Unidos. Um operava a partir da
Wall Street, o distrito financeiro de Nova York que veio a ser o símbolo
das finanças americanas. O seu endereço mais importante era Wall
Street 23, conhecido como a "Casa de Morgan". J. P. Morgan era um
agente de poderosos interesses britânicos. Os Feiticeiros da Wall Street
e os banqueiros do Velho Mundo a puxarem seus cordões procurando
estabelecer uma divisa nacional que fosse baseada no "padrão
ouro", uma divisa criada de forma privada pela elite financeiro que
controlava o ouro. O outro sistema remontava a Benjamin Franklin e operava a
partir de Filadelfia, a primeira capital do país, onde foi efectuada a
Convenção Constitucional e a "Society for Political
Inquiries" de Franklin planeou a industrialização e obras
públicas que libertariam a nova república da escravidão
económica à Inglaterra. [14] A facção de Filadelfia
favorecia um banco de acordo com o modelo estabelecido na provinciana
Pennsylvania, onde um gabinete estadual de empréstimos emitia e
emprestava dinheiro, arrecadava os juros e devolvia-o ao governo provincial
para ser utilizado no lugar de impostos. O presidente Abraham Lincoln retornou
ao sistema colonial de dinheiro emitido pelo governo durante a Guerra Civil,
mas ele foi assassinado e os banqueiros reclamaram o controle da máquina
do dinheiro. O golpe silencioso da facção da Wall Street culminou
com a aprovação do Federal Reserve Act em 1913, algo que eles
alcançaram enganando Bryan e outros congressistas desconfiados
levando-os a pensar que o Federal Reserve era realmente federal.
Hoje, o debate sobre quem deveria criar a oferta monetária nacional
é ouvido raramente, principalmente porque poucas pessoas percebem mesmo
que isso é uma questão. Políticos e economistas, assim
como toda a gente, simplesmente assumem que o dinheiro é criado pelo
governo e que a "inflação" de que todos se queixam
é provocada por um governo fora de controle que faz correr as
impressoras do dólar. Os mestres dos fantoches que trabalhavam a
máquina do dinheiro eram mais visíveis na década de 1890
do que são hoje, em grande medida porque eles ainda não haviam
tido êxito em comprar os media e dominar a opinião pública.
A teoria económica é um assunto árido e amedrontador que
foi tornado intencionalmente complexo pelo interesse dos bancos em esconder o
que realmente está a acontecer. É um assunto que precisa de
esclarecimento urgente, com imagens, metáforas, personalidades e um
enredo. Assim, antes de entrar nos tediosos pormenores do sistema moderno de
dinheiro-baseado-sobre-dívida, efectuaremos uma excursão ao
passado, a um tempo mais simples, quando as questões monetárias
eram mais óbvias e ainda assim tópico de discussões
candentes. A linha mestra do enredo de
O feiticeiro de Oz
foi traçada
para a primeira de sempre marcha sobre Washington, liderada por um obscuro
homem de negócios de Ohio que em 1894 procurou persuadir o Congresso a
retornar ao sistema de Lincoln de dinheiro emitido pelo governo. Além de
disparar um século de marchas de protesto e o mais famoso conto de fadas
do país, este visionário pouco conhecido e o bando de
desempregados que ele liderou podem realmente ter tido a solução
para todo o problema monetário, então e agora.
