Desemprego aumenta mas apoio aos desempregados diminui
- Destruição de emprego continua
- Nos últimos quatro meses o IEFP eliminou 185.705 desempregados dos
seus ficheiros
- IEFP recusa-se a explicar o "desaparecimento"
RESUMO DESTE ESTUDO
Segundo o INE, o desemprego oficial e o efectivo continuam a aumentar em
Portugal de uma forma significativa. No 1º Trim. 2010, o número
oficial de desempregados atingiu 592,2 mil, e a taxa oficial de desemprego
alcançou 10,6%. Mas o número efectivo de desempregados,
também calculada com base em dados publicados pelo INE, atingiu 729,3
mil desempregados, e a taxa de desemprego efectiva subiu para 13%, o valor mais
elevado verificado depois do 25 de Abril.
Sócrates, durante a entrevista que deu à RTP em 18/05/2010,
procurando desvalorizar a gravidade do problema social que aqueles
números revelavam, afirmou que o desemprego registado (desempregados
inscritos nos Centros de Emprego) tinha diminuído em Abril de 2010
(-986), o que mostrava, segundo ele, que a situação não
era assim tão grave. No entanto, por ignorância ou para enganar os
portugueses, esqueceu-se de dizer o seguinte. Em 1 de Janeiro de 2010 existiam
inscritos nos Centros de Emprego, segundo o IEFP, 524.674 desempregados. Entre
1 de Janeiro e 30 de Abril de 2010, inscreveram nos Centros de Emprego mais
252.806 novos desempregados. Durante o mesmo período, os Centros de
Emprego só conseguiram arranjar emprego para 21.007 desempregados. Se
somarmos aos que estavam inscritos nos Centros de Emprego em 01/01/2010
524.674 os que se inscreveram durante os primeiros quatro meses de 2010
252.806 obtém-se 777.480. E se a este total retiramos
todos os que os Centros de Emprego arranjaram emprego 21.007
ainda ficam 756.473. No entanto, o numero de desempregados registados nos
Centros de Emprego que o IEFP divulgou em 30 de Abril de 2010 foi apenas de
570.768. É evidente que o IEFP para obter este total, utilizado pelo
1º ministro na entrevista à RTP, teve de eliminar dos seus
ficheiros 185.705 desempregados. E a situação é grave
porque o IEFP procura ocultar tal facto, assim como também a falta de
consistência dos números que divulga para avaliar o desemprego,
continuando a recusar divulgar, na Informação Mensal que publica,
as razões da "limpeza" que todos os meses faz nos ficheiros de
desempregados.
O desemprego tanto oficial como efectivo está a aumentar bastante.
Apesar disso, o apoio aos desempregados está a diminuir em Portugal.
Segundo dados divulgados pela Segurança Social, que é a entidade
que paga o subsídio de desemprego, o número de desempregados a
receber subsidio de desemprego diminuiu entre o 4º Trim. 2009 e o 1º
Trim. 2010, pois passou de 360,2 mil para 359,9 mil. Mas entre Fevereiro e
Março de 2010, diminuiu de 373,2 mil para 359,9 mil. Como
consequência, a taxa de cobertura do subsídio de desemprego em
Portugal desceu, entre o 4º Trim2009 e o 1º Trim2010, de 63,9% para
60,8% (se se considerar o desemprego oficial) e de 51,2% para 49,3% (se se
considerar o desemprego efectivo). Como tudo isto já não fosse
suficiente, o governo pretende alterar a lei do subsidio de desemprego, para
reduzir ainda mais o número de desempregados que ainda recebem o
subsidio de desemprego, com o falso argumento de que os desempregados
não querem trabalhar.
