FMI & Banco Mundial não pedem perdão
Noventa e quatro foram as vezes que o Papa João Paulo II pediu
perdão pelos pecados e crimes praticados pelos cristãos durante
dois mil anos de História. Seria demais esperar que algumas
organizações económicas multilaterais reconhecessem a sua
quota-parte de responsabilidade pela actual crise financeira e pedissem
perdão pelos terríveis conselhos que deram aos países nos
últimos anos?
Quando a Rainha Isabel II visitou a London School of Economics, em Novembro
de 2008, perguntou candidamente o que toda a gente gostaria de perguntar:
"Porque é que ninguém se apercebeu do que estava para
acontecer?" Depois de meses de embaraço, um grupo de eminentes
economistas britânicos enviou uma carta de desculpas à Rainha.
Escreveram: "Majestade, a impossibilidade de prever a altura, a
dimensão e a gravidade da crise e como evitá-la (
) foi
devida principalmente à falha da imaginação colectiva de
muitas pessoas brilhantes (
) para compreender os riscos do sistema como
um todo".
E a carta continuava, reconhecendo que os magos, alguns deles laureados com o
Prémio Nobel, que acreditavam que os seus planos para proteger o sistema
financeiro eram infalíveis, eram os culpados de "ilusões
eivadas de arrogância". Os tempos anteriores à crise foram
caracterizados como uma "psicologia de negação".
Eu não podia encontrar uma descrição mais precisa quanto
à forma como as edições do
Trade and Development Report (TDR),
uma após outra, foram recebidas pelos economistas tradicionais nalgumas
das instituições multilaterais e na imprensa: uma atitude
colectiva de negação. Não tanto pela hostilidade muito
activa nem pela censura política, embora também tenhamos tido um
cheirinho disso de vez em quando. Foi uma postura estudada de silêncio
deliberado, de não querer reconhecer a existência real, para
não dizer o possível interesse, de uma opinião diferente.
O
TDR
de 1996 foi o primeiro a ser publicado sob a minha responsabilidade oficial e
sinto-me orgulhoso de, ao arrepio das regras oficiais, ter sido dedicado
à memória de Shahen Abrahamian, que morrera uns meses antes e
tinha sido um dos exemplos das principais forças intelectuais por
detrás do Relatório.
Um ano antes, Abrahamian deve ter-se sentido vingado durante a discussão
da crise
tequila
mexicana. Se alguém quiser saborear um pouco esse passado nem por isso
muito nostálgico, há um relato vivo na internet do nosso querido
amigo Chakravarthi Raghavan, no âmbito da Third World Network.
Conta como Carlos Fortin, na altura chefe em exercício da UNCTAD [United
Nations Conference on Trade and Developmen], reparou que em 1994, quando o
Trade and Development Report (TDR)
alertou contra os perigos em torno das finanças globais, o
Wall Street Journal
achincalhara os economistas da organização por serem
contemporâneos de
Rip Van Winkles
, aparecidos dos recantos dum passado longínquo. Um ano depois, o mesmo
jornal publicou um artigo de primeira página reconhecendo que esses
mesmos economistas há anos que andavam a alertar para a probabilidade do
tipo de crise que assolara o México.
Durante os trinta anos da sua existência, o
TDR
cobriu uma grande variedade de assuntos e tornou-se numa verdadeira
enciclopédia do pensamento sobre o desenvolvimento. Não vou
tentar um exame abrangente das suas conclusões mais interessantes nas
áreas mais próximas da minha experiência,
tais como os desequilíbrios e as deficiências do sistema de
comércio multilateral, a taxa de valor acrescentado aos produtos
exportados como critério definitivo de desenvolvimento, ou a verdadeira
natureza das políticas de desenvolvimento bem sucedidas, implementadas
pela China e por outros países asiáticos em contraste com o
travesti neoliberal das políticas inventadas por algumas
organizações.
