Os "êxitos" de Vitor Gaspar
Um governo que agrava ainda mais as medidas do "memorando de
entendimento"
O aumento da carga fiscal em 2013 será 6,6 vezes superior
ao previsto no "memorando" inicial
Quem tenha ouvido ou lido o discurso escrito de Vítor Gaspar feito na
conferência de imprensa de 3/10/2012, certamente terá ficado
surpreendido com a cegueira ideológica deste ministro e com a sua total
submissão aos credores externos. Metade do discurso (6 de 12
páginas) foi dedicado a mostrar que a confiança dos mercados
tinha aumentado com os "êxitos" da política do governo
("presunção e água benta, cada qual toma a que
quer", já diz o ditado).
Mas ficou claro que o objetivo principal deste governo é agradar os
mercados. Os portugueses e o país estiveram completamente ausentes do
discurso e das preocupações deste ministro e, consequentemente,
também deste governo. A provar também isso, está a 2ª
parte do discurso, em que anunciou mais medidas para agradar os mercados
(credores), mas que vão lançar o país numa recessão
económica mais prolongada e profunda, e agravar ainda mais as
dificuldades já muito grandes dos portugueses. O ministro dá o
dito por não dito, pois anuncia medidas adicionais que desmentem os
"êxitos" que tinha anteriormente referido. E o grave é
que Vítor Gaspar, devido à cegueira ideológica e à
submissão aos interesses externos, sejam eles credores ou governos
estrangeiros, não consegue ver que as medidas anunciadas por ele
próprio são a prova clara do completo falhanço da politica
que está a ser seguida. Se os êxitos que anunciou fossem reais
certamente não seriam necessárias medidas tão gravosas.
E é isso que vamos provar de uma forma quantificada, utilizando os
próprios dados oficiais. Se o "Memorando de entendimento"
inicial (versão 17/5/2011), já era gravoso para os portugueses e
para o país, as medidas "cozinhadas" por este governo e pela
"troika" são ainda mais graves.
Contrariamente à ideia que o governo e os seus defensores pretendem
fazer passar junto da opinião pública, Passos Coelho e os seus
ministros não se tem limitado a aplicar as medidas constantes do
"Memorando de entendimento" inicial, que já seriam suficientes
graves para lançar o país na recessão e os portugueses em
dificuldades. À socapa e à margem dos portugueses e da
própria Assembleia da República, governo e a "troika",
no silêncio dos gabinetes, têm alterado a versão inicial do
"Memorando de entendimento" assinado em 17/5/2011, introduzindo
muitas mais medidas gravosas com consequência nefastas para os
portugueses e para o país. No quadro 1 (pág. 3), constam as
medidas previstas para 2013 no "Memorando de entendimento" inicial (a
versão assinada em 17/5/2011), e as medidas adicionais anunciadas por
Vítor Gaspar em 3/10/2012. E procuramos quantificar umas e outras para
que o leitor possa ficar com uma ideia clara das diferenças enormes
entre elas e do impacto que terão na sua vida e no país.
No "Memorando de entendimento" assinado em 17/5/2011, ou seja, na
versão inicial, não constava para 2013, o confisco dos
subsídios de férias e de Natal. Apesar disso, o governo e a
"troika" pretendem confiscar aos trabalhadores da
Função Pública um subsidio, e a todos os pensionistas, com
pensões superiores a 600 por mês, 90% de um subsidio. Isto
significa um corte adicional nos rendimentos dos trabalhadores, reformados e
aposentados que, em 2013, deverá atingir 1.500 milhões . Em
2013, o governo pretende também manter o corte, que consta da
versão inicial do "Memorando", de 3.050 milhões
na despesa pública (principalmente em despesas com a saúde, com a
educação, de investimento, etc.), como mostra o quadro 1. E como
tudo isto já não fosse suficiente, Vítor Gaspar anunciou
na conferência de imprensa uma "redução da despesa nas
prestações sociais, na educação e
segurança" de 4.000 milhões em 2013 e 2014
(será a acrescentar à que consta do "Memorando"?), o
que significa que, em 2013, esta redução da despesa
pública poderá atingir 2.000 milhões .