NR 1: Andrew Jackson: 7º presidente dos Estados Unidos (1829-1837)
NR 2: O Feiticeiro de Oz, filme de 1938 estrelado por Judy Garland (baseado num
livro de 1901 de L. Frank Baum)
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Conteúdo de
A teia da dívida
Sumário/Agradecimentos
Prefácio, por Reed Simpson, Banker and Developer
Introdução: Capturado pela aranha da dívida
Secção I A ESTRADA DE LADRILHOS AMARELOS: DO OURO
ÀS FEDERAL RESERVE NOTES
1- Lições de
O feiticeiro de Oz
2- Por trás da cortina: O Federal Reserve e a dívida federal
3- Experimentos em utopia: Papel-moeda colonial como moeda de curso legal
4- Como o governo foi persuadido a tomar emprestado o seu próprio
dinheiro
5- Dos matriarcado da abundância aos patriarcados da dívida
6- Puxando os cordéis do rei: Os agiotas tomam a Inglaterra
7- Enquanto o Congresso cochila em campos de papoulas: Jefferson e Jackson
tocam o alarme
8- Espantalho com cérebro: Lincoln frustra os banqueiros
9- Lincoln perde a batalha com os mestres das finanças europeias
10- A grande impostura: O padrão ouro e o homem de palha da
inflação
Secção II OS BANQUEIROS CAPTURAM A MÁQUINA DO
DINHEIRO
11- Nada como o lar: A combater pela propriedade agrícola familiar
12- Cabeça pretensiosas e mãos invisíveis: O governo
secreto
13- Reunião de bruxas: O caso da Ilha Jekyll e o Federal Reserve Act de
1913
14- A domar o leão: O imposto federal sobre o rendimento
15- Graves consequências: A Grande Depressão
16- A lubrificar as juntas enferrujadas da economia: Roosevelt, Keynes e o New
Deal
17- Wright Patman revela a máquina do dinheiro
18- Um olhar ao manual do Fed: "Modern Money Mechanics"
19- Ataques de ursos e
short sales:
A devorar mercados de capitais
20- Hedge Funds e derivativos: Um cavalo de cor diferente
Secção III ESCRAVIZADOS PELA DÍVIDA: A REDE DOS
BANQUEIROS ESTENDE-SE A TODO O GLOBO
21- Adeus estrada de ladrilhos amarelos: Das reservas ouro aos
petrodólares
22- A armadilha tequila: A história real por trás da estranha
invasão ilegal
23- A libertar os winkies amarelos: O sistema da nota verde floresce lá
fora
24- Maldição ridicularizada: "Alemanha financia uma guerra
sem dinheiro"
25- Outro olhar à trapaça inflacionária: Alguns
"manuais" de hiper-inflações revisitados
26- Campos de papoila, guerras do ópio e tigres asiáticos
27- A despertar o gigante sonolento: O sistema da nota verde de Lincoln vai
para a China
28- A recuperar a jóia do Império Britânico: Movimento
popular toma a Índia
Secção IV A ARANHA DA DÍVIDA CAPTURA A
AMÉRICA
29- O trabalho duro do Tin Man: Servidão da dívida para os
trabalhadores americanos
30- O isco na armadilha da dívida do consumidor: a ilusão da
propriedade do lar
31- A perfeita tempestade financeira
32- No olho do ciclone: Como a crise dos derivativos paralisou o sistema
bancário
33- Mantendo a ilusão: A amarrar mercados financeiros
34- Colapso: A bancarrota secreta dos bancos
Secção V OS CHINELOS MÁGICOS: RECUPERAR O PODER
MONETÁRIO
35- A progredir da escassez para a abundância tecnicolor
36- O Movimento da Divisa Comunitária: Evitar a teia da dívida
com divisas "paralelas"
37- A questão do dinheiro: Debate entre os defensores do ouro e os da
nota verde
38- A dívida federal: Um caso de pensamento desorganizado
39- Liquidar a dívida federal sem provocar inflação
40- O dinheiro "helicóptero": O novo balão de ar quente
do Fed
Secção VI VENCER A ARANHA DA DÍVIDA: UM SISTEMA
BANCÁRIO QUE SIRVA O POVO
41- Restaurar a soberania nacional com um sistema bancário
verdadeiramente nacional
42- A questão do juro: Ben Franklin resolver o problema do contrato
impossível
43- Salvamento, compra de controle accionário ou tomada corporativa?
Bater os Barões Ladrões no seu próprio jogo
44- O conserto rápido: O governo que paga a si próprio
45- O Tin Man ganha coragem: Resolver o problema da dívida do Terceiro
Mundo
46- Construir uma ponte: Rumo a um novo Bretton Woods
47- Sobre o arco-íris: Governo sem impostos ou dívida
Glossário
Bibliografia seleccionada e leituras sugeridas
Notas
Index
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