Em 2010 o governo pretende aumentar, em média, as pensões da
segurança social em 4,3 ( 0,14/dia), e as da
administração pública em 5 (0,17/dia)
RESUMO DESTE ESTUDO
A aplicação da Lei 43-B/2006 e da Lei 52/2007 que definem a
fórmula de actualização das pensões da
Segurança Social e da Administração Pública,
respectivamente, determinaria que, em 2010, as pensões até
628,83 diminuíssem em -1,5%; as de valor entre 628,84 e
2515,32 fossem reduzidas em -2%, e as de valor superior sofressem uma
redução de -2,25%. Portanto, uma situação
socialmente inaceitável que também mostra a necessidade e
urgência em alterar profundamente estas duas leis. Mas essa não
é intenção de Sócrates. A prová-lo
está o facto do 1º ministro ter anunciado na Assembleia da
República uma solução, embora insuficiente, só para
2010, que já foi traduzida em projecto de decreto lei , e enviada aos
sindicatos, procurando assim manter intocável a fórmula de
actualização das pensões que tem determinado o
empobrecimento dos reformados, quer da Segurança Social quer da
Função Pública, nos últimos anos.
Sócrates anunciou na Assembleia da República que, em 2010, as
pensões mais baixas da Segurança Social (até 1,5 IAS
cerca de 630) seriam aumentadas apenas em 1,25%; as pensões
até 1500 somente 1%; e as de valor superior não teriam
qualquer subida. Assim, a subida nos preços prevista para 2010, quer
pelo Banco de Portugal (+1,5%), quer pela Comissão Europeia (+1,3%),
é superior ao aumento das pensões anunciados por
Sócrates.. Por essa razão, os reformados terão de viver
com pensões em 2010 que tiveram um aumento inferior ao que se
registará nos preços. Portanto, o seu poder de compra em 2010
será inferior ao de 2009.
Em percentagem, em 2010, o aumento médio nas pensões para mais de
2,6 milhões de reformados da Segurança Social é apenas
de 1,11%, ou seja, um aumento médio de apenas 4,3 euros por mês,
isto é, de 14 cêntimos por dia. Se a análise for feita por
escalões, conclui-se que os reformados com uma pensão inferior ao
limiar de pobreza (354,29/mês-14 meses), que são mais de 1,2
milhões (62% do total), sem incluir os com pensões de
sobrevivência, vão ter aumentos entre 2,7 euros por mês (9
cêntimos/dia) e 4,1 euros por mês (14 cêntimos/dia- Quadro
I). O aumento das pensões em 2010 de 1,11% é inferior ao previsto
para o IPC que é de 1,5%.
Em relação aos aposentados da Administração
Pública será utilizado o mesmo critério de acordo com um
projecto de decreto lei do governo. Assim, as pensões até 1,5 IAS
(628,83) terão um aumento de 1,25%; as pensões de valor
superior a 1,5 IAS até 1500 euros, serão aumentadas somente em
1%; as de valor superior na generalidade não terão qualquer
subida. Como consequência, em 2010, os 416.027 aposentados da
Administração Pública deverão ter um aumento
médio de 5 euros por mês, ou seja de 17 cêntimos/dia. Cerca
de 32,3% (134.423 ) que recebem pensões inferiores a 628,83 euros,
terão um aumento de apenas 1,25% (em média entre 9 cêntimos
e 16 cêntimos por dia). Os que terão um aumento de 1% são
38% do total de aposentados, e os que não terão qualquer subida
nas suas pensões em 2010 representam cerca de 29,7% de todos os
reformados (123.429). E os 116.579 reformados da Administração
Pública com pensões de sobrevivência, de preço de
sangue e outras poderão ter, em 2010, uma subida média nas suas
pensões de apenas 5 euros por mês, o que significa um aumento de
17 cêntimos por dia. Em percentagem as pensões subirão 0,4%
quando o aumento previsto no IPC é de 1,5%. (Quadros II e III).
