PAUL JAY, editor sênior de TRNN: Michael Ratner, advogado de Wikileaks,
assistiu à audiência, ontem, em que Manning falou, em tom firme,
com inteligência e confiança, detalhando as inúmeras
brutalidades às quais assistiu e que o levaram a enviar os documentos
que, sim, enviou a Wikileaks. Aqui, Michael Ratner fala à TRNN e conta o
que viu.
Michael, que fala conosco de New York City, é presidente emérito
do Centro de Direitos Constitucionais; é presidente do Centro Europeu
pelos Direitos Humanos e Constitucionais em Berlim; é o advogado que
defende Julian Assange nos EUA; e também é membro do conselho
editorial de The Real News Network. Obrigado pela entrevista.
MICHAEL RATNER: É um prazer estar com você, Paul.
JAY: Você ontem viveu dia muito fortemente emocionante, assistindo ao
julgamento histórico de Bradley Manning. O que aconteceu lá?
RATNER: Fui cedo para Fort Meade, e foi coisa de dia inteiro. Bradley Manning
estava na sala do tribunal. A maior parte de imprensa foi direcionada para um
auditório, e só uns poucos eu também, mas
não sou jornalista fomos autorizados a entrar na sala em que
Bradley Manning depôs. Foi dia especial, porque o advogado de Bradley
Manning e o próprio Bradley decidiram que Bradley se declararia culpado
em algumas das acusações, com penas menores; mas não nas
acusações de espionagem e colaboração com o
inimigo..
Fato é que, para mim, no plano emocional, foi um dia devastador. No fim
do dia, sentia-me uma ruína, emocionalmente devastado. Mas, ao mesmo
tempo... Quem lá estava viu, afinal, quem é Bradley Manning.
É um herói. Um desses raros homens que, diante de um crime para o
qual todos fecham os olhos, encontra o que fazer e age.
Tecnicamente, Bradley, hoje, declarou-se culpado em nove
acusações. E, quando o acusado se declara culpado, a corte tem de
ter certeza de que o acusado entende perfeitamente o que está fazendo,
que entende a natureza da confissão de culpa. Então, a corte pede
ao acusado que narre detalhadamente as próprias ações.
Bradley Manning declarou-se culpado de distribuir, ou de transferir a WikiLeaks
(que são meus clientes), todos os documentos dos chamados Iraq War
Logs, dos Afghan war logs, o vídeo Collateral
Murder, telegramas do Departamento de Estado, os 13 telegramas de
Reykjavik, etc.
Mas o mais interessante, nessa admissão de culpa em nove
acusações, foi que a juíza permitiu que Bradley lesse uma
declaração de cerca de 30 laudas. A leitura durou duas, quase
três horas. E esse documento, sim, permitiu ver que tipo de homem
é Bradley Manning. Foi declaração profunda, imensamente
emocionante.
Começa com quando ele se alistou no exército; fala depois de sua
primeira missão no Iraque. E essa primeira missão já foi
associada a algo que se conhece como SigAct, abreviatura de atividades
significativas: são os relatórios diários de tudo
que acontece em campo. E Bradley, quanto mais lia aqueles relatórios,
mais perturbado se sentia com o que via acontecer no Iraque: número de
mortos, número de... Bradley disse que entendeu rapidamente que estavam
assassinando pessoas cujos nomes constavam de uma 'lista de matar'. Que
absolutamente não estavam ajudando a salvar ninguém. E conta que
concluiu que teria de haver discussão muito séria sobre a
contra-insurgência: se existe para ajudar alguém ou para ferir
inocentes e matar alvos predefinidos.
Ao mesmo tempo em que trabalhava com os arquivos da guerra do Iraque
era parte do seu trabalho trabalhava também com os arquivos da
guerra do Afeganistão, material muito semelhante,
condições semelhantes, locais semelhantes. Todos esses arquivos
passaram pelas mãos de Bradley.
