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							Ao fim de quatro anos de governo Sócrates o desemprego atinge 574,2 mil
							portugueses e apenas 262,3 mil recebem subsídio de desemprego
						
 
								
									| RESUMO DESTE ESTUDO 
 O INE acabou de publicar as Estatísticas do Emprego referentes ao
												4º Trimestre de 2008. É altura de fazer um balanço objectivo
												da evolução do emprego e do desemprego em Portugal durante o
												período de 2004-2008, ou seja, desde que entrou em funções
												o actual governo, até porque uma das promessas feitas por
												Sócrates, durante a campanha eleitoral, foi precisamente reduzir o
												desemprego através da criação de 150.000 empregos
												líquidos. Para isso, vamos utilizar apenas dados oficiais divulgados
												pelo INE e pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e a
												análise limitar-se-á somente a alguns aspectos importantes para
												não tornar o artigo muito longo.
 
 O desemprego oficial atingiu, no 4º Trimestre de 2008, 437,6 mil
												portugueses e a taxa de desemprego oficial 7,8%, quando no 1º trimestre de
												2005, ou seja, quando o governo de Sócrates entrou em
												funções era, respectivamente, de 412,6 mil a que correspondia uma
												taxa de desemprego oficial de 7,5%. Se somarmos ao desemprego oficial todos
												aqueles desempregados que não entram nas estatísticas oficiais,
												ou porque no período em que o INE realizou o inquérito não
												procuraram emprego ou porque faziam pequenos biscates para sobreviver (os
												chamados "inactivos disponíveis" e o "subemprego
												visível), que, no fundo, estavam desempregados embora não fossem
												considerados nos números oficiais de desemprego; repetindo, se somarmos
												estes dois grupos ao desemprego oficial então, no 4º Trimestre de
												2008, o número efectivo de desempregados sobe para 574,2 mil e a taxa
												efectiva de desemprego atinge já 10,2%; portanto valores superiores aos
												que se verificavam quando o actual governo tomou posse (no 1º Trimestre de
												2005, o desemprego efectivo atingia 548,9 mil portugueses e a taxa de
												desemprego efectiva era de 10%).
 
 Um aspecto grave e novo da situação actual é a
												destruição líquida continuada de emprego. Nos dois
												últimos trimestres de 2008, o emprego líquido destruído
												atingiu 51.800 postos de trabalho, o que tem contribuído para agravar
												ainda mais o problema do desemprego. Neste período o desemprego oficial
												aumentou em 27.700, não tendo subido mais porque, por ex., se tem
												verificado uma subida importante no número de trabalhadores que se
												reformam, muitos deles antecipadamente com pensões mais reduzidas e do
												número de desempregados em programas de formação. Segundo
												o INE, só no 4º Trimestre de 2008 o número de reformados
												aumentou em 28.600, quando no trimestre anterior tinha sido de 15.000.
 
 No último trimestre de 2008, o desemprego oficial atingiu 437,6 mil mas
												o numero de desempregados a receber o subsidio de desemprego foi apenas de
												262,3 mil, o que correspondia a uma taxa de cobertura de 59,9%, o que
												representa menos 17,1 pontos percentuais que a percentagem registada no inicio
												de 2005, ou seja, quando o governo de Sócrates entrou em
												funções. Se a análise for feita tomando como base o
												desemprego efectivo, a taxa de cobertura é ainda mais baixa: 45,7% no
												4º Trimestre de 2008, quando era 57,8% no 1º Trimestre de 2005.
 
 A taxa de desemprego não tem aumentado de uma forma igual nas diferentes
												regiões do País. Entre 2004 e 2008, a taxa de desemprego aumentou
												13,4% a nível do País, mas na Região Norte o crescimento
												foi de 13%, na Região do Centro 25,6%, na Região de Lisboa 7,9%,
												na do Alentejo somente 2,3%,mas na do Algarve 27,3%, na RA dos Açores
												61,8% e na RA da Madeira 100%.
 