Para agravar ainda mais a situação, o governo decidiu, por um
lado, aumentar de dois para três anos o período de tempo em que o
valor da
pensão não é actualizado após a data da reforma do
trabalhador (consta do projecto de decreto lei) e, por outro lado, congelar o
valor do Indexante de Apoios Sociais (o chamado IAS), ou seja, o seu valor em
2010 será o mesmo que vigorou em 2009 (419,22). Em
relação ao IAS interessa referir que muitas
prestações sociais subsídios sociais por risco
clínico, por interrupção da gravidez; abono de
família; pensão social de velhice e de invalidez; rendimento
social de inserção, subsídio social de desemprego,
acção social escolar, etc.; - o rendimento das pessoas com
direitos a estas prestações sociais está indexado ao IAS,
o que significa que se o seu rendimento ultrapassar uma determinada % do IAS
elas deixam de ter direito a essas prestações sociais, ou passam
a receber uma prestação de valor mais baixo.
Para além
disso, os próprios valores de muitos subsídios sociais (ex.: por
risco clínico, por interrupção de gravidez, por riscos
específicos, parental inicial e por adopção,
subsídio social de desemprego, etc.) estão indexadas ao valor do
IAS. Mesmo o valor máximo de subsídio de desemprego que se pode
receber não poder ser superior a três IAS, e a taxa anual de
formação da pensão da Segurança Social, que
estabelece o valor da pensão a receber pelo trabalhador, está
indexada ao valor do IAS. A manutenção em 2010 do mesmo valor do
IAS que vigorou em 2009, poderá ou impedir o acesso de mais pessoas a
estas prestações, ou determinar que muitos percam o direito a
elas, ou então que receberão valores mais baixos do que
receberiam se o IAS tivesse sido actualizado. É toda uma politica de
redução do apoio aos portugueses e às famílias, em
particular às que vivem com dificuldades, que esta medida acarreta, o
que só poderá determinar mais pobreza e fome.
|
Sócrates anunciou na Assembleia da República que as
pensões da Segurança Social iriam ter um aumento
extraordinário em 2010, sendo de 1,25% nas pensões até 630
euros e de 1% nas pensões até 1500 euros. As pensões de
valor superior não teriam qualquer aumento.
Esta decisão do governo "Sócrates 2" envolve duas
questões que interessa analisar com objectividade. A primeira prende-se
com o facto de ser um aumento extraordinário, o que significa que
é intenção deste governo manter em vigor, salvo em 2010, a
formula de actualização das pensões constante da Lei
53-B/2006 para a Segurança Social, e a Lei 52/2007 para a
Administração Pública, que têm impedido qualquer
melhoria nas pensões mais baixas (até 1,5 IAS), e determinado a
redução do poder de compra das outras pensões. A segunda
questão que resulta da decisão anunciada pelo governo, é a
dimensão do aumento, que sendo tão irrisório, mesmo para
as pensões mais baixas não determinará qualquer melhoria
para os reformados. Interessa então analisar estas duas questões
com mais pormenor.
O GOVERNO PRETENDE MANTER EM VIGOR, SALVO EM 2010, A FÓRMULA DE
ACTUALIZAÇÃO DAS PENSÕES QUE ESTÁ A IMPEDIR
QUALQUER MELHORIA NA SITUAÇÃO DOS REFORMADOS
De acordo com o artº 5º e 6º da Lei nº 53-B/2006, cuja
aplicação foi alargada à Administração
Pública através da Lei 52/2007, enquanto o crescimento
económico, medido pela variação real do PIB, for inferior
a 2%, as pensões de valor igual ou inferior a 1,5 IAS (628,83 euros em
2009) serão aumentadas de acordo com a subida verificada no
Índice de Preços do Consumidor (IPC) do ano anterior, portanto
não terão qualquer melhoria; as pensões de valor
compreendido entre 1,5 IAS e 6 IAS (entre 628,83 e 2515,32 em
2009), a actualização corresponde ao IPC deduzido de 0,5 pontos
percentuais, ou seja, perderão poder de compra; as pensões de
valor superior a 6 IAS (2515,32 dm 2009), a actualização
corresponde ao IPC deduzido de 0,75 pontos percentuais, portanto a
redução do poder de compra será ainda maior.
