O povo chinês sente-se ultrajado
"A China irá reagir se provocada novamente. Está-se a
arriscar uma guerra"
Alessandro Bianchi - Começo com uma pergunta brutal: em que se tornou um
país que propõe Donald Trump como seu "melhor
candidato"'?
AV - Não é muito diferente do país que costumava ser
há décadas, até há séculos. Desde o
início, os presidentes dos Estados Unidos (todos de stock europeu,
claro), promoveram a escravidão, campanhas de extermínio contra a
população nativa da América do Norte, bárbaras
guerras de agressão contra o México e outros países da
América Latina, Filipinas, etc. Mudou alguma coisa agora? Duvido muito.
Donald Trump é horroroso, mas ele também é honesto. Ambos
os presidentes Clinton e Obama foram grandes oradores, mas impenitentes
assassinos em massa.
AB - Numa pesquisa recente mais de 53% dos americanos estavam contra Hillary
Clinton e Donald Trump. Quanto tempo mais se vai continuar a considerar os
Estados Unidos uma democracia? E porquê, na sua opinião, é
a abstenção a única forma de "rebelião"
de uma população completamente excluída das tomadas de
decisão?
AV - "Democracia" significa nada mais que, "governo do
povo", em grego. Não há nada de democrático nos
conceitos políticos dos Estados Unidos e da Europa. E não
há absolutamente nada democrático no "acordo global",
através do qual o Ocidente tem governando sobre o resto do mundo durante
décadas e séculos. A segunda parte, estou convencido, é
muito mais importante, muito mais devastador. No Ocidente, as pessoas têm
tolerado o seu sistema político insano em troca dos inúmeros
privilégios que recebem nos seus países a partir da pilhagem do
planeta e da violação de continentes e nações
inteiras. Mas na África, Ásia e noutros lugares, essas pessoas,
"não povo", não têm absolutamente nenhuma
escolha.
AB - Bernie Sanders significa realmente a mudança que muitos na
Europa têm descrito?
AV - Bernie Sanders é como aqueles membros liberais do Partido Nazi
alemão durante a segunda guerra mundial, ou do movimento fascista
italiano durante a Mussolini. Eles fariam socialmente muito pelos seus
próprios trabalhadores e camponeses, enquanto os fundos estivessem
fluindo dos países saqueados por seu imperialismo. Com Bernie Sanders,
os trabalhadores ocidentais estariam definitivamente muito melhor, mas o resto
do mundo, os "miseráveis da terra" mesmo assim teriam de pagar
a fatura.
AB - O que aconteceria ao mundo sob a Presidência de Hillary Clinton?
AV - Nada de excepcional as coisas permaneceriam idênticas:
patrocínio de "revoluções coloridas" ou
quaisquer outras "revoluções", mais alguns golpes,
"mudanças de regime", direito de invasão,
bombardeamentos, guerra de propaganda contra a China, Rússia,
Irão, África do Sul e o que resta das revoluções
latino-americanas. Haveria abundância de tortura nos centros
"secretos", mas não seria tão anunciado e glorificado
como se Trump fosse eleito. A terceira guerra mundial tornar-se-ia uma grande
possibilidade, mas tal cenário é perfeitamente possível
sob qualquer nova administração dos EUA... Para responder
à sua pergunta: apenas negócios, como de costume.
AB - O que sentiu quando viu recentemente Obama falando em Hiroxima e
não pediu desculpa pelo que foi feito pelo seu país, declarando
quase sarcasticamente como chefe da maior potência atómica
do mundo a esperança de um mundo sem armas nucleares?
AV - Eu sou completamente imune a tais discursos, você não?
Embora, sim... de alguma forma Obama é muito mais nojento do que outros,
porque ele é inteligente e "sabemos que ele sabe". Ele
é completamente desonesto isso é claro. De alguma forma seria
mais aceitável ver George W Bush vomitando sobre sushi. Trump:
provavelmente declararia em Hiroxima que iria deitar bombas atómicas
sobre metade da Ásia se isso ajudasse o Ocidente a manter o seu controlo
sobre o mundo. Pelo menos é um que não dá lugar a falsas
esperanças.