 Se a análise for feita tomando como base valores absolutos do desemprego
												por regiões as conclusões são um pouco diferentes. Assim,
												entre 2004 e 2008, o número oficial de desempregados aumentou em 23.000
												na Região Norte, em 16.700 na Região Centro e, na Região
												de Lisboa, em 12.000, tendo sido muito menos nas restantes regiões
 
 Para finalizar, interessa ainda referir que no 4º Trimestre de 2008, 39,1%
												do desemprego estava concentrado na Região Norte, seguindo-se a
												Região de Lisboa com 28% e, depois, a do Centro com 17,9% do desemprego
												oficial.
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							 O Instituto Nacional de Estatística (INE) acabou de publicar as
							Estatísticas do Emprego referentes ao 4º Trimestre de 2008.
							É altura de fazer uma análise objectiva da evolução
							do emprego e do desemprego em Portugal durante o período de 2005-2008,
							ou seja, durante o governo de Sócrates, até porque uma das suas
							promessas eleitorais era precisamente baixar o desemprego através da
							criação líquida de 150.000 postos de trabalho. 
 NO 4º TRIMESTRE DE 2008, O DESEMPREGO EFECTIVO ATINGIU 574,2 MIL
								PORTUGUESES, A TAXA OFICIAL DE DESEMPREGO FOI 7,8% MAS A TAXA EFECTIVA
								ALCANÇOU 10,2%
 
 Nos dois últimos trimestre de 2008, o desemprego tem crescido de uma
							forma continua sendo já superior ao que se verificava no inicio de 2005,
							quando o  governo de Sócrates entrou em funções, como
							revela o quadro seguinte construído com dados publicados pelo INE.
 
 
   
							A partir do 2º Trimestre de 2008, o desemprego e a taxa de desemprego
							têm aumentado de uma forma continua, sendo no 4º Trimestre de 2008
							já superior à registada quando o actual governo entrou em
							funções.
							
 O desemprego oficial atingiu, no 4º Trimestre de 2008, 437,6 mil
							portugueses e a taxa de desemprego oficial 7,8%. Mas se somarmos a este todos
							aqueles desempregados que não entram nas estatísticas oficiais,
							ou porque no período em que o INE realizou o inquérito não
							procuraram emprego ou porque faziam pequenos biscates para sobreviver
							não tendo sido, por isso, considerados nos números oficiais
							apesar de estarem desempregados (são os chamados "inactivos
							disponíveis" e o "subemprego visível" cujo
							número é também divulgado pelo INE) então, no
							4º Trimestre de 2008, o número efectivo de desempregados sobe para
							574,2 mil e a taxa efectiva de desemprego atinge já 10,2%; portanto
							valores superiores aos que se verificavam quando o actual governo tomou posse,
							E a tendência futura é para piorar de uma forma continuada, pois a
							quebra na actividade económica está a ser muito grande e os seus
							efeitos a nível do desemprego ainda não se fizerem sentir de uma
							forma total.
 
 NOS ÚLTIMOS SEIS MESES FORAM DESTRUIDOS 51.800 EMPREGOS LÍQUIDOS
 
 Nos últimos 6 meses de 2008, registou-se uma destruição
							continuada de emprego líquido como revelam os dados do INE constantes do
							quadros seguinte
 
 
   
							Nos últimos 6 meses, verificou-se em Portugal uma
							destruição líquida de 51.800 postos de trabalho. Se se
							comparar os últimos três trimestres de 2008 com os últimos
							três trimestres de 2005, concluímos que a diferença entre o
							emprego total em 2008 e o emprego total em 2005 é cada vez mais
							reduzida. Assim, o emprego total no 2º Trimestre de 2008 era superior ao
							do trimestre homólogo de 2005 em 95,8 mil; o do 3º trimestre de
							2008 era superior ao do 3º Trimestre de 2005 em 64,9 mil; e o emprego
							total no 4º Trimestre de 2008 era superior ao do trimestre homólogo
							de 2005 em apenas 43,2 mil. E como já referimos, os efeitos no
							desemprego da grave crise que o País enfrenta neste momento ainda
							não se fizeram sentir de uma forma total.
							