De acordo com Informação de Outono da Comissão Europeia,
que são as previsões mais recentes sobre a economia portuguesa,
em 2009 verificar-se-á uma contracção da economia nacional
de menos -2,9%, e prevê, para 2010, um crescimento de 0,3% e, para 2011,
um crescimento de 1%. Portanto, em 2010 e 2011 o crescimento da economia
portuguesa continuará a ser inferior a 2%, e não se sabe quando a
economia nacional poderá ultrapassar a barreira de 2%. Portanto, se a
formula de actualização das pensões não for
alterada, e Sócrates já o disse indirectamente que o seu governo
não tenciona alterá-la, os reformados da Segurança Social
com pensões mais baixas (até 1,5 IAS, ou seja, 628,83 em
2009) não terão qualquer melhoria real nas pensões, e os
restantes continuarão a perder poder de compra como tem acontecido nos
últimos anos.
Em 2010, ainda se verifica uma situação mais grave. Como a taxa
de inflação, pelo menos oficial, de 2009 é negativa
até Novembro, e como é ela que é utilizada na
actualização das pensões de 2010, se a lei fosse aplicada,
isso determinaria que todas as pensões, quer da Segurança Social
quer da Função Pública, teriam de ser reduzidas mesmo em
valor nominal, o que seria socialmente inaceitável, e que mostra
também o carácter absurdo da lei aprovada pelo governo de
"Sócrates 1". Daí o "aumento
extraordinário" anunciado por Sócrates só para 2010
que, no entanto, não altera o problema de fundo, que a formula de
actualização constantes da lei.
A experiência concreta dos últimos anos, assim como as
previsões para os próximos mostram que é necessário
alterar a formula de actualização das pensões constante da
lei, já que ela está a impedir qualquer melhoria nas
pensões mais baixas (até 1,5 IAS) e a determinar uma
redução continuada nas outras pensões. Fechar os olhos a
esta realidade ou subestimá-la, como fazem alguns, é permitir que
as desigualdades em Portugal continuem a aumentar.
SÓCRATES ANUNCIOU UM AUMENTO MÉDIO NAS PENSÕES DA
SEGURANÇA SOCIAL DE APENAS 4,3 POR MÊS, OU SEJA, DE 14
CENTIMOS/DIA
Sócrates anunciou na Assembleia da República, aquando do debate
do programa do governo, que, em 2010, as pensões da Segurança
Social até 630 euros seriam aumentadas em 1,25%, as pensões
até 1500 euros em 1%; e as pensões de valor superior a 1500
euros não teriam qualquer subida no próximo ano. Esta medida
já foi traduzida em projecto de decreto lei para ser aplicada aos
reformados da Segurança Social e aos aposentados da
Administração Pública
O primeiro aspecto que interessa referir é que as previsões da
subida do Índice de Preços no Consumidor para 2010 tanto o Banco
de Portugal (1,5%) como a Comissão Europeia (1,3%) são superiores
aos aumentos anunciados por Sócrates. Uma das características
negativas da formula de actualização das pensões, resulta
do facto de que quando a subida do IPC no ano em que o reformado vai receber a
pensão for superior ao aumento verificado no ano anterior, que é
o utilizado na formula de cálculo, o reformado acaba por ter uma
pensão com poder de compra inferior ao que teve no ano anterior.
É um aspecto negativo existente também na formula de
actualização constante da lei, que não possui qualquer
mecanismo para proteger os reformados.
O quadro seguinte, construído com os dados mais recentes divulgados pela
Segurança Social, mostra os aumentos anunciados por Sócrates para
2010 por escalões..