Nem vou concentrar-me na área que provou ser a previsão mais
rigorosa das coisas que estavam para acontecer: a análise
sistemática dos perigos da exagerada liberalização
financeira e desregulamentação, feitas demasiado cedo; a proposta
iluminada de todo um aconselhamento político para tratar de modo eficaz
e humano o endividamento excessivo; e o fomento de políticas sãs
para evitar e impedir crises financeiras e monetárias.
O que prefiro realçar no arsenal de ideias do
TDR
é a perspectiva genérica de desenvolvimento na sua totalidade e
complexidade, de um todo maior do que a soma das suas partes, a sua natureza
indivisível. O
TDR
de 1996 foi dedicado precisamente à interacção de todos
os factores indispensáveis ao desenvolvimento: finança, taxas de
câmbio, investimento, comércio e tecnologia. Representou um
esforço lúcido para nunca perder de vista a floresta quando se
olha para as árvores individuais. Expunha duas abordagens básicas
que vieram a singularizar a especificidade do
TDR.
A primeira era e é a insistência na importância central do
ambiente económico externo como condição propícia
ou adversa para o desenvolvimento que por vezes pode ser determinante. De certo
modo esta ideia é uma extensão da velha teoria de Raul Prebisch
de "centro e periferia", "a sua terminologia espantosa",
como a classificou o Professor Jagdish Bhagwati.
A segunda e complementar abordagem é que a qualidade das
políticas nacionais é importante quanto se tenta tirar partido de
circunstâncias externas favoráveis ou recuperar contextos
desfavoráveis. Dadas as particularidades e fases de crescimento muito
diferentes dos países em desenvolvimento, estes devem ter direito a um
razoável grau de espaço político para adoptar medidas e
orientações mais apropriadas às suas necessidades. Para
isso, é indispensável um mecanismo de Estado capaz, para
instituir o enquadramento político que melhor conduza ao desenvolvimento.
É espantoso como uma construção teórica de tal
equilíbrio, clareza e globalidade viesse a ser mal compreendida e mal
interpretada tantas vezes. Afinal, o
TDR
e a UNCTAD nunca tentaram impor condicionalismos nem ditar
prescrições aos países, nunca pretendeu definir um
consenso supostamente de valor universal para todas as nações.
O oposto é que era verdade, já que as pessoas se queixavam
frequentemente que os Relatórios não eram suficientemente
prescritivos, que deixavam demasiada liberdade de escolha ao apresentar as
alternativas existentes, que convidavam os países a enfrentar as suas
próprias responsabilidades.
Se o desenvolvimento fosse abordado duma perspectiva de totalidade, um
corolário lógico que se seguia era que a interdependência
devia proporcionar a pedra angular para a criação de um ambiente
externo favorável. A interdependência e a sua consequência
necessária, a cooperação multilateral, seriam então
vistas como os únicos caminhos que podiam garantir uma economia mundial
saudável e equilibrada.
Ao tratar a economia mundial na sua totalidade como um sistema complexo e
inter-relacionado, o
TDR
foi forçado a analisar o desenvolvimento como um todo
indivisível. Pelo seu lado, esta abordagem forçou a vir à
superfície a necessidade de coerência entre o sistema
monetário e o financeiro, por um lado, e o sistema comercial, por outro.
Como todos sabemos, esta é uma questão crucial que jaz no
próprio centro dos principais desequilíbrios
macroeconómicos entre economias cronicamente excedentes e economias
deficitárias.
A crise destrutiva que estamos actualmente a sofrer é o resultado
directo desses desequilíbrios fenomenais. Ou, melhor dizendo, a crise
foi o produto da crença ideológica de que os mercados corrigem
por si mesmos os desequilíbrios que criaram e o álibi fatal que a
ideologia forneceu para a falta de cooperação multilateral na sua
gestão.
CRISIOLOGIA,
A NOVA CIÊNCIA
Entre todos os empreendimentos do
TDR,
o que sobressai como uma lição de utilidade imediata e urgente
é a sua contribuição para a recente ciência da
"crisiologia", o ramo da economia que trata das crises.