Do lado do aumento da carga fiscal, a diferença entre o agravamento
previsto no "Memorando de entendimento" inicial e o agora anunciado
por Vítor Gaspar é brutal. Na versão inicial do
"Memorando" estava previsto, para 2013, um aumento da carga fiscal em
775 milhões (ver quadro 1), e o aumento da carga fiscal em 2013,
anunciada pelo ministro na conferência de imprensa, atinge 5.104
milhões , ou seja, 6,6 vezes mais.
Perante estes dados do próprio governo, dizer, como disse o ministro,
que a política seguida tem sido um "êxito" é
mentir ou então revela uma grande ignorância e insensibilidade
sobre as consequências dramáticas desta politica para os
portugueses e para o país.
Se analisarmos a forma como são repartidas pelas diferentes classes da
população (quais são as classes mais atingidas e as
classes menos atingidas) aquela diminuição significativa da
despesa pública e o aumento brutal da carga fiscal em 2013, a gravidade
da politica deste governo ainda se torna mais clara, pois tanto uma como outra
afectam principalmente as classes médias e baixas.
Comecemos pela redução da despesa pública que este governo
pretende fazer em 2013. Na versão inicial do "Memorando"
estava prevista uma redução de 3.050 milhões .
Vítor Gaspar veio agora anunciar uma redução de 4.000
milhões em 2013 e 2014, o que significa que, para 2013,
poderão ser mais 2.000 milhões . Se analisarmos a
composição da despesa que sofrerá esta
redução conclui-se rapidamente que a esmagadora maioria é
feita nas despesas com as prestações sociais, saúde e
educação (cerca de 4.000 milhões ), portanto uma
redução que vai afetar principalmente as classes da
população com rendimentos médios e baixos.
Em relação ao aumento da carga fiscal de 5.579 milhões
que o governo tenciona fazer em 2013 (5.104 milhões agora
anunciados pelo ministro, e 475 milhões constantes da
versão inicial do "Memorando" não incluídos no
valor anterior) rapidamente conclui-se que 3.625 milhões (66,2%
do total) são no IRS. E segundo estatísticas divulgadas pelo
Ministério da Finanças referentes a 2010 (são as
últimas disponíveis), 89% do rendimento bruto sujeito a IRS tem
como origem rendimentos do trabalho e pensões. Apenas 11% dizem respeito
a rendimentos do capital e da propriedade. Portanto, serão
principalmente os trabalhadores e os pensionistas que suportarão uma
grande parcela deste aumento brutal de IRS. E isto a juntar à subida
verificada em 2012 que se manterá. Por ex., a redução da
percentagem das despesas da saúde que podem ser deduzidas no IRS, que em
2012 baixou de 30% para apenas 10%, determinou para os portugueses um aumento
de IRS que se estima em mais 400 milhões de IRS. Em 2013,
manter-se-á tal situação a que se junta o aumento de 3.300
milhões de IRS anunciado por Vítor Gaspar. E a taxa
adicional de IRS de 4% que o governo pretende impor em 2013, é um tipo
de imposto que contribui ainda mais para agravar a desigualdade na
repartição da carga fiscal, pois é uma taxa igual quer se
tenha um rendimento mensal de 800 como de 80.000. Este governo
é um "campeão" das desigualdades e de insensibilidade,
e não aprende nada com a experiência. O próprio valor do
coeficiente de Gini que consta dos documentos do ministro 0,42768
quando, em 2008 segundo a OCDE, era 0,353 confirma um enorme agravamento das
desigualdades.