QUADRO I Os aumentos das pensões da Segurança Social em
2010 por escalões e o número de reformados abrangidos por cada
aumento
ESCALÕES DAS PENSÕES
|
Nº de Pensionistas
em 2008
|
Estrutura 2008
% do Total
|
Pensão média
em 2008
|
Pensão média
em 2009
|
Proposta do Governo para 2010
|
Aumento
das Pensões
em 2010
(/mês)
|
Aumento das Pensões
em 2010
(/dia)
|
Aumento % em 2010
|
De valor igual
ou inferior a 101,87
|
19.845
|
0,8%
|
101,9
|
104,8
|
106,1
|
1,3
|
0,04
|
1,25%
|
Igual ou superior a 101,88
e inferior a 236,47
|
168.647
|
6,4%
|
169,2
|
174,1
|
176,3
|
2,2
|
0,07
|
1,25%
|
Igual ou superior a 236,47
e inferior a 407,41
|
1.178.747
|
44,7%
|
321,9
|
331,3
|
335,4
|
4,1
|
0,14
|
1,25%
|
Igual ou superior a 407,41
e inferior a 611,12
|
156.356
|
5,9%
|
509,3
|
524,0
|
529,3
|
5,2
|
0,17
|
1,0%
|
Igual ou sup. a 611,13
e inferior 628,83
|
10.000
|
0,4%
|
620,5
|
638,5
|
644,9
|
6,4
|
0,21
|
1,0%
|
Igual ou superior a 628,84
e inferior a 2444,46
|
186.733
|
7,1%
|
1.527,8
|
1.564,5
|
1.580
|
15,6
|
0,52
|
1,0%
|
Igual ou superior a 2444,46
e inferior a 5479,28
|
8.783
|
0,3%
|
3.961,9
|
4.047,1
|
4.047
|
0,0
|
0,0
|
0,0%
|
Superior a 5479,28
|
491
|
0,0%
|
5.479,3
|
5.479,3
|
5.4793
|
0,0
|
0,0
|
0,0%
|
SUBTOTAL 1- Pensões de Velhice e Invalidez Regime Geral
(em Set/2009 eram 1.928.088 segundo o Instituto de Informática, mas a
Conta da Segurança Social só considera 1.729.602)
|
1.729.602
|
65,5%
|
469,7
|
482,3
|
487,5
|
5,2
|
0,17
|
1,08%
|
SUBTOTAL 2 - Pensão de Sobrevivência (Todos os regimes)
|
687.756
|
26,1%
|
185,9
|
194,9
|
197,3
|
2,4
|
0,08
|
1,25%
|
Pensão Social
|
27.057
|
1,0%
|
181,9
|
187,2
|
189,5
|
2,3
|
0,08
|
1,25%
|
Pensão Regulamentar Rural
|
187.462
|
7,1%
|
218,3
|
224,6
|
227,4
|
2,8
|
0,09
|
1,25%
|
Pensão Rural Transitório
|
6.788
|
0,3%
|
181,9
|
187,2
|
189,5
|
2,3
|
0,08
|
1,25%
|
SUBTOTAL 3 - Pensão Social, Regulamentar Rural e Rural
Transitório (Regimes Não Contributivos)
|
221.307
|
8,4%
|
212,7
|
218,9
|
221,6
|
2,7
|
0,09
|
1,25%
|
TOTAL GERAL
|
2.638.665
|
100%
|
374,2
|
385,3
|
389,6
|
4,3
|
0,14
|
1,11%
|
Fonte: Conta da Segurança Social - 2008; Instituto Informática,
IP, DGI, MTSS
Em percentagem o aumento médio nas pensões para os 2.638.665
reformados é apenas de 1,11%, o que significa um aumento médio de
apenas 4,3 euros por mês, ou seja, de 14 cêntimos por dia, o que
é uma miséria, para utilizar o termo adequado.
Se analisarmos por escalões, concluímos que os reformados com uma
pensão inferior ao limiar de pobreza (354/mês 14
meses), que somam 1.209.799 reformados (62% do total), sem incluir os com
pensões de sobrevivência, vão ter aumentos entre 2,7 euros
por mês (9 cêntimos/dia) e 4,1 euros por mês (14
cêntimos/dia). Se se der a conhecer estes aumentos aos
"beneficiados" certamente eles responderão, com razão,
é "brincar com a miséria e a fome".