Actualmente, este tem sido um campo académico florescente e as livrarias
tiveram que dedicar secções inteiras à prolífica
produção nesta área. Como nota de rodapé para esta
tendência, permitam-me que refira apenas que mesmo os melhores nesta
seara não são imunes a algumas conclusões estranhas. O
interessante e exaustivo estudo de Rogoff e Reinhardt, por exemplo, tem um
quadro onde, com base em diversos critérios históricos, lista os
países que estão em vias de se libertar da probabilidade de
incumprimento. Bem, entre os poucos eleitos, ficarão agradavelmente
surpreendidos por encontrar a Grécia, para cúmulo, e Portugal, o
que demonstra como as percepções podem mudar radicalmente numa
questão de meses ou de semanas!
Não voltei a ler todas as páginas que o
TDR
escreveu sobre as crises mas espero que nunca se tenha aventurado em
exercícios tão perigosos! Os livros e os relatórios sobre
crises financeiras tornaram-se hoje tão frequentes que já
não atraem muita atenção. Mas no início dos anos
90, após a queda do Muro de Berlim, o fim do comunismo e o fim da
História de
la pensée unique,
e a triunfante globalização como ideologia, prever crises
financeiras era considerado um absurdo e merecedor duma grande ensaboadela do
Wall Street Journal.
Quando cheguei a Genebra em Setembro de 1995, era um desporto da moda fazer
troça da UNCTAD. Alguns dias depois de tomar posse, a coluna Observer no
Financial Times
deu-me as boas vindas com uma nota traduzindo a nossa sigla como significando
Under No Condition Take Any Decision!
[Não tomar decisões seja
como for]. Nessa altura, quem sonharia que 15 anos depois a recém-nascida
instituição, anunciada como o fim da UNCTAD, se encontraria numa
situação difícil não muito diferente!
Antes do final de 1994, quando o colapso financeiro no México nos
recordou que a mortalidade era um destino inevitável não
só das civilizações mas também da
globalização, espalhou-se a crença de que a Grande
Normalização tinha impedido a possibilidade duma crise real,
daquelas associadas ao ciclo económico normal. É essa a
explicação para a indignada reacção às
primeiras profecias do
TDR
sobre os perigos de influxos de capital a demasiado curto prazo nas economias
em desenvolvimento.
Mesmo depois de a crise
tequila
ter comprovado o rigor do raciocínio, o episódio continuou a ser
considerado como não sendo mais do que uma consequência adicional
da falta de disciplina e do laxismo descuidado das pessoas do sul, as que
posteriormente seriam marcadas com o ferrete de pertencerem à variedade
do "Clube Mediterrâneo". Umas semanas antes de o colapso da
divisa da Tailândia ter anunciado o início da crise
asiática de 1997, um título de primeira página no
Financial Times
resumia o Relatório da Primavera do FMI daquele ano: "
O futuro da economia mundial é cor-de-rosa,
diz o FMI".
Isso foi em Fevereiro ou Março. Meses mais tarde, quando a crise estava
a chegar a Singapura, durante a reunião de Outono do FMI e do Banco
Mundial que se realizou em Hong Kong (China), é espantoso recordar que o
FMI ainda estava a tentar vender uma emenda aos Artigos do Acordo, instituindo
o carácter obrigatório da total abertura da conta capital da
balança de pagamentos e a absoluta interdição de qualquer
controlo de capitais!
As crises russa e brasileira de 1998-1999 também não foram
suficientes para dissipar a noção de que as crises financeiras e
monetárias só podiam acontecer na periferia distante e
bárbara do sistema, do mesmo modo que os desafios à democracia e
ao capitalismo eram relegados para países muito distantes e irrelevantes
como o Afeganistão, no famoso estudo de Fukuyama em
The End of History.