AB - Será que o crescente expansionismo dos EUA chegou a um ponto de
ruptura e colisão com a China?
AV - Sim, chegará. Não tenho dúvidas sobre isso. A China
é uma das maiores culturas da terra e é um dos países que
sofreram imensamente, horrores colonialistas e humilhação. Os
chineses sentem-se ultrajados. Ultrajados! Durante décadas, apesar de
tudo, tentaram fazer a paz com o Ocidente. Eles são, de facto, a grande
nação mais pacífica do mundo e o que ganham em troca?
Insultos, provocações e intimidação.
O público ocidental deve aprender e lembrar-se de algo essencial sobre a
China: não importa o que a propaganda europeia e norte-americana debita
sobre a República Popular, a China é muito mais
"democrática" do que o ocidente. É democrática
à sua própria maneira. Há milhares de anos, desenvolveram
o seu próprio sistema político. Aos seus governantes, não
importa quem sejam, é-lhes dado pelo povo um direito condicional para
governar. No passado, mas até agora é chamado "mandato
Celestial". Se os governantes não respeitarem a vontade do povo,
eles serão depostos. E o partido comunista da China é muito
respeitador dos desejos da maioria do povo chinês. Quando eles querem
reformas liberais, elas são entregues. Quando eles querem mais comunismo
e uma luta épica contra a corrupção, como agora, o governo
da China imediatamente reage. É poderoso e democrático, embora num
arranjo muito específico e complexo.
E agora, o povo chinês está indignado e envia sinais claros para
Pequim: "não sucumbir perante o Ocidente". "Se o fizerem,
a nossa nação sofrerá imensamente, e o resto do mundo
ficará em cinzas". Entenda: o povo chinês é brilhante;
o Ocidente não pode enganá-lo. Estão absolutamente fartos
do imperialismo ocidental. Desta vez, se confrontados e provocados, o governo
chinês terá de se render à pressão do seu povo:
será forçado a dar ordens para lutar para defender sua
pátria!
AB - Embora seja a NATO que está a levar as suas
instalações mais para leste, na Europa o aparelho de
comunicação social alimenta a fobia de uma Rússia
agressiva. Quem beneficia por se espalharem esses sentimentos russófobos?
AV - Claro, o Império! Claro, a supremacia ocidental! O Ocidente! O povo
russo sofreu imensamente com o imperialismo ocidental. Ao longo da sua
história, lutaram contra incontáveis invasões lideradas
por franceses, escandinavos, ingleses, norte-americanos, alemães,
polacos, checos e outros. Dezenas de milhões de russos morreram lutando
contra todos os tipos de expansionismo ocidental. Eles derrotaram o nazismo.
Eles ajudaram muito a libertar o nosso mundo do colonialismo. Claro, o Ocidente
nunca perdoou à Rússia por lutar batalhas épicas contra o
expansionismo e o colonialismo.
Mas é não é apenas a propaganda europeia e
norte-americana, que é responsável pelo atual estado de coisas:
também é o povo, as pessoas absolutamente comuns que vivem no
Ocidente.
A FALSA "ESQUERDA" EUROPEIA
Durante anos, a falsa "esquerda" europeia tentou retratar os
cidadãos europeus como vítimas do imperialismo dos EUA. Ainda
está tentando fazer com que o mundo sinta pena dos trabalhadores
europeus por não terem um acordo justo com seus governos! É
completamente absurdo. A esmagadora maioria dos cidadãos europeus
está insatisfeita com o acordo social obtido, sim; e é por isso
que estão tão furiosos com os seus governos. Porque querem mais,
muito mais! Eles não se importam que seus benefícios,
salários e outros privilégios, tenham sido, durante
décadas e séculos "subsidiados" pela pilhagem de outras
partes do planeta; pagos com sangue. Não há absolutamente nenhuma
solidariedade no ocidente em relação às suas
próprias vítimas e a recente 'crise de refugiados' é prova
direta disto mesmo.