Mas como se pode dizer isso, e afirmar que não é difícil
arranjar emprego em Portugal, quando se continua a destruir a um ritmo elevado
o pouco emprego existente, como revelam também os dados do INE. Entre o
2º Trim. 2008 e o 1º Trimestre de 2010, foram destruídos em
Portugal
219,4 mil postos de trabalho. Apesar desta tão elevada
destruição de emprego, o que torna cada vez mais difícil
arranjar trabalho em Portugal, o governo, dando satisfação
às exigências do patronato, que pretende ter mão-de-obra
ainda mais barata, com salários de miséria e sem respeito por
qualquer horário de trabalho, para perpetuar assim o modelo de baixos
salários e aumentar a exploração dos trabalhadores,
aprovou uma proposta de lei, que vai agora para a Assembleia da
República, que estabelece que o subsidio de desemprego não
poderá ser superior a 75% do salário liquido que o trabalhador
recebia no período anterior ao despedimento (este salário liquido
é calculado, de acordo com a proposta do governo, deduzindo ao
salário ilíquido os 11% para a Segurança Social mais a
taxa de retenção de IRS), sendo depois, o desempregado obrigado
a aceitar qualquer emprego desde que uma entidade patronal ofereça um
salário
ilíquido
que seja superior ao subsidio de desemprego mais 10% (tenha-se presente que o
subsidio de desemprego é inferior a 75% do salário
liquido
recebido pelo trabalhador no emprego anterior) . E isto durante o primeiro
ano, porque ao fim de 12 meses de desemprego o trabalhador é obrigado a
aceitar o emprego desde que o salário ilíquido oferecido seja
igual ao valor do subsidio de desemprego, em qualquer actividade, podendo ser
numa profissão que nunca teve, sob pena de perder o direito ao subsidio
de desemprego. É este um dos resultados do "tango"
Sócrates /Passos Coelho.
|
O Instituto Nacional de Estatística (INE) acabou de publicar os
dados do desemprego referentes ao 1º Trimestre de 2010
. E eles revelam um crescimento acentuado e continuo do desemprego atingindo um
valor nunca antes registado depois do 25 de Abril.
QUADRO I Desemprego oficial e desemprego real continuam a aumentar em
Portugal
PORTUGAL
|
VALOR TRIMESTRAL Milhares
|
1º Trim. 2005
|
1ºTrim. 2009
|
2ºTrim. 2009
|
3ºTrim. 2009
|
4ºTrim. 2009
|
1ºTrim. 2010
|
Variação
1ºT2010-1ºT2005
|
1-População Activa
|
5 507,0
|
5 594,8
|
5 583,9
|
5 565,3
|
5 586,8
|
5 600,8
|
+ 93,8
|
2-Desemprego Oficial
|
412,6
|
495,8
|
507,7
|
547,7
|
563,3
|
592,2
|
+179,6
|
3-Subemprego visível
|
61,4
|
61,3
|
63,3
|
66,5
|
67,2
|
66,0
|
|
4-Inactivos disponíveis
|
74,9
|
67,2
|
64,2
|
82,7
|
73,5
|
71,1
|
|
5-Desemprego Efectivo (2+3+4)
|
548,9
|
624,3
|
635,2
|
696,9
|
704,0
|
729,3
|
+ 180,4
|
6-Taxa Oficial de desemprego(2:1)
|
7,5%
|
8,9%
|
9,1%
|
9,8%
|
10,1%
|
10,6%
|
|
7-Taxa Efectiva de desemprego(5:1)
|
10,0%
|
11,2%
|
11,4%
|
12,5%
|
12,6%
|
13,0%
|
|
Fonte: INE, Estatística do Emprego, 1º Trimestre de 2006 e de 2010
No 1º Trimestre de 2010, pela primeira vez depois do 25 de Abril, o
desemprego oficial atingiu 592,2 mil, e a taxa de desemprego oficial 10,6%. E o
desemprego efectivo, que inclui também todos os desempregados que
não são incluídos no desemprego oficial, apesar de estarem
efectivamente no desemprego (inactivos disponíveis mais subemprego
visível) sobe para 729,3 mil e a taxa de desemprego efectiva aumenta
para 13%. E esta realidade, que é socialmente inaceitável, ainda
se vai agravar mais com as medidas aprovadas pelo governo e pelo PSD, que
são recessivas. Mas como afirmou Sócrates na entrevista à
RTP, a prioridade agora é "acalmar os mercados" e não o
desemprego de centenas de milhares de portugueses.