 Entre o 2º Trimestre de 2008 e o 4º Trimestre de 2008, o desemprego
							oficial aumentou apenas 27.700, como se conclui do quadro I, o que surpreendeu
							muita gente. No entanto, uma análise mais profunda revela que o
							desemprego não aumentou muito mais, apesar de se ter verificado a
							destruição liquida de 51.800 postos de trabalho apenas porque se
							registou, por ex., uma subida importante no número de trabalhadores que
							se reformaram, muitos deles antecipadamente com pensões mais reduzidas.
							Segundo o INE, só no 4º Trimestre de 2008 o número de
							reformados aumentou em 28.600, quando no trimestre anterior tinha sido de
							15.000.
 
 MENOS DE 60% DOS DESEMPREGADOS ESTÃO A RECEBER SUBSÍDIO DE
								DESEMPREGO E
								O GOVERNO RECUSA-SE A ALARGÁ-LO
 
 A percentagem de desempregados a receber subsídio de desemprego continua
							a ser muito baixa, sendo muto inferior à registado na altura em que o
							actual governo entrou em funções como revelam os dados do quadro
							seguinte.
 
 
   
							No último trimestre de 2008, o desemprego oficial atingiu 437,6 mil mas
							o numero de desempregados a receber o subsidio de desemprego foi apenas de
							262,3 mil segundo o Boletim Estatístico de Dezembro de 2008 do
							Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, o que correspondia a
							59,9% do desemprego oficial, portanto menos 17,1 pontos percentuais que a
							percentagem no inicio de 2005, ou seja, quando o governo de Sócrates
							entrou em funções. Se a análise for feita tomando como
							base o desemprego efectivo, a taxa de cobertura é ainda mais baixa:
							45,7% no 4º Trimestre de 2008 quando, no 1º Trimestre de 2005,
							abrangia 57,8% do desemprego efectivo.
							
 Apesar desta baixa cobertura do subsidio de desemprego, o governo recusa-se em
							alargá-lo. Tenciona apenas criar um subsidio a atribuir aos
							desempregados sem direito ao subsidio de desemprego e sem recursos de valor
							inferior mesmo ao limiar de pobreza. Esse subsidio será de valor igual a
							60% do Indexante de Apoios Sociais (IAS), o que corresponde a cerca de 252
							euros, ou seja, um valor que tirará da miséria um grande
							número de desempregados.
 
 ENTRE 2004 E 2008, A TAXA DE DESEMPREGO NO PAÍS AUMENTOU 13,4%, MAS NA
								REGIÃO CENTRO 25,6%, NOS AÇORES 61,8% E NA MADEIRA 100%
 
 Entre 2004 e 2008, o desemprego aumentou de uma forma muito desigual nas
							diferentes regiões do País, como mostra o quadro seguinte
							construído com dados do INE.
 
 
   
							Entre 2004 e 2008, a taxa de desemprego aumentou 13,4% a nível do
							País, mas na Região Norte cresceu 13%, na Região do Centro
							25,6%, na Região de Lisboa 7,9%, na do Alentejo somente 2,3%, na do
							Algarve 27,3%, na RA dos Açores 61,8% e na RA da Madeira 100%.
							
 O quadro seguinte mostra em valores absolutos a variação
							registada durante o mesmo período.
 
 
   
							Entre 2004 e 2008, em valor absoluto, as regiões com maior aumento do
							desemprego  foram, em primeiro lugar, a região Norte (+ 23.000
							desempregados), a região Centro (+ 16.700 desempregados) e a
							região de Lisboa (+ 12.000 desempregados).
							
 Um aspecto importante, que interessa referir, é o facto de que, no
							4º Trimestre de 2008, 39,1% do desemprego oficial estar concentrado na
							Região Norte, seguindo-se a Região de Lisboa com 28% e, depois, a
							do Centro com 17,9% do desemprego oficial.
 
 
								18/Fevereiro/2009
							[*]
								Economista, 
								 edr@mail.telepac.pt 
 Este artigo encontra-se em
								 http://resistir.info/
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