Frantz Fanon e Sartre já o tinham determinado há mais de 50 anos
atrás, os cidadãos europeus são responsáveis (e
têm beneficiado) pelos incontáveis genocídios e
desenfreados roubos. Tem que ser repetido uma e outra vez: dar-se aos europeus
"todos os benefícios que possam obter". Fazendo-os trabalhar
menos
horas e dando-lhes mais dinheiro, congratular-se-iam de modo hipócrita,
indiferentes ao resto do mundo. A única razão por que muitos
estão tão irritados com os EUA é porque vêem a
América do Norte a promover um "mau negócio" para suas
próprias massas, não porque estão
arruinando o resto do mundo!
Então, voltando à Rússia... Na Rússia, apesar de
seu intenso namoro com o capitalismo e alguns oligarcas bastante
desagradáveis, continuam a construir a sua política externa com
os ideais soviéticos do internacionalismo, da solidariedade e da
lógica. E mesmo internamente, o Presidente Putin está lentamente,
passo a passo, restaurando muitas realizações importantes
soviéticas que foram torpedeadas por um imbecil e um gangster
Gorbatchov e Ieltsin. Não nos esqueçamos que sucessivas sondagens
demonstram claramente que mais de 50% dos cidadãos russos ainda desejam
quer o socialismo quer a URSS de volta. E o governo russo escuta-os.
A oeste, tanto as elites (conscientemente) como o comum das pessoas
(inconscientemente) querem que a Rússia vá para o inferno;
desapareça, seja submersa ou vá explodir. Trata-se de a
Rússia estar mais uma vez defendendo o humanismo em todo o mundo. Se for
bem-sucedida, as elites perdem seu poder sobre o planeta, e os
"cidadãos comuns" do Ocidente irão perder seus
privilégios; a pilhagem teria de parar, e a vida de um africano ou
asiático de repente ganharia o mesmo valor que de um europeu ou
norte-americano. E isso seria realmente "inaceitável"!
Além disso, Rússia e China tornaram-se dois grandes aliados.
Nunca estiveram tão divididos como durante os anos da guerra fria. A
Rússia e a China juntas não podem ser derrotadas militar,
económica ou moralmente. O Ocidente só pode tentar
destruí-los internamente, através de séries de horrorosos
truques, propaganda e mentiras tóxicas. Mas agora até este
cenário é improvável. O povo russo, como seus camaradas
chineses, está bem ciente do que está acontecendo. E há
dezenas de milhões de seus mártires que lhes lembram o que podem
esperar do Ocidente.
Cercada e provocada, a Rússia mais uma vez está a transformar-se
numa muralha monolítica de defesa. Seu povo está pronto! Quer a
paz, acima de tudo. Mas se tiverem de lutar pela sua própria
sobrevivência e para a sobrevivência do mundo, eles lutarão.
E desta vez de novo, se houver um confronto, as duas nações
enormes, Rússia e China, lado a lado, derrotarão o fascismo!
É por isso que a Rússia é odiada. É por isso que a
China é odiada. Estes países estão a formar tremenda uma
linha de defesa, protegendo a humanidade do terror ocidental.
AB - Desde o advento da chamada "Primavera árabe", que
começou com um famoso discurso de Obama na Universidade do Cairo, em
2009, o Mediterrâneo Oriental tornou-se um barril de pólvora. Foi
um plano externo um plano de destruição dos Estados hostis
aos governantes de Washington, como a Líbia e a Síria em
particular, ou foi uma real busca pela democracia e liberdade?
AV - Ambos. Alguns movimentos socialistas no Egito, Tunísia e Bahrein,
por exemplo, eram genuínos. Eu estava fazendo filmes sobre a chamada
Primavera Árabe e estou ciente do quanto era realmente complexa a
situação. Mas é preciso dizer que o Ocidente imediatamente
se infiltrou e "desencaminhou" as revoluções,
transformando-as no que você descreveu.