NOS PRIMEIROS QUATRO MESES DE 2010 FORAM ELIMINADOS DOS FICHEIROS DOS CENTROS DE
EMPREGO 185.705 DESEMPREGADOS
Durante a entrevista dada em 18.1.2010 à RTP Sócrates procurou
desvalorizar a gravidade do números do desemprego do INE afirmando que o
desemprego registado (os desempregados inscritos nos centros de Emprego) tinha
diminuído em Abril. Por ignorância ou com a intenção
de enganar, o 1º ministro "esqueceu-se" de esclarecer, por um
lado, que no desemprego registado apenas estão os desempregados que se
inscreveram no Centros de Empregos, e há muitos que não se
inscrevem porque não têm qualquer benefício com isso
(não têm direito a subsidio nem lhe arranjam emprego); e, por
outro lado, que são eliminados todos os meses dos ficheiros do Centros
de Emprego milhares de desempregados sem que o IEFP justifique porque o faz.
QUADRO II Desemprego registado, desempregados inscritos e eliminados nos
Centros de Emprego e desempregados que os Centros de Emprego arranjaram emprego
no período Janeiro-Abril 2010
MÊS/ANO
|
Desempregados inscritos no início do mês
(1)
|
Desempregados que se inscreveram durante o mês
(2)
|
Desempregados colocados pelo IEFP durante o mês
(3)
|
Desempregados que deviam existir no fim do mês
(4)=(1+2-3)
|
Desemprego registado divulgado pelo IEFP no fim do mês
(5)
|
Desempregados que desapareceram dos ficheiros do IEFP durante o mês
(6)=(4-5)
|
Janeiro de 2010
|
524.674
|
69.597
|
4.570
|
589.701
|
560.312
|
29.389
|
Fevereiro de 2010
|
560.312
|
64.980
|
4.499
|
620.793
|
561.315
|
59.478
|
Março de 2010
|
561.315
|
64.381
|
5.627
|
620.069
|
571.754
|
48.315
|
Abril de 2010
|
571.754
|
53.848
|
6.311
|
619.291
|
570.768
|
48.523
|
SOMA
|
|
252.806
|
21.007
|
|
|
185.705
|
Variação do desemprego entre 01/Janeiro/2010 e 30/Abril/2010
|
46.094
|
|
Fonte : Janeiro-Março 2010 - Boletim Estatístico - MTSS; Abril :
Informação mensal - Abril - IEFP
Em 1 de Janeiro de 2010 existiam inscritos nos Centros de Emprego, segundo o
IEFP, 524.674 desempregados. E entre 1 de Janeiro e 30 de Abril de 2010,
inscreveram nos Centros de Emprego mais 252.806 desempregados, e durante
também este período os Centros de Emprego só conseguiram
arranjar emprego para 21.007 desempregados. Portanto, se somarmos aos que
estavam inscritos nos Centros de Emprego em 1.1.2010 524.674 os
que se inscreveram durante os primeiros quatro meses de 2010 252.806
obtém-se 777.480. E se a este total retirarmos todos os que os Centros
de Emprego arranjaram trabalho 21.007 obtém-se 756.473 .
No entanto, o numero de desempregados inscritos nos Centros de Emprego que o
IEFP divulgou referentes a 30 de Abril de 2010 foi apenas de 570.768. É
fácil de concluir que, para obter este o valor que foi o utilizado pelo
1º ministro na entrevista à RTP (570.768), o IEFP teve de eliminar
dos seus ficheiros 185.705 desempregados. E a situação é
grave porque o IEFP procura ocultar tal facto, e se recusa a divulgar as
razões dessa "limpeza" na Informação Mensal que
periodicamente publica. E foi isto que Sócrates, apesar de muito
"explicativo, que se "esqueceu" de explicar.