Mas não é só pela via do IRS que os trabalhadores e
pensionistas sofrerão um aumento brutal da carga fiscal. Também
devido ao aumento do IMI. Segundo declarações feitas por
Vítor Gaspar, em 2013, o valor das matrizes serão atualizadas e
deixará de funcionar a chamada "cláusula de
salvaguarda", que impedia que o aumento do IMI num ano fosse superior a
75. Se esta intenção for para a frente, a receita de IMI
passará dos 1.100 milhões atuais, para 2.200
milhões , ou seja, os portugueses serão obrigados a pagar,
em 2013, mais 1.100 milhões do que pagaram em 2012. E consta que
o governo pretende que esta lei seja retroativa, o que é claramente
inconstitucional, ou seja, obrigar os portugueses a pagarem, em 2013, o IMI
desse ano e o IMI de 2012, ou seja, 2.200 milhões . E a maior
parte dos contribuintes são trabalhadores e pensionistas. Mesmo a
nível dos rendimentos do capital, quase metade do aumento da receita
é obtida por meio da subida da taxa de IRS sobre juros, atingindo
também centenas de milhares de pequenas poupanças, portanto
muitos pensionistas e trabalhadores serão atingidos.
É evidente que uma diminuição significativa da despesa
pública com as funções sociais do Estado associada a este
aumento brutal da carga fiscal determinará inevitavelmente uma quebra
muito grande da procura agregada interna o que atirará o país
para uma recessão ainda mais profunda e prolongada, lançando na
falência mais milhares e milhares de empresas, e fazendo disparar ainda
mais o desemprego. Só um governo submisso ao estrangeiro, e ávido
por agradar os credores e os governos externos, e uma "troika" cega
pela ideologia ultraliberal da escola de Milton Friedman é que
não conseguem ver para onde estão a atirar Portugal.
E como tudo isto já não fosse suficiente para mostrar que os
"êxitos" tão apregoados por Vítor Gaspar e pelos
seus defensores são fictícios, e não se traduzem em
qualquer melhoria na situação dos portugueses e do país,
os dados que o ministro das Finanças distribuiu durante a
conferência confirmam o total fracasso da política seguida por
este governo. Assim, nos dois anos deste governo e desta "troika"
(2011 e 2012), o consumo interno diminuiu em 13,4% (o que determinou uma
redução muito grande do nível de vida dos portugueses); o
investimento caiu em mais de 25% (menos emprego e menos
modernização das empresas); entre 2010 e 2012, a taxa oficial de
desemprego subiu de 10,8% para 15,9% (mais 177.000 desempregados); a divida
pública aumentou de 161.529 milhões para 198.100
milhões (+22,6%); e os juros pagos pelo Estado subiram, no mesmo
período, de 4.936 milhões para 7.523 milhões
(+52,4%).
Mesmo o défice orçamental, que constitui "a menina dos
olhos" deste governo e da "troika" em nenhum ano foi
alcançado. Para ocultar tal fracasso governo e "troika"
têm recorrido a medidas extraordinárias criativas (ex.:sobretaxa
sobre o subsidio de Natal; transferência do fundo de pensões dos
bancários; venda à pressa e a preço de saldo de empresas
públicas, etc.) que antes tanto criticavam ao governo de
Sócrates. Como consta dos próprios documentos distribuídos
pelo ministro das Finanças durante a conferência de imprensa, em
2011, o défice orçamental real foi de 7,4% do PIB (o objetivo era
5,9%), tendo sido reduzido para 4,4% do PIB à custa da
transferência dos fundos de pensões dos bancários; em 2012,
o objetivo era reduzir o défice orçamental para 4,5% do PIB; mas
o défice real é de 6%, e mesmo o défice de 5% fixado pela
"troika" só será conseguido à custa de medidas
extraordinárias (venda ou concessão a preço de saldo da
ANA); para 2013, governo e troika fixaram como objetivo reduzir o défice
de 6% (o défice real) para 4,5%, ou seja, reduzi-lo em 25%, o que
será certamente também impossível com uma economia em
recessão cada vez mais profunda, devido a esta politica violenta de
austeridade. Dizer depois de tudo isto que a politica deste governo e da
"troika" tem sido um "êxito" como pretendeu fazer
crer Vítor Gaspar é dar prova de que ainda não compreendeu
a situação em que estão os portugueses e o país.
É cada vez mais evidente que não é suficiente um
alargamento do prazo em um ano como alguns acreditaram ou pretenderam fazer
crer. É cada vez mais claro que não é possível
crescimento económico com este "Memorando", e sem crescimento
o país afunda-se.