Lembre-se, o Ocidente não tinha absolutamente nenhuma vontade de
arriscar os seus poderes ditatoriais sobre a área. Não tinha
nenhum desejo de deixar a democracia e as forças revolucionárias
assumirem o controlo dos seus países. Porquê? Veja, em
escrutínios a maioria do povo árabe vê os Estados Unidos e
Israel (definitivamente não o Irão ou a Síria) como o
maior perigo para o mundo. Poderia você imaginar o que o povo
árabe faria se uma verdadeira democracia saísse vitoriosa? Eles
estariam ao lado da Rússia e da China, não do Ocidente. E
atirariam as suas "elites" preparadas pelo Ocidente, diretamente pela
janela.
AB - Está correto definir hoje Alepo como o "Estalinegrado da
Síria" e "o cemitério dos sonhos fascistas de
Erdogan", como afirma o presidente sírio Assad?
AV - Sim, é assim, pelo que temos afirmado ao longo destas linhas.
Alepo, Homs... Sim. Eu escrevi sobre isso anteriormente, comparando a
Síria a Estalinegrado.
AB - Qual a sua opinião sobre o cenário final para a
Síria? Corre o risco de cristalização, como a
situação de guerra fria-estilo entre os dois blocos
Damasco, Rússia e aliados regionais, por um lado e curdos com os Estados
Unidos, por outro lado e Raqqa, que se tornaria uma nova Berlim?
AV - Os planos ocidentais estão definitivamente a tentar fragmentar todo
o Médio Oriente. Eles já o fizeram, em várias
ocasiões históricas. Mas este é um novo capítulo.
Eles jogam com os países árabes, como se fossem simplesmente
algumas vacas leiteiras. Não há nenhuma
consideração pelas vidas humanas, ou interesses nacionais locais.
É porque o Ocidente, apesar de sua retórica hipócrita
(politicamente correta) não considera realmente os não-brancos e
não-cristãos como seres humanos. Você mata milhões
de pessoas, que assim seja, destrói cinco Estados regionais; quem se
importa?
"DIREITOS HUMANOS"
AB - Qual o papel, na sua opinião, das ONG de direitos humanos no atual
contexto internacional?
AV - Até esse termo, "direitos humanos", põe-me doente.
Você tem que realmente voltar a Fanon e a Sartre... Eles disseram tudo.
Os direitos humanos são apenas para "humanos", portanto, para
o Ocidente. Para o resto do planeta, os "direitos humanos" são
usados para desacreditar os governos desconfortáveis, mesmo
"hostis" através de inúmeros implantes como as ONG.
Quem fala sobre as violações de direitos humanos reais, cometidos
pelo Ocidente? Os europeus e norte americanos já massacraram centenas de
milhões de pessoas. Foram saques, torturas e estupros. Mesmo agora, eles
estão matando milhões diretamente e dezenas de milhões
indiretamente. Mas isto não conta; Porque as vítimas não
são brancas, portanto, não são humanos e em resultado
não têm quaisquer direitos.
AB - Há 14 anos, o golpe de estado na Venezuela contra o presidente
democraticamente eleito Hugo Chávez falhou e começou a
saída dos EUA da América Latina. Pouco depois, os Estados Unidos
invadiram o Iraque. Hoje a hegemonia no Mediterrâneo Oriental
tropeça e Washington usa todas as armas à sua
disposição para retornar à América Latina. Tem, na
sua opinião, o Presidente Rafael Correa razão quando diz que
estamos diante de um novo plano Condor na região?
AV - Definitivamente! O camarada Rafael Correa tem razão a maioria das
vezes. Esta é a nova ofensiva "final" do Império na
América Latina. Acabo de regressar da Argentina, Brasil, Paraguai; o que
está acontecendo lá é absolutamente horrível. O
Império está tentando liquidar quer os BRICS quer todas as
revoluções latino-americanas.