Também ao mesmo tempo, ouviu falar da organização
WikiLeaks. E ouviu falar de WikiLeaks porque WL acabava de divulgar nem
lembro quantas dezenas de milhares de SMSs, aquele, com as mensagens de texto
de pessoas que estavam dentro do World Trade Center quando foi atacado. Assim,
ele tomou conhecimento da existência de WL. Em seguida fez algumas
pesquisas pelo computador, e descobriu que, em 2008, havia um documento do
governo dos EUA sobre como desmontar a organização WL.
Quer dizer... Foram dois processos: Bradley lendo os arquivos da Guerra do
Iraque, os arquivos da Guerra do Afeganistão e, em seguida, fazendo
contato, como fez, com WikiLeaks.
Mas, no início, só havia os arquivos da Guerra do Iraque e os
arquivos da Guerra do Afeganistão, e Bradley cada vez mais perturbado
com o que lia. De início, não fez qualquer movimento. Mas, em
certo momento, ele viajou aos EUA já com todos aqueles arquivos baixados
em seu computador, acho, ou num CD, talvez num pequeno cartão para
transporte de dados. Estava em Maryland. Nevava muito. Bradley não
conseguia decidir-se sobre o que fazer com os arquivos. Falou sobre eles com um
amigo, seu namorado, pelo menos durante algum tempo, e perguntou a ele o
que você faria se tivesse com você coisas que todos os
norte-americanos têm de ver? O rapaz nada disse de relevante.
Bradley continuou a pensar nos arquivos, que continuavam a incomodá-lo.
Quando voltava de Boston a Maryland, entrou numa loja [livraria] Barnes &
Noble, para fugir da tempestade de neve e, também, porque precisava do
acesso à banda larga, e, dali, enviou os documentos a WikiLeaks. Enviou
pela própria página de WL, na qual há uma sessão
para envio anônimo de documentos. Depois, Bradley, como já dissera
antes, diz que se sentiu muito aliviado; eu tinha certeza de que era algo
que o povo norte-americano tinha de ver; que todos têm de debater essa
guerra. E eu esperava que os arquivos da Guerra do Afeganistão e os
arquivos da Guerra do Iraque modificassem a situação.
Assim, o primeiro bloco de documentos estava enviado.
A partir daí, é claro, há correspondência, de algum
modo, entre Manning e WikiLeaks. Manning nunca soube quem estava na outra ponta
do contato por computador. Diz que, em algum momento, é possível
que tenha sido o próprio Julian Assange, ou, talvez, alguém
chamado Daniel Schmitt (um rapaz alemão que esteve com os WikiLeaks
durante algum tempo, Domscheit/Schmitt). Mas Bradley não sabe quem
seria. Diz que, sim, bem poderiam ser outras pessoas das
organizações WikiLeaks. Eu nunca soube com quem me
comunicava, da organização WikiLeaks. Todos os contatos eram
anônimos.
Bradley diz também que, ninguém associado com a
Organização WikiLeaks (WLO) pressionou-o para que lhes desse mais
informação. A decisão de entregar documentos a
WikiLeaks foi exclusivamente minha, ele disse. É bem claro que
Bradley é pessoa politizada. Pelo menos, entende claramente que a
opinião pública tem de conhecer exatamente o que fazem os
governantes.
Depois disso, o grande acontecimento foi o vídeo Collateral
Murder. As pessoas, nos gabinetes no Iraque, discutiam se os
vídeos seriam legais, se estariam de acordo com as leis de guerra e do
serviço militar, ou não. Bradley decidiu ver, ele mesmo, os tais
vídeos. E viu. E horrorizou-se porque primeiro, sim, até se
poderia argumentar que tivesse sido acidente, quando os dois jornalistas
da Reuters foram mortos com tiros de arma que atirava do que parece ser um
helicóptero. E, sim, é possível que tenha acontecido um
engano, como Bradley disse. E há discussão até hoje sobre
se teriam, mesmo, de assassinar os jornalistas da Reuters.