DESEMPREGO AUMENTA MAS O NUMERO DE DESEMPREGADOS A RECEBER SUBSIDIO DIMINUI, E
O GOVERNO AINDA QUER REDUZIR MAIS
O número de desempregados não para de aumentar no nosso
País, mas o numero dos que recebem subsidio de desemprego está a
diminuir, como revela o quadro seguinte construído com dados divulgados
pela Segurança Social, que é a entidade que paga o subsidio de
desemprego.
QUADRO III Desemprego aumenta mas diminui o apoio aos desempregados em
Portugal
TRIMESTRE / ANO
|
Milhares de desempregados
|
Taxa cobertura subsídio de desemprego
|
Desemprego oficial
|
Desemprego real e efectivo
|
Desempregados a receberem subsídio
|
Em relação ao desemprego oficial
|
Em relação ao desemprego efectivo
|
1º Trim. 2009
|
495,8
|
548,9
|
299,2
|
60,4%
|
54,5%
|
2º Trim. 2009
|
507,7
|
624,3
|
323,3
|
63,7%
|
51,8%
|
3º Trim. 2009
|
547,7
|
635,2
|
348,5
|
63,6%
|
54,9%
|
4º Trim. 2009
|
563,3
|
704,0
|
360,2
|
63,9%
|
51,2%
|
Fevereiro 2010
|
|
|
373,2
|
|
|
1º Trim. 2010
|
592,2
|
729,3
|
359,9
|
60,8%
|
49,3%
|
Fonte: Estatísticas Emprego-INE; Subsídios de desemprego
pagos-Seg.Social
Entre o 4º Trimestre de 2009 e o 1º Trimestre de 2010, o numero
oficial de desempregados aumentou em 28,3 mil, e o desemprego efectivo em 25,3
mil, mas o numero de desempregados a receber subsidio de desemprego até
diminuiu em 300. Mas ainda mais grave é o verificado no fim do 1º
Trimestre de 2010, em que o numero de desempregados a receber subsidio de
desemprego é inferior ao do mês de Fevereiro do mesmo ano em
-13.300. Como consequência desta redução do apoio aos
desempregados a taxa de cobertura do subsidio de desemprego desceu, entre o
4ºTrim2009 e o 1ºTrim2010, de 63,9% para 60,8% (se se considerar o
desemprego oficial) e de 51,2% para 49,3% (se se considerar o desemprego
efectivo). E como tudo isto já não fosse suficiente, o governo
pretende alterar a lei do subsidio de desemprego, com o objectivo de reduzir
ainda mais o número de desempregados que recebem o subsidio de
desemprego, com o falso argumento de que os desempregados não querem
trabalhar.
A DESTRUIÇÃO DO EMPREGO CONTINUA MAS O GOVERNO DIZ QUE OS
DESEMPREGADOS NÃO QUEREM TRABALHAR
A destruição de postos de trabalho em Portugal continua de uma
forma incessante. São os próprios dados que o INE acabou de
publicar, que constam do quadro seguinte, que revelam isso.