Quadro 1- O que consta do "Memorando de entendimento " de 17/5/2011 e
o que anunciou Vítor Gaspar
Nº medida Memo- rando
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MEDIDAS ACORDADAS ENTRE O GOVERNO E A TROIKA,
AS ANUNCIADAS POR VITOR GASPAR EM
3/10/2013 NÃO CONSTAM DO
"Memorando de entendimento" de
17/5/2011
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EFEITOS DAS MEDIDAS EM 2013
Em milhões
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O que está no "Memorando de entendimento" inicial
1ª
Versão 17/5/2012
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O que foi anunciado por Vitor Gaspar em 3/10/2012
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I- REDUÇÃO DA DESPESA
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1- Medidas constantes do Memorando entendimento - Versão 17/5/2011
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1.28
e
1.29
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(a) Redução das despesas da Administração Central
em 500 milhões
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500
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(b) Redução das despesas na educação em 175
milhões ;
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175
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(c) Diminuição do nº de trabalhadores na
Administração central em 1% e na Administração
Local e Regional em 2% (150 milhões )
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150
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(d) Redução despesas ADSE em 100 milhões
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100
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(e) Redução despesas no sector de saúde em 375
milhões
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375
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(f) Redução das transferências para Ad. Local e Regional em
175 milhões
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175
|
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( g) Redução dos custos com SFA e com SEE em 175 milhões
|
175
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(h) Redução investimento público em mais 350
milhões
|
350
|
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(i) Continuação do congelamento de todas as pensões com
excepção das mais reduzidas = 700 milhões
|
700
|
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1.30
|
Redução da despesa devido alargamento da aplicação
da condição de recursos nos apoios sociais reduzindo o nº de
portugueses com direito a prestações sociais
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350
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SOMA
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3.050
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2- Medidas adicionais de Vitor Gaspar - anunciadas em 3.10.2012
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3/10/2012
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Redução adicional da despesa nas prestações
sociais, na educação e segurança - 4.000 milhões
em 2013 e 2014
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2.000
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II- AUMENTO DE IMPOSTOS
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1.31
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1- Medidas constantes do Memorando entendimento - Versão 17.5.2011
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(a) IRC- Aumento da receita através do alargamento da base
tributável e redução benefícios
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150
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(b) IRS -Redução de benefícios fiscais (saúde,
educação)
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175
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(c) IRS-IRS englobamento de rendimentos, incluindo prestações
sociais e da dedução da parcela da pensão anual não
sujeita a IRS
|
150
|
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(d) IEC- Aumento dos Impostos Especiais sobre o Consumo ( tabaco,
veículos, etc.)
|
150
|
|
|
IMI- Aumento de receita devido atualização do valor patrimonial
matricial dos imóveis que serve de cálculo I
|
150
|
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SOMA
|
775
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2- Medidas adicionais de Vitor Gaspar - anunciadas em3.10.2012
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(a) IRS - Aumento da taxa efetiva média de 9,8% para 13,2% (inclui taxa
adicional de 4%)
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3.300
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(b)Agravamento da tributação sobre os rendimentos do capital e
mais-valias e sobre móveis de valor igual ou superior a 1 milhão
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499
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(c) IMI- Eliminação da clausula de salvaguarda ( esta clausula
dispunha que o aumento anual do IMI não podia ser superior a 75)
|
|
1.100
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(d) Em estudo - Tributação sobre as transações
financeiras mas apenas do mercado regulado que são apenas uma pequena
parcela (102.710 milhões em 2011), ficando isento as
transações financeira no mercado não regulada que
são a esmagadora maioria (1.097.314 milhões em 2011) -
Governo vai pedir autorização legislativa - Uma taxa igual
à aplicada em França - 0,2% - aplicada apenas às
transações do mercado regulado daria uma receita reduzida de 205
milhões . Se fosse sobre todas as transações
financeiras mercado regulado e não regulado -daria uma receita de
3.000 milhões
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205
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|
SOMA
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5.104
|
07/Outubro/2012
[*]
Economista,
edr2@netcabo.pt
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