Todos sabemos como essa história especial terminou e como a crise acabou
por acertar em cheio no coração do sistema. Não vou voltar
a contar uma história que já foi contada tantas vezes. O meu
objectivo é apenas relembrar qual era a atmosfera intelectual e
psicológica que predominava durante a maior parte dos anos da minha
experiência pessoal com a elaboração do
TDR.
DEMISSÃO DA MÁFIA?
Ao preparar estes comentários, leio aqui e ali alguns dos textos do
TDR
sobre crises financeiras. Fiquei impressionado com a sua frescura, a sua
profundidade analítica e a sua validade permanente. Se os tivessem lido,
os gregos teriam compreendido o humor negro perfurante do comentário do
Professor Bhagwati de que, quando somos apanhados pela armadilha da
globalização financeira, libertar-nos dela é como enviar
uma carta a demitirmo-nos da Mafia
A
Onorata Società
não leva este tipo de coisas de ânimo leve como nós
meridionali
bem sabemos
Se detectaram nas minhas palavras um toque de ironia e de sarcasmo,
provavelmente têm razão. Espero não ter sido culpado do
feio pecado de
schadenfreude,
a que outros podem chamar a alegria do profeta ou a vingança de
Cassandra. O
TDR
foi acusado muitas vezes de ser a voz de Cassandra. Claro que as pessoas
não perceberam o principal: com efeito, Cassandra tinha razão e
se os troianos lhe tivessem dado ouvidos, os gregos não teriam sido
forçados a retirar e a humanidade teria ficado privada de um belo poema.
Sabe-se lá, talvez até mesmo o destino subsequente dos gregos os
tivesse poupado às actuais provações.
Esta longa
recherche du temps perdu
deixa-nos um amargo de boca. Se o
TDR
foi tão rigoroso genericamente, porque é que tão pouca
gente prestou atenção àquilo que ele dizia? Teremos que
ser forçados a reconhecer que Chesterton afinal tinha razão,
quando escreveu que a
História nos ensina que a História não nos ensina nada
? Teremos que atribuir esta falta de previsão a uma "falha da
imaginação colectiva de muitas pessoas brilhantes (
)
à combinação de ilusões com arrogância
(
) numa psicologia de negação"?
COINCIDÊNCIA SUSPEITA
Há um poucochinho de veracidade em cada um destes factores, mas suspeito
que eles não abrangem toda a verdade. Pelo menos para os
indivíduos em posições de poder na política e na
finança e são frequentemente intermutáveis
há qualquer coisa mais. É uma coincidência suspeita entre
as suas conclusões intelectuais e os seus interesses financeiros e
carreiristas. Por outras palavras, há um elemento de ideologia, na
definição de Karl Mannheim como um conjunto de crenças e
valores, supostamente científicos e objectivos mas que servem e escondem
convenientemente os interesses de classe e de sectores.
Desta categoria de pessoas, que estão de novo no poder, ou melhor, que
nunca perderam as suas posições dominantes na
direcção dos bancos e dos governos, o único tipo de
arrependimento que podemos esperar é o atribuído a um conhecido
pianista pop star americano dos anos 60. Depois de uma execução
particularmente atroz que lhe rendeu montes de dinheiro, perguntaram-lhe como
é que se sentia quanto a um artigo crítico arrasador do
New York Times
e ele respondeu: "Chorei o tempo todo no caminho para o banco"!
Se eles sentem qualquer espécie de dor de consciência, no melhor dos casos
dirão: "Desde que começou esta crise financeira, todos os anos
temos chorado alto quando embolsamos o dinheiro ou os nossos milionários
bónus
e opções de compras de acções"!
Não acredito que no
TDR
ou na UNCTAD as pessoas fossem intrínseca e moralmente superiores a
esses senhores da finança ou que fossem intelectualmente mais
brilhantes. O que eles tinham era uma coisa muito diferente: uma ética
internacional de serviço público, um compromisso de pensamento
crítico e independente, o desejo de imitar as lições
herdadas de gigantes como Gunnar Myrdal e Raul Prebisch.
