Insanidade política e revisão da postura nuclear:
Washington ameaça a América e o mundo
por Paul Craig Roberts
Quando vejo reportagens provenientes de qualquer país, não noto
que haja percepção dos desenvolvimentos mais fatídicos da
história dos EUA. Um deles é a conspiração entre
agências de segurança, Departamento da Justiça, o Partido
Democrata e os media da imprensa e TV para derrubarem o presidente eleito dos
Estados Unidos. Com o "Russiagate" estamos a experimentar um golpe
contra o presidente Trump e a democracia americana. Embora a Política de
Identidade dos membros do Partido Democrata não possa conceber isto,
é possível opor-se ao presidente Trump sem acreditar que seja
desejável um golpe da polícia de estado contra ele.
O outro desenvolvimento fatídico é a Revisão da postura
nuclear dos EUA que acaba de ser divulgada, a qual apela a armas nucleares
"utilizáveis", legitima o seu primeiro uso e estabelece o
cenário para gastar triliões de dólares com a
aquisição de mais armas nucleares quando necessidades
públicas maciças não são atendidas e 10 por cento
do arsenal existente dos EUA já é suficiente para destruir toda a
vida sobre a terra.
Tenho escrito acerca destes desenvolvimentos extraordinários. Ver
isto
e
isto
, por exemplo.
Quanto ao efeito que tenho tido, será preferível não ter
aborrecimentos. Nenhum governo e nenhuma organização de
notícias de que eu tenha conhecimento tocou o alarme de que a CIA, FBI,
DOJ, Partido Democrata e a totalidade dos media da imprensa e TV foram
apanhados em flagrante num golpe para derrubar o presidente dos Estados Unidos
e nada está a ser feito acerca disto.
O golpe não pode sequer ser revelado, porque as agências de
segurança, os media e os membros do Partido Democrata reduzem ao
silêncio as provas palpáveis. Saddam Hussein e Kadafi foram
assassinados com base exclusivamente em mentiras e agora o presidente dos
Estados Unidos enfrenta o mesmo destino.
Se o golpe contra Trump tiver êxito, os EUA terão feito a
transição plena para uma Polícia de Estado Gestapo. A
América ter-se-á tornado o Quarto Reich.
Tão horrível quanto esta perspectiva cortesia da CIA, FBI,
Departamento da Justiça de Obama, Partido Democrata e media presstitutos
é a revisão da postura nuclear, muitas vezes pior. Durante
as longas décadas da Guerra Fria, nenhum governo dos EUA teria publicado
uma revisão da postura nuclear que legitimasse o primeiro uso de armas
nucleares contra qualquer oponente. Os EUA tiveram alguns generais
enlouquecidos, tais como Lemnitzer e Curtis LeMay que foram personagens do Dr.
Strangelove, e houve uma filme de James Bond acerca de um igualmente
enlouquecido,
mas ficcional,
general soviético.
Mesmo 55 anos atrás generais loucos como Lemnitzer eram demasiado
poderosos para serem despedidos. O presidente John F. Kennedy ficou restringido
a reafectar Lemnitzer,
o qual pressionara JFK a adoptar uma operação de falsa bandeira
tipo 11/Set conhecida como Operation Northwoods
e a lançar um ataque nuclear antecipativo
(preemptive)
à União Soviética. O presidente Kennedy ficou enervado ao
perceber que tinha um Chefe do Estado Maior insano, mas manteve-o no posto. O
presidente Trump não se ergueu contra os Dr. Strangeloves neocons do
nosso tempo quando endossou o Pentágono na sua nova revisão da
postura nuclear. Em comparação com JFK, Trump é
café pequeno.
A nova revisão americana da postura nuclear é um documento
neoconservador que contém dentro de si a destruição de
toda a vida sobre a terra. Os insanos responsáveis por este documento
são os mesmos que têm posições políticas para
implementá-lo. Isto nos leva ao paradoxo de um presidente americano
eleito em parte pelos suas apregoadas intenções de normalizar
relações com a Rússia ter assinado uma revisão da
postura que diz à Rússia e à China que Washington tem uma
política que permite um primeiro ataque contra eles. Claramente, isto
não é normalizar relações.
A Rússia já experimentou um quarto de século de engano e
duplicidade americana. O presidente Gorbachev recebera a promessa de que, em
troca do acordo soviético para a unificação da Alemanha,
Washington não moveria a NATO nem uma polegada para Leste. Mas o Regime
Clinton moveu a NATO para a própria fronteira da Rússia. O Regime
George W. Busch retirou-se do tratado de mísseis anti-balísticos.
O Regime Obama colocou mísseis ABM na fronteira da Rússia. E
agora o Regime Trump diz à Rússia e à China que
estão sujeitas a ataques nucleares de surpresa.
Nunca na história da espécie humana foi cometido um acto
tão temerário, irresponsável e desestabilizador, um acto
que ameaça toda a humanidade. É difícil imaginar um
governo, mesmo um governo criminalmente insano como o dos EUA, dizer a
potências nucleares como a Rússia e a China que estão
sujeitas a ataques nucleares de surpresa.
Mas os media americanos estão eufóricos. O
USA Today
declara: "
Plano de Trump para armas nucleares faz sentido
".
The Hill
, uma publicação de Washington, pensa que ameaçar a
Rússia e a China com um primeiro ataque é um passo
razoável.
A presstituta
CNBC
, ignorando completamente a postura nuclear provocadora de Washington e
encorajando a busca de ainda mais armas nucleares e das capacidades de entrega
das mesmas, centra a atenção sobre a Coreia do Norte como sendo a
ameaça real.
Quando um país pretende hegemonia mundial e tem os media submissos
às suas intenções de guerra, como é o caso dos EUA,
é melhor que o resto do mundo esteja em guarda.
Não há verificação interna, seja qual for, quanto
à agressão de Washington em relação ao mundo.
Onde estão as vozes de protesto dos europeus, canadianos,
britânicos, australianos, japoneses, sul-americanos, africanos, indianos
e asiáticos? Onde estão as vozes da Rússia e da China? Se
elas existem de algum modo estão escondidas por trás das
pretensões russas quanto aos "nossos parceiros ocidentais" e
da cobiça chinesa por mais lucros.
As vozes não existem.
A verdade não é boa nova. Ela não conforta pessoas ou
não as faz sentirem-se bem. Pessoas que não se sentem seguras
não incidem em dívida a fim de poderem gastar dinheiro e fazerem
lucros para os capitalistas que possuem os noticiários e os governos e
os negócios.
O Armagedão trará o esquecimento da dívida, ressuscitando
portanto uma economia não existirá mais, pois ninguém
estará aqui para pagar ou cobrar as dívidas.
08/Fevereiro/2018
O original encontra-se em
www.globalresearch.ca/...
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
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