EM 2010, O AUMENTO MÉDIO DAS PENSÕES DOS APOSENTADOS SERÁ
APENAS 5 POR MÊS
Em relação aos aposentados da Administração
Pública será utilizado o mesmo critério de acordo com o
projecto de decreto lei do governo. Assim, as pensões até 1,5 IAS
(628,83) terão um aumento de 1,25%; as pensões de valor
superior a 1,5 IAS até 1500 euros, serão aumentadas somente em
1%; as de valor superior na generalidade não terão qualquer
subida.
Os dois quadros seguintes mostram as subidas nas pensões que
terão os aposentados assim como os verificados em outros tipos de
pensões em 2010 na Administração Pública.
QUADRO II Os aumentos das pensões dos aposentados em 2010
ESCALÕES
|
Aposentados
e reformados
Nº
|
Pensão Média 2008
Euros
|
Pensão Média 2009
Euros
|
Aumento do governo
para 2010
Em %
|
Pensão média
2010
|
Aumento
/mês
|
Aumento
/dia
|
Até 220,98
|
20.872
|
220
|
226
|
1,25%
|
229
|
3
|
0,09
|
De 220,99 a 250
|
33.912
|
235
|
242
|
1,25%
|
245
|
3
|
0,10
|
De 250,01 a 500
|
39.439
|
375
|
386
|
1,25%
|
391
|
5
|
0,16
|
De 500,01 a 628,83
|
40.200
|
565
|
581
|
1,25%
|
589
|
7
|
0,24
|
De 628,84 a 750
|
28.196
|
690
|
707
|
1,00%
|
714
|
7
|
0,24
|
De 750,01 a 1000
|
56.258
|
875
|
896
|
1,00%
|
905
|
9
|
0,30
|
De 1000,01 a 1500
|
73.706
|
1.250
|
1.280
|
1,00%
|
1.293
|
13
|
0,43
|
De 1500,01 a 2000
|
34.994
|
1.750
|
1.792
|
0,00%
|
1.792
|
0
|
0,00
|
De 2000,01 a 2500
|
50.616
|
2.250
|
2.304
|
0,00%
|
2.304
|
0
|
0,00
|
De 2500,01 a 3000
|
26.128
|
2.750
|
2.791
|
0,00%
|
2.791
|
0
|
0,00
|
De 3000,01 a 4000
|
7.616
|
3.500
|
3.553
|
0,00%
|
3.553
|
0
|
0,00
|
Superior a 4000
|
4.075
|
4.000
|
4.060
|
0,00%
|
4.060
|
0
|
0,00
|
TOTAL
|
416.012
|
|
1.231
|
|
1.236
|
5
|
0,17
|
Fonte: Relatório e Contas da CGA
2008
Em 2010, os 416.027 aposentados da Administração Pública
(no fim de 2009, deverão ser já 430.988 pois a taxa de
crescimento dos aposentados tem sido de 3,6% ao ano), terão um aumento
médio de 5 euros por mês, ou seja de 17 cêntimos/dia. Cerca
de 32,3% (134.423 ) que recebem pensões inferiores a 628,83 euros,
terão um aumento de apenas 1,25% (em média entre 9 cêntimos
e 16 cêntimos por dia). Os que terão um aumento de 1% correspondem
a 38% do total de aposentados, e os que não terão qualquer subida
nas suas pensões em 2010 representam 29,7% de todos os reformados
(123.429)
Para além dos aposentados, existem também os reformados da
Administração Pública com pensões de
sobrevivência, de preço de sangue e outras. O quadro seguinte
contém os aumentos que se podem já prever nessas pensões
em 2010.
