por Mike Whitney
"As condições do mercado são as piores que qualquer
pessoa nesta indústria possa recordar. Não creio que
alguém tenha lembrança de um desaparecimento total de liquidez...
Há activos no valor de milhares de milhões de dólares
para os quais simplesmente não há mercado". Alain Grisay,
executivo chefe do F&C Asset Management Plc, com sede em Londres; Bloomberg News
O furacão começado com as hipotecas subprime tem assolado os
mercados de crédito, levando a destruição a títulos
municipais, hedge funds, investimentos estruturados complexos e agências
de dívida (Fannie Mae). Agora as primeiras rajadas da ventania com
Força 5 estão a atingir a economia real onde se aguardam danos
generalizados. O Departamento do Trabalho informou sexta-feira que em
Fevereiro os empregadores cortaram 63 mil empregos, o maior declínio
mensal em cinco anos. O corte nas folhas de pagamento soma-se aos 22 mil
empregos que foram perdidos em Janeiro. Desde Setembro de 2006 foram
eliminados 52 mil empregos no sector manufactureiro, ao passo que 331 mil foram
perdidos na construção.
O Departamento do Trabalho também informou na quarta-feira que a
produtividade por trabalhador reduziu-se significativamente no último
trimestre de 2007. Quando a produtividade está baixa, os custos do
trabalho aumentam o que agrava pressões inflacionárias. Isto
torna mais difícil para o Fed reduzir taxas a fim de estimular a
economia sem provocar a temida "estagflação"
crescimento lento e ascensão dos preços.
As notícias acerca da construção comercial são
igualmente negras. O
Wall Street Journal
relata:
"Pelo segundo mês seguido, o Departamento do Comércio relatou
um declínio nos gastos com a construção não
residencial a qual inclui tudo, desde hospitais a parques de
escritórios e centros comerciais... Os sinais de
perturbação surgiram no fim do ano. Como os mercados de
crédito endureceram, o espaço para escritórios vendido no
quarto trimestre caiu 42 por cento em relação ao ano anterior, e
as vendas de grandes propriedades a retalho declinaram 31 por cento, diz a Real
Capital Analytics, um grupo de investigação imobiliária de
Nova York... Se os gastos continuarem a arrefecer, os trabalhadores da
construção, que estão a cambalear devido à
diminuição da velocidade na construção, enfrentam
mais despedimentos colectivos". ("Building Slowdown Goes
Commercial",
Wall Street Journal
)
O imobiliário comercial será a próxima queda. Há
uma tremenda super-oferta de espaço a retalho à escala nacional e
a sangria acaba de começar. Os construtores continuaram a erguer
centros comerciais e edifícios de escritórios apesar de o
imobiliário residencial ter afundado num despenhadeiro. Agora os bancos
abalados terão de retomar milhares de edifícios vazios em centros
comerciais vazios sem qualquer probabilidade de alugá-los no futuro
próximo. É um desastre. Entre Dezembro de 2007 e Janeiro de
2008 os gastos na construção comercial tiveram a queda mais aguda
dos últimos 14 anos. O súbito declínio está a
acrescentar cada vez mais pessoas às fileiras do desemprego.
Assim, o que significa tudo isto? O desemprego está alto, a
produtividade está baixa, a inflação está a
aumentar, o dólar está abaixo da água, o
imobiliário comercial está no fosso e o país está a
deslizar inexoravelmente para a recessão.
Quanto ao mercado habitacional
"A habitação está no seu "mais profundo e mais
rápido retraimento desde a Grande Depressão", disse
terça-feira passada o economista chefe da National Association of Home
Builders, e o ímpeto da descida parece estar a acelerar-se.
"A habitação está num modo de grande
contracção e será um outro importante peso sobre a
economia no primeiro trimestre", disse David Seiders, economista chefe do
NAHB's chief economist." ("Rapid Deterioration", MarketWatch)
As vendas de casas caíram 65 por cento em relação ao seu
pico em 2005. Os stocks acumulam-se vertiginosamente. O número de
casas vazias agora vão a cerca de 2 milhões, um aumento de 800
mil desde 2005. A procura está fraca e os preços estão a
mergulhar. Tudo isto é mau. Enquanto isso, o Federal Reserve e a
administração Bush estão a mexer-se para conceber um plano
que impeça os proprietários de casas de empacotarem tudo e
fugirem das suas hipotecas. Mas o que podem eles fazer? Será que eles
realmente amortizariam parcialmente
(write-down)
o principal das hipotecas como recomenda Bernanke e enfrentariam anos de
litigação dos possuidores de obrigações que
compraram os títulos apoiados por hipotecas sob termos diferentes? Ou
será que eles simplesmente permitirão o mercado limpar e remeter
2 milhões de proprietários de casa para o arresto só em
2008?