Tal como Don Raúl, sentiam um grande respeito pelas teorias do Norte
porque essas teorias tinham muito mérito. Mas, tal como ele,
examinavam-nas com um espírito crítico para ver até que
ponto se adequavam a condições estruturalmente distintas no Sul.
Eram movidos por uma procura permanente da emancipação
intelectual e sentiam uma paixão pela independência, pela
integridade, pela recusa de servir de utensílio aos interesses
económicos especiais ou mesmo ao chamado "sagrado
egoísmo" dos interesses nacionais. E felizmente, quase sempre
encontraram nas Nações Unidas o quadro institucional que lhes
proporcionava as condições mínimas para trabalhar sem
terem que vender a alma.
Eu tive a sorte de, no fim da minha carreira pública, ter beneficiado da
sabedoria, da experiência e do exemplo moral de homens como Carlos
Fortin, Roger Lawrence, Yilmaz Akyüz, Professor John Toye, pelo menos, e
dos seus colaboradores, Richard Kozul-Wright, Andrew Cornford, Charles Gore,
Detlef Kotte, Taffere Tesfachew, e mais tarde Heiner Flassbeck, Alfredo
Calcagno e muitas outras pessoas notáveis que trabalhavam noutros
sectores da UNCTAD. Gostaria de me referir em especial à
contribuição notável do Professor Jan A, Kregel durante
muitos anos, quanto a questões financeiras, monetárias e outras
questões relevantes cobertas pelo
TDR.
Fiquei encantado e encorajado ao ver que o secretário-geral, Dr.
Supachai, lhes tinha garantido o seu apoio incondicional,
orientação e confiança, que o
TDR
tinha sido capaz de manter as suas promessas mais brilhantes, que os
preparativos para a UNCTAD XIII tinham renovado e reforçado as melhores
tradições da UNCTAD.
Nunca tive os conhecimentos nem o talento para lhes servir realmente de grande
ajuda. Receio que, por causa da minha deformação profissional
diplomática, possa por vezes ter-lhes sido um empecilho com a minha
tendência para suavizar modos de expressão incisivos ou
previsões demasiado arrojadas das coisas que viriam a acontecer.
Portanto é apropriado que também lhes peça perdão
pelas minhas falhas e omissões.
Como não posso partilhar da glória da equipa do
TDR,
e dos seus colegas em semelhantes tentativas difíceis, posso pelo
menos elogiá-los pelos seus feitos e agradecer-lhes pela valiosa
contribuição que me deram e à UNCTAD. E concluo dizendo do
fundo do coração: "Viva o
Trade and Development Report
! Viva a Conferência das Nações Unidas para o
Comércio e o Desenvolvimento! Vivam as mulheres e homens nas
organizações internacionais e em toda a parte que lutam por mais
justiça, mais igualdade na economia mundial!" Obrigado a todos!
NT
UNCTAD: United Nations Conference on Trade and Development.
A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o
Desenvolvimento foi fundada em 1964, em Genebra, na Suíça.
É o órgão da ONU que trata de questões de
comércio, investimento e desenvolvimento, mas as suas decisões
não são obrigatórias. Os seus objectivos são
"maximizar as oportunidades de comércio, investimento e
desenvolvimento dos países em desenvolvimento e ajudá-los nos
seus esforços para se integrarem na economia mundial numa base
equitativa". A criação desta conferência teve origem
nas preocupações dos países em desenvolvimento quanto ao
mercado internacional, às grandes empresas multinacionais e à
grande disparidade entre países desenvolvidos e países em
desenvolvimento.
[*]
Ex secretário-geral da UNCTAD. A presente declaração
consta no relatório
TDR 1981-2011,
da UNCTAD. Os inter-títulos são da responsabilidade de
resistir.info.
O relatório pode ser descarregado em
http://unctadxiii.org/en/Pages/news-details.aspx?newsid=104
.
Tradução de Margarida Ferreira.
Esta declaração encontra-se em
http://resistir.info/
.
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