Mas o problema é que, em seguida, aparece uma caminhonete para socorrer
as pessoas feridas... E os atiradores no helicóptero atiram contra a
caminhonete. E isso, Bradley parece não ter dúvida alguma,
é crime de guerra, ação bem claramente proibida. Era
pessoal de resgate, que vinha resgatar os feridos. Ninguém portava
armas. Mas o vídeo permite ouvir as falas dos militares dentro do
helicóptero, a sanha por sangue. E a expressão que ele usou:
sanha de sangue [orig. bloodlust]. Quando veem alguém que rasteja no
chão, aparentemente já ferido, alguém diz no
helicóptero que tomara que ele saque a arma. Evidentemente,
para terem o pretexto necessário para matá-lo.
O vídeo também o incomodou. Incomodou-o, sobretudo, o fato de o
vídeo não ter sido entregue à Agência Reuters,
apesar de a Reuters tê-lo requisitado, em nome das famílias dos
dois jornalistas mortos. E o governo dos EUA, o CENTCOM, os militares
responderam que nem tinham certeza de que tivessem o tal vídeo. E o
vídeo lá estava. Outra vez, o que temos é Bradley
profundamente incomodado com o que via e agindo, reagindo, tomando uma atitude.
Essa é a segunda acusação face à qual Bradley
declarou-se culpado: ter entregado aquele vídeo, outra vez, como antes,
enviado à página de WikiLeaks. Esse vídeo sequer estava
classificado como secreto o que é interessante. Mas Bradley
enviou o vídeo, sim, à organização WikiLeaks.
O terceiro caso é com a polícia iraquiana. Pediram que Bradley
ajudasse a polícia do Iraque, a polícia de Bagdá, que os
ajudasse a identificar, insurgentes, não sei, ou outros desse tipo.
Àquela altura, 15 pessoas foram entregues à polícia
iraquiano. E Bradley examinou aqueles casos; pediu para examiná-los. E
descobriu que nada havia contra aquelas pessoas; no máximo,
acusações de terem colado cartazes criticando a
corrupção no governo iraquiano. Mais uma vez o caso incomoda
Bradley, porque aqueles prisioneiros foram terrivelmente maltratados. Bradley
temeu que fossem mortos ou desaparecessem ou, até, que fossem mandados
para Guantánamo, se fossem entregues aos EUA.
Então, sua primeira providência foi tentar relatar o caso aos
seus próprios superiores, os quais, é claro, não lhe deram
qualquer atenção. Bradley, outra vez, enviou os arquivos
relacionados àqueles prisioneiros, para WikiLeaks. WikiLeaks não
publicou aqueles documentos, mas, é claro, Bradley continuava
conversando com WikiLeaks. Mas o caso dos iraquianos presos chamou a
atenção de Bradley para outro tópico: Guantánamo.
O que Bradley disse à corte foi [incompr.] tem direito de
interrogar pessoas, é claro, mas Guantánamo é moralmente
questionável. O que fazemos ali é manter encarceradas pessoas
inocentes, pobres, gente de escalão muito inferior, e Barack Obama
prometeu fechar Guantanamo. Minha opinião é que manter aquela
prisão fere os EUA.
A partir daí, Bradley passou a trabalhar no que hoje se chama
arquivos dos detentos, arquivos sobre cada um dos prisioneiros de
Guantánamo. E, quando falou com WikiLeaks, disse que mandaria aqueles
arquivos; WikiLeaks respondeu OK, são arquivos antigos, já
perderam o conteúdo político, mas são historicamente
importantes para o caso Gauntánamo; e podem ser úteis aos
advogados. Então, os arquivos foram enviados para WikiLeaks.