AB - Se for o caso, tendo em conta o que aconteceu também no Brasil,
Equador e Bolívia, que técnicas estão sendo usadas hoje?
AV - O mesmo que antes, as mesmas técnicas que foram utilizadas contra,
por exemplo, o Presidente Allende e a "Unidade Popular' no Chile, antes do
golpe de 11/09/1973 orquestrado pelos EUA
O Ocidente está a apoiar, mesmo a financiar os media de direita,
está a financiar a "oposição", incentiva a fuga
de capitais de milhares de milhões de dólares, trabalha em
estreita colaboração com as elites locais para criar
défices, incerteza e desespero. Cria escândalos de
corrupção, e ainda apoia falsos movimentos de
"esquerda" contra o governo. E, claro, treina e corrompe alguns
quadros militares chave.
AB - O futuro do mundo, oferece de momento dois caminhos possíveis: um o
unilateralismo dos EUA, particularmente no caso da Presidência de H.
Clinton, composto por áreas de tratados de comércio
"livre" ao redor do mundo sobre o modelo NAFTA (tais como o TTIP na
Europa), com milhões desesperadamente pobres como resultado, lucros
apenas para as multinacionais e a destruição planeada de todos os
países que se rebelam contra essa visão (estilo Líbia e
Síria); ou, a segunda possibilidade: um período de
multilateralismo, o respeito pela soberania, a autodeterminação e
a paz, se prevalecer o projeto alternativo ao "consenso de
Washington", que seria o dos BRICS e o da integração
regional na América Latina, projetado e construído por
Chávez, Lula e Kitchener. E qual dos dois pontos de vista irá
prevalecer, na sua opinião?
AV - Haverá grandes batalhas travadas para o futuro do mundo! Os
próximos anos serão muito difíceis. Relativamente ao
segundo cenário, para vencer, o mundo teria voltar ao ponto onde a luta
pela independência e contra o imperialismo e colonialismo ocidental foi
perdida ou abandonada há mais de 50 anos. Vamos encarar a
situação: o mundo nunca foi na realidade completamente
descolonizado. Seria total hipocrisia pretender o contrário.
Uma das visões populares em círculos de esquerda do Ocidente
é que na verdade "todos somos vítimas do capitalismo".
Eu discordo. Este capitalismo selvagem global é apenas um dos mais
terríveis subprodutos da cultura ocidental dominante da ganância,
racismo, brutalidade e desejo desenfreado de controlar o mundo. O mundo ainda
está sendo agredido pelos dogmas da supremacia
ocidental/branca/cristã e pelas práticas dos mais primitivos e
fundamentalistas "princípios".
A verdade tem de ser revelada. Se o Ocidente insiste em continuar pressionando,
as batalhas terão que ser travadas. E elas serão travadas. E as
forças do internacionalismo, humanismo e solidariedade terão de
sair vitoriosas ou em breve nada restará da raça humana.
Do mesmo entrevistado em resistir.info:
Como combater a propaganda ocidental
RDPC: isolada, demonizada e desumanizada pelo Ocidente
[*]
Filósofo, romancista, cineasta e jornalista
investigador. Fez coberturas de guerras e conflitos em dezenas de países.
Os seus livros mais recentes são:
Exposing Lies Of The Empire", "Fighting Against Western Imperialism", "Discussion with Noam Chomsky: On Western Terrorism
, ou o seu aclamado romance politico
Oceania a book on Western imperialism in the South Pacific
. Sobre a Indonésia escreveu
Indonesia The Archipelago of Fear
. Presentemente realiza filmes para a Telesur e Press TV. Pode ser contatado
através de seu
sítio web
ou do
Twitter
O original encontra-se em
L'Anti Diplomatico,
publicado na Itália, onde o entrevistador é editor-chefe.
A versão em inglês encontra-se em
www.informationclearinghouse.info/article44945.htm
. Tradução de DVC.
Esta entrevista encontra-se em
http://resistir.info/
.
|