A bolha da deflação habitacional está finalmente a ser
sentida na economia em geral. A situação líquida que se
deteriora na habitação está a colocar pressão uma
pressão baixista sobre os gastos do consumidor e a encolher o PIB.
Além disso, o dólar está numa baixa histórica, e um
intratável esmagamento do crédito deixou os mercados financeiros
desbaratados. Peritos estão agora a prever que os gastos do consumidor
são serão retomados até que os preços da
habitação cessem de cair o que poderia ocorrer no fim de 2009.
Quando o Japão experimentou um colapso semelhante do
crédito/imobiliário, levou mais de uma década a recuperar.
Não há razão para acreditar que a presente crise seja
resolvida mais rapidamente.
Na sexta-feira, o gigante bancário USB estimou que o desastre no
crédito acabaria por custar às instituições
financeiras mais de US$600 mil milhões, três vezes mais do que a
sua estimativa original de US$200 mil milhões. Mas a previsão do
USB não levou em conta os US6 milhões de milhões
(trillion)
de perdas imobiliárias se os preços da habitação
caírem 30 por cento nos próximos dois anos (o que é muito
provável). Nem tão pouco levou em conta as perdas potenciais no
mercado de finanças estruturadas onde US$7,8 milhões de
milhões (os quais actualmente estão em "títulos
fundidos") passaram a um congelamento profundo. Não há
qualquer meio de saber quanto capital estará drenado do sistema no
momento em que tudo isto terminar, mas se US&7 milhões de milhões
foram perdidas na falência das dot.com, então a quantia deveria
exceder em muito aquele número.
A bolha habitacional era inteiramente evitável. Foram as
políticas do Federal Reserve que a tornaram inevitável. Ao fixar
taxas de juro abaixo da taxa de inflação durante quase três
anos, Greenspan ateou a especulação na habitação e
criou uma falsa percepção de prosperidade. Na verdade,
não era nada mais do que activar a inflação através
da expansão da dívida. As acções do Fed foram
complementadas pela recusa de legislação regulamentadora que
impedisse os bancos comerciais de se interessarem pelo comércio de
títulos. Uma vez que as leis foram alteradas, os bancos estavam livres
para espalhar os seus títulos apoiados por hipotecas a investidores de
todo o mundo (os títulos apoiados por hipotecas com
classificação A estão actualmente a serem vendidos a
apenas 13 por cento do seu valor facial!). Agora, aqueles títulos
registados estão a explodir por toda a parte deixando grandes partes do
sistema financeiro disfuncionais.
Como os investidores continuam a fugir de qualquer coisa remotamente ligada a
hipotecas, o preço do risco, medido pelo spread sobre títulos
corporativos, disparou. De facto, os investidores estão mesmo a
afastar-se de
GSEs
super expostas como a Fannie Mae e Freddie Mac. Na medida em que o
número de arrestos continuar a subir, a aversão ao risco
intensificar-se-á disparando um desencadeamento selvagem de apostas
alavancas nos hedge funds bem como uma paralisia mais ampla nos mercados
financeiros.
Agora não há absolutamente nenhuma dúvida de que a
tempestade que actualmente está a assolar as finanças em breve
deixará
a Wall Street de joelhos. Pode ser boa altura de recordar em 24 de
Março de 2000 o NASDAQ atingiu o pico a 5048. Em 9 de Outubro de 2004
atingiu o fundo em 1114, uma perda de aproximadamente 80 por cento.
Será que isto poderia acontecer outra vez?
Você pode apostar. Aguarde para ver o Dow a abraçar os 7000 no
fim do ano.
O
Wall Street Journal
publicou um artigo na terça-feira que esboçava como os bancos
alteraram padrões nas reuniões na Basiléia, na
Suíça, a fim de obterem maior autonomia ao decidir
questões que deveriam ter sido governadas por regulamentos estritos:
"Alguns dos principais banqueiros do mundo passaram quase uma
década a conceber novas regras a fim de ajudar as
instituições financeiras globais a permanecerem fora de
perturbações... A sua doutrina primária: Aos bancos
deveria ser dada mais liberdade para decidirem por si mesmos quanto risco
assumiriam, uma vez que estavam em melhor posição do que os
reguladores para efectuar tais decisões". ("Mortgage Fallout
Exposes Holes in New Bank-risk Rules",
Wall Street Journal
)
É um caso clássico de raposas a decidirem que deveriam fiscalizar
os aviários de galinhas.