Na sequência, a última coisa sobre a qual Bradley falou foram os
telegramas do Departamento de Estado. Houve telegrama anterior, chamado
Reykjavik 13, que, de fato, foi o primeiro documento, pelo que sei,
que WikiLeaks divulgou online. Reykjavik 13 foi recolhido de uma website que
tem algo a ver com a Islândia. E, de repente, lá estava a
Islândia no coração da crise financeira. E
havia terríveis pressões, pelo Reino Unido e pelos EUA, sobre a
Islândia, para que o país se rendesse aos programas de resgate e
de austeridade. E a Islândia recusou. E o tal telegrama falava das
pressões que os EUA estavam fazendo sobre a Islândia. E Bradley
Manning que sabia o que mais ninguém sabia reagiu.
Denunciou que os EUA estavam assediando a Islândia. Que não pode
ser. Que nada, naquele caso, poderia ser secreto.
Com isso, claro, Bradley chegou aos telegramas diplomáticos.
Bradley leu todos os telegramas sobre o Iraque, cada um daqueles telegramas,
disse ele; e percebeu que, basicamente, todos aqueles telegramas
incluíam crimes, criminalidade de diferentes níveis. O que o
convenceu de que aquele tipo de diplomacia também prejudica os EUA:
diplomacia de segredos inconfessáveis dos quais o público jamais
toma conhecimento. Em seguida, então, enviou a WikiLeaks os telegramas
diplomáticos.
Mas o que se vê em cada um desses casos, é que Bradley foi
influenciado, sempre, pelo que viu ou leu. Foi sincera e profundamente atingido
e influenciado. E não conseguiu nada, nas tentativas que fez para
alertar, primeiro, os seus superiores. Se não conseguia fazer nada
dentro da estrutura onde estava o que mais poderia fazer? Então,
decidiu que todos, todos os cidadãos dos EUA, toda a opinião
pública, nos EUA e no mundo, tinham de ser informados. Porque era
preciso discutir aquilo tudo. Supôs que talvez, com a discussão,
se conseguiria mudar aquelas políticas.
Mas... Houve vários momentos muito interessantes, no depoimento. A
certa altura, quando já havia voltado para Maryland, pensando em
divulgar os arquivos sobre o Iraque e o Afeganistão, Bradley contou que,
em primeiro lugar, fez contato com outros veículos. Telefonou a um dos
editores do
The New York Times
e deixou uma mensagem na secretária eletrônica, ou na
página do editor. Jamais houve resposta. Telefonou ao
The Washington Post
e, disse ele, ninguém, ali, o levou a sério. Foi quando entendeu
que nada conseguiria, em matéria de divulgar os fatos, nem do
Washington Post
nem do
New York Times.
Disse que, então, começou a procurar outros meios para divulgar
os arquivos. No final, considerando o que WikiLeaks já fizera no
passado, Bradley disse que concluiu que seria o melhor meio de divulgar os
arquivos.
O que pensei, naquele tribunal, vendo e ouvindo aquele rapaz, 22 anos, que se
alistou no Exército aos 20 anos, e que aos 22 já
distribuía aqueles documentos para WikiLeaks, porque se sentiu
horrorizado, perturbado... O que pensei ali, naquela hora, é que esse
rapaz é um herói. Bradley Manning é um grande
herói. Um homem que viu o que os militares dos EUA faziam no
Afeganistão, no Iraque, em Guantánamo, que viu o que o
Departamento de Estado fazia pelo mundo... E decide que é
indispensável agir, fazer alguma coisa.
Infelizmente, pagará preço muito, muito alto pela sua coragem...
Para que todos entendam, tenho de explicar um pouco como aquilo funciona.
Não é como o que se vê nas cortes comuns, quando é
possível fazer um acordo com o Procurador, quando há pena
máxima e pena mínima, conforme o crime que o acusado escolha
confessar. No caso desse tribunal militar as coisas não funcionam desse
modo.
Trata-se, nesse caso, do que a juíza chamou de
naked plea
[lit. admissão nua(?) (NTs)]. Significa que Bradley apenas
decidiu declarar-se culpado nessas nove acusações. Então,
a juíza requereu que ele narrasse todos os atos praticados.
Mas essas não são as acusações mais graves.
