O aproximar da guerra
por Paul Craig Roberts
[*]
O regime Obama, revolvendo-se no orgulho e na arrogância, escalou
desenfreadamente a crise ucraniana numa crise com a Rússia.
Deliberadamente ou por estupidez, as mentiras propagandísticas de
Washington estão a conduzir a crise a uma guerra. Relutante em ouvir
mais ameaças sem sentido vindas de Washington, Moscovo já
não
aceita chamadas telefónicas de Obama e de altos responsáveis
estado-unidenses.
A crise na Ucrânia foi originada pelo derrube por Washington do governo
democrático eleito e sua substituição pelos seus sequazes
escolhidos a dedo. Os sequazes trataram de actuar por palavras e
acções contra as populações nos antigos
territórios russos que líderes do Partido Comunista
Soviético haviam anexado à Ucrânia. A consequência
desta política louca é a agitação por parte das
populações que falam russo para retornarem à
Rússia. A Crimeia já se reincorporou à Rússia e a
Ucrânia oriental e outras partes do sul da Ucrânia provavelmente se
seguirão.
Ao invés de perceber o seu erro, o regime Obama encorajou seus sequazes
instalados em Kiev a usarem violência contra aqueles nas áreas que
falam russo, os quais estão a agitar-se por referendos de modo a poderem
votar o seu retorno à Rússia. O regime Obama encorajou a
violência apesar da declaração clara do Presidente Putin de
que os militares russos não ocuparão a Ucrânia a menos que
seja utilizada violência contra os manifestantes.
Podemos seguramente concluir que Washington ou não ouve quando lhe falam
ou deseja a violência.
Como Washington e a NATO não estão posicionadas neste momento
para levar forças militares significativas para dentro da Ucrânia
com que confrontar os militares russos, porque o regime Obama está a
tentar provocar acções dos militares russos? Uma resposta
possível é que o plano de Washington para desalojar a
Rússia da sua base naval no Mar Negro tendo fracassado, o plano de
retirada de Washington é sacrificar a Ucrânia a uma invasão
russa de modo a que possa demonizar a Rússia e forçar um grande
incremento em gastos militares da NATO e em posicionamentos de tropas.
Por outras palavras, o prémio de retirada é uma nova guerra fria
e milhões de milhões
(trillions)
de dólares mais em lucros para o complexo militar/segurança de
Washington.
O punhado de tropas e aviões que Washington enviou para
"reconfortar" os regimes incompetentes naqueles pontos permanentes de
perturbação para o Ocidente Polónia e países
bálticos e os vários navios com mísseis enviados
para o Mar Negro representam nada mais do que provocações
simbólicas.
As sanções económicas aplicadas a responsáveis
individuais russos assinalam apenas a impotência de Washington.
Sanções reais prejudicariam os estados da NATO, fantoches de
Washington, muito mais do que prejudicariam a Rússia.
É claro que Washington não tem intenção de chegar a
qualquer solução com o governo russo. As exigências de
Washington tornam esta conclusão inevitável. Washington
está a exigir que o governo russo puxe o tapete sob as
populações que protestam no leste e sul da Ucrânia e que
force as populações russas na Ucrânia a submeterem-se aos
seus sequazes em Kiev. Washington também pede que a Rússia volte
atrás na reunificação com a Crimeia e a entregue a
Washington de modo a que o plano original de expulsar a Rússia da sua
base naval no Mar Negro possa avançar.
Por outras palavras, a exigência de Washington é que a
Rússia ponha outra vez o ovo partido no seu estado original e que o
entregue a Washington.
Esta exigência é tão irrealista que vai muito além
do significado de arrogância. O Louco da Casa Branca está a dizer
a Putin: "Eu fracassei na minha tomada do seu quintal. Quero que
você conserte a situação para mim e assegure o êxito
da ameaça estratégica que pretendo levar ao seu quintal".
Os media presstitutos ocidentais e os estados europeus fantoches de Washington
estão a apoiar esta exigência irrealista. Consequentemente, os
líderes russos perderam toda a confiança na palavra e nas
intenções do Ocidente e é assim que as guerras
começam.
Políticos europeus estão a colocar seus países em grande
perigo e o que ganham? Será que estes políticos europeus
são chantageados, ameaçados, subornados com sacos de dinheiro, ou
estarão tão habituados a seguir a liderança de Washington
que são incapazes de fazer qualquer outra coisa? Como a Alemanha, Reino
Unido e França têm benefícios por serem forçados por
Washington a uma confrontação com a Rússia?
A arrogância de Washington é sem precedentes e é capaz de
conduzir o mundo à destruição. Onde está o sentido
de auto-preservação da Europa? Por que a Europa não emitiu
ordens de prisão para cada membro do regime Obama? Sem a cobertura
proporcionada pela Europa e pelos media presstitutos, Washington não
seria capaz de conduzir o mundo à guerra.
26/Abril/2014
Ver também:
Moscow calls US, NATO military buildup near Russian borders ‘unprecedented’
[*]
Autor de
The Failure of Laissez Faire Capitalism
e
Economic Dissolution of the West and How America Was Lost
.
O original encontra-se em
www.paulcraigroberts.org/2014/04/26/moving-closer-war-paul-craig-roberts/
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.
|