O Comité da Basiléia sobre Supervisão Bancária
é um grupo que abrange os governadores dos bancos centrais dos
países do G-10: Bélgica, Canadá, França,
Itália, Japão, Holanda, Suécia, Suíça,
Grã-Bretanha e Estados Unidos. O grupo é suposta estabelecer as
regras para manter suficiente capitalização dos bancos de modo a
que os depositantes sejam protegidos. Mas isto é uma
simulação. Ele parecer estar mais focando na
manutenção do domínio americano e europeu sobre o mundo em
desenvolvimento e assegurar que as alavancas do poder financeiro
permaneçam nas garras manicuradas dos mandarins bancários do
ocidente.
Agora que o sistema financeiro está em agonia terminal, muitas pessoas
estão a perguntar-se sobre a sabedoria de entregar tanto poder a
organizações que não operam no interesse público.
Thomas Jefferson antecipou este cenário e emitiu uma advertência
acerca dos perigos de abdicar da soberania em favor de não eleitos,
banqueiros orientados para o lucro. Disse ele:
"Se o povo americano alguma vez permitir aos bancos controlarem a
questão da nossa divisa, primeiro através da
inflação, depois pela deflação, os bancos e as
corporações que crescerão privarão o povo de toda a
propriedade até que os seus filhos acordem sem casa no continente que os
seus pais conquistaram".
Embora o país esteja a tropeçar rumo a uma aterragem
económica drástica, os bancos ainda estão apenas
interessados em descobrir um meio de se salvarem a si próprios. Na
semana passada o
New York Times
revelou uma "proposta confidencial" do Bank of America aos membros
do Congresso pedindo ao governo americano para garantir US$739 mil
milhões em hipotecas que são "de risco moderado a alto de
incumprimento" para salvar os bancos de perdas potenciais. Na
quinta-feira, o Rep. Barney Frank a operar no interesse dos seus
constituintes bancários fez um apelo na Casa dos Representantes
sobre esta mesma questão, dizendo que o Congresso deveria considerar a
compra de algumas destas hipotecas a afundar a fim de colaborar com os
esforços dos proprietários de casas. Mas por que os
contribuintes deveriam pagar pelos erros de bancos privados, especialmente
quando aqueles bancos tem estado a ludibriar o público em milhares de
milhões de dólares através da venda de títulos
subprime sem valor?
O Fed já reduziu a taxa dos Fundos Fed de 2,25 pontos base para 3 por
cento (mais do que um ponto abaixo da taxa actual de inflação) a
fim de ajudar os bancos a recuperar algumas das suas perdas com más
apostas. Bernanke também abriu uma Temporary Auction Facility (TAF), a
qual permite aos bancos utilizarem mortgage-backed securities (MBS) e outros
investimentos estruturados como colateral a 85 por cento do seu valor facial
(apesar de os títulos somente valerem centavos de dólar no
mercado aberto). Dessa forma, o TAF emprestou secretamente US$75 mil
milhões a bancos com o capital esgotado, o que Bernanke pensa ser um
desenvolvimento positivo. Mas por que o chefe do Fed está encorajado
pelo facto de os maiores bancos de investimento do país precisarem tomar
emprestado milhares de milhões de dólares a taxas de saldo
só para permanecerem solventes? A verdade é que muitos dos
bancos estão apenas a acolchoar os seus debilitados balanços de
modo a que possam vasculhar o planeta à procura de investidores que lhes
comprem partes dos seus privilégios.
Na quinta-feira Bernanke discursou à Independent Community of Bankers of
America exortando-a a tomar quaisquer passos que fossem preciso a fim de
impedir os proprietários de casas com saldo líquido negativo
(negative equity)
de fugirem das suas hipotecas. Juntamente com a proposta "taxa
congelada" sobre as adjustable rate mortgages (ARMs), o chefe do Fed
também sugeriu que os prestamistas reduzissem o principal sobre as
hipotecas para seduzir os proprietários a fim de que se mantenham a
efectuar os pagamentos nominais sobre os seus empréstimos. Mas,
claramente, o arresto é a escolha mais sábia para muitos
proprietários de casas que de outra forma podem ser amarrados a um
activo de valor firmemente declinante durante o resto das suas vidas. Os
proprietários deveriam basear as suas decisões naquilo que for do
seu melhor interesse financeiro a longo prazo, tal como os banqueiros fariam.