QUADRO IV A destruição de emprego em Portugal no
período 1ºTrim. 2005 / 1ºTrim. 2010
Trimestre/ANO
|
POPULAÇÃO EMPREGADADA (mil)
|
VARIAÇÃO (mil)
|
1º Trim. 2005
|
5.094,4
|
|
1º Trm. 2007
|
5 135,7
|
41,3
|
1º Trim. 2008
|
5.191,0
|
55,3
|
2º Trim. 2008
|
5.228,1
|
37,1
|
3º Trim. 2008
|
5.195,8
|
-32,3
|
4º Trim. 2008
|
5.176,3
|
-19,5
|
1º Trim. 2009
|
5.099,1
|
-77,2
|
2º Trim. 2009
|
5.076,2
|
-22,9
|
3º Trim. 2009
|
5.017,4
|
-58,8
|
4º Trim. 2009
|
5.023,8
|
6,4
|
1º Trim. 2010
|
5.008,7
|
-15,1
|
1º Trim. 2010 - 2ºTrim.2008
|
-219,4
|
|
Fonte : Estatísticas de Emprego - 1º Trim2006-1º
Trim2010-INE
Entre 1º Trimestre de 2005 e o 2º Trimestre de 2008, ainda se
verificou um aumento do emprego em Portugal pois, segundo o INE, passou de
5.094,4 mil para 5.228,1 mil (aumentou em 133,7 mil). Mas partir desta data
tem-se verificado em Portugal uma diminuição contínua do
emprego, tendo sido destruído neste período
(2ºTrim2008/1ºTrim2010), 219,4 mil postos de trabalho. E apesar desta
destruição, e de ser cada vez mais difícil arranjar
trabalho em Portugal, nomeadamente jovens e trabalhadores com mais de 45 anos
de idade, o governo, dando satisfação às exigências
dos patrões, que pretendem ter mão de obra ainda mais barata, com
salários de miséria e sem respeito por qualquer horário de
trabalho, aprovou uma proposta de lei que estabelece que o subsidio de
desemprego não poderá ser superior a 75% do salário
liquido que o trabalhador recebia no período anterior ao despedimento
(este salário liquido é calculado, de acordo com a proposta do
governo, deduzindo ao salário ilíquido os 11% para a
Segurança Social mais a taxa de retenção de IRS) sendo,
depois, o desempregado obrigado a aceitar qualquer emprego desde que lhe seja
oferecido um salário ilíquido que seja igual ao subsidio de
desemprego mais 10% . E isto durante o primeiro ano, porque ao fim de 12 meses
o trabalhador é obrigado a aceitar qualquer emprego, desde que o
salário ilíquido oferecido seja pelo menos igual ao valor do
subsidio de desemprego (e este é igual ou menor a 75% do salário
liquido do emprego anterior e também não pode ser superior a 3
IAS, ou seja, 1257), em qualquer actividade, podendo ser numa
profissão que nunca o trabalhador a exerceu, sob pena de perder o
direito ao subsidio de desemprego. E isto porque segundo a alínea c) do
nº1 do artº 13º da proposta de lei do governo, é
considerado emprego conveniente, portanto emprego que o trabalhador tem de
aceitar sob pena de perder o direito ao subsidio o "que garanta uma
retribuição liquida igual ou superior ao valor do subsidio de
desemprego, acrescido de 10%, se a oferta do emprego ocorrer durante os
primeiros 12 meses de concessão da prestação de
desemprego, ou igual ou superior ao valor da prestação de
desemprego, se aquela oferta ocorrer no decurso ou após o 13º
mês".
É num quadro de forte recessão do emprego que Sócrates e
Passos Coelho decidiram reduzir ainda mais o investimento público e
diminuir o já baixo consumo interno, nomeadamente dos trabalhadores e
dos reformados, aumentando significativamente a carga fiscal que a maioria da
população já suporta e poupando mais uma vez aqueles que
continuam a enriquecer com a crise que eles próprios provocaram e sobre
a qual agora especulam, ou seja, os bancos que são os principais actores
actuais dos mercados financeiros que os governo da U.E. pretendem acalmar com
estas medidas. O resultado destas medidas recessivas são fáceis
de prever: mais falências e mais desemprego. Mas este é o tango
que o governo e o PSD decidiram dançar em conjunto para mal dos
portugueses, para utilizar a metáfora utilizada por Sócrates num
discurso em Espanha, que tanto o encanta.
19/Maio/2010
[*]
Economista,
edr2@netcabo.pt
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