QUADRO III Aumentos das pensões de sobrevivência, de sangue
e outras da Administração Pública em 2010
ESCALÕES
|
Pensionistas,
Sobrevivência,
sangue e outras
Nº
|
Pensão média
2008
Euros
|
Pensão média
2009
Euros
|
Aumento do governo
para 2010
Em %
|
Pensão média
2010
Euros
|
Aumento
/mês
|
Aumento
/dia
|
Até 110,49
|
1.826
|
110
|
113
|
1,25%
|
115
|
1
|
0,05
|
De 110,5 a 200
|
29.499
|
155
|
160
|
1,25%
|
162
|
2
|
0,07
|
De 200,01 a 300
|
17.856
|
250
|
257
|
1,25%
|
260
|
3
|
0,11
|
De 300,01 a 400
|
23.126
|
350
|
360
|
1,25%
|
365
|
5
|
0,15
|
De 400,01 a 500
|
13.407
|
450
|
463
|
1,25%
|
469
|
6
|
0,19
|
De 500,01 a 600
|
9.051
|
550
|
566
|
1,25%
|
573
|
7
|
0,24
|
De 600,01 a 628,83
|
3.500
|
615
|
633
|
1,25%
|
641
|
8
|
0,26
|
De 628,84 a 700
|
3.837
|
665
|
681
|
1,00%
|
688
|
7
|
0,23
|
De 700,01 a 800
|
3.352
|
750
|
768
|
1,00%
|
776
|
8
|
0,26
|
De 800,01 a 900
|
2.130
|
850
|
870
|
1,00%
|
879
|
9
|
0,29
|
De 900,01 a 1.000
|
1.972
|
950
|
973
|
1,00%
|
983
|
10
|
0,32
|
De 1000,01 a 1250
|
4.170
|
1.125
|
1.152
|
1,00%
|
1.164
|
12
|
0,38
|
De 1250,01 a 1500
|
1.375
|
1.375
|
1.408
|
1,00%
|
1.422
|
14
|
0,47
|
Superior a 1500
|
1.478
|
1.500
|
1.536
|
1,00%
|
1.551
|
15
|
0,51
|
TOTAL
|
116.579
|
|
423
|
|
428
|
5
|
0,17
|
Fonte: Relatório e Contas da CGA -
2008
Os 116.579 reformados da Administração Pública com
pensões de sobrevivência, de sangue e outras (no
fim de 2009, deverão ser já 119.027, pois a taxa de crescimento
destes pensionistas tem sido de 2,1% ao ano); repetindo, estes pensionistas
terão, em 2010, uma subida nas suas pensões de apenas 5 euros por
mês, o que significa de 17 cêntimos por dia (um aumento
médio de 1,18% nestas pensões quando a subida prevista dos
preços IPC é de 1,5% em 2010).
13/Novembro/2009
Adenda em 23/Fevereiro/2010:
Centenas de trabalhadores da Administração Pública têm-me enviado emails
pedindo ajuda para calcular a sua pensão com base no Estatuto da Aposentação
actualmente em vigor e com base nas alterações constantes da Proposta de Lei do
OE-2010 que o governo apresentou na Assembleia da República, para poderem
avaliar as consequências na sua pensão.
Na impossibilidade de responder individualmente a cada trabalhador elaborei dus
folhas de cálculo uma para calcular a pensão com base na lei em vigor e
outra
para calcular a pensão com base nas alterações que o governo pretende
introduzir no Estatuto da Aposentação em que procurei automatizar o
maior
número de cálculos, e onde o trabalhador terá de introduzir os seus dados
pessoais para obter os dois valores da sua pensão. Desta forma procurei
facilitar o cálculo pelo próprio trabalhador, pois de outra forma seria
materialmente impossivel satisfazer todos os pedidos.
Essa folha de cálculo assim preparada está disponivel em
www.eugeniorosa.com
na
pasta "ÚLTIMO ESTUDO" com o titulo "Cálculo rápido da pensão da aposentação
com base na lei em vigor e com base nas alterações constantes da Lei do OE2010".
Agradeço que qualquer duvida ou dificuldade seja enviada para edr2@netcabo.pt
para poder ser esclarecida colectivamente ou alterada ou completada a folha de
cálculo.
Espero que este trabalho possa ser útil aos trabalhadores da Função Pública e a
todos aqueles que estão preocupados com a situação na Administração Pública,
fundamental para a prestação de serviços de qualidade à população e para
recuperação do País, cujos trabalhadores vivem novamente um momento de grande
insegurança e instabilidade, e de novo ataque aos seus direitos.
E.R.
[*]
Economista,
edr2@netcabo.pt
Este artigo encontra-se em
http://resistir.info/
.
|