Até aí, só se falou de acusações que, se o
acusado for condenado, gerarão pena de 20 anos de prisão. Mas a
questão é que o procurador não é obrigado a aceitar
coisa alguma. Ele pode dar andamento ao processo e exigir julgamento de todas
as demais acusações, as mais graves. Pode até usar
elementos do que Bradley Manning confessou ter feito e de como agiu.
E esses desdobramentos é que serão realmente decisivos. Mas o
primeiro passo também conta muito. Bradley demonstrou que é homem
que faz e assume a responsabilidade pelo que faz. A declaração
que leu no tribunal é perfeitamente verossímil, faz perfeito
sentido, é crível. De fato, é documento
impressionantemente sincero e claro. Pode-se esperar que o juiz seja tocado por
aquela fala. Pode-se esperar que a sentença considere que o acusado
declarou-se culpado de alguns feitos. Mas não, de modo algum, se declara
culpado das acusações que a Procuradoria amontoa contra ele e que
podem condená-lo à prisão perpétua. Foi um dia de
tribunal realmente impressionante, Paul.
JAY: Muitos disseram que Manning seria homem perturbado, pessoa fraca... Que
impressão você teve. De que tipo de homem se trata?
RATNER: Sabe... Vi Manning pela primeira vez na audiência em que ele
testemunhou sobre os abusos e a tortura que havia sofrido, durante praticamente
um ano, no Iraque e na prisão de Quantico. Já naquele dia, via-se
que não é fraco, nem perturbado; é, de fato, muito
diferente disso. É homem forte, muito inteligente. Já se via
claramente na audiência sobre a tortura e viu-se novamente agora, o mesmo
homem.
Em primeiro lugar, é visivelmente pessoa muito inteligente. Não
fosse, não teria sido enviado para missão no serviço de
computação de alto nível, computadores, informes. É
evidente que ele entende do que fazia e fez, em serviço para o qual foi
selecionado e nomeado.
Mas também é pessoa que tem personalidade política, que
percebe as implicações do que pensa, de como se apresenta.
Não é fraco nem é voz fraca.
Num certo momento da audiência, a juíza lhe fez uma pergunta;
Bradley respondeu que não poderia responder, porque teria de revelar
informação secreta. Muitos riram, porque... ali, sob processo,
sob ataque do Promotor, ele ainda pensou mais em proteger
informação secreta do que em responder à juíza.
Alguns riram. Outros permaneceram sérios. Outros baixaram a
cabeça.
Mas é claro que foi dia duríssimo para Bradley Manning...
Será sentenciado a pena muito longa. Esperemos que não receba a
pior sentença. Esperemos que considerem essas acusações
nas quais ele se declarou culpado.
Ainda se deve registrar aquela declaração lida, umas 35
páginas, que não foram distribuídas a ninguém, nem
a advogados nem a jornalistas presentes. Só a juíza recebeu o
documento. Mas havia cópias circulando entre aqueles caras que andavam
por ali, no salão, em uniforme de camuflagem. Nós não
recebemos. Evidentemente, não é documento secreto. Eu, como
outros, ouvimos a leitura de todo o documento, palavra a palavra; claro que
não é secreto. O que há é que essa corte é
conhecida por demorar muito, inadmissivelmente demais, para distribuir
documentos devidos à defesa.
Já há importante processo iniciado contra essa Corte, pelo
Centro [de Direitos Constitucionais]. Já obrigamos essa Corte a liberar
alguns documentos devidos à Defesa. Mas a declaração que
Manning leu no tribunal é documento muito, muito importante. Todos,
jovens, velhos, que leiam aquela declaração hão de se
sentirem tocados. Talvez mais gente se disponha a agir, a fazer o que possa,
para que esse país seja forçado a andar na direção
do estado de direito, na direção do respeito à lei. Para
que os EUA deixem de ser a máquina de matar que, me parece, Bradley
Manning viu, com clareza, em escandaloso funcionamento.