Se isto significa ir embora, então é o que eles deveriam fazer.
O proprietário da casa não é de forma alguma
responsável pelos problemas que derivam da vigarise da
subprime/titularização. Isto foi obra totalmente dos banqueiros.
O Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) começou a aumentar a
equipe em muitos dos seus gabinetes regionais a fim de tratar das previstas
erupções de falências bancárias em estados mais
duramente atingidos pelo estrago habitacional. A Califórnia, Florida e
parte do Sudoeste definitivamente precisarão da máxima
atenção. Estes estados estão a experimentar uma
depressão habitacional e muitos dos bancos mais pequenos que emitiram as
hipotecas e empréstimos para o imobiliário comercial estão
destinados a serem martelados. Eles simplesmente não tem o
colchão de capital para resistirem ao tsunami de incumprimentos e
arrestos que estão a vir. Os depositantes deveriam garantir que todas
as suas poupanças estão cobertas de acordo com as regras do FDIC;
não mais de US$100 mil por conta. Os mercados monetários
não estão assegurados.
Os países do G-7 também anunciaram na semana passada que se
movimentos de preços "irracionais" persistissem, eles
"colectivamente tomariam medidas adequadas para acalmarem os mercados
financeiros". O grupo acrescentou efectuaria as suas actividades
secretamente para terem o máximo efeito. Considere quão
desesperada a situação deve realmente estar para os ministros das
Finanças do G-7 emitirem uma advertência pública de que
estão a planear intervir no mercado para impedir uma calamidade. Isto
é impressionante. O grupo não especificou se estavam a falar
acerca de escorar o tombo da nota verde ou comprar futuros nos mercados de
acções como uma Equipe de Protecção de Afundamentos
(Plunge Protection Team)
global. No entanto, os seus comentários somam-se à
percepção crescente de que as coisas estão fora de
controle e a deteriorar-se rapidamente.
Com o petróleo, ouro e preços alimentares a subirem, o Fed tem
sido violentamente criticado por cortas taxas e arriscar nova erosão do
valor do dólar (Nesta manhã o dólar caiu para US$1,53 em
relação ao euro!). Mas Bernanke está certo, o perigo real
é a deflação. Estamos no princípio de uma
recessão conduzida pelo consumidor, caracterizada pelo enfraquecimento
da procura, falta de poupanças pessoais, declínio de
valores-activos (particularmente habitações) e
super-endividamento. Os aumentos de Fed da oferta monetária
através de baixas taxas de juros não afectarão a
diminuição do crescimento que será evidente até o
final do ano. Milhões de milhões de dólares de
derivativos, activos subprime super-alavancados e muitas outras más
apostas estão a descosturar-se todas ao mesmo tempo drenando um oceano
de capital virtual da economia. Se o crédito continuar a ser
destruído ao ritmo actual, o país estará nas garras de
algo como uma depressão com derrocada em 2009. Greg Ip, do
Wall Street Journal,
coloca isto assim no seu artigo "For the Fed, a RecessionNot
InflationPoses Greater Threat":
"Então, por que está o Fed mais preocupado acerca do
crescimento do que da inflação? Primeiro, ele pensa que o ganho
de velocidade nos preços das mercadorias explica os aumentos, não
apenas na inflação geral mas também no núcleo
inflacionário: os custos mais altos da energia "passaram"
para outros bens e serviços. O núcleo inflacionário
ascendeu e caiu com a inflação da energia entre o
princípio de 2006 e meados de 2007, e o Fed pensa que o mesmo
estará provavelmente a acontecer agora. Se a energia e os preços
alimentares pararem de ascender eles realmente não têm de
cair tanto a inflação geral como o núcleo
inflacionário retrocederiam".
Ip continua: "Responsáveis do Fed não pensam que o salto
mais recente (nos alimentos e na energia) possam justificar-se pela oferta e
procura fundamental... Uma explicação mais provável:
investidores, talvez alarmados pela posição moderada do Fed,
estão a despejar dinheiro em fundos de commodities e em divisas
estrangeiras como uma barreira contra a inflação. ...Mas ganhos
com preços especulativos não podem ser mantidos se os fundamentos
não os suportarem. Se o Fed e os mercados de futuros estiverem certos,
os preços estarão mais baixos, não mais altos, dentro de
um ano.
Bernanke está certo quanto a este ponto. Aumentos temporários de
preços não são o resultado de escassez, custos de
produção acrescidos, ou questões fundamentais, mas da
especulação. De facto, a procura por petróleo tem estado
baixa em 3,4 por cento em relação às últimas quatro
semanas comparadas com o mesmo período do ano passado, o que significa
que os preços provavelmente cairão bruscamente uma vez que o
frenesim das commodities perca vapor. Os investidores estão
simplesmente a procurar algum lugar para colocar o seu dinheiro ao invés
de colocá-los em instáveis títulos corporativos ou
acções excessivamente caras. As commodities são a
alternativa lógica. Mas tão logo os gastos do consumidor
retrocedam, todas as classes de activos cairão em consequência,
incluindo ouro e petróleo (e, sim, o dólar deveria recuperar
algum terreno perdido, ainda que temporariamente).
Baixa cíclica ou recessão pós-bolha?
Um artigo no
New York Times
do presidente para a Ásia do Morgan Stanley, Stephen Roach, declara que
o país não está numa baixa cíclica e sim numa
recessão pós-bolha. Há uma grande diferença. Os
cortes de taxas de juro do Fed o "Plano de Estímulo" de Bush
provavelmente não impedirão os preços das casas de
continuarem a cair nem consertarão milagrosamente os problemas nos
mercados de crédito. A maciça expansão do crédito
nos últimos seis anos criou um inchaço de US$45 milhões de
milhões em derivativos que poderia implodir ou apenas desatar-se
parcialmente. Ninguém sabe realmente. E ninguém realmente sabe
quanto dano isto provocará ao sistema financeiro global.
Permaneça sintonizado.
Roach observa que a recessão de 2000 a 2001 foi um colapso nos gastos
das empresas que representou apenas uns 13 por cento do PIB. Compare-se aquela
com a actual recessão a qual "foi posta em andamento pelo
arrebentamento simultâneo das bolhas da propriedade e do
crédito... Estes dois sectores económicos em conjunto atingem 78
por cento do produto interno bruto, ou exactamente seis vezes a fatia do sector
que empurrou o país para a recessão sete anos atrás".
Não só a recessão iminente será seis vezes mais
severa, ela será também a sirene de bombeiros para a sociedade
com base no consumidor da América. As atitudes em relação
aos gastos já mudaram dramaticamente desde que os preços dos
alimentos e do combustível aumentaram. Esta tendência só
pode crescer quando tempos difíceis principiam.
Roach acrescenta: "Para economias dependentes de activos, inclinadas
à bolha, uma recuperação cíclica mesmo
quando assistida por agressiva acomodação monetária e
fiscal não é um dado... Os mentores políticos de
Washington podem não ser capazes de deter esta baixa pós-bolha.
Cortes nas taxas de juro provavelmente não impedirão o
declínio dos preços das habitações por todo o
país... Cortes agressivos nas taxas de juro não fizeram grande
coisa para conter o contágio letal que se propagou nos mercados de
crédito e de capital... Uma estratégia mais efectiva seria
tentar inclinar a economia para longe do consumo e em direcção a
exportações e investimentos muito necessários em
infraestruturas.
Os mentores políticos no Federal Reserve e em Washington ainda
estão presos ao passado, a tentar reviver gastos do consumidor
através da criação de uma outra bolha com baixas taxas de
juro e seu brinde de "estímulo" de US$600 por pessoa. Caminho
errado. Investir em infraestrutura e tecnologias amigas do ambiente,
reconstruir a economia desde a base, restabelecer a sanidade fiscal e minimizar
gastos deficitários, colocar a América de volta ao trabalho a
fazer coisas que as pessoas utilizam e que melhoram a sociedade e (como diz
Roach) "ajudar as vítimas inocentes das consequências da
bolha especialmente família de baixos e médios
rendimentos". E, o mais importante, abolir o Federal Reserve e devolver o
controle do nosso dinheiro aos nossos representantes eleitos do Congresso.
Este é o único caminho para colocar o futuro económico da
América outra vez nas mãos do povo.
Aqui está um plano que todos nós podemos apoiar.
08/Março/2008
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© Copyright Mike Whitney, Global Research, 2008
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